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História O Rapto de Park Jimin - So 4 More


Escrita por: BolinhoDiArroz

Notas do Autor


Boa Tardeee \o/
Consegui trazer um novo capítulo quentinho para vocês sz!
Foi feito com muito amor e carinho ^^

Gente essa mulher na capa do capítulo é a Deméter.
Poiser, finalmente consegui dar um rosto para ela heuheuheueh

E a capa nova da fanfic foi feita pela delícia da Yura :3
Ela fez três, mas eu escolhi essa pq eu amei ehueheuheu
talvez eu mude a cada novo capítulo que eu mudar para vcs verem tbm hueheuehueh
Então obrigada Flor :*

Enfim, espero que gostem do capítulo ^^
Ficou um pouco grande, mas eu gostei particularmente :3

Capítulo 15 - So 4 More


Fanfic / Fanfiction O Rapto de Park Jimin - So 4 More

Submundo, Domínio de Hades

Jeon JungKook

 

Já se fazia mais de uma hora que Jimin estava trancado no quarto com Gain - ela era uma velha curandeira e bruxa que além de habitar o reino de meu irmão Zeus, era uma velha conhecida minha.

 

Quando vi o estado dele a única pessoa que se passou em minha mente a recorrer para ajudá-lo fora ela, In Gain. Ela era uma das mais antigas e mais experientes bruxas, já havia visto de tudo e por isso ela era a mais indicada para resolver essa situação. Claro que o preço não seria nada barato, mas por Jimin e meu filho eu faria e daria qualquer coisa, até mesmo minha vida.

 

Na primeira meia hora que se passou com eles lá dentro, Jimin gritava de dor e por pouco eu não me vi invadindo aquele quarto, coisa que só não fiz porque Gain me fez jurar antes de se trancar no lugar com o ruivinho que, não importasse o quão doloroso fosse parecer, eu não entraria no quarto, coisa que eu aceitei sem nem pensar duas vezes porque eu sabia que somente ela poderia ajudar Jimin.

 

- Eles iram ficar bem. - Vernon falou se sentando ao meu lado apertando meu ombro em sinal de conforto.

 

A culpa a muito tempo já assolava minha consciência e me fazia desejar mil vezes a minha morte do que repetir todos os absurdos e ações que cometera com o menor. Eu não entendia o que havia me acometido para cometer tantas injurias para com o menor, não entendia a vontade de agredi-lo que tive quando o vi atravessar a passos apressados o piso do meu escritório. Na verdade, ao vê-lo de primeira senti um enorme alivio por vê-lo de pé e aparentemente bem na minha frente, mas depois tudo que Deméter me disse voltou a minha mente e aquilo me bastou para sentir a cólera me consumir e tudo se direcionar para o menor.

 

E se eu me odiava por tudo o que falara e fizera, imagina ele?

 

De certo não existiria mais um “nós” e a única ligação que teríamos em comum seria o nosso filho ou filha que cresceria longe de mim no mundo dos humanos sem saber da minha existência, ainda mais se nascesse com todo o gene humano de Jimin.

 

De certo ele falaria que eu havia morrido em algum acidente ou que havia os abandonado ao saber de sua gravidez nada convencional para humanos. Afinal, como ele vivia repetindo para mim antes de engravidar: ele era um homem e homens não engravidam.

 

- O que eu fiz? – De cabeça baixa deixei o murmúrio escapar de minha boca que amargava.

 

- Feitiço Dalla Polla. - Vernon suspirou sentando-se ao meu lado olhando para o teto.

 

- Dalla Polla? - Indaguei virando o rosto fitando-o. Já tinha ouvido falar disso em algum lugar, mas não me recordava de onde. - Que feitiço é esse?

 

- Ele é bem antigo, só havia ouvido falar dele nos livros que li do acervo de sua biblioteca, mestre. Ele desperta a fúria em quem ingere uma bebida ou alimento com esse feitiço, principalmente misturado com uma gota de sangue ou lágrima da pessoa que deve ser odiada. - Explicou com o olhar pensativo me olhando em seguida. – Suspeitei que você podia ser vítima desse feitiço quando o vi gritando descontrolado com todos por causa de Jimin. - Ele suspirou se curvando com os cotovelos apoiados nos joelhos como eu, me olhando. – Sem contar que você acreditou muito fácil em Deméter. Juntei um mais um e bingo! – Ele olhou para frente pensativo. – Quando eu achei o cálice de ambrósia com resquícios desse feitiço na sua varanda só confirmei minhas suspeitas de estar enfeitiçado

 

- Deméter. - Rosnei fechando os olhos mais culpado ainda por não ter de alguma forma desconfiado de toda a situação. Eu havia de fato achado estranho aquele jeito de Jimin, mas eu também não poderia desconfiar que estava sendo vítima de uma armação certo?

 

- Sim, Deméter... - Ele assentiu me fazendo grunhir e levantar indignado. 

 

- Por que mesmo depois de tantos anos ela insiste em destruir minha vida? O que ela ganha fazendo isso? – Rosnei furioso e desesperado por estar naquela situação onde novamente Deméter me enganava e me destruía apenas pelo seu interesse e bél prazer.

 

- Ao que tudo indica ela realmente tinha esperanças de te reconquistar. - Ele revirou olhos pela ideia ser absurda até mesmo para ele. – De certo, achava que ainda não havia a esquecido.

 

- A única coisa que ela vai conseguir de mim é meu ódio e indiferença. – Respondi frio. – Se eu for atrás dela agora sou capaz de matá-la.

 

- Não fique se culpando atoa pelo o que aconteceu com Jimin. Você é tão vítima quanto ele. - Falou me olhando confiante. - Eu sou testemunha, posso te ajudar a provar que estava enfeitiçado, ele é bom e justo, vai entender a situação...

 

Respirei fundo me pondo de pé caminhando para o outro lado do corredor apoiando minhas costas contra a parede de frente para Vernon.

 

Não duvidava que Jimin de fato me perdoasse se eu provasse toda a verdade, mas a questão aqui era muito maior. Tudo estava se afunilando demais e levando todo o perigo para a única pessoa que eu deveria manter seguro. Eu estava tão cego em busca da felicidade que nunca tive ao lado de alguém que também fora privado disso, que não me toquei que eu era alguém que tinha uma extensa vida e história cheia de inimizades e erros pelo meu caminho. Se Jimin morresse por causa de um erro passado meu, eu não sei o que seria de mim ou de qualquer pessoa ou coisa que estivesse na minha frente. Eu acho que sucumbiria ao meu lado sombrio e espalharia caos e destruição por onde quer que eu passasse.

 

O que eu sentia por Jimin e a importância que ele tinha para era algo surreal, e a ideia de algo acontecer com ele por um erro meu era aterrorizante.

 

- Talvez o melhor para ele seja não estar ao meu lado. - Suspirei interrompendo sua linha de raciocínio me escorando na parede de braços cruzados. - Eu mais o faço sofrer do que feliz, sem contar que mesmo com a profecia eu ainda sim arrisquei tudo para ficar com ele.

 

- Mestre

 

Levei meus olhos até Vernon que se calou quando a porta fora aberta atraindo nossa atenção. Preocupados, nós dois nos aproximamos da mulher que parecia cansada e... irritada?

 

- Ele é tem gene humano? – Ela bradou furiosa avançando na minha direção como se quisesse me esganar.

 

- S-sim. – Gaguejei surpreso pela reação dela que avançava contra mim sem medo como qualquer outra pessoa sentiria.

 

- Por que não me disse isso? – Ela gritou furiosa. – Eu quase os matei! – Revelou com a cara nada agradável me fazendo arregalar os olhos. Eu havia acabado de ouvir o meu maior medo: Morte. -  Sem contar do perigo que é para um meio-humano passar tanto tempo em um mundo que ele não cresceu! Sem contar todo o estresse e cansaço que estava enraizado em cada pedaço de sua alma! – Ela bateu com as mãos nas laterais das coxas fazendo um pó estranho subir do tecido do saiote do seu vestido. Passei as mãos no rosto sentindo meu coração diminuir e bater dolorido ao ouvir aquelas palavras, por mais que eu houvesse sido enfeitiçado a culpa ainda sim era minha. Estava tão culpado por tudo que nem me dei conta de todas as palavras que saiam de sua boca. – Ele por pouco não perdeu os bebês, mas

 

- Bebês? – Perguntei retirando as mãos do rosto olhando para Gain espantado.

 

- Sim, são gêmeos. – Ela falou com um leve sorriso suavizando o tom de sua voz. – E eles tem auras poderosas ao que me pareceu. Devem herdar algum dom poderoso seu e a força e coragem de Jimin.

 

- Gêmeos? – Eu sorri sentindo os olhos lacrimejarem. – Vernon, eu vou ser pai de dois bebês! – Exclamei sorrindo andando até meu amigo que sorriu feliz para mim me abraçando.

 

- Sim, mestre. – Ele falou animado dando tapinhas nas minhas costas. – Eles serão incríveis como os pais.

 

Senti um estalo em minha mente ao ouvir aquelas palavras e na mesma hora me afastei do menor o olhando assustado.

 

- Eu sou um monstro! – Exclamei sentindo todo o meu corpo se arrepiar com o que se passava em minha mente.

 

Nojo. Eu tinha nojo de mim e de toda a minha ainda persistente ingenuidade.

 

- O quê? – Vernon indagou com os olhos arregalados com o que disse.

 

Fitei Gain e vi que ela me olhava confusa, de certo acreditava que eu havia enlouquecido, queria manter meus olhos nela, me privar de mais tormento e culpa, mas fui traído pela necessidade de ver como Jimin estava. Então direcionei meus olhos até a porta entreaberta fitando o corpo dele deitado na cama e a única coisa que se passava na minha mente era culpa.

 

Era tudo a minha culpa.

 

- Eu quase matei meus filhos... – Sussurrei atordoado me virando de costas. – Eu quase matei Jimin...

 

- Não. – Vernon falou agitado. – Você foi enganado. Enfeitiçado por Deméter.

 

- Sim... – Murmurei levantando o rosto sorrindo perverso ao me lembrar do que havia prometido a ela. – E eu jurei a ela que se tudo fosse mentira ela pagaria caro por isso. E ela vai! E como vai!

 

Antes de sumir daquele corredor escutei a voz de Vernon me chamando assustado e a seguir o que entrou no meu campo de visão fora a cela de Deméter que estava sentada no banco de concreto da sala me olhando espantada.

 

Talvez fosse culpa do sorriso sem humor que eu carregava em meu rosto. Ou da minha aparição repentina. Ou tudo isso junto.

 

- Quer dizer que Jimin é seu filho? – Indaguei e ele arregalou os olhos.

 

- S-sim... – Ela gaguejou se levantando trôpega dando passos para trás quando eu me aproximei das grades olhando-a.

 

- Ainda tem coragem de continuar mentindo olhando na minha cara? – Grunhi baixinho socando a grade fazendo um barulho alto de ferro ecoar pelo local vazio junto ao seu grito assustado. – Acho que está na hora de pagar pelos seus erros não?

 

- Me perdoa Jeon. – Ela pediu chorosa e eu ri debochado.

 

- Te perdoar? Por que? Você não teve piedade de mim, de Jimin ou dos meus filhos. – Sussurrei deslizando o ferrolho para o lado abrindo-o enquanto ela dava passos para trás. – Por que eu teria? – Lentamente abri a porta ouvindo o ranger de ferro enferrujado ecoar pela cela junto a respiração dela. – Eu estava quieto, nem mais me lembrava da sua existência insignificante.

 

- O-o qu-que vai fazer? – Ela indagou chocando suas costas conta a parede no fim da cela.

 

A ver olhando para os lados procurando uma forma de escapar enquanto o pânico crescia em seu olhar e o seu corpo tremia como uma cadela com frio era delicioso. Acho que o feitiço havia se virado contra o feiticeiro, afinal eu agora sentia um ódio imensurável por Deméter e a faria pagar lenta e dolorosamente por tudo o que me fez até hoje.

 

- Vou te mostrar que não sou mais aquele Jeon que conheceu. – Falei sério e firme parando na sua frente. A vi se colar contra a parede como se aquilo fosse a proteger e então aproximei meu rosto do seu a vendo virar o rosto respirando ofegante. – Eu, Hades. Vou te mostrar pessoalmente o inferno.

 

 

 

 

 

◇◆…◆◇

 

 

 

 

 

Monte Olimpus, Templo de Zeus

Kim SeokJin (Afrodite)

 

Já se faziam alguns minutos que meu pai estava trancado a sós com aquela mulher. O grande salão que antes estava regrado de alegria e muita conversa, agora se resumia a murmúrios e gemidos de dor.

 

Minha mente estava trabalhando arduamente nesse enigma enquanto meu pai não aparecia para enfim poder esclarecer todas as minhas dúvidas. E olha que eram muitas.

 

Todos que estavam na festa, após terem sido expulsos por meu pai verdadeiro do lugar saíram aos cochichos com evidente medo por terem confraternizado e pedido conselhos de um Zeus que ninguém havia identificado como falso.

 

Coisa que não aconteceu comigo, claro.

 

Se vocês pensam que como todos eu fora pego desprevenido se enganaram. Eu sempre fui muito apegado ao meu pai, ao contrário de meus irmãos, eu sempre fui o filhinho dos olhos dele e ele o meu. Claro que nossa relação não fora vista com bons olhos, afinal, incesto aqui em meu mundo é uma coisa normal, coisa que é considerado anormal e nojento em alguns planetas. Isso não quer dizer que eu sou adepto só porque aqui pode, isso na verdade só quer me dizer que eu e meu pai nos dávamos e nos damos bem como todo pai e filho deve ser. Ao menos na deveria.

 

Escutei passos e continuei em minha posição (braços cruzados encostado contra a pilastra) tendo a visão do rosto revigorado e corado de meu pai ao passar pela porta com uma cara nada boa.

 

- Isso tudo é medo de ser castigado? – Ele indagou continuando a andar pelo extenso corredor. Era visível sua raiva da mulher, mas também havia mágoa em sua voz, afinal, ele achava que eu não havia notado que aquele Zeus era falso.

 

- Appa! – Choraminguei andando atrás dele. – Acha mesmo que eu não reparei que aquele Zeus era falso? – Indaguei.

 

- Você não me pareceu nenhum pouco estranho em relação aquele Zeus. – Reclamou parando de andar se virando para mim. – Justo você, o filho que mais amei...

 

- Ai meu Deus appa! – Bati os pés e chacoalhei meu corpo como uma criança mimada olhando para o loiro mais alto. – Vamos para com o drama? – Indaguei o vendo semicerrar os olhos irritado. – Acha mesmo que eu não ia reparar que aquele appa era falso?

 

- Bem, foi o que me pareceu né? – Resmungou cruzando os braços olhando para o lado.

 

Sorri.

 

Aquela reação já era de se esperar, eu conhecia meu pai como conhecia a mim mesmo, afinal eu e ele nos dávamos tão bem exatamente por sermos um a cópia do outro.

 

- Pareceu porque eu estava todo esse tempo atuando. – Resmunguei fazendo uma careta atraindo seu olhar indignado. – Eu queria saber o porquê dele está no seu lugar? Do por que havia sumido? Se ele havia sido mandado por ordem sua? Se ele havia te feito algo?

 

- Ah é?! Então por que demorou tanto para descobrir algo? – Ele indagou birrento. Oh Zeus! Eu merecia mesmo isso?

 

- Porque simplesmente ele agia perfeito demais. – Respondi pensativo. – Talvez seja por isso que eu desconfiei primeiro.

 

- Como assim? – Ele perguntou curioso.

 

- Ele era solicito demais, atencioso demais, sempre tinha tempo para atender os pedidos dos humanos, sempre tinha tempo para aconselhar as ninfas e seres mágicos. Até mesmo vivia brigando com Hera por casos e mais casos que tinha com humanos. – Dei uma pausa coçando a cabeça. – Não que você nunca fizesse isso, mas não era tantas vezes assim.

 

- Verdade, você sabe como ninguém que eu prefiro estar andando entre os humanos do que aqui perto de Hera. – Resmungou e eu assenti risonho.

 

- Então, o mais estanho disso tudo era que quando você não estava sendo atencioso e bondoso com os outros, você simplesmente sumia por horas.

 

- E você sabe para onde ela iria? – Perguntou endireitando a postura assumindo uma pose mais séria.

 

- Sim, uma vez o segui sem que percebesse e o vi entrando na biblioteca.

 

- Biblioteca? – Sussurrou pensativo olhando para o corredor vazio.

 

- O que mais achei estranho foi que ele passava horas folheando o livro da Origem, e eu sei que esse era um livro que você sabia todas as linhas, parágrafos de có e salteado, então para que você leria e rasgaria algumas páginas? – Indaguei cruzando os braços.

 

- Ela rasgou páginas? – Indagou me olhando assustado.

 

- Sim, e não foi apenas uma ou duas, foram várias. – Respondi olhando-o. – Eu mesmo chequei por curiosidade.

 

- Merda! – Xingou invocando um raio no centro de sua mão o jogando contra uma das várias pilastras dali a fazendo explodir em pedacinhos. – Diz pra mim que ela não roubou nada mais?

 

- Algumas coisas ele carregou daquela estante de poções no fim da biblioteca, eu não sei o que, mas ele pegava sempre algo dali. – Respondi o vendo grunhir.

 

- Vem comigo, Jin. – Chamou-me irritado logo voltando a andar pelo corredor vazio sendo acompanhado por mim.

 

- O que está acontecendo appa? – Indaguei ao entrarmos na biblioteca.

 

- Eu espero estar muito errado sobre isso, mas eu acho que Lilith quer provocar um apocalipse. – Explicou me fazendo arregalar os olhos surpreso.

 

- Co-como assim? – Indaguei me sentindo nervoso.

 

- Ela quer trazer seu avô de volta a vida.

 

- QUE?!

 

 

 

 

 

 

◇◆…◆◇

 

 

 

 

 

Submundo, Quarto de Hades

Park Jimin

 

 

“Estava dormindo tranquilamente. A esta altura podia sentir que toda a dor e a agonia já havia ido embora a algum tempo. De um todo eu não estava totalmente inconsciente, afinal, eu tinha ciência de que estava deitado na cama de Jeon.

 

O delicioso aroma dele estava por todo lado ao meu redor, e foi isso que me deu forças para aguentar firme. Saber que ao acordar eu veria Jeon e juntos comemoraríamos a vinda de nosso filho era a única coisa que me importava no momento.”

 

Quando os sentidos voltaram a mim já era noite e pela janela aberta do quarto pude ver o céu e a quantidade de estrelas que já enfeitavam o submundo, talvez fosse perto da meia-noite. O quarto era iluminado suavemente por velas espalhadas por todo o lado em castiçais banhados em ouro e cravejados de pedras preciosas. Estranhamente me sentia revigorado e até mesmo com apetite, então a ideia de permanecer deitado começou a me incomodar.

 

Sabe aquela dorzinha que começamos a sentir na bunda quando ficamos tempo demais sentados? Pois é, era esse mesmo incomodo que eu sentia por todo o meu corpo.

 

Olhei para os lados a procura de Jeon ou Vernon, mas tudo o que encontrei foi o quarto vazio e silencioso. Meio confuso e preguiçoso, levantei-me andando até a porta que estava escorada e sai dali dando de cara com o corredor vazio e escuro. As janelas estavam abertas e isso fazia as cortinas esvoaçarem e as juntas das janelas rangerem.

 

Conforme eu deslizava meus pés descalços pelo longo tapete macio com desenho de flores nos tons de vermelho, amarelo queimado, marrom, verde escuro e azul marinho eu olhava pros lados a procura de alguém. Ao contrário do que podia parecer, a imagem que se desenrolava ali não era sinistra ou amedrontadora, era na verdade digna de uma pintura de quadro romancista.

 

Ao menos ao meu ver.

 

Acho que eu estava me acostumando com algumas coisas obscuras que o submundo oferecia. A culpa não era minha, tudo era fascinante e belo demais para eu não me encantar por cada lugarzinho ou detalhe daquele mundo novo. Com certeza eu não me importaria de passar o resto dos meus dias naquele lugar ao lado de Jeon e meus filhos.

 

Confesso que a ideia de não ser imortal como meu amado me deprimia, mas eu preferia não pensar no futuro e só viver o agora. E o agora me reservava a beleza da maternidade.

 

Acariciei a minha barriga ainda sem nenhum indício de que um bebê habitava o local, já que mesmo eu não sendo totalmente definido, ainda sim tinha um belo abdômen.

 

Enquanto descia as escadas os sons naturais daquele lugar me envolviam. Cada barulhinho, cada vento sussurrado, cada som de passo pelo lugar me era audível.

 

- Jimin? - Escutei uma voz atrás de mim e me virei achando a namorada de Vernon. Ela sorria alegre para mim e trazia consigo uma bandeja com vários tipos de cachos de uvas.

 

Senti minha boca salivar quando meus olhos caíram nas pequenas bolinhas roxas e aparentemente suculentas. Sem cerimonias ou sem perguntar para onde aquelas maravilhas frutíferas iriam surrupiei um dos cachos e logo tratei de enfiar três ou quatro bolas docinhas em minha boca mordendo-as, podendo as sentir estourarem doces em meu paladar aliviando a fome que sentia.

 

- Uau... Você fez essas uvas parecerem deliciosas. - Comentou risonha me fazendo rir envergonhado.

 

- Estou com fome... - Respondi colocando mais duas bolotas em minha boca antes mesmo de terminar de engolir as outras. - Você viu Jeon? - Indaguei olhando para os lados.

 

Se estavam pensando que eu acordaria com raiva dele depois do episódio de mais cedo, estão redondamente enganados. Tudo o que eu queria era só um abraço e beijo seu. Eu já sabia que aquilo tudo iria e tinha que acontecer, e que eu não poderia evitar, afinal já haviam me contado mais cedo. Eu sabia que Jeon não havia feito ou falado aquelas coisas por mal e só por isso eu insisti tanto para que ele me ouvisse e acreditasse em mim.

 

- Está no Jardim com Vernon. – Respondeu arrancando-me de meus pensamentos. Notei que seus olhos mudaram de divertidos para preocupados. – Desculpe a pergunta, mas aonde você se meteu o dia todo? 

 

- É uma longa história. - Suspirei emburrado ao me lembrar de toda a confusão de mais cedo. 

 

- Imagino, Jeon-ssi passou o dia todo gritando para que encontrassem você, mas ninguém conseguiu, até que desistiram e aí você apareceu. - Ela trocou o peso do corpo para a outra perna. - O mestre parece preocupado, acho que Vernon está tentando lhe acalmar. 

 

- Eu imagino que esteja. - Murmurei comendo outra uva pensativo. - Bom, eu vou atrás dele. - Sorri acenando para ela correndo para fora em direção ao jardim na parte inferior da casa.

 

A sensação de ter a grama em contato direto com a sola de meus pés era engraçada e relaxante, me fazia ter vontade de rir. Na verdade, depois que soube que estava grávido tudo parecia ter ficado colorido em meu mundo. Eu não sentia mais revolta por ter sido abandonado ou por nada nunca ter dado certo para mim, na verdade tudo o que eu pensava era em querer dar todo o amor e cuidado que não pude ter de meus pais para o meu bebê.

 

Assim que dei a volta pela lateral da casa pude avistar as costas largas de Jeon cobertas por uma capa negra e os cabelos descoloridos de Vernon. Sorrateiramente me aproximei dos dois sem que percebessem me escondendo atrás dos arbustos que eram altos o suficiente para me cobrir.

 

- Será que ele já acordou? – Escutei a voz rouca de Jeon indagar baixinho me fazendo sorrir arrepiado.

 

Era bom ouvi-lo mais uma vez.

 

- Por que você mesmo não sobe lá para verificar? – Vernon indagou calmo e eu assenti sorrindo largo.

 

- Você sabe que eu não posso... – Jeon respondeu. Sua voz parecia sôfrega demais o que me fez franzir a testa confuso.

 

- Não acha que ele ficaria feliz em vê-lo? – Vernon perguntou e eu assenti novamente mesmo sem eles poderem me ver.

 

Um minuto de silêncio se fez no local e por pouco eu não me movi aparecendo para eles, só não fiz porque logo a voz de Jeon tremida soou me fazendo sentir triste pela primeira vez desde que eu descobri que estava grávido.

 

- Eu quase os matei. – Falou me fazendo levar a mão livre até a barriga. – O melhor que eu faço é me afastar deles. Eu nunca... – Um suspiro longo e choroso soou no local. – Ele merece coisa melhor...

 

Senti meu interior se apertar em agonia apenas com a ideia de não vê-lo.

 

- Você estava sobre efeito de um feitiço, Hades! – Vernon falou irritado. – Caramba! Se você explicar Jimin irá entender. Que culpa você tem de Deméter ser uma louca?! – Ele perguntou e eu assenti concordando com as palavras do daimon. – E outra, essa decisão deve ser tomada junto de Jimin, vocês são um casal e é assim que um casal resolve os problemas. Juntos.

 

- Não. Eu já tomei minha decisão. – Ele falou e eu bufei. – Eu não posso mais... – Sussurrou e eu revirei os olhos revoltado decidindo sair de meu esconderijo.

 

- Imbecíl! – Grunhi raivoso tacando as minhas uvas nas costas de Jeon o fazendo se virar assustado para mim.

 

- Jimin?! – Indagou se levantando em seguida. – O que faz aqui? Você deveria estar descansando. – Brigou comigo, o que me irritou mais.

 

- Não finja que se preocupa comigo, seu patife!!! – Me aproximei dele tentando batê-lo, mas ele se esquivava de todas as minhas investidas assustado por minha explosão.

 

- Eu não estou fingindo, sempre vou me preocupar com você. – Sua voz saiu doce e verdadeira, por um minuto parei com as investidas de batê-lo, mas aí toda a revolta se voltou para mim e logo voltei a lhe desferir tapas e mais tapas.

 

Ele tentou se defender enquanto eu finalmente o havia encurralado contra uma parede feita de arbusto.

 

- Então por que quando eu acordei você não estava do meu lado? – Indaguei bufando irritado. – Então por que quer me afastar de você? Caramba! Você é idiota ou que? Para de fazer tanto mimimi e drama!

 

- Eu achei que não iria querer me ver depois do episódio de mais cedo. – Explicou me fazendo revirar os olhos.

 

- Quem não queria me ver era você! Qual pessoa não iria ficar feliz ao acordar depois de um momento difícil e dar de cara com o seu amor preocupado ao seu lado o vigiando? – Perguntei e ele abaixou a cabeça.

 

- Eu só fiquei com medo de piorar a situação de vocês... – Murmurou como uma criança.

 

- Você tem que parar de achar as coisas e fazer mais o que quer, demonstrar mais o que sente além de demonstrar sua vontade louca de fazer sexo. – Reclamei e ele assentiu com as bochechas coradas e cabeça baixa. – Você não me pediu para ter paciência e te ensinar a amar e tudo o que vem junto com isso?

 

- Sim. – Ele assentiu me olhando curioso e por pouco eu não ri de sua carinha de criança que estava recebendo uma bela bronca.

 

- Então! – Bati as mãos na lateral de meu corpo irritado. – Primeira lição, após uma briga não se afaste ou me ignore. Ao contrário, demonstre o quanto estar arrependido e o quanto me ama. – Falei apontando o dedo na sua cara o fazendo rir. – Não ria! – Mandei e ele fechou a boca segurando o riso. – Eu não tô contando nenhuma piada pra você ficar rindo.

 

- Jimin? – Ele falou me olhando meu incerto. – E-Eu... Posso chegar perto de vocês e te abraçar? – Ele perguntou com os olhos negros brilhando me fazendo soltar um riso soprado e assentir me rendendo aos seus encantos e a saudade.

 

Meio desconfiado o vi quebrar a distância com pequenos passos em minha direção me puxando delicadamente em um abraço caloroso. Fechei os olhos encostando a lateral de meu rosto contra o seu peito quente e firme me deliciando com seu aperto aconchegante naquela madrugada escura envolvendo sua cintura com meus braços.

 

Senti sua mão acariciar a lateral de meu rosto, em específico a minha bochecha. Sorrindo bobo levantei meu rosto o fitando me sentindo agora pleno e feliz.

 

Seus lábios tocaram os meus em um beijo casto e simples, delicado e suave. Tão leve que se não estivesse com os olhos abertos nesse exato momento, poderia confundir o toque delicado com a ação de beijar algodão.

 

― Jung.. ― Tentei falar com os lábios ainda grudados no seus, mas ele calou minhas palavras colocando a mão atrás das minha nuca e juntando mais ainda os nossos lábios com um selar intenso e pesado, não deixando que eu abrisse minha boca para falar nem por um segundo.

 

Meu coração batia rápido e minhas mãos tremiam ao redor de sua cintura. Meus olhos foram se fechando aos poucos e minhas mãos desceram um pouco mais agarrando o tecido da sua capa por trás.

 

O beijo foi cortado me deixando com os olhos fechados e as sobrancelhas arqueadas, novamente os lábios dele tocaram os meus em um beijo mais longo, dessa vez a mão quente e firme foi de encontro a minha cintura, me puxando para mais perto, ainda sustentando minha cabeça com a outra mão aquecida grudada na minha nuca.

 

Os dedos se mexeram minimamente sobre o meu pescoço, me causando um arrepio que correu por toda a minha espinha e me fez estremecer como se aquele fosse o nosso primeiro contato e o primeiro beijo. Algo estava diferente, algo havia mudado em nós, e com certeza não era só por causa do nosso filho.

 

Um beijo, e em seguida mais um beijo longo, era tão simples que me fazia querer mais. Minhas bochechas ardiam de vergonha por poder escutar meu corpo todo chamando pelo outro de forma tão entregue em um momento tão caótico. Não era errado, mas era no mínimo impróprio. Um suspiro escapou dos meus lábios o fazendo sorrir de canto, mas não de jeito safado. Apenas um sorriso sincero e compreensível, afinal ele também sentia o que eu sentia no momento.

 

― Jimin… ― Disse me fazendo abrir os olhos, que permaneceram semi fechados ao sentir minha cintura ser abraçada com mais firmeza pelo braço alheio.

 

― Hm? ― Eu respondi meio perdido, isso o fez suspirar por alguma razão, parecia que ia falar algo, mas foi esquecido tomando meus lábios de novo em um toque mais íntimo.

 

As bocas se mesclaram buscando o calor das línguas ágeis, chupava o meu lábio inferior deixando pequenos estalos no ar, ao se separar e olhar para minha boca, voltando a mordê-la em seguida. Tirando-me todo o ar e todos os neurônios, minhas mãos rodearam seu pescoço colando todo o meu corpo no dele querendo sentir mais daquele calor aconchegante.

 

Nossas línguas se moviam chupando uma a outra, hora sim e hora não. Meu corpo dava sinal de vida, me causando arrepios e fisgadas no baixo ventre. Ofeguei entre o beijo quando senti o seu corpo se esfregar timidamente no meu.

 

Continuou mais feroz e mais rápido, apertando minha cintura com força, me fazendo grudar completamente em seu corpo, estava tudo quente. Nem a brisa fria da madrugada estava nos refrescando, estava ficando louco com o beijo intenso e os lábios macios me mordendo, chupando, beijando. Estremeci mais uma vez quando o aperto desceu de minha cintura para as nádegas. Foi tão forte que fez os nossos membros em plena rigidez se esfregarem.

 

Me afastei do beijo o empurrando, estava ofegante e meus lábios estavam quentes, ele olhava-me meio entorpecido, e eu não era diferente.

 

- Estamos no Jardim da sua casa. – Falei com um leve sorriso e ele riu também depositando um beijo na minha testa.

 

Fechei os olhos apreciando o calor de seus lábios macios pousarem em minha testa. Sentia suas duas mãos segurarem meu rosto entre elas me fazendo olhá-lo atentamente.

 

- Me perdoa, nada do que ouviu na minha boca hoje foi verdade ChimChim, eu juro. – Ele falou sofregamente e eu assenti compreensível. – Eu fui vítima de um feitiço.

 

- Claro que eu perdoo. – Falei calmo deslizando minhas mãos abertas pelas suas costas querendo lhe passar conforto e segurança. – Eu também não queria falar nada daquilo, apenas não pude escutar todas aquelas coisas calado.  Aquilo me irritou.

 

- Eu não vou precisar me afastar de vocês né? – Indagou e eu neguei sorrindo.

 

- Não. Claro que não... – Murmurei fazendo manha. – Mas nunca mais pense em me deixar, não importa o quão grande for nossa briga, nunca pense nessa hipótese, ok?

 

- Ok. – Respondeu inclinando-se um pouco para assim poder beijar-me carinhosamente. Apenas um selar, mas que demonstrava todo o carinho e amor por mim. – Eu vou cuidar muito bem de você e dos nossos filhos. – Ele falou sorrindo feliz trazendo novamente a felicidade para meu interior.

 

- Filhos? – Ri enquanto ele retirava a capa negra que usava e jogava por sobre os meus ombros assentindo com um leve sorriso dando um laço para mantê-la no lugar. – Eu mal tive o nosso primeiro e já está pensando no próximo? – O vi arregalar os olhos me fitando surpreso.

 

- Então a Gain ainda não lhe contou? – Indagou abrindo um largo sorriso em seguida.

 

- Me contou o que? Eu não lembro muito bem do que aconteceu entre eu e ela naquele quarto, foi tudo meio intenso de mais. – Murmurei pensativo tentando me lembrar de algo, mas tudo era apenas um borrão na minha mente.

 

- Vamos ser pais de Gêmeos. – Ele revelou me fazendo arregalar os olhos.

 

- Gê-Gêmeos? – indaguei e ele assentiu rindo.

 

- Sim!

 

Um minuto de silêncio se fez presente entre nós, estava tentando digerir a ideia de que eu não teria um, mas dois filhos com o amor da minha vida. Eu sentia vontade de sair gritando e correndo feito maluco por aí tamanha a felicidade que eu sentia, mas a única coisa que saiu da minha boca foi:

 

- Acho que seu pau realmente é mágico, amor. – Falei ainda em choque arrancando uma gargalhada dele em seguida.

 

O vi se ajoelhar na minha frente e como se eu fosse a porcelana mais delicada do mundo, suas mãos subiram minha camisa a dobrando até metade da minha barriga beijando-a com carinho.

 

- O appa promete ser a melhor pessoa do mundo para vocês e a omma de vocês. – Bati em seu ombro ao ouvir as últimas palavras.

 

- Eu também sou homem, então sou appa. – Resmunguei cruzando os braços.

 

- A omma de vocês não gosta de ser chamada de omma, mas logo logo ela se acostuma. – O ouvi sussurrar contra minha barriga e embora aquilo tenha feito cócegas e tenha me feito sorrir, ainda assim reclamei como uma criança birrenta.

 

- Seu sem graça. – Murmurei.

 

– Jimin...? – O vi se levantar tendo agora a sua expressão risonha e divertida tomada por uma séria e curiosa. – Precisamos falar seriamente sobre uma coisa. – Ele pediu estendendo sua mão para mim que logo a tratei de segurá-la deixando-o guiar-me para onde ele e Vernon estavam sentados antes. Olhei ao redor ao me lembrar do menor, mas não havia nem sinal de sua sombra, e então sorri ao constatar que ele havia saído para nos dar privacidade. Senti as mãos quentes de Jeon envolver as minhas e seus olhos negros me fitarem. – Aonde você esteve durante todo esse tempo?

 

Respirei fundo com os olhos arregalados pensando se eu contava ou não já que ela havia me dito que isso seria uma decisão que ela deixava nas minhas mãos. Olhei para ele e soltei todo o ar de meus pulmões. Não seria legal esconder isso dele, então apenas optei por lhe falar a verdade, afinal ele iria saber disso mais cedo ou mais tarde.

 

- Com sua omma. – Respondi sem pestanejar.

 

- O QUE? – Ele indagou me olhando totalmente incrédulo. – Isso é impossível! Minha mãe desapareceu a milênios de anos atrás...

 

- Então não é impossível, afinal ela estava desaparecida e não morta.

 


Notas Finais


Quanto babado né meu povo?
O que será que vai acontecer? Será que o papai Chronus vai voltar a vida?
Será que era mesmo a mamãe de Jeon?
E Jimin, por que será que Gain disse que ele era meio humano?
Finalmente Jeon parara de Mimimi?

Não perca os próximos capítulos de O Rapto de Park Jimin, a eternidade começa com uma mordida ;)

Gente! Eu juro, o nome dessa fanfic ainda vai fazer sentido kkkkk

E obrigada pelos comentários e novos favoritos sz
Amo vcs :3


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