História O Proibido (VOU REESCREVER) - Você sabe o que isso significa?

POV ANNABETH 

 

UM MÊS DEPOIS 

 

 

Tínhamos voltado pra casa, pro enorme castelo de mármore escuro onde eu cresci. 

 

— Alteza, chegou uma carta da Rainha das Fadas pra você – Um vampiro magro e negro entrou na sala onde eu ficava que antes era do meu pai. Franzi as sobrancelhas pegando a carta. Franzi as sobrancelhas – Chegou com os vampiros que não moram aqui. Eles falaram que a Rainha mandou eles entregarem caso soubessem onde você está

 

— Chame Piper e Thalia – Ordenei e ele assentiu se curvando e saindo

 

— Nem precisa – Piper disse entrando e batendo a porta

 

— Não vai se curvar? – Perguntei e ela me olhou me mandando dedo do meio logo depois 

 

— Thalia? – Perguntei e ela negou com a cabeça 

 

— Saiu do quarto pela primeira vez ontem mas voltou logo depois 

 

— Estou enrolada – Admiti – Não estou nem dando atenção à vocês

 

— Escuta, ninguém disse que ser Rainha seria fácil – Ela disse – Você passou catorze dias só caçando e treinando os novatos, tem pedidos do povo para atender e ainda precisa saber o que anda acontecendo com os outros clãs

 

Como sempre, Piper não tinha prestado atenção no que tinha falado, o clima ficou tenso. Depois que saímos da mansão não tínhamos falado com mais ninguém, nem quando saímos. Um grupo de vampiros que optaram por não viver mais no clã e sim, visitar de vez em quando falaram que todos ficaram desesperados por ao menos duas semanas. Eles eram nossos informantes. Talvez você esteja se perguntando porque nossos amigos não vieram até aqui. O clã dos vampiros era escondido desde os primórdios, ou seja, era encantado para que só vampiros pudessem vê-lo ou entrar. E quando se tratava de falar com os outros clãs, eu mandava algum vampiro de confiança falar, na maioria das vezes Nolan, um dos vampiros mais próximos de mim e raramente mandava Piper já que eu queria que ela mantivesse contato com a irmã, mas era só com Silena que ela mantinha. E mesmo assim, Piper falava que estava com Jason por aí. Não falei né?! Jason foi embora do clã dos Demônios, ninguém sabe seu paradeiro e para não levantar suspeitas para nós, fizemos Piper falar que está com ele e que não faz a menor ideia de onde eu e Thalia estamos. 

 

— Sua irmã está uma fera – Falei lendo a carta. Era basicamente ela me xingando por nunca mais ter falado com ela e abandonado-a 

 

— Claro que está e com toda razão – Piper disse pegando um cigarro em cima da enorme mesa que ainda continha algumas coisas que pertenciam ao meu pai ou ao meu avô

 

— Desde quando você fuma? 

 

— Estresse. Muito estresse. – Ela disse e eu a olhei mas ela balançou a mão para que eu continuasse 

 

— Enfim, ela disse que nunca vai me perdoar mas que sente saudades. Ah! Olha o assinado! – Li – Assinado: Silena, Calipso, Charles, Frank, Hazel e Leo

 

Hazel foi no mínimo engraçado. Ela chegou quando o resto do clã dos vampiros chegou, mas chegou uma fera, berrando que a gente podia ter chamado-a pra ela ter ido na frente com a gente. Uma semana depois, ela disse que sentia saudades de Frank e eu a deixei ir contanto que não falasse nada. Para todo mundo, eu estava desaparecida com Thalia. Meu ânimo despencou quando eu li o verso da folha 

 

— Rachel continua desaparecida e aqui tá falando que eles precisam da nossa ajuda – Falei. A porta se abriu e Thalia entrou. Me assustei quando percebi que eu não a via há quase três semanas. Ela tinha o olhar fundo e sem vida mas tinha a mesma postura como se nada tivesse acontecido

 

— Você precisa sair dessa depressão – Piper disse e eu a olhei – Desculpa 

 

— O que houve? – Ela falou com a voz rouca. Olhei para ela cuidadosa e percebi que ela não tinha mais suas mechas azuis. Senti um aperto no coração 

 

— Hã... lê isso – Dei a carta pra ela e ela leu com cautela 

 

— Onde acham que Rachel está? – Ela perguntou

 

— Eu votaria no internato – Piper disse 

 

— Se ela saiu pra se esconder que nem a gente, o internato seria muito óbvio – Thalia disse com um ânimo melhor. Falar em outro assunto a fazia bem

 

— É isso que ela iria querer que nós pensássemos – Piper falou e Thalia negou

 

— Não Pipes, é só muito óbvio – Ela disse se sentando na minha mesa.

 

— Vou mandar três grupos de busca. Reuna-os pra mim Pipes, por favor 

 

Ela assentiu e saiu da sala que eu preferia chamar de escritório. Olhei para Thalia

 

— Suas mechas 

 

— É... na verdade não saíram totalmente, o azul está escuro demais quase saindo mas infelizmente ainda ta aqui – Levantei da cadeira e a abracei. O xampoo de Thalia tinha cheiro de cereja, como ela estava sentada e eu em pé, fiquei com o nariz na sua cabeça. 

 

— Droga – Saí correndo e entrei no banheiro do escritório e vomitei o nada que eu tinha comida apenas suco e água. Thalia segurou meu cabelo 

 

— Falou o droga como se já tivesse acontecido outras vezes – Ela disse prendendo meu cabelo num rabo de cavalo

 

— Vomitei algumas vezes semana passada. Depende. Se o cheiro é forte ou sei lá, na semana passada fui me alimentar e passei mal, o cara devia ter alguma doença que não me caiu bem

 

Thalia riu

 

— Ou foi muito tempo convivendo com humanos ou essa frase é muito estranha – Rimos e eu levantei indo lavar minha boca. Ela franziu as sobrancelhas e falou com um tom sério – Annie, há quanto tempo foi que você se alimentou? 

 

— Hum... quase duas semanas já, por incrível que pareça já sei me controlar quando fico mais de duas semanas sem comer, por que? 

 

Ela continuou franzindo as sobrancelhas e depois balançou a cabeça

 

— Nada – Ela disse e saiu da sala. 

 

Fiquei olhando pra porta e depois sentei de novo na mesa. Tirei uma outra carta de baixo das papeladas, era uma das milhares cartas que Percy havia mandando e eu não havia respondido. Li a carta

 

 

Trigésima carta. Percy. 

 

Annabeth, eu ainda te amo. 

 

 

Percy me mandava uma carta todos os dias, sem falta. Amassei a carta e joguei no lixo. Ainda morria de raiva dele, infelizmente. Mas sim, eu ainda o amava. E não, jogar a carta fora não é uma forma de tentar esquece-lo. Ok, talvez um pouco. Levantei e chamei Nolan que já tinha virado meu amigo. O problema é que as vezes ele esquecia que eu era a Rainha

 

— Vamos organizar três grupos com dez vampiros pra sair em busca de Rachel – Falei e ele me olhou estranho – O que?! 

 

— Não acha que está fazendo demais para uma humana? – Ele perguntou e eu o olhei séria

 

— Obedeça. Vai. Agora. – Falei séria e sem paciência – Quero os três grupos na sala do trono em dez minutos

 

Troquei de roupa e peguei a adaga. Piper entrou no quarto e me olhou 

 

— Vai sair do clã?! – Ela perguntou 

 

— Vou buscar ajudar a procurar Rachel – Falei e ela mudou o peso da perna pra outra

 

— Thalia me falou que você vomitou. Você sabe o quanto é raro ficarmos doentes. Deixa que eu vou – Ela disse

 

— Não estou doente

 

— Annie. Os vampiros-nômades – Ela mesma deu esse nome para os vampiros que não viviam mais no clã – Eles disseram que Percy, Silena, Charles, Calipso, Katie também estão procurando com seus clãs. E se você se deparar com algum deles? Não esta tentando evita-los? 

 

Bufei e terminei o rabo de cavalo saindo do quarto e deixando Piper sozinha. Coloquei a adaga no meu cinto e passei por um espelho olhando rápido. Por um momento achei que tivesse visto os olhos roxos mas voltei para ver o reflexo e meus olhos cinzas estavam sérios e preocupados. Entrei na sala do trono e todos se curvaram. 

 

— Nolan, você vai liderar um grupo, vocês vão para o norte – Falei e ele assentiu, saindo com mais dez vampiros atrás dele – Vocês para o sul 

 

Apontei para um outro grupo e eles também saíram se curvando antes e olhei pro grupo que tinha restado. Eles pareciam nervosos por eu estar ali. Me aproximei

 

— Nos vamos para leste 

 

— Majestade, foi pra onde você foi quando saiu do clã, não é? – Um garota loira perguntou e eu assenti

 

— Eu vou – As portas se abriram e Thalia entrou vestida com roupas pretas de couro e a adaga também presa no cinto

 

— Não – Falei

 

— Ah, eu vou sim – Ela disse e todos prenderam a respiração mas eu nem liguei – Você não está bem 

 

— Você sabe que podemos encontra-los – Me referi a Percy e Nico e ela assentiu

 

— Tanto faz 

 

— Piper não vem? – Perguntei. 

 

— Não, mandei ela fazer um negócio pra mim e não, você não precisa saber o que é

 

Dei de ombros e sai na frente com Thalia sendo seguida pelos outros. Saímos do castelo e depois de algumas horas andando em silêncio atenta a criaturas, eu perguntei

 

— Jason. Como ele ta? – Sim. Thalia manteve contato com Jason mas Piper não sabia de nada a pedido dele. Ele não queria que Piper achasse que ele não queria falar com ela e por ironia, era exatamente o que eu achava. Mas prometi pra Thalia que não iria me intrometer 

 

— Bem. Estava até pensando em voltar pro clã, disse a ele pra fazer o que ele achasse que fosse melhor mas falei que ele não precisava perdoar Percy agora

 

— Nem precisa – Ri pelo nariz – Percy vai se esforçar pra fazer Jason perdoa-lo 

 

— Sim. Inclusive acho melhor ele voltar, não é bom não ter um clã ainda mais que os caçadores não estão mais sob os efeitos do charme então acham que nós que matamos Reyna e o pai dela – Senti um aperto no coração. Eu ainda sentia pela morte de Reyna e Clarisse mas como sempre, tentava ignorar. 

 

A essa altura, eu já começava a reconhecer a floresta em que estávamos, tínhamos passado por cidades familiares e entrado na floresta. Virei para o grupo

 

— Fiquem atentos à criaturas. Essa floresta é infestada delas. Façam duplas e se separem para procurar Rachel. Ruiva de olhos verdes. Qualquer coisa mandem sua dupla me procurar. Se acharem tragam-na para mim – Olhei para eles que tinham olhares maliciosos – Viva.

 

Eles murcharam e começaram a se dividir. Olhei para Thalia e começamos a andar olhando para o chão e ficando atentas ao cheiro. Andamos por horas. Matamos duas criaturas e resolvemos sentar, era estranho mas eu me sentia cansada 

 

— Acho que perdi o ritmo – Falei e ela me olhou desconfiada mas novamente, balançou a cabeça deixando para lá 

 

— Não acho que você esteja doen... – Coloquei a mão na boca dela e arregalei os olhos. Fiz sinal para ela ficar quieta e apontei para as árvores, escalamos e ficamos em cima do galho. Um cheiro familiar entrou nas minhas narinas, o único problema era que estava modificado por causa do cheiro das plantas, Thalia pareceu sentir, ela olhou para baixo com os olhos arregalados e minha dúvida se confirmou. Mas depois percebi o porque Thalia tinha os olhos arregalados, seu arco e flecha tinha ficado lá embaixo. Ela me olhou e eu neguei. Era arriscado demais descermos para pegar 

 

— Majestade, não achamos nada aos redores, de novo – Prendi a respiração e fechei os olhos. 

 

— Tudo bem, já vamos recuar e voltar para o clã – Apertei a mão de Thalia com força. Aquela voz. Olhei para baixo e Percy estava do lado de mais três demônios, um deles era Nico. Thalia apertou minha mão de volta

 

— Percy! – Se pudesse eu iria xingar tão alto que até Piper escutaria – Finalmente hein! 

 

Silena se aproximou de Percy junto com Charles, Leo e Calipso. Thalia tinha os olhos arregalados 

 

— Acharam alguma coisa? – Nico perguntou 

 

— Nada – Calipso respondeu – Pensei em perguntar a Quione mas ela e Rachel se odeiam, nem adianta

 

— Sei que não gostar de falar sobre isso mas eu preciso perguntar – Silena falou e eu ouvi Percy bufar – Se bufar de novo, vai levar porrada. Conseguiu falar ou achar Annie? Ou Thalia?

 

— Não – Nico e Percy responderam ao mesmo tempo

 

— Acham que elas estão bem? – Charles perguntou

 

— Ta de sacanagem?! – Leo falou – É Thalia e Annabeth, elas podem até morrer mas não sem antes levar o mundo junto com elas e além disso, encontramos com vampiros hoje que também estão atrás de Rachel. Acham que se Annabeth não estivesse viva, eles estariam procurando? Eles se recusaram a dar informações mas é o óbvio

 

— Olha, ele pensa! – Calipso disse

 

— Ai meu deus! AI MEU DEUS! – Silena deu um gritinho tão igual ao de Piper que por um momento achei ser ela. Ela apontou para o arco de Thalia 

 

— Puta merda – Thalia sussurrou e eu tapei a boca dela. Se Silena ou Calipso decidissem usar os seus poderes da terra, elas nos sentiriam em cima das árvores 

 

— Achei que já tivesse visto um arco e flecha antes – Leo murmurou e eu me deixei abrir um sorriso.

 

— Não, burro. – Calipso disse sorrindo – Esse é o arco de Thalia!

 

Nico empurrou Leo e pegou o arco rápido e cheirou. 

 

— É de Thalia – Ele disse até um pouco alto para seu tom de voz normal

 

— Annabeth com certeza está com ela – Leo disse 

 

— Elas devem estar perto! Ai meu deus! – Silena disse sorrindo abertamente. Thalia arregalou os olhos e depois os fechou com força. Um raio caiu a quase um quilômetro de distância de onde estávamos e uma tempestade começou a se formar ali. Silena olhou para todos e começou a correr, todos correram atrás dela em direção a tempestade. Pulei da árvore caindo em pé junto com Thalia

 

— Bem pensado – Falei mas ela olhou emburrada para onde a tempestade ainda se formava 

 

— Nico levou meu arco

 

— Deixe – Falei e ela bufou – Isso foi a gota d’agua. Vamos voltar. 

 

Falei. Assobiei tão alto que fiquei com medo que os outros escutassem mas felizmente os vampiros voltaram para onde tínhamos marcado

 

 

xxxx

 

 

Entramos na sala do trono e os outros grupos já estavam lá 

 

— Encontram alguma coisa? – Perguntei

 

— Nada – Nolan e o outro líder respondeu. Suspirei

 

— Me encontrem aqui amanhã de tarde – Eles assentiram, se curvando e saindo. Subi as três escadinhas que davam ao trono e sentei ali. Ouvir a voz de Percy foi um choque para mim e tenho certeza que ver Nico tinha sido chocante para Thalia também pois ela estava sentada na escadinha olhando para a enorme porta que tinha no salão. Percy não saía da minha mente. Olhei novamente para Thalia e suas mechas clarearam de repente para um azul claríssimo 

 

— Vê-lo me fez sentir tudo de novo – Ela disse. Ela estava de costas para mim mas sabia que eu a olhava. A voz de Percy ainda tava na minha cabeça. Virei para o lado do trono e vomitei. Thalia levantou na mesma hora que Piper entrou com um saquinho na mão. Thalia colocou a mão na minha testa verificando minha temperatura e trocou olhares com Piper

 

— Comprou o que eu te pedi? – Thalia perguntou e Piper entregou na mão dela o saquinho 

 

— O que é isso? – Perguntei

 

— Droga Annabeth – Piper resmungou e me puxou do trono me fazendo levantar. Como eu estava cansada, não reclamei. Elas entraram no meu quarto comigo e Thalia me deu o saquinho na mão. Abri e tirei uma caixinha dali. Mesmo tonta comecei a rir e depois a gargalhar 

 

— Estão loucas? – Falei limpando as lágrimas de riso. Mas quando eu as olhei, elas estavam muito sérias. – Ta bom!

 

Entrei no banheiro e fiz o que a caixa mandava, com certa dificuldade. 

 

— Esses humanos só inventam! – Reclamei – Xixi no potinho! Que ridículo! 

 

— Para de reclamar e faz isso logo – Ouvi a voz de Piper 

 

Sai do banheiro

 

— Três minutos – Piper disse. Thalia roía as unhas e Piper mexia no cabelo. Eu estava tranquila. Três minutos depois Piper pegou o potinho e fez cara de triste

 

— Você não está grávida – Ela disse e Thalia murchou mas ao mesmo tempo suspirou aliviada. Thalia pegou e olhou para a caixa, franzindo as sobrancelhas 

 

— Piper... tem quantos tracinhos ai? – Peguei a caixa da mão de Thalia e li

 

— Dois, por que? – Piper perguntou. Arregalei os olhos. Thalia olhou pra Piper arregalando os olhos e depois para mim. Eu comecei a suar frio e sentei na cama sentindo que eu ia desmaiar

 

— Ai meu deus! Eu confundi! – Piper falou – Annabeth, você sabe o que isso significa? 

 

Eu assenti com os olhos arregalados. A vontade de vomitar voltou, o suor escorria. 

 

— Eu estou grávida – Sussurrei