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História O Presente de Aniversário - Capítulo Único


Escrita por: TJStephens

Notas do Autor


Então, olár!
Nunca escrevi uma coisa tão pura, tão mel com açúcar, tão fofa, na vida. Mas me agradou (MUITO) o produto final.
Essa fanfic é tem algumas referências. Sugiro que leiam a letra de "Your Name", escrita pelo Jinkizinho lindo meu amor e escutem a música enquanto leem - eu gosto de ler escutando músicas que condizem com as coisas escritas, mas é só uma sugestão mesmo ^.^
Outra coisa é catar algumas fotinhas do Key no instagram haha, mas todxs shwaols já fazem isso ao natural, não vou ser enfática nesse ponto /morta.
Boa leitura! /não chorem, não se deprimam (sugestão!)

Capítulo 1 - Capítulo Único


Segunda-feira, manhã de folga. Não, não era um dia normal, embora o sol estivesse lá, bem alto e brilhante no céu daquele fim de verão.

Um jovem homem de cabelos pretos e pele muito branca ainda dormia na parte inferior de seu beliche. Enquanto isso, um outro homem, já menos jovem que o do primeiro, saía pé ante pé do pequeno apartamento que dividiam.

Ele ia, com seus cabelos castanhos escondidos em um de seus bonés favoritos, apoiado em uma muleta: torcera o pé durante um show da nova turnê que ele e seu grupo estavam promovendo.

 Entrou em uma grande loja, comprou o que queria, saiu e rumou para um café próximo, onde pediu ao atendente uma mesa para duas pessoas que fosse o mais longe possível da visão externa. O atendente o acompanhou até a mesa mais ao fundo e o homem agradeceu. Ele sentou-se no estofado bege à parede e escorou sua muleta na ponta da mesa, colocou sua compra no colo e retirou o celular do bolso.

A música do celular tocava baixinho enquanto a ligação não era atendida. Fez-se uma segunda tentativa; o homem no café não sabia se seu destinatário estava ou não se vingando por uma vez que este o chamara em um programa ao vivo e não fora atendido. Porém, se fosse isso, sua ligação também não seria respondida, a qual foi.

- Yeonggam-nim, por que você está me ligando uma hora dessas? – A voz do outro lado da linha era rouca e sonolenta. – Você não está em casa?

- Não. – Ele podia ouvir o barulho de uma porta sendo aberta, e, em seguida, outra.

- Onde você está?

- Se arrume Kibum. Estou naquele café perto de casa. – Ele sorriu. – Venha tomar um chá comigo e conversar. – E essa foi sua indireta mais direta possível.

- Aigo! Jinki-ssi, você não deveria sair por aí sozinho!

- Eu sei me virar. – Replicou calmamente. Sorria por saber que o outro se preocupava consigo, mas se debatia internamente por Kibum não ter retrucado sua indireta. Talvez o outro não se lembrasse de sua referência, o que era estranho, porque eles haviam cantado aquela música recentemente na turnê anterior. A única música lançada pelo grupo que fora escrita por ele próprio. – Venha logo!

Jinki desligou o telefone e o pôs de volta no bolso. Ele não parecia nervoso, a expressão e, seu rosto era serena, até indiferente; no entanto, as palmas de suas mãos suavam e seu coração uma vez que outra se acelerava. Era mais uma dessas suas tentativas de falar tudo o que sentia, estas que ficavam cada vez mais angustiantes e desesperadoras; clichês. E ele nem sabia o motivo de nunca conseguir proferir sobre seus sentimentos, afinal, o outro já demonstrava certa reciprocidade: Kibum era o único a lhe chamar de Yeonggam, um termo tão ambíguo e tão esclarecedor ao mesmo tempo. Mas só era claro no significado do hangul – “inspiração”, o que não levava a nada do que Jinki realmente queria; a ambiguidade levava à ansiedade. Ele queria desvendar a intenção de Kibum com aquilo. Contudo, quando querer é poder?

Trinta minutos se passaram entre a ligação e a entrada de Kibum no café.

Por cima dos cabelos negros, o mais novo colocara um boné preto e podia-se perceber que ele passara um batom rosa claro nos lábios. Ele vestia uma camisa polo preta

e carregava uma bolsa da mesma cor à tiracolo. Jinki jurava nunca ter visto o outro usar roupa mais simplória e discreta.

Ambos, sorrindo, curvaram as cabeças para se cumprimentar; Kibum curvando um pouco mais a sua, por ser mais jovem. Ele sentou-se em frente a Jinki e apoiou os cotovelos na mesa, o rosto entre as mãos.

- Você já pediu alguma coisa?

- Não. Eu não sabia o que você iria querer. Um café da manhã, talvez?

- Sim, porque o Jinki-ssi não deixou nem eu comer. – Fez uma careta brincalhona, fazendo com que o outro abrisse um enorme sorriso. – Oh, mo! O que é isso aí que você tem no colo?

- Ah, isso. – Murmurou e baixou a cabeça para a sacola que carregava. Pensou se deveria ou não entregar o presente assim, de bandeja. – Isso não é nada demais. Só uma coisinha que eu comprei. Precisamos comer, hein?

Aish, você nunca consegue disfarçar. – Ele dobrou os braços sobre a mesa e abaixou a cabeça, abafando sua risada contra sua pele.

- Disfarçar o quê?

Ele deu um meio sorriso. Sua mente dava nós de confusão tentando entender o que exatamente Kibum queria dizer com aquilo e ele sentiu seu rosto ferver. Mordeu o lábio inferior repetidamente enquanto encarava um Kibum ainda risonho; seu sorriso era extremamente fofo aos olhos do mais velho.

- Esse é meu presente de aniversário. – Ele afirmou com admirável certeza e apontou para o embrulho que o outro carregava.

- Como você pode falar uma coisa dessas, hein?

Kibum levantou-se parcialmente do estofado e curvou-se sobre a mesa, mas Jinki abraçou-se ao embrulho com vigor e abaixou a cabeça sobre ele para não deixar o mais novo enxergar o que tinha ali. Ele murmurou abafado:

- Depois que você comer alguma coisa, Kibumie!

- Tá bom, tá bom. – Sentou-se de volta na poltrona com braços e pernas cruzados. – Mas eu sei que é para mim!

Jinki chamou um dos atendentes e foram feitos os pedidos. Ele não brincara sobre tomar chá: pediu chá preto e torradas. Quando Kibum pediu um cappuccino e outro lanche, ele se importou, e muito, contudo, não quis argumentar com o mais novo naquele momento. E um silêncio tomou lugar entre eles, como se fosse a própria mesa que separava ambos. Então Kibum quebrou aquela mesa:

- Yeonggam-nim, você disse que queria conversar. – Kibum mantinha os olhos estreitados, como se suspeitasse de algo. – Sobre o quê, exatamente?

Oh, como ele sabia fingir perfeitamente que não tinha entendido a indireta do mais velho no telefone. Ele desconfiava totalmente dessa baboseira de ir a um café quando muito bem poderia ter ficado em casa o dia todo, não tendo nenhum outro lugar para ir. Ele desconfiava de tudo o que Jinki fazia à sua volta desde a época em que apareceram rumores de que o mais velho estaria namorando. Ele desconfiava das razões para levar Minho à tiracolo nos pontos turísticos que visitaram no Japão, sendo que, a princípio, era uma combinação feita somente entre os dois. E desconfiava dos olhares evasivos, sempre se perguntando se o mais velho realmente não notava seus próprios olhares em direção a ele, que, na verdade, eram encaradas nada discretas.

Ele se perguntava até que ponto ele não estava sendo claro o suficiente, porque eram tantas as fotos que ele tinha de Jinki em seu celular e tantas as que já tinham sido postadas em sua rede social, mais tantas que ele pedia única e exclusivamente para Jinki tirar, assim como pedia somente ao mais velho para acompanhá-lo ao banheiro. Eram tantas indiretas, letrinhas ali e aqui, que ele não sabia até quando aguentaria esperar para esclarecer as coisas; sinceramente, ele pensava que Jinki daria o primeiro passo, ele esperava ansiosamente por isso, porque ele tinha medo. Medo de se entregar em vão, de se entregar de vez e acabar desapontando o outro – ele não sabia se podia amar uma pessoa só (ele tinha constantes paixonites por Jonghyun), nem se Jinki também podia.

- Eu te trouxe aqui porque eu queria falar de como o dia está bonito. Ah, e como é dolorido ter o pé torcido. – Ele dizia como de brincadeira.

- Você deveria ser mais cuidadoso Jinki-ssi. Isso não é uma brincadeira. – Seu tom era sério. Não porque ele quisesse intimidar o outro, mas porque estava preocupado e odiava quando Jinki fazia piadas de coisas que definitivamente não eram para ser uma. E ele viu o rosto do mais velho sombrear, fechando o sorriso que ele tinha segundos antes. – Eu não falei por mal. É só que temos, todos nós, que ficar escutando broncas e blá, blá, blá sobre como nossos corpos são material de trabalho e mimimi. – Revirou os olhos.

- Desculpa, Kibummie. Era só para eu ter ouvido aquele sermão todo, vocês não tinham nada a ver com isso. – Ele olhou para a longínqua vidraça que mostrava a grande movimentação da rua pela véspera de Chuseok.

Os pedidos de ambos chegaram à mesa e os únicos ruídos eram os de mastigar. Entre mordidas e mordidas eles bebericavam suas bebidas fumegantes. E mais uma vez foi Kibum quem interrompeu o silêncio:

- Por que você decidiu me entregar o presente hoje? Falta mais de uma semana para o meu aniversário.

- Porque eu não teria outro momento de folga tão cedo para comprá-lo, de acordo com nosso cronograma.

- Hm. Você vai viajar amanhã?

- Sim, vou ir para a casa dos meus pais. Acho que à noite. – Ele bebeu um pouco mais de seu chá esperando que Kibum dissesse algo, o que não aconteceu. – Volto na quinta.

- O Taemin também vai viajar, não?

- Aham. Vamos jantar juntos amanhã, antes de viajarmos. – Sorriu ao perceber a expressão de surpresa e desgosto no rosto de Kibum. – Algum problema?

- Não. Claro que não.   

Ele tinha criado uma leve expectativa de que Kibum falaria que sim, que sentia ciúmes, que Jinki só podia ter esses momentos consigo; a torrente de gelo que recebeu só não foi tão fria porque se percebia que o mais novo mentia.

- E você tem o drama para gravar. Você vai ficar bem com a companhia de Jonghyun. Ele tem o Blue Radio. – Jinki não queria soar ciumento, mas aquele tom de sarcasmo saiu tão naturalmente que ele não conseguiu frear a tempo.

- Vou ficar bem, sim. – Ele terminou de tomar seu cappuccino e esticou um braço sobre a parte vazia da mesa, abrindo e fechando os dedos da mão em direção ao seu presente. – Agora me dá isso aqui.

- Você é muito ansioso, Kibummie! – Ele fingiu estar bravo. Porém, logo abriu um grande sorriso, que virou em gargalhada ao ver Kibum fazer caras fofas e pidonas.

- Você poderia me dar meu presente agora? – Afinou sua voz e fez um bico com os lábios.

- Não. – Jinki tentava segurar sua risada contra a palma de sua mão e falar o mais firme possível.

- Eu deixo você tirar uma foto minha com o presente e posto ela no Instagram. – Ele mantinha um tom pidão em sua voz, que agora estava normal, e sorria, as sobrancelhas erguidas deixando-o com um ar de esperançoso.

- Não. – Jinki balançou a cabeça negativa e enfaticamente.

- Eu boto uma legenda e digo ao mundo quem me deu o presente e tirou a foto. Vou botar que foi o “Yeonggam” que tirou a foto. – Fez um coração com os dedos e piscou para o mais velho.

- Tá, temos um acordo. – Jinki girou os olhos e ergueu o pacote sobre aa mesa, entregando-o nas mãos de Kibum. – O celular?

- Ah, sim. Mas, primeiro, o presente. – Ergueu o indicador.

O mais velho se sentia um completo tolo por ter se deixado entregar seu presente assim, sem dizer nada. Ele tinha feito todo um discurso mental na noite anterior e agora era assim que ele entregava o presente, só para satisfazer um ego infantil de Kibum. Mais uma vez.

Ele ficou observando a rapidez com que Kibum abria, ou estraçalhava, o pacote, como uma criança no Natal. E quando o mais novo finalmente viu o que era, sua boca se abriu. Ele virou e revirou seu presente por todos os ângulos, seus olhos brilhavam e ele olhou para Jinki com seu melhor sorriso no rosto. Deveras sincero.

- Yeonggam-nim, eu...nem sei o que dizer. Deve ter sido muito difícil comprá-lo. Eu... – Sua voz parecia enrouquecida; ele segurava uma explosão de sentimentos dentro de si que já quase não cabia em seu corpo magricelo. Ele pôs sua mão sobre a mão de Jinki, esta que estava sobre o tampo da mesa. – É um presente que só você poderia me dar, Jinki. Eu não sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. – Ele virou a palma de sua mão para cima e enlaçou os dedos de Kibum nos seus, como uma concha. Era hora de falar alguma coisa, mas ele prendia um nó na garganta do qual só ele sabia o peso. Ele era covarde demais para fazer tentativas e correr o risco de quebrar a cara. Mesmo Kibum jongando na sua cara a indireta do ano, porque ele não só fazia referência a sua música, como deixava claro que tinha compreendido sua própria indireta no telefone. – Dá seu celular aqui antes que eu desista.

Kibum se ajeitou na poltrona para pegar o celular que estava apertado no bolso. Ele desbloqueou a tela e entregou o aparelho a Jinki, que prontamente abriu a câmera e fez sinal com o dedão para que o mais novo fizesse logo uma pose.

Não, ele não esperava que Kibum segurasse a sacola de seu presente tão graciosamente à altura de seu peito, nem que ele fechasse os olhos e sorrisse de boca fechada como se estivesse em um sonho, em um paraíso de felicidade.

Ele já considerava Kibum a mais bela criatura do planeta com aqueles olhos felinos e provocantes, não era necessário ele vir com mais essa imagem, tão pura, tão sincera, tão expressiva. Jinki a considerou a mais bonita de todas naquele momento. Talvez ele ficasse em sua memória como a melhor lembrança de todas também.

Kibum rejeitou a intenção de Jinki em lhe devolver o celular e disse que precisava de mais fotos, só para garantir. E Jinki exclamou um “aigo” lamentoso; ele não entendia a mania do outro de tirar fotos e mais fotos quando uma só já era sempre perfeita, mas, verdade seja dita, ser o fotógrafo particular de Kim Kibum já virara um de seus hobbies favoritos, senão o número um da lista.

- Agora já deu, né, Kibum!

- Ok, ok. – Ele se rendia, as mãos ao alto.

E Kibum ficou uns dez minutos tentando escolher a melhor foto. Como bom libriano, ele era incapaz de se decidir e ficara o tempo inteiro pedindo a opinião de Jinki, que tinha a sua favorita por certo, a mesma que foi postada no Instagram de Kibum com as legendas que este prometera ao mais velho, que ganhara o crédito da foto. Pelo menos uma entre as montanhas que tinham sido batidas por ele e ninguém mais sabia, somente os dois.

- Pronto! – Instantaneamente ele começou a receber corações e comentários. Ficou uns minutos olhando a tela e lendo o que as fãs diziam com um grande sorriso nos lábios. – Adoro ler esses comentários!

Jinki sabia exatamente por que o outro gostava e não podia mentir que não gostava também. Mas ele, embora Kibum dissesse o contrário, sabia se disfarçar; ele trocava de assunto com a maior calma e cara de pau do mundo.

- É minha vez de tirar uma foto sua e postar no meu Instagram com a legenda “olha para mim”? – Deu um meio sorriso provocativo.

- Você ainda está magoado com aquilo? – Guardou o celular no bolso e encarou o outro.

- Nunca fiquei magoado com aquilo.

- Sei.

- Foi fofo. E carente. – Deu uma risadinha.

- Idiota! – Ele balançou a cabeça e olhou no relógio da parede do café. – Podemos ir agora?

- Sim.

Novamente nada foi esclarecido em alto e bom som. Mas, muitas vezes, uma imagem com legenda e um presente valem mais do que dizer um “eu te amo”. Com a linha do perigo não sendo atravessada de vez, amores correspondidos permanecem a salvo, principalmente das turbulências do julgamento de olhares alheios hostis. 


Notas Finais


Gostaram? Então, é baseado parcialmente em fatos reais. Minha mente trabalhou exaustivamente para encaixar as informações sobre o SHINee atualizadas em 13/09 e 14/09 e quase que essa fic não sai, porque sofri um bloqueio de umas boas duas horas entre as primeiras ideias e começar a escrever.
É isso aí!
Beijocas e até mais <3


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