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História O Mundo de Aura - Revelações


Escrita por: YukiLopez

Notas do Autor


Como prometido, aqui está um novo capítulo. Espero que gostem.

Capítulo 4 - Revelações


Fanfic / Fanfiction O Mundo de Aura - Revelações

 

— NÃÃÃÃÃÃO!

— HINATA-CHAN, ESPERE!

  Hinata correu com os leões até a casa em chamas, porém não chegou mais perto porque Haku impediu. Ela se debatia desesperada, gritando e chorando; no mesmo instante os orcs surgiram das chamas, totalmente ilesos, a menina soltou os filhotes, que se esconderam atrás de Haku, e tentou se soltar, mas o moreno não deixou.

— Não Hinata-chan, eles vão matá-la!

— Me larga Haku-san, é a minha família! Não! Eu tenho que ajudar eles! Me solta!

— Você não serve para nada morta Hinata-chan! — ele a virou e a encarou severo. — O alvo daquelas criaturas são você e seu amuleto, se você morrer tudo vai ter sido em vão! Ou você vem comigo e se salva ou se joga nas mãos daqueles orcs! Decida logo!

  Hinata não sabia em que pensar. Perdera a família e a casa, não lhe restava mais nada. Sem saída, assentiu com a cabeça e ele falou:

— Muito bem. Agora vamos antes que aqueles orcs venham atrás de nós — e correram. A menina não ousava olhar para trás, as lágrimas lhe banhando o rosto já vermelho. Em toda a sua vida não imaginava que aquilo fosse acontecer, era surreal, bizarro, sem sentido.

  A escuridão tornava as coisas piores. Por mais que corressem não encontravam nenhum ser vivente, era como se todos tivessem desaparecido num piscar de olhos. Já não se ouvia mais o crepitar do fogo da casa, e o único som que se ouvia eram o de seus sapatos batendo no asfalto enquanto corriam. Guiados por Haku eles corriam de uma rua para outra, dizendo ele que assim confundiriam o faro dos orcs. A menina suava em bicas, sentia dores no lado direito e tinha a garganta seca. Não sabia o que fazer, nem para onde ir, enfim, não sabia de nada.

  Chegaram em uma rua iluminada e ampla, sem ninguém, ofegantes. Haku olhou de um lado para o outro e voltaram a correr, dessa vez em direção à uma casa simples sem varanda. Lá, o moreno deu três pancadas na porta marcando um código, e assim que a porta se abriu revelou Sakura ali parada. Ela olhou de um para o outro e entendeu tudo.

— Vamos, entrem logo — disse ela urgente e eles entraram. A rosada trancou a porta na chave e perguntou o que aconteceu.

— Orcs invadiram a casa da Hinata-chan, queimaram o lugar e mataram a família — respondeu o moreno fechando as cortinas das janelas. Sakura ficou chocada. — Agora estão atrás de nós.

— Era só o que faltava — ela disse ofegante. — Mais uma vez aqueles malditos orcs tiram a família de alguém. Isso nunca vai acabar?

— Só vai acabar quando todos os aurianos se unirem contra aquelas coisas — Haku tirou a espada embainhada da cintura e a pôs em cima de uma cadeira. — Até lá eles vão fazer o que quiserem.

  Hinata se encontrava largada em uma cadeira, alheia ao que Sakura e Haku conversavam. Seu olhar era distante e sem vida mesmo ainda entregue às lágrimas, e seu único pensamento era sua família. Não queria aceitar que tinham morrido, e da pior maneira possível. Aos seus pés Aryeh e Lanveh dormiam tranquilos. Estava se sentindo tão mal, tão péssima, que nem prestou atenção quando Sakura a chamou.

— Hinata? — a rosada insistiu. A garota apertou os olhos com força e fungou, dando atenção à amiga.

— Sinto muito pelo que houve — ela falou condolente. — Eu sei exatamente o que você está passando.

— Se você sabe — repticou a morena — Então não me esconda mais nada. Me diga o por quê de tudo isso — se levantou — Porque a minha família teve que morrer. Por que aquelas criaturas querem o amuleto do meu ojii-chan. E o que é Aura. O que tudo isso tem a ver comigo?

  Sakura a encarava sem emoção. Agora que aquilo estava acontecendo, já não podia mais esconder a verdade. Haku se aproximou e falou:

— Já está mais do que na hora de você saber Hinata-chan. Há coisas que deve compreender antes de irmos para Aura.

— E se eu não quiser ir? — indagou desafiadora.

— A escolha é sua — respondeu Haku sem se alterar.

  Os três se sentaram na mesa da cozinha — Hinata à direita, Sakura à esquerda e Haku no centro. Três xícaras de chá fumegavam defronte deles, que tentavam parecer os mais calmos possíveis. A única luz naquele momento era a do aposento onde se encontravam, e o único som que se ouvia era o gemido do vento mesclado com suas respirações. A Hyuuga sem demora fez logo a pergunta que tanto martelava em sua cabeça.

— Para começar, eu quero saber exatamente o que é Aura. Meu otou-san me falou antes de morrer que era um mundo, um lugar onde nasci — encarava os amigos fixamente. — E então? O que é Aura?

  Haku suspirou profundamente antes de começar.

— Aura é um mundo fantástico. Um mundo desconhecido para olhos humanos, a origem de toda a magia. Não se pode chegar lá pelos métodos comuns, e humanos não podem penetrar seus domínios sem que sejam permitidos. É formado por sete reinos, e cada reino é facilmente distinguido. Eles são Iarleen, Reezan, Amos, Turvlan, Kothar, Dardalos e Murah. Todos eles são governados por reis, que trabalham pela paz e pelo bem do povo. Porém eles necessitam de alguém mais alto que eles para guiá-los, um ser mais poderoso, que é o Imperador dos Sete Reinos. Nesse caso, imperatriz.

— Imperatriz?

— Hai, Hinata — disse Sakura brevemente. — A herdeira do Trono Maior de Aura, a possuidora da Marca Imperial da Lótus. Essa herdeira é você. Você é a Imperatriz de Aura, a maior sobre todos os reis.

  Hinata arregalou os olhos chocada. Imperatriz? Ela? Não, só podia ser um engano. Tentava absorver o absurdo daquela descoberta, Imperatriz? Quando? Alguém perguntou se ela queria isso?

— Imperatriz — repetiu ainda em estado de choque, abrindo e fechando as mãos sobre a mesa. — Eu sou uma Imperatriz.

— Sei que é difícil aceitar, mas é a realidade — retorquiu Haku. — Seus poderes começaram a despertar, e isso representa um perigo para aqueles que julgavam a herdeira de Hagoromo morta.

— De quem estão falando?

— Existe um clã chamado Otsutsuki que vive desde a origem da humanidade — continuou a rosada. — Eles afirmam ser os progenitores da magia, quando na realidade só um deles é o verdadeiro. Com esse pensamento eles tomaram o Trono Maior e deixaram Aura em ruínas. Centenas de aurianos morreram, entre eles minha família — o semblante de Sakura caiu ao dizer aquilo. Hinata perguntou o que aconteceu e Haku contou a história de Aura.

  Aura existia desde o começo dos tempos, porém era um lugar vazio e sem vida. Uma princesa do clã Otsutsuki, chamada Kaguya, encheu esse mundo de luz e magia, tornando-o o mais lindo dos mundos, um verdadeiro paraíso para se viver. Contudo, somente seres dignos de usar magia poderiam habitar este lugar, ou seja, seres como elfos, anões, dragões, fadas, centauros, sereias e outras criaturas fantásticas. A Primeira Imperatriz, como os aurianos a chamavam, dividiu cada canto deste mundo em sete reinos e escolheu um governante digno de cada um.

  Há exatos dezessete anos uma prestigiada família de Aura traiu o imperador e ajudaram os Otsutsuki a tomarem o Trono Maior. A intenção deles era matar a próxima imperatriz, ainda recém nascida, para acabar com a linhagem imperial. Graças à servos leais a família imperial conseguiu fugir, levando consigo seu maior tesouro, a Marca Imperial que continha toda a magia de Aura. Os Sete Reinos foram quase totalmente destruídos, entre eles Iarleen e Reezan, que de acordo com Sakura agora eram apenas ruínas.

— Mas… porque meu ojii-chan, otou-san… porque nunca me contaram nada disso? Eu tinha o direito de saber! Minha família morreu por minha causa, tudo porque eu possuía esse amuleto! — tirou-o do pescoço e o jogou na mesa. — Não é justo ter que passar por isso!

— Realmente não é — concordou a rosada. — Mas se o amuleto cair nas mãos dos Otsutsuki, tanto Aura quanto este mundo sofrerão as consequências. E também você jamais tomaria de volta o que lhe pertence.

— O que me pertence? Acaso perguntaram se quero ser uma imperatriz? Perguntaram se eu quero ir para um lugar que não conheço? Vocês possuem poderes estranhos, e eu... — pensou um pouco, lembrando-se das flores que ressuscitou e dos galhos que brotaram da terra. — Eu não sei de mais nada.

— Eu possuo poderes, Sakura não — replicou Haku e ela fitou a rosada surpresa. — Nem todos os aurianos puderam manter seus poderes desde a traição ao imperador e no ataque à Iarleen e Reezan.

— Como você perdeu seus poderes? — perguntou a morena à rosada. Ela suspirou e respondeu:

— Há quatro anos atrás Iarleen foi atacada pelo exército das trevas do clã Otsutsuki, tudo porque meus pais eram contra o governo deles. Meus pais se sacrificaram para me salvar, porém o exército tirou meus poderes com um amuleto de magia primal. Essa marca em minha testa — e tocou-a com o indicador — é a única coisa que indica que sou uma princesa real, ou melhor, rainha, já que meus pais estão mortos. Sendo princesa e herdeira tinha que viver pelo bem do meu povo. Através de um portal secreto eu vim parar aqui no mundo humano, e estou até hoje, sem saber de nada, nem sobre o que aconteceu com o povo de Iarleen — acrescentou tristemente.

— Mas mesmo assim não me disse nada, sabia que eu era… uma Imperatriz e se aproximou de mim — Hinata disse chateada e ao mesmo tempo condoída, porém Sakura balançou a cabeça.

— Não Hinata, eu me aproximei de você mesmo sem saber quem você realmente era. Só vim descobrir que você era a herdeira do imperador quando eu vi a lótus em seu ombro há alguns meses, e só não contei porque vi que você estava feliz sem saber de nada. E também seus poderes nem haviam despertado ainda.

— O fato agora — continuou Haku — é que estão atrás de você e do amuleto, sem contar que os Leões Gêmeos também se encaixam nisso…

— Aryeh e Lanveh? O que eles tem a ver com isso?

— Eles são os guardiões do imperador. Guarda-costas, por assim dizer.

  Era outra coisa com a qual ela não contava. Fitou os filhotes ainda dormindo e ficou a imaginar como eles a protegeriam sendo tão pequenos.

  Antes que a morena dissesse alguma coisa ouviram grunhidos e imediatamente se levantaram; os filhotes despertaram e correram para perto de Hinata, amedrontados. Haku levou o indicador aos lábios recomendando silêncio e pé ante pé caminhou até a janela, colando-se na parede e espiando por uma brecha. As garotas se abaixaram para não serem vistas, prendendo a respiração; distinguiram vultos na escuridão, o moreno puxou lentamente sua espada pronto para qualquer coisa. Os vultos então sumiram tão repentinamente quanto haviam surgido, e eles puderam respirar aliviados. No entanto, esse alívio durou pouco.

  No momento em que Haku saiu de perto da janela e as garotas se levantaram, um estrondo destruiu a parede, tão forte que os jogou longe e os machucou horrivelmente. Voaram pedaços de vidro e alvenaria para todo lado enquanto os orcs adentravam sem serem convidados. Visualizaram Hinata e um deles a puxou pelos cabelos na parte que mais dói, o que a fez gritar de dor.

— Onde está o amuleto? — perguntou a criatura que a segurava, rosnando.

— Eu… não vou… entregar... — ofegou, sentindo o sangue escorrer de sua boca. Gritou quando ele a jogou para o lado com força e virou-a com o pé, esmagando seu estômago.

— Diga onde está ou seus amigos irão sofrer.

— NÃO HINATA, NÃO DIGA! — gritou Sakura com a perna presa por um enorme bloco de alvenaria. Um outro orc foi até a rosada e a puxou bruscamente pelos cabelos, levando-a até o chefe. Ele a avaliou por uns instantes antes de falar.

— Ora se não é a princesa de Iarleen — disse zombeteiro — Imaginava você morta.

— NÃO TOQUE NELA! — gritou Hinata desesperada. Os orcs gargalharam terrivelmente.

— Você não pode fazer nada sem o amuleto Imperatriz. É melhor entregá-lo antes que seja tarde.

— EU NÃO VOU ENTREGAR! — gritou, e seu cabelo foi puxado com mais força. O orc que segurava Sakura então falou:

— Já que se recusa… Sua amiga irá morrer primeiro — e ergueu um facão, pronto para dar um golpe mortal na rosada. Hinata gritou para que parasse, debatendo-se desesperada, quando Aryeh e Lanveh saltaram e pularam na cabeça da criatura, arranhando e mordendo. Com isso ele soltou Sakura, que caiu no chão desacordada, distraindo-se em tirar os filhotes de cima de si. Os outros orcs foram ajudá-lo, mas os gêmeos, espertos, largaram a criatura e correram para fora com eles atrás.

  Hinata arrastou-se até Sakura e Haku, que só naquele momento havia se recuperado, veio até elas trazendo o amuleto.

— Precisamos sair daqui, Aryeh e Lanveh não vão aguentar muito.

— Mas para onde iremos? — indagou a morena chorosa.

— Antes de mais nada vamos tirar Sakura daqui, depois pensamos — disse, erguendo a menina no colo. De súbito, ouviram um miado alto, como de um gato lamentando, e a Hyuuga correu para fora com o moreno atrás. Ela arregalou os olhos apavorada quando viu os filhotes no chão aos pés dos orcs, feridos e nocauteados.

— ARYEH! LANVEH! — correu até eles, mas não foi adiante por causa dos orcs.

— Você será a próxima se não nos entregar o amuleto — ameaçou o chefe dos orcs, erguendo seu machado e avançando. Hinata baixou a cabeça, Haku gritou para ela fugir, porém ela não se movia, parecia petrificada. O orc brandiu seu machado, ia partir a cabeça dela em dois; Haku não sabia o que fazer, estava desesperado segurando Sakura em seus braços, gritava para Hinata fugir, ela não reagia… No momento em que a criatura ergueu sua arma, teve a maior das surpresas quando a garota o deteve com apenas uma mão.

  O que seguiu foi assombroso e ao mesmo tempo fantástico. Hinata ergueu lentamente a cabeça, seus olhos demonstravam a mais pura raiva. Com somente um movimento tomou a arma da criatura e decepou sua cabeça espalhando sangue negro pelo local. Os orcs, espantados, avançaram para cima dela, que largou o machado e fez brotar novamente aqueles mesmos galhos espinhosos, que os agarraram e os desmembraram sem dó nem piedade. Em seguida, ignorando o que fizera inconscientemente, a garota se chegou para junto dos filhotes e os curou apenas tocando em suas marcas nas patinhas. Feito isso, voltou a si e caiu desmaiada.

  Quando acordou estava com a cabeça apoiada no colo da rosada. Os leões lamberam seu rosto e ela então se ergueu, meio zonza.

— O que houve? — perguntou, cerrando os olhos e pondo a mão na cabeça.

— Você não se lembra? — indagou Sakura sem entender.

— Vagamente. — Fitou os pedaços das criaturas ali perto. — Eu fiz isso não fiz?

— Hai, e foi impressionante. Mesmo sem o amuleto você é muito poderosa — o moreno pôs a jóia em seu pescoço e ela suspirou.

— Nunca gostei de violência e jamais vou gostar — disse desconfortável. — Mas se foi necessário para salvá-los não tive outra opção.

— E agora? O que pretende fazer? — perguntou a rosada. A garota fitou suas mãos calejadas e falou:

— Eu quero entender que poder é esse que eu tenho, quero saber também sobre o meu passado, e por que o meu avô nunca me falou nada a respeito de Aura — encarou-os com uma expressão serena no rosto. — Por isso eu quero ir para Aura com vocês.

— Tem certeza? — perguntou Haku surpreso pela decisão dela. — Não queremos que vá obrigada.

— Tenho certeza sim. Talvez as respostas que procuro estejam lá.

  Aryeh e Lanveh a fitaram curiosos, porém ela sentia que estava fazendo a coisa certa. Sakura e Haku assentiram e saíram dali, pois nunca se sabia quando podiam atacá-los de novo.

 

                                                                                              *****

 

  Quando o dia amanheceu eles se encontravam na loja de Haku, que ele protegeu com ervas mágicas. Hinata não pregara o olho a noite toda porque havia chorado muito pensando na família. Aryeh e Lanveh dormiram consigo, mas nem assim ela se acalmou.

  Comeram torradas com leite no café da manhã e a pedido dela voltaram ao subúrbio para ver o que sobrara da casa. Chegando lá nada mais viram que cinzas e escombros, e uma faixa amarela ao redor para impedir a aproximação de curiosos. De fato a polícia e os bombeiros lá estiveram para aplacar o incêndio; Hinata passou por debaixo da faixa e se aproximou do que um dia foi sua casa.

  Quantas boas lembranças não tinha dela… quantas coisas preciosas não perdeu… Sua família estava morta agora, e nada no mundo os traria de volta.      Olhava os escombros de cima a baixo com as lágrimas já teimando em cair de seus olhos perolados, e soltou um profundo suspiro. Não sabia qual seria seu futuro, o que aconteceria dali em diante; iria para um lugar desconhecido, onde seu pai dissera ser seu local de nascimento, mas que lhe causava euforia só em ouvir seu nome, porém também lhe causava medo e dúvida. O que encontraria lá? O que faria quando estivesse lá? Eram perguntas que não parava de se fazer. Levou a mão ao amuleto em seu pescoço, apertando-o com força, pensamentos sombrios dominavam sua mente ingênua e pura.

  De súbito, algo brilhou debaixo de um bloco grande de alvenaria chamando a sua atenção e se dirigiu até ela. Enxugando as lágrimas, teve uma boa surpresa ao ver que era um porta retrato de sua família, quebrado, mas com a foto intacta. Retirou o objeto com cuidado para não danificar a foto e viu cair um pedaço de papel da moldura. Intrigada, pegou-o e leu-o; contudo, somente a continuação, pois a outra parte não existia mais.

  … não é o traidor.

  Voltou para perto de Haku, Sakura e os leões, que por respeito não a acompanharam e lhes mostrou o papel.

— ... não é o traidor — Haku deu uma olhada no que estava escrito. — Não se atina com quem pode ter escrevido isso?

— Não. A caligrafia é fina e rebuscada, não parece ter sido escrita por alguém da minha família.

— Hum. Quem escreveu isso queria dizer alguma coisa — opinou Sakura. — Mas sem a outra metade fica impossível saber. Se bem que isso me lembra a família Uzumaki no quesito traidor.

— Agora eu queria saber. Por que você odeia tanto a família Uzumaki? O que eles te fizeram? — perguntou a morena intrigada.

— Não é óbvio? Porque foram eles quem traíram o imperador e todos os Sete Reinos — respondeu a rosada seriamente, o que chocou a morena. — Por causa deles você perdeu o seu direito ao trono de Aura. Você teria tido uma vida maravilhosa em Aura se não fosse pela traição deles.

— Mas… como…

— Eles traíram o imperador, seu avô, meses depois de você ter nascido — confirmou Haku. — Naquele dia centenas de vidas foram perdidas, e a magia de Aura aos poucos se extinguiu até quase nada sobrar. Todos os seus infortúnios você deve à eles.

  Hinata não conseguia acreditar. Se foram os Uzumaki que traíram o império, então…

— Será possível que o Naruto só se aproximou de mim porque sabia quem eu era?

— Talvez sim, talvez não — Sakura falou sarcástica. — Mas vindo de um Uzumaki eu não espero nada mais que isso.

  A garota, que até então sentia somente mágoa do loiro, agora sentia raiva. Ele foi mesmo capaz de mentir para ela desse jeito? Foi mesmo tão baixo a ponto de enganá-la? Não sabia o que pensar, mas se um dia o visse à sua frente, seria capaz de exigir explicações dele nem que tivesse que usar violência. Se foi por causa dos Uzumaki que a sua vida era daquele jeito, deveria odiá-los, impugná-los, porém algo em si dizia que tinha algo errado nessa história. Mas o quê?

— Não podemos fazer mais nada — disse ela por fim, e guardou a foto e o papel no bolso da blusa. — Se preciso ir para Aura, a hora é essa.

— Então vamos — falou Haku e com um último olhar para sua casa arruinada e o pensamento em sua família, Hinata partiu com os amigos para o lugar que ansiava conhecer.


Notas Finais


E aí, o que acharam? Até a próxima!


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