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História O preço do prazer - Red lipstick


Escrita por: _Janna

Notas do Autor


Yooooooooo, voltei para o nono capítulo dessa fic. Que felicidade s2
Quero agradecer ao feedback maravilhoso que recebi no último capítulo gente, estou sem palavras pra tanto carinho.

*Informo previamente que levei todas as sugestões em consideração, mas infelizmente tinha que ser só um. Muito obrigada a todo que comentaram e indicaram, é importante pra mim saber o que estão achando!

Boa Leitura!!!

Capítulo 9 - Red lipstick


O carro de Itachi é uma verdadeira máquina. Nem chego a sentir o caminho ser percorrido até o local da festa. O veículo desliza sob o asfalto das avenidas e a única coisa que pode causar um possível acidente é a falta de atenção no trânsito do próprio dono do automóvel que tem os olhos gulosos para minhas pernas. Ele mal disfarça quando gira o rosto e aperta o volante com vontade, aguenta Itachi, a noite é só uma criança. Penso enquanto permaneço bem acomodada no banco do passageiro admirando a vista noturna de Nova York. 

A família de Itachi, os Uchiha's, são donos de uma das maiores empresas automobilísticas do estado. O que permite aos filhos andarem sempre ostentando um carro diferente por dia. Sei que ele tem um irmão mais novo, mas não o conheço.

Ele continua a me comer com os olhos deliberadamente. Estou me contorcendo por dentro respirando fundo e inalando o odor de seu perfume. Isso. É disso que eu estou falando. Entretanto ainda preciso ser profissional e me segurar pelo menos até o final da noite.

Estou representando meu trabalho e não posso me dar ao luxo de estragar tudo. Mesmo que o cheiro desse homem esteja me chamando como uma bela cadela no cio. Seu olhar furtivo escapa de minhas pernas até o caminho adiante, deve estar se perguntando se estou de calcinha ou não. 

— Você tá usando calcinha? — arqueio minha sobrancelha girando minimamente a cabeça em sua direção, ele está me fitando intensamente aguardando minha resposta. Estamos no farol vermelho. Vermelho. Cor de sexo. O olhar que lhe lanço é fugaz e estou tentada a responder e provoca-lo um pouco mais, ou provoco-lo muito mais sem saber a resposta. 

Fico com a segunda alternativa. 

— Seu irmão quem vai assumir a empresa? — devolvo mudando totalmente o rumo da conversa, olho rapidamente na direção do retrovisor e vejo a linha de carros e seus faróis acessos, parados atrás de nós. Logo voltando em sua direção. 

— Não vamos falar sobre isso? — indaga-me e seu tom é sutil, compreendo bem o que ele quer dizer. 

— Ótimo. — respondo.

— Ótimo. — ele diz.

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Chegamos ao local comumente pontuais. A grande casa de eventos onde ocorreria o NYC — New York Companies — já estava bem cheio na entrada. Haviam repórteres e jornalistas com suas câmeras e microfones das respectivas emissoras, assim como blogueiros e várias pessoas curiosas para verem os convidados subirem as escadarias. 

O tapete vermelho vinha da entrada até o último degrau do enorme lance de escadas. Eram uns trinta pra não exagerar. Lá em cima as pessoas paravam para serem fotografadas e aqui embaixo o fluxo de carros importados e das melhores marcas não paravam. Vários manobristas da segurança do evento faziam seu trabalho. 

Itachi então desceu do veículo e como um cavalheiro entregou as chaves para um dos responsáveis em estacionar o veículo e abriu a porta para mim, estendendo uma mão de maneira galanteadora e formal até demais. A minha palma pequena repousou sob a dele e assim que uma de minhas pernas fora posta para fora e meu pé tocou o chão, o show de flashs começou. 

Sinceramente eu não era conhecida, não tinham várias pessoas comentando o nome de minha família e nem minhas fotos não estampavam as capas de jornais. Eu era uma das jornalistas da NY:News!, apenas. E só recebia essa atenção no momento por estar acompanhada do Uchiha. As pessoas não sabem quem eu sou para além das matérias, praticamente todo cidadão curioso da cidade já deve ter lido ou visto algo que escrevi, recomendei ou ajudei a fazer, mas isso não implica dizer que eles deveriam me conhecer.

Bem, creio que após essa noite não passarei mais despercebida. 

Firmo meus dois pés no chão assim que fico de pé e mantenho uma pose altiva, sei como me portar diante dessas situações, não é à toa que fui escolhida pela empresa para representa-la. Minha postura ereta e a mão direita que segurava a carteira de mão do lado direito do corpo, enquanto o meu braço esquerdo estava dado ao de Itachi. Meus cabelos já não estão jogados para um único lado, agora os fios podem se mover livre e discretamente em minhas costas e ombros. 

Seguimos sem pressa pelo longo lance de escadas e ao chegarmos no fim da mesma, caminhamos até a frente de uma parede meramente fotográfica com os nomes de todos os colaboradores, organizadores e envolvidos de maneira geral no evento, na forma das logomarcas no grande painel. É onde as perguntas e as fotos começam. 

Um ao lado do outro, educadamente um braço do moreno que circundava minha cintura e os olhos curiosos de todos.

— Senhor Uchiha, ela é sua namorada? — um indaga, mas estamos mirando uma das câmeras que nos fotografa e permanecendo formais. Talvez pela mão de Itachi está possessivamente em minha cintura, isso aumente as indagações dos curiosos.

— Há quanto tempo estão juntos? — outro quer saber. Nos viramos um pouco para mudar a pose, nossas expressões faciais não variam muito. Permanecemos sérios e indiferentes, como se não fôssemos ou não nos importássemos com a presença e a curiosidade de toda aquela gente.

Quando finalmente outros convidados chegaram para a sessão de fotos na entrada, giramos os calcanhares e seguimos em direção a glamourosa entrada do evento sem falar nada. Onde a partir de lá apenas os verdadeiros convidados saberiam dos acontecimentos da noite. 

— Senhor Itachi, por favor... Quando pretendem assumir publicamente o relacionamento? — com a pergunta distante de um repórter, o Uchiha me olha sugestivamente de soslaio. Vejo pela minha visão panorâmica seu riso de canto bastante insinuativo. Mas não devolvo o olhar e acho que ele entende a situação.

— Você se porta muito bem. Acertei em cheio em convida-la e tive sorte por aceitar ser minha companhia. — ele diz assim que passamos pelas enormes portas de vidros que estavam abertas. Em resposta eu apenas demonstro um sorriso.

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Glamouroso, sutil e muito sofisticado era o que podia-se dizer da decoração do evento. Após passarmos pelas entradas onde entregávamos os convites, caminhamos sob uma passarela de vidro que ficava acima de uma piscina cheia de luzes. Nas bordas extremas haviam várias plantas que iam do chão ao teto, algumas penduradas em jarros belíssimos nas paredes.

O salão onde ocorria o evento era demasiadamente discreto e aconchegante, com todo o luxo que os convidados mereciam. Os empresários que investiam aqui realmente davam duro, mas era um acontecimento importante para fazer novos negócios e a chance perfeita de apresentar os futuros sócios aos filhos e sucessores. Por isso o nome NYC.

Haviam alguns jarros medianos com palmeiras de quase dois metros de altura espalhados pelos quatro cantos do salão e que davam um ar mais elegante a ornamentação. Sofás acolchoados tinham aos montes, todos forrados com veludo marrom, assim como luzes fortes em lugares estratégicos. Em duas das quatro paredes que fechavam o lugar, cortinas pretas e transparentes caíam até o chão. Nas outras duas, uma era um espaço com uma escada que dava para a área superior e atrás de mim a parte da entrada com a passarela.

Não haviam mesas individuais e era intencional. A ideia do evento era socializar. Para pelo menos umas trinta mesas que ali haviam, mais da metade já estavam cheias e na outra metade já haviam vários convidados. Eram de oito a doze cadeiras por mesa. No canto de encontro entre as duas paredes da cortina estava o palco e alguns músicos tocando os clássicos lentos e tornando o ambiente mais agradável. Os lustres no teto eram enormes e chamavam bastante atenção.

Mais para o lado do lazer onde havia a escada, ficava próxima das mesas com vários petiscos, bebidas e um bar onde um barman atendia aos convidados. Mais para a direita uma mesa arrumada porém vazia, a qual provavelmente seria servida o jantar.

Após congelar por fora e queimar por dentro no ar carro de Itachi, a temperatura abaixo dos dezesseis graus não mais me incomodava. 

Caminhamos entre a multidão e as mesas, o Uchiha educadamente mantinha o braço em postura para que o meu repousasse sob o mesmo. 

Itachi foi cumprimentado por várias pessoas. Dentre elas alguns rostos ou sobrenomes me eram conhecidos e os outros dos quais nunca ouvi falar. E em sua maioria vários pareciam ser estrangeiros.

Em dado momento estávamos conversando com um dos sócios da automobilística dos Uchihas's e o qual era um amigo da família também, quando um outro rapaz se aproxima e nos encara por um longo período de tempo. Ele estava bem vestido, mas meu acompanhante não parecia tão satisfeito pela forma que ele nos encarava.  

— Arranjou uma namoradinha, irmão? Ou só vai comer ela por hoje e amanhã vai dizer que vai ligar pra ela te esperar o resto da vida? — quando ele pronunciou a frase, além de mim, Itachi e o homem olhamos de canto na direção do mesmo e com uma troca de olhares o moreno ao meu lado se despediu do sócio que saiu e nos deu privacidade. Ele nos olhava com certo deboche. Quando algo me chama atenção, estou reconhecendo o sujeito.

— Sasuke, tenha mais respeito. — o tom de Itachi é muito sério e cauteloso.

— Conheço você... — digo sem demonstrar nada além de uma vaga lembrança em minha mente. — Você saía com a Sakura. — digo e seus olhos negros que até o momento fitavam meu acompanhante com deboche, se tornam fendas em minha direção. 

— Eu não saía com ela, ela quem saía comigo. — respondeu voltando a suavizar sua expressão. Conheci Uchiha Sasuke durante o relacionamento conturbado que ele teve com minha vizinha de prédio, Haruno Sakura.

Os dois pareciam ir muito bem, até que por motivos publicamente desconhecidos, ela terminou com ele. Jamais me esqueceria do show que ele fez na porta do nosso prédio, aparentemente bêbado. Naquela noite havia mais polícia rondando nosso apartamento do que haveria se fosse uma festa adulta só com adolescentes. Por outro lado Sakura também ficou arrasada, foi-se mais de uma semana que fiquei sem ver a Haruno até que a mesma voltou a ir para o trabalho na segunda seguinte. 

Mas jamais em toda minha vida eu sonharia que ele era o irmão mais novo de Itachi e consequentemente um Uchiha.

— Perdão senhorita Mitsashi, aparentemente meu irmãozinho não superou o término. — Itachi disse enquanto Sasuke e eu nos encarávamos. Quando o Uchiha mais novo semicerrou os olhos na direção do mais velho.

— Pois é, Sasuke, nós mulheres não gostamos de sermos sufocadas. — disse totalmente informal ao pronunciar seu primeiro nome e novamente sua atenção se voltou para mim. Dessa vez ele parecia mais triste.

— Amor só te sufoca quando você não sente na mesma proporção que o outro. — respondeu e demonstrei discretamente uma expressão de surpresa diante de sua fala. Uchiha Sasuke era intelectual quando o assunto eram as mulheres?

— Mas em determinado ponto vira obsessão. — uma quarta voz extremamente insinuativa e conhecida se fez presente. E que inconscientemente fez os pelos de minha nuca eriçarem de maneira deliciosa ao captar aquele timbre único e cheio de maldade.

Nossa atenção se voltou na direção do intruso que se aproximava com um copo de conhaque pela minha direita, degustando da bebida assim que concluiu a frase. Seus olhos perolados estavam voltados na direção de Uchiha Sasuke, como se desse a entender a direção de seus pensamentos. Quando na verdade eu sabia bem para quem ele realmente queria dizer aquilo, eu. 

— Boas noites senhores Uchiha's... Mitsashi. — disse enfim cravando sua atenção em mim.

E confesso que é difícil me manter impassível quando ele está tão lindo naquele terno preto sob medida, sem gravata e com os dois botões superiores abertos, mostrando parte da camisa social branca de dentro. Os cabelos, diferente de como ele usa formalmente, estão soltos e os longos fios chegam facilmente até a cintura. Mas o que me deixa aérea por um breve segundo é seu perfume... Ah, esse perfume, tem um cheiro tão forte de macho que domina na cama. 

Neji desce os olhos pelo meu corpo e sinto seu olhar queimar a medida em que me examina. Por um breve segundo sua respiração se torna mais pesada e sinto uma deliciosa pontada abaixo do ventre. Ainda com a cabeça baixa ele me olha discretamente e logo em seguida disfarça bebendo outro gole.

Jogando sujo, não é filho da puta?

— E o você parece entender bem sobre o assunto, não é senhor Hyuuga? — Sasuke se pronuncia e olhamos de canto para ele, o Uchiha revira os olhos bufando frustrado e sem esperar resposta se vira. — Com licença. — diz simplesmente e apesar de estar frio o ambiente, o clima ao nosso redor se torna perigosamente quente.

— Se conhecem? — a voz de Itachi quebra o breve silêncio e apesar de moderada, passa bastante do que ele está sentindo no momento. Aparentemente insatisfeito com a chegada do Hyuuga. Sentindo-se ameaçado? Talvez. Ah, faça-me o favor, não veria problema algum de dar para os dois ao mesmo tempo. Na verdade a ideia me parece bem tentadora.

— Sim. — respondeu Neji voltando a fitá-lo, ambos se encaram de uma maneira um tanto quanto competitiva. Oh céus, estou no meio de um embate de machos que liberam tensão e testosterona em cada olhar. Isso é demais pra minha vadia interior que tá assistindo de camarote e não sabe por quem torcer. — A senhorita Mitsashi entrevistou a mim e a minha prima recentemente para uma matéria na revista onde trabalha. — disse deixando claro que não era apenas isso, bebericando um pouco mais da bebida sem tirar os olhos de Itachi.

O Uchiha então esboçou um sorriso e deslizou um braço pelas minhas costas e firmou a mão em minha cintura, Neji baixou os olhos bufando discretamente. E pisquei atônita e excitada.

— Oh...! — Itachi fingiu surpresa, ao mesmo tempo que agiu como se me agarrar em público fosse algo extremamente rotineiro. — Então a minha querida Mitsashi tem mania de tirar o nome das empresas da lama com suas matérias magníficas? — disse insinuativo.

Caralho. Neji travou como se tentasse impedir o próprio corpo de cometer uma loucura, vi suas mãos tremerem enquanto ele segurava o corpo. Elas tremiam tanto que o líquido dentro da peça de vidro chegava a chacoalhar. Inconscientemente também senti um tremor, por que ver aquilo me atingia diretamente?

E o olhar que Neji lhe devolveu não fora nada amigável, ao contrário do Uchiha que demonstrava a sombra de um sorriso. Arfei pesado, é tensão demais pra uma mulher excitada aguentar.

— Fala por experiência própria, Itachi? — ele devolve com um sorriso cínico e forçado, e o que o meu acompanhava ostentava nos lábios morre na mesma hora. A expressão do Uchiha se torna séria e me sinto no meio de uma competição onde aparentemente o prêmio sou eu. Pra que isso, homens? Tem Tenten pra todo mundo. E o ar se torna cada vez mais rarefeito, ou sou eu que estou internamente transtornada demais pra aguentar.

— Pelo menos não são íntimos...— Itachi diz com um tom mais duro, voltando sua atenção para mim como se fosse lhe falar algo. 

— É o que pensa. — a voz sutil do Hyuuga novamente se faz presente e ele bebe um pouco mais do conhaque. Itachi que abriu a boca pra me falar algo, volta sua atenção para Neji com o olhar mortal. Este por sua vez voltou sua atenção para um ponto qualquer do salão.

— O que disse, senhor Hyuuga? — a indagação do Uchiha não é amigável. Aparentemente Itachi está chegando ao limite com as insinuações do Hyuuga e não sei se ele realmente está acreditando ou só se irritando com a prepotência do outro. Mas Neji não ficava pra trás, então voltou novamente sua atenção para ele e sua expressão era indiferente e despreocupado. Demonstrando não se intimidar. 

Porra, isso é pressão demais.

— Eu disse que é o que pensa. É o que pensa não sermos íntimos. — girei meu pescoço em sua direção e vi seu sorriso de canto, ao conquistar o que finalmente queria — minha atenção — o moreno de olhos incolores ergueu o copo como se brindasse algo e piscou para mim. Filho de uma cadela. Engoli em seco sentindo aquela tensão entalar em minha garganta.

— Não. Não é o que penso. Porque vocês não são íntimos, não mais. — a resposta de Itachi fez meu pescoço se voltar para si diante de minha perplexidade. Isso está tomando proporções titânicas. O sorriso prepotente de Neji morre no mesmo segundo e os machos voltam a se encarar.

Caralho Tenten, onde foi que tu se meteu? Pergunto-me.

— AH meu Deus! Tenten, você veio mesmo! — Hinata chegou afobada antes que um desastre acontecesse. Sorri amigável e confusa para a Hyuuga. Embora estivesse agradecida pela chegada repentina da mesma ter quebrado um pouco da tensão, fiquei perplexa com sua fala. Como ela sabia que eu viria? 

— C-Como assim? — não gaguejei de nervosismo e sim de perplexidade, por que sinto que algo não se encaixa? — Como sabia que eu viria? — meus olhos voaram para o Hyuuga mais alto que estava terminando de beber de seu conhaque. Seus olhos estavam sobre mim e não revelavam nada. 

— Oh... É que depois que você fez a entrevista com a gente, ficamos sabendo sobre o evento e temi sobre quem viria representando a NY:News!, então o Neji sugeriu que já que foi você quem fez a matéria sobre nós, era melhor que você então viesse também. Já que já está mais adaptada e já nos conhecia melhor... — ela disse com um enorme sorriso e eu só conseguia responde-la com um forçado que não mostrava os dentes, assim como tentava passar surpresa em minha expressão facial enquanto movia a cabeça assentindo.

— Mais adaptada. — o Hyuuga disse dançando a língua dentro da boca e colocando a mão livre dentro do bolso da calça, maldito. Meus olhos faiscaram silenciosamente ao encontrar os dele novamente. O desgraçado me olhava sugestivamente, mas sabia ser discreto.

— Conhecia melhor. — foi a voz de Itachi que soou atrás de mim e num ímpeto girei o pescoço e compreendi o que estava se passando ali. Novamente os homens gostosos pra caralho se encaravam num embate visual.

— Sim, e eu adorei a ideia porque adorei você! — Hinata continuou e novamente voltei minha atenção para ela com uma descrença surreal em minha face, piscando meus cílios longos algumas vezes. A Hyuuga realmente não sentiu a inquietude que está rolando aqui ou simplesmente ignorou? — Então nós enviamos a proposta para o diretor de sua empresa e aqui está você! — fez um sinal de cima abaixo apontando para mim. Sorri assentindo, Hinata estava linda em um vestido longo roxo. Os cabelos azulados estavam presos em um coque bem feito e algumas joias adornavam seu pescoço, pulso e orelhas. — E a propósito... Você está linda! — exclamou, seu sorriso era contagiante. Essa mulher tinha um dom único de passar uma leveza e tranquilidade em sua presença. Sorri verdadeiramente agradecida pelo elogio, assentindo num menear.

— Obrigada Hinata, você também está linda! — agradeci e ela deu as mãos em frente ao corpo, jogando um pouco a cabeça de lado e corando. Céus, ela está com vergonha do meu elogio? 

— Eu também tenho que agradece-la, senhorita Hyuuga. — Itachi novamente fez questão de se mostrar presente. O Uchiha aproveitou que eu me encontrava de frente a Hinata e de costas para ele e se aproximou me abraçando por trás. Tremi arqueando a coluna ao senti-lo pressionar seu corpo contra o meu, colocando novamente a mão direita em minha cintura e barriga, firmando nossos corpos. O rosto do mesmo repouso sob meu ombro esquerdo e eu até podia ver o sorriso sugestivo que havia em seus lábios. Ah, é pressão demais pra uma mulher só. Eu tô me sentindo no limite do que posso suportar, minhas pernas em breve pedirão socorro, e minha boceta também. Hinata lhe olhou curiosa pelo agradecimento. — Agradeço por ter dado um jeito da senhorita Mitsashi vir e assim poder ser minha acompanhante. — ele desencostou o queixo de meu ombro e com a mão que repousava em minha cintura o Uchiha puxou alguns fios de meus cabelos da região, puxando-os totalmente para o lado direito e mirando meu pescoço desnudo. 

O movimento e a situação eram demasiadamente provocativos, senti minhas pernas fraquejarem um pouco e apertei a bolsa que carregava comigo com as duas mãos de tal maneira que poderia sentir os nós dos dedos esbranquiçarem. Assim como comprimi os dedos dos pés dentro do salto, tentando inutilmente liberar a tensão que ele me despertou. Por fim ele depositou os lábios beijando de maneira casta ao mesmo tempo que provocativa a pele da região próxima ao lóbulo de minha orelha. Arfei engolindo em seco e foi impossível não mirar naquele instante Neji que segurava o copo de vidro com tanta força que seus dedos estavam brancos e poderia jurar que o objeto se quebraria a qualquer instante. Até Hinata voltou sua atenção para ele diante do suspiro longo e pesado. Pela primeira vez na vida vi aqueles olhos brancos se tornarem enegrecidos e anuviados ao mesmo tempo, figuradamente falando, é claro. Mas o olhar de Neji pesou de uma forma que até minha vadia interior se excitou e se assombrou perante tanta magnitude de poder e presença. Eu continuava estática, com receio de me mover e fazer qualquer besteira que fosse e estragar a noite. Nossos olhos se fitavam intensamente, foi quando ele quebrou o contato visual voltando-se para Itachi.

— Nesse caso também tem que me agradecer Uchiha, já que ambos contribuímos para isso. — ele tava puto, tava muito puto. Conseguia ver na leitura corporal do Hyuuga que o mesmo estava tenso e irritado, como um sádico que acaba de perder seu brinquedo favorito.

E inconscientemente a ideia dele ser meu sádico e eu sei brinquedo favorito me instigou, excitei-me ao ponto de engolir meu próprio gemido. Eu sou muito vadia mesmo, e amo isso. E caralho, como isso é sexy. É como dar um passo cada vez mais pro escuro e pro perigo.

— Oh, tem toda razão! — Itachi voltou a endireitar a postura e isso me permitiu respirar um pouco. Sua proximidade por trás e o peso dos olhos incolor estavam me sufocando, mesmo que Neji mantivesse distância, era cada vez mais difícil manter a sanidade sabendo que muito provavelmente ele estaria pensando em alguma maneira de me punir por fazer aquilo com ele. Meu céu, minha boceta já tá latejando por me sentir no meio dessa disputa. Era como jogar um pedaço de carne para dois cães bravos. — Muito obrigado então, senhor Hyuuga. — olhei de canto para o Uchiha e vi seu sorriso de canto completamente sarcástico. Estava na cara que esses dois iriam se provocar até um deles fraquejar. E algo me diz que a probabilidade não está favorável para o Hyuuga, embora eu duvide muito que ele aceitará ficar por baixo em qualquer situação que seja.

— Não fiz isso por você! — exclamou colocando o copo vazio sob a bandeja de um dos garçons que passava no momento, pegando o rapaz desprevenido com o gesto. Ainda bem, via a qualquer momento ele quebrando aquilo na cabeça do outro. Tsc. Homens... Quanto mais ricos, bonitos e gostosos, mais egocêntricos. — Tenha plena certeza disso! — Neji completou com a mesma carranca de antes, aparentemente após o ato de Itachi, o Hyuuga não via mais graça na situação. Isso é por mim? Ah, faça-me o favor Neji... Pensava.

— Então tá... — Hinata retomou a palavra, mais uma vez salvando o dia. Aparentemente desta vez a Hyuuga notara a tensão que pairava naquele círculo de pessoas, ou melhor, de machos. Voltou sua atenção para mim. — Vem Tenten, deixa esses dois aí que eu quero te apresentar pra algumas pessoas...  — ela me disse, deixando claro em sua fala que era melhor que os dois resolvessem seus problemas à sós. Ah Hinata... Se você soubesse que o problema deles sou eu... Continuo pensando.

— Ah! Claro. — respondi. Após a diminuição de toda aquela tensão, realmente, a ideia dos machos brigando por mim foi excitante. Era um jogo onde vencia quem soubesse me provocar melhor.

Dizer que é egocentrismo demais querer mais disso? Não, é amor próprio. E eu estou provando a eles que, antes de me render a eles, eu me rendo a mim. Mas o jogo não acabaria ali.

— Tudo bem então, querida. Irei procurar meu querido irmãozinho. — Itachi diz e o olho por sob o ombro, fui interceptada por um beijo no canto esquerdo da boca. E sentir os lábios de Uchiha Itachi tão próximos dos meus e num quase beijo surpresa me deixou fervendo. Esse macho quer  mesmo marcar território a respeito do outro. Mas é o Neji, Itachi. Ele não vai deixar barato. E sinceramente estou excitada para saber o que vem a seguir.

— Ótimo... Obrigada Itachi. — Hinata se pronunciou como sempre educada ao notar meu silêncio. A verdade é que preferi me manter quieta, apenas observando. A Hyuuga me pegou pelo braço e se virou caminhando para fora dali. Passei por Neji e o mirei de canto, seus olhos estavam baixos e havia algo em sua expressão que não consegui ler, Neji num movimento rápido me olhou de soslaio e eu soube que aquilo para ele era uma guerra e que ele não estava disposto a sair como perdedor.

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Hinata era disputada, descobri isso em menos de cinco minutos que fiquei à sós em sua presença. A Hyuuga apesar de tímida, sabia se portar muito bem diante de futuros sócios. Pedi licença me afastando com certo nojo de alguns homens que lhes tinham idade para ser meu avô olhando minhas pernas de maneira maliciosa. Isso sim é desestimulante para qualquer mulher. 

Procurei Itachi discretamente com os olhos enquanto caminhava dentre as várias pessoas presentes no evento. Todos muito bem vestidos, mas homens bonitos se destacavam. Foi quando vi meu acompanhante num local mais reservado próximo a saída conversando com seu irmão mais novo. Conversando? Bom, perante suas expressões faciais, a conversa não estava sendo nada boa.

Respirei fundo e girei o pescoço procurando algo para passar o tempo, era obvio que não iria me intrometer nos assuntos de família. Com as duas mãos em frente ao corpo segurando minha carteira de mão na região de frente a virilha. Pensei em bebericar algo enquanto observava o movimento, mas decidi por fim ir até o banheiro para não parecer perdida no meio desse ambiente. É de assustar como as pessoas aqui são observadoras.

Haviam alguns banheiros espalhados pelo local, questionei a um dos garçons um deles e o mesmo me indicou um que ficava no andar superior. Segui caminho caminhando com o nariz em pé e notei que os corredores não eram tão movimentados. Logo deduzindo que a festa se concentrava lá embaixo. Não foi difícil achar o toalete, pois duas mulheres de mais ou menos trinta anos saíam do mesmo naquele instante.

O local era iluminado e tinha cheiro de limpeza. Grandes espelhos e cinco pias de mármore branco, sendo uma delas adaptada para deficientes. As cabines com os sanitários possuíam portas de vidro adequadas para a situação de não revelar nada além dos pés das usuárias. Por fim uma cabine maior com um chuveiro e um sanitário também adaptado. 

Parei de frente ao espelho e perdi um pouco a noção do tempo ao me encarar no reflexo do mesmo. Degustando ao máximo daquela sensação sublime de amar-me em primeiro lugar. Puta que pariu, que mulherão da porra eu sou. 

Meus olhos desceram pelo meu corpo contornando minhas curvas e fizeram o caminho reverso parando em meu rosto, cerrei os olhos mirando meus lábios incolores. Não havia colocado nenhum batom para a ocasião. Então me aproximei mais da bancada e apoiei minha carteira sob a mesma, abrindo-a e procurando meu pincel labial. 

Destampei o frasco do batom e girei na parte inferior a peça que fez o mesmo subir. Encarei o tubo escarlate por algum tempo e então me joguei sob o mármore marrom da plataforma da pia. No movimento empinei a bunda e curvei meu corpo para frente, o bastante para meu rosto ficar próximo ao espelho e eu conseguir encarar de perto essa mulher maravilhosa que me olhava sensualmente de volta. Havia um brilho em meu olhar causado pela luz acima do espelho, meus cabelos caíam pelas minhas costas, de lado e pelos ombros. Quase arrastando na pia. A mão esquerda estava espalmada sob o mármore enquanto a direita segurava o batom vermelho. Deslizei-o então pelos meus lábios, pintando a carne da cor que representava o sangue. O sexo.

Pisquei lentamente meus cílios longos encarando a minha visão enquanto esfregava os lábios um no outro. Através do espelho vi a porta ser aberta e alguém entrar, mas estava ocupada demais me amando. Embora já soubesse de quem se tratava. Seu cheiro excêntrico e amadeirado rapidamente inundou o ambiente e me deixou ainda mais propensa a cometer uma loucura.

Então girei o pescoço apenas o suficiente para olha-lo de canto. Seu terno; Seu rolex; Seus cabelos longos, soltos; Suas mãos no bolso e sua marca registrada... Aqueles olhos que tinham vida própria e que brilhavam mais que os meus de puro luxo, volúpia e devassidão encarando minha bunda empinada. 

— Não deveria ter vindo pra esse evento sem calcinha, Mitsashi. — ríspido em seu tom fazendo minhas entranhas revirarem e minha boceta latejar. Minha resposta foi mostrar os dentes em um sorriso lascivo e baixar o rosto lentamente, mantenho meus olhos fixos nos dele após notar um delicioso volume chamativo entre suas calças.


Notas Finais


OIEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!
Quem falar que não gostou da treta vai levar um cascudo! Brincadeirinha gente e.e
Mas esse capítulo foi interessante do início ao fim no meu ponto de vista, sério mesmo!
E então, o que acham que vai acontecer no próximo? kkkkk Se eu disser que não tenho muitas ideias vocês acreditam? Tô tentando formular tudo ainda :c

Então, ajuda a autora e dá aquele incentivo, comenta aí galera. Estou muito feliz por estarem comentando sempre, é importante pra mim, não tô brincando. E pros fantasminhas de plantão, podem aparecer tá? Eu não mordo e sou um amorzinho :3
Sério mesmo, fico muito feliz tá? E não custa nada pra vocês o/

Desde já meu muito obrigada e até o próximo ;*


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