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História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 14


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura *-*

Capítulo 15 - Capítulo 14


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 14

– Por que está tão nervosa? – meu pai perguntou ao parar ao meu lado.

– Porque eu não sei o que está acontecendo comigo. – choraminguei batendo a faca repetidas vezes, contra a tábua que eu usava pra cortar legumes. – Eu sou um poço de confusão, pai.

– Seja clara, Katniss. – ele pediu, tentando enxergar meu rosto.

– Acho que eu acabei fazendo Peeta pensar que eu estava com ciúme dele. – soltei o objeto cortante e apoiei as mãos na borda da pia.

– O que você fez dessa vez, filha? – meu pai questionou depois de soltar um longo suspiro.

– Eu meio que fiquei irritada ao vê-lo conversando com a professora de Álgebra. – respondi.

– Só por conversar? – indagou parecendo confuso.

Respirei fundo, soltando todo o ar devagar, pelo nariz, em seguida.

– Eles estavam perto demais. Eu não quis ficar lá pra assistir o que viria a seguir. – falei em tom de derrota.

– Então você não fez ele achar que estava. Você simplesmente ficou enciumada. – meu pai praticamente debochou de mim, fazendo-me encara-lo. – Desculpe, Katniss, mas isso está claro.

– Não fiquei com ciúme. Eu só achei estranho ele me beijar no sábado e ficar de papo com outra na segunda. – me defendi. – Peeta não parece ser do tipo que sai beijando qualquer uma.

– Realmente não deve ser, porque se fosse, jamais conseguiria prender sua atenção. – meu pai comentou. – Você sente o cheiro desses caras de longe.

– Então por que ele estava quase com os lábios nos dela? – questionei quase irritada, voltando a pegar a faca. – Isso é coisa de homem que sai galinhando por ai. – murmurei.

– Pergunte a ele. – pude ver meu pai dar de ombros.

– O senhor está muito sem graça hoje. – fiz uma careta. – Se eu for questiona-lo sobre o assunto, ele vai achar que eu realmente estava com ciúme, coisa que não estou. – afirmei convicta.

– Mas é claro que não. – meu pai debochou. Alguém bateu na porta três vezes. – Meu futuro genro chegou. – ele disse baixo, me dando as costas, e caminhando em direção a porta.

– Se o senhor fizer esse tipo de piada, enquanto Peeta estiver aqui, eu nunca mais falo com o senhor. – ameacei nervosa e quase em um sussurro, voltando a soltar a faca, e lavando as mãos.

Pude ouvi-lo rir, enquanto eu me secava com um pano de prato, e virava em direção a porta.

Lá estava Peeta, com um lindo sorriso e com os cabelos impecáveis, parado do lado de fora. Em seu braço direito uma sacola de papel, e em sua mão esquerda um lindo buquê de variadas flores.

– Boa noite. – ele disse olhando meu pai.

– Boa noite. – meu pai cumprimentou. – Pode entrar.                

Peeta fez o que meu pai havia pedido, enquanto eu caminhava, até parar bem no meio da sala.

– Flores? – questionei.

– Você disse que em um primeiro encontro é necessário flores. – Peeta disse sério. – Como seu pai me convidou para o jantar, é nosso primeiro encontro. – ele olhou para o meu pai. – Essas flores são para o senhor. – Peeta estendeu o buquê para o meu pai, que acabou gargalhando com o ato.

– Isso é sério? – questionei quase beirando a incredulidade.

– Claro. – ele deu de ombros, dando um sorriso. – Pra você tenho algo melhor. – Peeta passou por mim, depositando a sacola de papel sobre o balcão de mármore. De dentro dela, ele puxou uma caixa de bombons e um grande pote de sorvete. – TPM, certo? – questionou, colocando-os sobre o balcão.

– Eu disse que não estou de...

– Claro que não está. – ele me interrompeu, e piscou pra mim, andando em minha direção. – Mas ninguém rejeita sorvete e chocolate. – Peeta beijou demoradamente minha testa. – Você está linda. – sussurrou pra mim, causando calor em minhas bochechas. – O que temos de bom para o jantar? – ele perguntou em voz alta ao se afastar, e andou em direção a cozinha.

Meu pai se aproximou e me olhou com um sorriso no rosto.

– Um dia você não vai mais conseguir esconder. – ele sussurrou pra mim, enquanto meus olhos voltavam para Peeta que mexia descaradamente nas panelas sobre o fogão.

– Não sei do que o senhor está falando. – respondi no mesmo tom, caminhando em direção a Peeta.

 

~||~

 

– Percebi que durante o jantar você ficou calada. – Peeta disse dando uma colherada no sorvete que estava entre nós dois no sofá. – Quando disse que não queria que eu viesse, era sério? – questionou de boca cheia.

– Não. – suspirei dando uma colherada em seguida.

Já era quase dez horas da noite. Meu pai já havia se deitado, restando apenas nós dois na sala, tomando o grande pote de sorvete de chocolate, com alguns bombons picados.

– Então porque parece que minha presença a incomoda a ponto de não querer falar comigo? – questionou, me fazendo encara-lo. – Você pode ser sincera. Eu aguento. – seus olhos azuis passavam agitadamente por meu rosto, parecendo esperar por minha resposta.

– Eu gosto de você, Peeta. – falei causando confusão em seu semblante. – E desde sábado parece que eu estou presa nessa confusão, por ter te beijado. – soltei a colher. – Eu te disse que não saberia lidar com isso.

Seu olhar pareceu relaxar, e um sorriso surgiu em seus lábios.

– Não há nada que você precise lidar, pequena. – Peeta também soltou a colher. – Foi apenas um beijo, que a propósito, foi muito bom. – seu sorriso se alargou, esquentando minhas bochechas. – Mas não precisa ficar pensando nisso. Mais do que tudo eu quero ser seu amigo. Esqueça aquela parte de sábado, e me conte como foi sua aula com o segundo ano. – sugeriu voltando a pegar sua colher.

Mordisquei meu lábio inferior, respirando fundo em seguida.

– Foi terrível. – comecei a falar. – Depois que você saiu, eles me enlouqueceram. – peguei minha colher. – Não consegui dar aula hoje. – enchi minha boca com sorvete.

– Eu andei pensando sobre isso. Eu poderia te ensinar a lidar com eles. – Peeta falou de boca cheia.

Voltei a olha-lo.

– Isso envolveria o quê? Aulas com você? – falei em tom de deboche.

– Claro. – ele abriu um meio sorriso levemente torto. – Aulas do tipo que usaremos quadro negro, cadernos, e dever de casa. – Peeta piscou com o olho direito pra mim.

– Não sei se eu quero ser como você. – peguei outra colherada de sorvete.

– Como assim? Não há ninguém melhor pra você se espelhar, do que eu. Olha pra mim. – ele moveu as sobrancelhas pra cima e pra baixo.

Soltei uma risada baixa, negando com a cabeça.

– Que tipo de coisa você iria me ensinar? – decidi questiona-lo.

– Se você aceitar, você irá descobrir. – Peeta abriu um sorriso.

Ergui a sobrancelha esquerda em dúvida.

– Isso não me parece muito confiável.

– Desde quando te dei motivos para desconfiar de mim? – perguntou, enchendo sua colher com sorvete, e parando-a em frente à minha boca. – Não te sujei de bolo da outra vez, e não vou te sujar agora. Somente pessoas confiáveis não se aproveitam dessas oportunidades. – Peeta deu um sorriso torto, mantendo sua colher ainda parada. – Mas você precisa comer logo, se não vai derreter e sujar você.

Apertei levemente o cabo da minha colher e abri a boca, recebendo o sorvete dentro dela. Meu coração idiota havia mudado o ritmo apenas por essa ação tão simples. Qual era o meu problema?

– Quando começamos? – perguntei depois de engolir.

– Amanhã depois das aulas no colégio. – respondeu animado.

– Vai mesmo usar um quadro negro, não é? – peguei mais sorvete.

– Com certeza. – ele sorrio.

A porta do apartamento foi escancarada, surgindo Madge e Gale por ela.

– Boa noite. Desculpa chegar assim. – Mad foi a primeira a falar. – Nós vimos que a luz estava acesa. Viemos ver você. – seus olhos pararam em Peeta, que olhava pra trás curioso. – Oi, Peeta.

– Olá. – ele respondeu sorrindo, se colocando de pé. – Tudo bem com vocês? – Peeta caminhou até o casal, apertando a mão dos dois.

– Tudo sim. – Gale respondeu, olhando em minha direção. – Cadê o seu pai? – perguntou.

– Dormindo. – falei me levantando também. – Vocês estão bem mesmo? Não é hora da Madge estar na faculdade? – parei ao lado de Peeta, analisando os dois.

– Eu não estava muito bem. Gale foi me buscar. Já passou. – Madge explicou, dando um sorrisinho. – Estamos atrapalhando? – perguntou parecendo curiosa.

– Não. – Peeta falou antes que eu pudesse responder. – Na verdade, eu já estava indo embora. – ele me olhou, dando um pequeno sorriso. – Me acompanha até a porta?

– Claro. – andei a sua frente, enquanto eu o ouvia se despedir de Gale e Madge.

Peeta passou por mim, parando a minha frente, já no corredor do lado de fora.

– Nos vemos amanhã. – ele disse baixo, beijando minha testa. – Prometo levar mais chocolate para sua TPM.

– Você vai me engordar. – resmunguei decidida a não retrucar mais, afinal Peeta não estava errado sobre o assunto.

– Depois vamos malhar então. – debochou, tirando uma risada baixa de mim. – Se demorar pra dormir, me manda mensagem. – pediu.

– Pode deixar. – respondi, vendo-o se afastar.

Fechei a porta, dando de cara com o olhar malicioso do casal.

– Não comecem. – falei, andando até o sofá para pegar o sorvete. – Não sejam uma Annabelle agora. – resmunguei.

– Não fizemos nada. – Gale se defendeu.

Eles se calaram, enquanto eu guardava meu sorvete no freezer, e as panelas na geladeira. Continuei a me movimentar pela cozinha, até ouvir os passos dos dois anunciando que se aproximavam.

– Katniss. – Gale chamou, me fazendo virar em direção a eles.

Madge havia sentado no banco próximo ao balcão, e Gale havia parado ao lado dela.

– Que foi? – perguntei franzindo as sobrancelhas.

– Eu achei isso lá embaixo, na caixa do correio de vocês. – Mad falou baixo, tirando um pequeno bolo de cartas do bolso do casaco. – Sinto muito. – ela estendeu em minha direção.

Fiquei mais confusa, e eu só fui entender, quando peguei os envelopes, e consegui enxergar minha própria caligrafia neles.

– Voltaram ao remetente. – Gale disse pesaroso.

Dei um sorriso fraco, engolindo o choro que havia se formado em minha garganta.

– Está tudo bem. – dei as costas para os dois e pisei no pedal do lixo para erguer a tampa. – Eu não sei porque ainda tento. – analisei envelope por envelope, jogando todos que haviam retornado dentro da lixeira.

– Você chegou a pensar que sua mãe mudou de endereço? – Madge perguntou inocentemente.

– Claro. Ela mudou sim. Há treze anos, Madge. – disse com sarcasmo, jogando o ultimo envelope no lixo. – Annabelle conseguiu esse maldito endereço com uma tia, e eu, a idiota, venho tentado entrar em contato. – pigarreei deixando a tampa se fechar. – Eu preciso revisar as aulas de amanhã. – falei passando por eles. – Fiquem à vontade.

– Catnip. – Gale me segurou pelo braço, girando meu corpo até que eu estivesse de frente pra ele. – Não precisa fugir da gente.

– É o que eu faço de melhor. – me desvencilhei de sua mão sem muito esforço. – Obrigada por... Seja lá o que vocês vieram fazer aqui. – dei as costas, voltando a andar.

O choro havia subido até meus olhos, mas eu estava disposta a segura-lo. Manoela Cresta Everdeen não merecia minhas lágrimas, e eu já havia derramado muitas desde que ela foi embora sem dar explicações.

Entrei em meu quarto, trancando-me no mesmo.

Joguei meu corpo sobre o colchão e fechei os olhos com força.

Minha mãe não me abalaria mais. Eu não permitiria que isso acontecesse. Eu já havia passado tempo demais tentando obter uma resposta sensata de sua parte. Eu só precisava desistir de encontrá-la.


Notas Finais


Beijos ♥


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