— Era uma vez um lugar onde as cores não existiam... – comecei a contar uma estória para as crianças concentradas na minha frente. O imenso jardim da casa de Hoseok estava decorado para a festa de 5 anos do seu irmão. – Então, os habitantes cansados disso chamaram um super mágico para ajudá-los! – sorri, satisfeito com minha introdução
— Faça alguma mágica para nós! – um garoto de bochechas grandes falou sério
— Ah, okay! – arrumei o chapéu de mágico sobre minha cabeça e preparei um truque com lenços coloridos. O truque não surpreendeu tanto os pequeninos. – Certo, para o próximo truque eu preciso de um voluntário. – falei e a maioria levantou a mão e eu dei prioridade ao aniversariante.
— Eu quero que o Hoseok hyung vá! – o pequenino falou alto
— Ah, não, vá você – Hoseok que apenas prestava atenção logo renunciou.
— Desculpe, Sr. Jung, mas acho que o aniversariante que manda – sorri malicioso
— Aish, tudo bem! – rendeu-se e caminhou até mim
O truque que eu tinha preparado não era grande coisa, mas eu esperava que as criancinhas – muito exigentes – gostassem. Havia uma caixa fechada de uns dois metros de altura com um fundo falso. A velha mágica da viagem no tempo ou de teletransporte.
— Apenas ache a passagem secreta – sussurrei em seu ouvido discretamente. Entrou na caixa, meio relutante ainda, e eu lhe dei um tapa leve. – Preciso que escolham um lugar para levá-lo...
— Marte! – o irmão de Hoseok gritara mesmo que não fosse necessário
— É meio longe, não?
— É? – perguntou confuso e lembrei que era apenas uma criança inocente de qualquer forma.
— Para Marte então! Contem até três e eu irei abrir a porta!
— Um! Dois! Três! – falavam em uníssono. Ao término da contagem, abri a porta e as crianças assustaram-se, deixando-me satisfeito.
— Cadê o Hobi? – a criança perguntou desesperada – Hobi hyung foi mesmo à marte?
— Foi para onde você quis, não?!
— Que legal!
— Já posso trazê-lo de volta? – perguntei e todas começaram a falar ao mesmo tempo — Ei! Silêncio! Hoseok, já pode voltar. – gritei
— Finalmente. Você queria me matar, garoto? – Hoseok brincou. Nós sabíamos que ainda era fisicamente impossível estar em marte.
"Como era lá?" "O que você fez?" enchiam-lhe de perguntas. Ele respondeu que existiam vários marcianos e seres assustadores, o que traumatizaria qualquer criança. Eu apenas sorri. Na verdade era o que acontecia a cada coisa que Jung Hoseok fazia. Eu me perdia completamente nos sentimentos que nutria por ele. Jung Hoseok, o motivo do meu sorriso.
— Já chega! O show do super mágico acabou! – falou
— Já?! – perguntei com as crianças. Logo quando eu estava me divertindo.
— É hora de acertar a pinhata – disse e começaram a gritar animadas, correndo a procura dela
— Será que eu também posso tentar? – perguntei animado, mordendo meu lábio inferior
Depois de alguns segundos pensativo, respondeu:
— Você fica bem bonito vestido assim...
— Não fica me desconcentrando desse jeito – falei com vergonha
— É a verdade – me olhou com seus belos olhos castanhos, convidando-me a me aproximar dele – Obrigado por aceitar fazer isso.
— Será que eu posso presentear o irmão mais velho agora?
— Você sabe que eu quero sim – riu – mas não posso agora, Tae.
— Nem vão notar sua ausência, vamos! – fiz um biquinho para acabar de amolecer seu coração
— Golpe baixo, Kim Taehyung... – murmurou
Puxei-o pela mão, ele não se importava. Entramos pelos fundos da casa, passamos pela sala onde haviam adultos reunidos, que nos encararam até entrarmos no quarto, praticamente.
Sorri depois que Hoseok pegou-me desprevenido, roubando-me um selinho e tirando a grande cartola de minha cabeça.
Abracei-o e senti seu cheiro. Não importava o tempo que ficávamos sem tais contatos, sempre sentiria saudade. Beijei seu pescoço demoradamente, era um de seus pontos fracos.
— Já devem estar me procurando – sussurrou próximo ao meu ouvido e eu não pude deixar de me arrepiar.
— Não estão não – segurei seu rosto perto do meu, beijando seus lábios
— Quero uma mágica para tirar essa sua roupa
— Hyung! – chamei sua atenção, pegando minha cartola de volta
Trocamos mais alguns beijos, até que precisamos voltar ao jardim. A tarde já estava quase no fim, e eu já me cansava pelas crianças que corriam e brincavam. Peguei um algodão doce e sentei-me sozinho no banco prata, esperando por Hoseok.
— Hyung, hyung! Brinque conosco! – o irmão de Hoseok assustou-me
— Tá, mas, eu...
— Rápido, você precisa se esconder e eu te procurarei! – disse e saiu correndo
O primeiro lugar que eu vi foi uma árvore, para onde corri como uma criança para me esconder. Tentei espiar discretamente, a fim de saber se ele já procurava os outros participantes. Praticamente agarrei-me à árvore e o procurei. Sorri ao vê-lo, o pequeno era escandaloso, assim como o irmão as vezes. Estremeci ao sentir uma mão em meu ombro.
— Te achei! – Hoseok exclamou e eu virei
— Que susto! – falei e ele roubou um pedaço de meu algodão. Agi dramaticamente, tirando-o de seu alcance
— Eu estava te procurando...
Continuei comendo
— Parece que gostaram de você – falou
— ACHEI VOCÊ HOSEOK CARA DE CUECA, TA ATRÁS DA ÁRVORE COM O TAETAE – Hoseok fez careta ao ouvir o grito de seu irmão
— Cara de cueca – eu ri alto
— Do que você tá rindo, ele achou você também!
— Hoseok cara de cueca! – saí correndo, tinha certeza de que ele correria atrás de mim. – Vamos nos esconder! – o esperei para puxá-lo pela mão
Fomos até a caixa usada para minha mágica e ficamos um pouco apertadinhos dentro
— Taehyung... – chamou-me
— Quê?
— Se a sua intenção era ficar pertinho de mim assim, só era esperar a noite chegar e... – encostei nossos lábios para ele calar a boca
— Convencido.
— Admite – riu
— Não
— Sim!
— Não!
— Vou sair então... – fingiu que ia sair
— Não – falei baixo
— Kim Taehyung admite que não consegue ficar longe de mim?
— Kim Taehyung admite. Mas eu sou o grande mágico! – arrumei minha cartola
— Não acredito que eu caí nessa! – exclamou
Sorri. Umedeci os lábios com a língua, visivelmente nervoso.
— É bom estarmos sozinhos assim... – comecei a falar.
— Por quê estás assim? – tocou minha face com sua mão
Eu havia ensaiado por várias vezes, mas eu sabia que na hora tudo era diferente. Coloquei a mão no bolso à procura do que eu queria, mas lembrei que eu tinha enchido os dois com objetos para os truques de mágica. Saí tirando tudo e jogando no chão.
— O que está fazendo? – riu
Sem que ele esperasse, passei a mão por sua orelha retirando de lá, no lugar de uma moeda, um anel de prata.
— O-o que é isso?
— É pra você... Nós já namoramos há algum tempo, e eu gostaria de te dar um presente...
— Tae... Que fofo! – ele riu – É super oficial agora?!
— Sim
— Que coincidência – olhou para o anel em sua mão e pediu para que eu o colocasse.
— Coincidência? – não entendi
— É que eu... – puxou-me pelo blazer, abrindo um lado e procurou algo no bolso de dentro, retirando também um anel. Fiquei surpreso
— Não acredito! – exclamei, o sorriso bobo estampado na face. – E o anel?
— Você não consegue esconder nada – riu
— Sério? Você descobriu?
— Sim! Mas eu gostei de sua surpresa – beijou-me a bochecha – Obrigado.
–Obrigado também – agradeci e ele colocou o anel – Ei, como você fez aquilo?!
— Um bom mágico nunca revela seus truques!
— Ah mas você vai ter que treinar bastante pra alcançar o mestre aqui! – lhe dei um beijo
— Não subestime seu hyung
— Não – abracei-o
— Vocês estão aí! – o serzinho escandaloso falou depois de abrir a porta
— Não nos incomode – Hoseok afastou o garoto e puxou a porta novamente, fechando-a.
— Hoseok! – exclamei
— Shh! – voltou a me abraçar
E eu como sempre, sorri.
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