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História O Outro Lado de Pan - Piuí


Escrita por: VRB

Notas do Autor


Pessoal! Tudo bom com vocês? Eu sei...demorei pra postar e dessa vez não tenho justificativas, a não ser pelo bloqueio criativo e os mil compromissos ocasionados pelas férias. Me perdoem então pelo atraso e continuem comentando sobre o que estão achando da história.
Boa leitura! 😚😚VRB

Capítulo 11 - Piuí


Fanfic / Fanfiction O Outro Lado de Pan - Piuí

 Com os pálpebras fechadas, a brisa chicoteando meu cabelo e o sorriso mais puro e sincero no rosto, eu cheguei em Neverland. Que sensação enusitada! Me sentia tão plena, tão segura de mim. Abrindo os olhos eu vislumbrava daquela vista incrível que parecia ter saído do paraíso, se é que não era ele em si. Eu estava no alto e podia mapear facilmente os detalhes da Ilha. Eu me sentia poderosa naquele singelo mundo desconhecido abaixo dos meus pés, me senti capaz de fazer qualquer coisa sem ninguém pra me impedir. Pela primeira vez me sentia daquele jeito, tão bem, tão...livre! Mas meu amigo sorridente me puchou pra terra firme. Literalmente.

- Por que nós descemos?

- Gostou da sensação de voar né!?

- Gostei muito, admito. Tanto que poderia ficar lá em cima, naquelas formas de algodão, pra sempre!

- Parece que você estava nas nuvens. hahaha 

- Sério isso? - reviro os olhos em resposta ao trocadilho, mas logo não consigo conter a risada. Era tão ruim que me fazia rir.

- Eu sabia que você ia gostar! E voar é só uma das coisas possíveis nessa ilha. Embora seja maravilhoso, temos que tomar cuidado. Primeiro porque o efeito do pó tem prazo. O outro empecilho é Gancho. - ele dá ênfase, com um tom mais grave na voz, junto com um sorriso sombrio no rosto, ao pronunciar aquele nome que carregava mistério.

- Quem?

- Capitão do Jolly Roger, Gancho é um pirata. Ele sempre viveu aqui na ilha, até onde eu sei. 

- Estranho...e qual é o super poder dele? - digo animada, já pensando nas bizarrices encantadores do local.

- Ahn? Do que você está falando?

- Ué! Até agora, tudo que é daqui parece incrível, meio mágico. Você falou em fadas, sereias e você sabe voar. Se esse pirata é daqui, imagino que ele tenha algo diferente também, algum super poder como o seu.

 Primeiro ele ficou me encarando com uma careta de dúvida, parecia tentar traduzir minhas palavras, enquanto meus olhos ansiavam brilhantes por respostas. A aparência do jovem muda e ele começa a ter uma crise de risos me deixando confusa. Será que falei algo banal? 

 Respirando fundo e tentando se acalmar o garoto volta a falar com a voz entrecortada.

- Su-super poder! Hahahaha Ai Kate...desse jeito você me mata! Seu pensamento até tem lógica, mas Gancho é um humano comum. Não tem nada de mágico nele..hahaha

- Ah, não? - solto decepcionada e meio confusa.

- É um homem bem pequeno. - fala exibindo os dentes.

- Nossa! Que graça!

- Para de ser tão séria, Kate! - dá um soquinho no meu braço - Você fica mais bonita quando está sorrindo!

- Mais bonita? Então quer dizer que você me me acha bonita?

 Um silêncio esquisito ganha espaço entre nós. Eu me espanto com o que acabo de dizer e Peter parece se surpreender também. Não era pra ter saído em voz alta! Ele levanta uma de suas sobrancelhas e não demora a sorrir. Aquele sorriso típico de garoto que está aprontando, que só ele conseguia ter. Ele não responde, apenas me encara com as grandes esferas negras que são seus olhos e dá uma risada rouca bem baixa.

 O que me deu na cabeça!? Que coisa idiota de se dizer. Ficou parecendo que eu me importo em saber o que ele acha de mim. Que estupidez! 

- Nem responda! Não me importa. - tento causar um ar despreocupado.

- É só uma expressão Kate. Não quer dizer que eu te ache bonita, maaas já que   insiste em saber...

- Não! - digo apressada o interrompendo - Eu entendi o que você quis dizer e disse que não me importo em saber o que você acha, mas...

- Mas você não resistiu e resolveu brincar um pouco também, me provocando. 

- O que!? Não! Eu não estav...

Ele coloca as mãos sobre minha boca impedindo a saída do som, como na sacada do meu quarto quando nos falamos e me arrasta pra trás de uma árvore. O tronco era grosso e largo, ocultava por completo nossas silhuetas. Peter havia me empurrado contra a madeira com certa força e pressa, mantendo uma mão sobre meus lábios e a outra apoiou na árvore, entre minha cabeça e ombro. Assustada com o ímpeto do rapaz, me encontrava encurralada. Tentei pisar no pé dele, como na primeira vez, mas ele foi mais ágil e me imobilizou com o corpo sobre o meu. Antes que eu mordesse a sua mão, ele tira ela de cima da minha boca e fala apreensivo susurrando:

- Dá pra ficar quieta! Eu ouvi passos! Acho que é um dos homens de Gancho. Seja lá o que você esteja pensando, me atacando desse jeito, faça depois! Ele é perigoso!

 Fico sem reação ao ouvir suas palavras e escoro a cabeça no tronco respirando fundo, agora, mais calma. Não consigo pensar em nada para descrever minha vergonha na hora. Um estalar de galho seco quebrando é ouvido perto de nós. Sinto o gelo na espinha e tranco o ar sem perceber. Peter pressiona de leve o dedo indicador sobre seus lábios, em sinal de silêncio. Ele escorrega a mão até o cinto, onde havia uma espécie de faca, parecia um punhal. Ele faz um sinal para que eu permanecesse no local e espicha a cabeça devagar pra observar o possível pirata. Nisso, Peter volta rápido e apoia a cabeça na árvore ao meu lado, um pouco acima da minha. Segundos depois uma flecha passa rente e se fixa em um caule fino na nossa frente. As penas eram verdes e se confundiam com as folhas. Havia algo marcado na extensão de madeira da flecha. Eu estreito os olhos e enchergo um P com acento agudo esculpido. Peter faz uma cara horrível e emburrada.

 - PIUÍ! - grita Peter com raiva - Você está querendo ser jogado no rio, para o Tic Tac!? Como ousa atirar essa coisa no seu líder! 

 Ele sai de trás da árvore e vai andando até quem parecia ser seu conhecido.

- Peter! É você! Desculpe.

 Ouço uma voz de garoto ser emitida com certo abalo.

- Claro que sou eu! O que pensa que está fazendo? Tentando me matar!?

- D-Desculpa. Pensei que fosse algum dos piratas. - a voz surge fraca.

- Da próxima vez...a seu moleque! Da próxima já sabe! 

- S-sim!

- Então quer dizer que terá próxima vez!?

- Não!

Então do nada ouço Peter rindo. Devagar coloco uma parte da cabeça pra fora e espio a cena. Peter parecia se divertir com as respostas receosas do garoto. Ele falava com um menino pequeno, aparentava ter a idade dos meus irmãos. Era loiro e vestia roupas surradas com capuz e botas feitos de pele. Ele me avista e aponta o arco em minha direção com uma velocidade impressionante para sua idade. Me escondo novamente atrás do tronco com a respiração curta e rápida. Estava com medo, até ouvir Peter novamente.

- Por que você está segurando esse arco prestes a atirar? 

- Eu acho que tem alguém nos ouvindo atrás daquela árvore. - diz entre sussurros. 

- Abaixe isso Piuí! Você não vai querer matar sua mãe, vai?

- Mãe!?

 Eu penso a mesma coisa. Mãe!? O que Peter estava falando para aquele garoto?  Ah! Me lembrei. Ele tinha comentado em Londres algo sobre, ser a mãe perfeita para os garotos perdidos. O pequeno Piuí deveria ser um deles.

- Pode sair Kate! Ele não vai te machucar, é um dos meus!

 Aos poucos vou aparecendo pra eles e me aproximo devagar. Quando chego perto dos dois os olhinhos castanhos me encaram com curiosidade e atenção. Ele pucha o pescoço de Peter e sussurra algo em seu ouvido. O ruivo ri do comentário e concorda com a cabeça. Me sinto incomodada, odeio ficar curiosa. Logo sinto duas mãosinhas agarrarem minha mão esquerda e levarem ela até os lábios do pequeno, que me deu um beijo suave e terno. Peter endurece a expressão e fica sério.

- Você não tem cara de mãe! - diz soltando meu braço olhando e me examinando. Depois ele pucha meu pescoço pra perto de sua cabeça, como havia feito com Peter e aproxima os lábios do meu ouvido, tirando uma careta emburrada de Pan.

 - Bom, Peter também não se parece com um pai. Está mais pra um irmão mais velho e valentão que gosta de curtir com a nossa cara. Mas ele não pode saber disso! Deixa ele acreditar que é pai, a gente não vira ração de crocodilo e tá tudo certo.

 Dou risada do comentário ingênuo e sincero. Peter se achava um pai então? Que visão peculiar sobre paternidade. Estava bem distante da realidade, de qualquer modo, imaginei que ele assumiu esse papel porque gosta da liderança. Só a parte do crocodilo me perturbava um pouco. Notando o incômodo de Peter com nossos segredinhos, resolvi fazer ele provar um pouco das suas "brincadeiras". Cochicho de volta no ouvido do Pequeno:

- Sem problemas, não irei contar pra ele. Mas temos que entrar no jogo dele. Parece que ele me escolheu pra ser a mãe. Eu posso ser boa pra vocês, garotos perdidos e ajudar vocês a se livrarem de broncas e... - paro e me atento a uma cicatriz no rosto do menino. Fico nervosa com isso, mas tento ignorar. Será que ele caiu, se machucou sem querer, ou foi Peter que fez aquilo? Não duvidava de nada. Pan não parecia maduro o bastante pra ser um pai. Claro, ele era um adolescente!  E aquela criança segurava aquela arma com muita experiência e jeito. Será que tinha algo a ver com os piratas? Não importava no momento. Eles, de fato pareciam precisar de alguém mais afetuoso e responsável. Talvez  eu não fosse a pessoa mais indicada a maternidade, mas ia fazer um esforço. Ver aquele rapazinho me fez lembrar de Ethan e Diogo e eu queria proteger ele.

- E...

- Ah! Desculpe haha. E posso evitar castigos. Vou contar histórias, fazer bolo e cuidar de vocês quando estiverem machucados, mas você também vai ter que me ajudar! Me fale sobre Peter, seus gostos e hábitos e seja bonzinho comigo. Me ajude a me adaptar a esse local. Uma mão lava a outra, o que acha?

 O garoto se afasta e parece sério pensando na resposta. A cara de Peter não podia ser melhor. Ele estava claramente curioso e brabo por não conseguir escutar nada. O pequeno loirinho pensava nas propostas e parecia se sentir estranhamente feliz. Me abraçou forte pelo pescoço me arrancando um sorriso e uma risada breve de Peter. Falou baixinho em meu ouvido:

- Ótimo! Agora que desviamos a atenção e dúvida dele, continue fingindo que estamos realmente tendo um momento mãe e filho e me escute. - eu fico impressionada com a esperteza do baixinho e continuo rindo e fingindo que estava tudo bem - Eu aceito sua proposta, mas eu serei o filho predileto e você vai me ajudar a descobrir o que Pan esconde. 

 Ele se afasta do abraço, entrega o arco para Peter que o pucha para um canto perguntando algo. Eu me levanto, encosto em uma árvore e fico pensando nas palavras. O que será que Peter esconde? 





Notas Finais


Escrevendo aqui pra agradecer os comentários e elogios. Vocês são demais!
Ps: Vcs viram que eu mudei a capa da fanfic? Eu adorava a outra, mas nessa tem mais detalhes marcantes da história. Então fiquem de olho nos detalhes 👀👀


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