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História O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Aquilo que provém do amor


Escrita por: GegeXianle

Notas do Autor


Olá.

Heis o capítulo de hoje.

Boa leitura \o

Capítulo 43 - Parte 2 Aquilo que provém do amor


Fanfic / Fanfiction O Segundo Anjo (Crônicas de Antuerpéria) - Parte 2 Aquilo que provém do amor

Parte 2 Aquilo que provém do amor

 

"Francamente... Se tive o trabalho de ser sincero com você desde o início, é porque desde o início estou atraído por você."

 

Acima de tudo e de qualquer coisa, sua irritação era feroz.

Era desconfortável dizer que outro ser o atraía em voz alta e agravava sua irritação o fato de Shou não perceber muito a cerca de seus sentimentos, que no fundo ainda eram dois estranhos vivenciando a mesma jornada.

Em vez de gritar, de expressar seu descontentamento visceral, Jang aproximou a mão de Shou de seu rosto e levou o dedo que sangrava entre seus lábios.

Shou sentia a saliva quente, a língua dele em seu dedo. Essa mesma boca estivera atrelada a sua num beijo que roubava todo seu fôlego, que mal tinha conseguido impedir.

E que talvez, nem quisesse impedir realmente.

Não sabia bem o que pensar, não conseguia ignorar o erotismo contido no gesto.

Foi um silêncio breve e de apreciação mútua.

Interrompido finalmente por Jang que tirou o dedo que estava entre seus lábios, verificando que agora havia somente uma sutil intenção de sangramento prestes a estancar.

__E o que eu deveria pensar sobre você, Shou? Que ouviu alguém lhe dizer que quis abandoná-lo largado na beira de um rio e que considerou até mesmo matá-lo... E depois de tudo, você ainda diz que pensa em ficar ao lado desse alguém!

__Mas, depois... Você me deu uma espada e disse que era porque confiava em mim.__ Shou replicou quando Jang ainda segurava sua mão.__ E no fim... Não me abandonou, mas cuidou de mim por dois dias... É por isso que fiz essa escolha.

O olhar de Jang tornou-se mais calmo e até mesmo ameaçou a sorrir.

__Então... Por que me empurrou? Não sou atraente para você?

Shou por muito pouco não engasgou com a própria saliva que se formava por baixo de sua língua, mas que pergunta era aquela?

__Não... É justamente o contrário...__ Shou articulou algo confuso.__ É por isso, que fujo quando suas mãos estão no meu corpo.

__Tem que estar ciente de uma coisa, Shou... Decidir ficar ao meu lado, anula totalmente sua possibilidade de fuga.

__Estar atraído... "Desejar"... Não é o mesmo que gostar ou amar, Jang Hae.

__Diz isso por duvidar que eu possa gostar de você... Ou por saber que seu gostar é de outra pessoa?

Mais uma vez foi atraído pelo nome de Etzel em sua mente, era como a luz irreal que o tornava atrair como o anjo que era, só que com asas de mariposa.

__Jang... Essa pessoa ficou na Aldeia de Hanja e eu a abandonei sem mesmo me despedir.

Admitia a verdade acima de tudo para si mesmo e sentia-se horrível, tão detestável...

A mão de Jang se fechou sobre a sua e seu olhar o brindava com o mesmo fulgor crescente de outrora.

__Por isso mesmo que eu sugeri que voltasse a Aldeia de Hanja... Não posso prometer que vou me comportar se você ficar ao meu lado, Shou.

Como poderia dar as costas a Jang, ir embora atrás de Etzel... Sabendo que ele ia ao encontro de sua possível morte nas ruínas de Ankh? Naquele instante, percebeu que não podia ter tudo. Algo tinha que ser sacrificado.

Sacrificar a si mesmo ao desistir de rever Etzel, ou sacrificar a vida de Jang ao decidir voltar para a Aldeia de Hanja.

Seu coração pesava demasiado dentro do peito, seus olhos azuis turvaram-se sem mais.

__Eu fico com você, Jang... Se me prometer desistir de caçar aquele ser alado.

__Tem certeza?__ Ele questionou duvidoso.

__Vou com você para onde quiser... Quero que você viva, Jang Hae.

Shou teve medo de romper-se em lágrimas ou deixar demasiado evidente suas dores e se isso viesse a acontecer, Jang não acreditaria em suas palavras e o mandaria de volta para a aldeia dos magos. Por essa razão, partiu do próprio Shou o beijo que se seguiu, abraçando Jang com um de seus braços pela cintura, segurando com força e apertando seus dedos em sua roupa molhada.

Ficando agradecido por aquele estupor sensual submergir em seus poros, os beijos retomando o furor anterior.

A excitação de seu corpo físico sobrepujando o que havia de triste em sua essência de anjo.

Momentaneamente.

                                                                                    ********

 

A chama de uma lamparina era a única luz dentro do paiol.

Jang usara um pouco de azeite para acendê-la pouco antes do anoitecer.

As luas avançavam anuviadas pelas grandes nuvens naquela escuridão, já não chovia.

Os sacos de algodão serviram para acomodarem seus corpos, evitando que dormissem no chão frio e úmido.

Sobre suas nudezes pairava a colcha de retalhos emprestada pelo aldeões, donos daquele paiol.

E essas nudezes se encontravam plenamente emaranhadas, suas pernas entrelaçadas de um modo que a primeira vista nem eles sabiam a quem pertencia os pés que se roçavam devagar a se acarinharem mesmo sem querer.

Na real, quando Shou despertou devagar, tendo as pálpebras um tanto pesadas, percebeu onde estava e que abraçava Jang pelas costas e que ele não estava completamente nu... A única peça que ele parecia vestir era um colete justo confeccionado em couro.

Levantou devagarinho a colcha e ficou embaraçado por ver suas peles tão juntas e misturadas.

Deixou a colcha de retalhos cair novamente sobre os dois e suspirou a estar cada instante mais consciente da respiração dele, do calor.

Era a segunda vez que o anjo experimentava o sexo, mais de um tipo de sexo.

E num contexto totalmente adverso.

A única reprise era que o ato sexual mais uma vez fora um modo de se despedir de Etzel e por esse motivo agora não havia nada que pudesse impedir a tristeza de fluir.

A excitação de antes debandara se seu corpo e suas extremidades estavam frias.

Por ser um anjo muitos de seus prantos ficavam restritos a sua alma, não costumavam escapar pelos olhos embora às vezes se turvassem.

Contudo, o que Shou sentia... Transbordava.

Se alinhou meigo às costas de Jang, sem que deixasse nenhum soluço escapar.

Ao apertar os olhos e franzir inevitável a face, a lágrima rolou quieta e morreu caindo pela lateral de seu rosto, repousando em algum lugar de seu pescoço níveo...


Notas Finais


E mais uma vez, agradeço por lerem.


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