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História O Outro Lado de Pan - Fantasmas do Passado


Escrita por: VRB

Notas do Autor


Oii pessoal! Nesse capítulo são reveladas lembranças da vida da Katherine, que vão afetar ela no futuro.
No "Notas Finais" eu deixei um recadinho pra vocês que estão me acompanhando😉 e também o link da música.
Tenham todos uma boa leitura!

Capítulo 4 - Fantasmas do Passado


Fanfic / Fanfiction O Outro Lado de Pan - Fantasmas do Passado

Cinco horas e todos já estavam de pé. O desjejum foi antecipado e a manhã foi marcada pelo barulho dos sapatos, pressionando o taco de madeira do piso. 

Eram passos apressados, indo e voltando nos corredores. As criadas subiam e desciam a escada e mamãe não parava de dar ordens, em um tom levemente acima do normal. A pobre Ana estava quase tendo um ataque de nervos, tendo que ouvir as demandas de minha mãe e repassá - las aos criados com perfeição.

Era o dia anterior ao noivado de Vanessa, minha irmã mais velha de 22 primaveras. A casa estava um caos e mamãe se preparava para receber, Vanessa e alguns parentes que viriam mais tarde para o noivado.

Eu queria muito rever minha irmã. Ela era a minha melhor amiga e contávamos tudo uma a outra. A sortuda tinha ido fazer compras na cidade luz, para o enchoval do casamento. Seu romance com Edgar durava meses e o casório já estava marcado.

Ethan e Diogo, meus irmãos caçulas, achavam todo aquele alvoroço muito entediante. Eu pensava o mesmo, mas eles passavam o dia todo fora, tendo aulas na casa de um tutor, já eu, tinha que ficar e aprender com a minha mãe como recepcionar as visitas, para futuramente ser uma boa dona de casa. Era sem graça e exaustivo.

Depois de passar a manhã e a tarde ajudando nos preparativos, fiquei sabendo que meus tios por parte de mãe também se hospedariam em nossa casa e viriam junto com eles meus intoleráveis primos. Sebastian o arrogante, que deveria estar no auge dos seus 20 anos, e Diana, a mimada, que completaria 15 no final do ano.

A verdade é que eu não via eles a muito tempo, desde os 9 anos, porém as lembranças que eu tinha deles não eram muito agradáveis.

Certa vez, quando fomos passar o verão na casa de campo do papai, Tio Stephan e Tia Rose foram convidados, e claro, Sebastian e Diana também foram. Eu tinha ganhado uma boneca de porcelana da Tia Rose, que gostava de me presentear quando nos viámos. Ela dizia que de todas as sobrinhas, eu era a preferida, devido ao meu temperamento forte. Eu também gostava muito da minha tia, mas não podia dizer o mesmo de sua filha. Quando a minha prima viu eu segurando a boneca, cismou que era dela e que Tia Rose tinha pegado do seu quarto sem o seu conhecimento. Era tudo mentira e minha tia havia dado uma bronca em Diana, por seu mal comportamento. Mais tarde, enquanto eu brincava com a boneca no jardim, minha prima se aproximou com os olhos cheios de raiva e tomou a boneca das minhas mãos. Depois, ela a jogou no chão com força, fazendo o bracinho delicado do brinquedo se quebrar, juntamente com a cabeça. Meus olhos se encheram de lágrimas e me lançei ao chão desesperada, tentando recolher os cacos. Nessa hora ela se aproxima, olha para o brinquedo satisfeita e diz com um sorriso sádico nos lábios:

- Oh! Como sou desastrada! Pobresinha da bonequinha...mas quem mandou não ser boazinha!? É tudo culpa sua Katherine! Minha mãe gritou comigo, por SUA culpa! 

- P-por q-que vo-ocê fez isso? - digo com a voz entrecortada aos soluços - A boneca não e-era sua!

- Eu sei... mas eu queria ela. E você estragou tudo! Mas agora, ela não é mais de ninguém hahaha.

E a menina sai saltitando em meio aos arbustos enquanto eu permaneço imóvel, chocada com a situação. Depois de um tempo, ergo a cabeça e vejo Sebastian a me olhar de longe. Ele desvia o olhar e sai de vista sem mover um músculo para me ajudar. Foi a partir desse dia que resolvi manter distância dos dois e criei uma "muralha" em volta de mim. Prometi a mim mesma nunca mais chorar por qualquer bobagem, ou por alguém que não me merecesse. Mas isso tinha passado, eu tinha virado uma moça forte e agora ia receber eles em minha casa. Existiam tantas formas de se mostrar superior e eu ia fazer isso! Mostrar a melhor educação que uma dama inglesa poderia oferecer, mas se algum deles tentasse atacar a mim e a minha família...palavras seriam lançadas da mesma altura. Eu estava munida, mas por consideração a Tia Rose e minha irmã, eu ia usufruir da boa cordialidade, tentando evitar desavenças.

No fim daquele dia cansativo, fui me banhar. Mandei que Lucy preparasse o banho, esperei a água esfriar, despensei a criada e fechei a porta do banheiro. Me despi. Mergulhei um pé com cuidado na banheira, verifiquei se a temperatura da água era boa. Estava agradável. Depois, imergi meu corpo na banheira, deixando de fora apenas minha cabeça e pescoço. Fecho os olhos e começo a pensar na privação que tem sido minha vida. Eu era controlada pelos costumes, pela família, pela minha mãe, pela reputação, até mesmo pelo futuro que nem tinha chegado, mas era previsível e devia ser imaculado. Tudo e todos tomavam controle da minha vida, menos eu mesma.

Encerrei o banho pincelando meus dedos sobre a água, fazendo suaves ondulações sobre o líquido e me perdendo em pensamentos. Depois, entrei no meu quarto, me sentei de frente a penteadeira e fui soltando os grampos do cabelo que se uniam formando um coque. Acabado o processo, olhei o reflexo no espelho. Por dentro daquelas curvas bem marcadas, gritava uma menina que queria ser livre, que precisava se libertar.


Notas Finais


Então pessoal! Quero agradecer todo o apoio e incentivo que estou recebendo.
Um beijo grandão pra quem comentou e favoritou. É sempre muito legal saber a opinião de vocês, ainda mais quando são construtivas.
E um agradecimento especial pra Pece, que me presenteou com essa imagem incrível que coloquei de capa.
Continuem registrando o que estão achando da história. Isso é muito inspirador e me ajuda a ver no estou acertando ou pecando.
Beijo pra todos!😙

Música: https://youtu.be/wCWzpY-8maA


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