História O Pós da Guerra - Wake up

Acordo, não reconheço onde me encontro, só quando a luz que emana das janelas iluminam alguns fios loiros que pairam no contra luz. Pego Peeta me observando curiosamente. Me ergo um pouco e sento na cabeceira.

- Oi - peeta me diz - Bom dia

- Oi, bom dia Peeta - eu digo baixo que nem sei se ele escuta

- fiz um café da manhã para nós, você está com fome? - Ele diz

- hmm, eu estou sim - falo aliviada por ele estar normal

- então vamos, antes que esfrie - diz sorrindo

Descemos as escadas lado a lado e vamos direto para cozinha. Lá vejo Pães frescos à la Peeta, os meus preferidos. Leite, bolo de chocolate e café. Salivo por antecipação, Peeta sempre cozinhou muito bem.
Nós sentamos e eu imediatamente me sirvo, comemos silenciosamente por estar muito bom. Quando acabamos, sinto que preciso retornar a minha casa, pois já fiquei muito tempo na casa de Peeta. Dessa vez ele não se opõe e eu sigo de volta para a minha casa.
   
Chegando lá, encontro tudo vazio e por um segundo sinto vontade de não ter saído da casa de Peeta, mas sabia que tínhamos que ir aos poucos. Alguns dias se passam e minha rotina continua sendo a mesma, não tenho muitas opções, a única novidade é Peeta mais presente em meu dia a dia.
Estou concentrada em um livro que comecei a redigir sobre minha vida, um tipo de terapia alternativa, Doutor Aurelius havia sugerido, quando ouço batidas na porta. Me levanto e me guio para a mesma. Abrindo-a me surpreendo com quem encontro. Gale.

- Oi catnip - Diz ele cauteloso

- olá Gale, o que o traz aqui? - digo na defensiva automática

- Eu, bem, tive que vir ao doze a trabalho e sei que não deveria, mas senti sua falta e precisava te ver. - ele dizia desconcertado

- não sei se isso é apropriado agora, gale -

- por favor, não me afaste Katniss, eu sei que não é justo, mas apenas deixe que eu faça parte de sua vida - me disse olhando com o rosto arrependido

- tudo bem, eu só não sei se conseguirei que isso seja como antes, você sabe - eu dizia mais para mim do que para ele

- Sim, sei bem disso - ele respondeu triste

- Mas, entre, está congelando ai fora - disse educadamente, apesar de tudo, era Gale, meu velho amigo.

Assim que Gale entrou, ele parecia acuado, apesar de seu ímpeto em ir até mim. Fiquei com um pouco de receio, mas apesar de tudo procurei agir de modo educado.

- Então, sente-se, por favor, aceita algo para beber? - Disse a ele

- não, obrigada catnip - Gale me disse com um sorriso

Me sentei a sua frente e fiquei com as mãos nos joelhos de maneira defensiva. Ele pareceu notar.

- estamos formais demais, acredito eu -

- Não sei bem como agir - respondi de modo sincero

- Katniss, eu vim até aqui, pedir mais que apenas voltar para sua vida, vim implorar seu perdão novamente, preciso dele - Gale abaixou o semblante e eu sabia que não era justo com ele o julgamento tão duro que eu tinha imposto.

- Gale, você não tem que me pedir perdão, eu não preciso disso, foi uma infeliz situação, um passado que não quero lembrar, vamos deixar que o tempo amenize - falei sem olhar para ele diretamente

- Eu entendo, mas eu preciso que diga que me perdoa, pois eu tinha obrigações com você e descomprimi várias delas e indiretamente eu fui o responsável pela perda dela.. - Gale disse com os olhos brilhantes de lágrimas
Eu sabia que ele falava da minha patinho, a dor era ainda muito proeminente no meu âmago.

- Gale, se isso é tão importante, então eu te perdôo - Eu falei olhando pela primeira vez diretamente para ele.

Ele assentiu como agradecendo, quando a porta da frente soa por batidas novamente e eu peço licença a Gale e vou em direção a ela. Abro-a e encontro meu garoto com o pão, Peeta. Não preciso avisar de minha visita, pois seus olhos se estreitam para a direção do corpo sentado em meu sofá e sinto uma enorme insegurança ao analisar a situação.
Peeta ainda estava em processo de adaptação e não sei se ver Gale ali, era algo com o que ele lidaria bem. Como se uma confirmação ele me olha e suas iris escurecem e sem nem abrir a boca, ele sair apressado de volta para sua casa. Eu penso em chamá-lo ou ir atrás dele, mas temo sua reação negativa e covardemente permaneço estática vendo Peeta entrar em sua casa e bater a porta.

- Catnip, vocês estão juntos? - Gale se manifesta atrás de mim, mostrando que percebeu a cena

- Gale, não sei bem se isso é algo que eu deva responder a você - falo grosseiramente, pela pergunta dele.

- Oh, claro, sinto muito é que ainda sinto algo por você - ele despenca essas palavras que chegam em mim pensadamente

De repente, quero ficar só.

- Gale, se não se importa, preciso pensar e ficar sozinha - falo ainda de pé na porta

- claro Catnip, eu vou te dar um tempo, foi bom te rever, espero poder voltar - Gale disse próximo a mim e sem que eu reaja ele me dá um beijo na bochecha.

Então após ele sair, fecho a porta e me escoro nela, digerindo tudo o que vivi nos últimos minutos. Não sei quanto tempo permaneço ali, só vejo que preciso conversar com ele. Peeta.

"Quem pode dizer aonde vai a estrada?
Para onde vão os dias?
Só o tempo

E quem pode dizer se o seu amor crescerá
Conforme seu coração escolher?
Só o tempo"

(Only time - Enya)