1. Spirit Fanfics >
  2. O Sol em meio à tempestade >
  3. Capítulo 27

História O Sol em meio à tempestade - Capítulo 27


Escrita por: nsbenzo

Notas do Autor


Boa leitura *-*

Capítulo 28 - Capítulo 27


Fanfic / Fanfiction O Sol em meio à tempestade - Capítulo 27

O carro de Gale tinha sete lugares, o que veio a calhar, já que não precisaríamos usar dois. Eu e Peeta estávamos mortos demais para dirigir por muito tempo, já que eu precisei repor aulas com as minhas turmas o resto da semana, e Peeta, que por algum motivo desconhecido por mim, precisou permanecer todos os dias no colégio no mesmo horário que eu.

E pra mim estava claro, que mesmo que precisássemos dirigir outro veículo, não conseguiríamos nos separar. Desde o dia em que combinamos sobre o acampamento, algo mudou entre nós dois. Algo incontrolável, me fazia olha-lo demais, e eu havia notado que Peeta também estava com esse pequeno problema. E não eram simples olhares. Eram intensos, que mexiam com meu coração idiota, querendo sair pela garganta, como se antecipasse algo, que eu não sabia exatamente o que era.

Eu sentia alguns olhares sobre nós pelo retrovisor, já que havíamos sentado nos dois últimos bancos. Gale dirigia com Madge ao seu lado, e Annie e Finnick estavam a nossa frente.

– Você tem certeza que encontraremos alces lá? – perguntei baixinho.

– Não, pequena. – ele me olhou. – Mas prometo que de uma forma ou de outro, acharei um pra você. – falou no mesmo tom que eu.

Ri baixo, balançando a cabeça.

– Você sabe que não sou uma criança, certo? Só tenho tamanho. – fiz piada, fazendo-o rir.

– Sei sim, baby. – murmurou perto do meu ouvido. – Mas eu vou achar.

Um arrepio gostoso atingiu minha nuca, me fazendo fechar os olhos e sorrir.

– Quanto cochicho. – Annabelle provocou.

– Acho que tem alguém curiosa. – Peeta continuou a sussurrar em meu ouvido, fazendo-me encolher o pescoço e rir baixo.

Abri os olhos para encara-lo, quando notei que ele havia se afastado.

– Você está uma gracinha com esse gorro. – Peeta estendeu as mãos, puxando-o levemente pra baixo, quase escondendo meus olhos.

– Ai. – resmunguei, acertando um tapinha em seu braço assim que ajeitei o gorro no lugar.

Peeta deu um sorriso torto, com os olhos passeando por meu rosto, e voltou a se aproximar.

– Seus lábios estão mais chamativos hoje. Queria te beijar pra ver se estou só imaginando ou se eles estão tão gostosos como parecem. – sussurrou em meu ouvido.

Abaixei a cabeça, sentindo meu rosto esquentar, dando um sorriso tímido. Peeta soltou uma risadinha se afastando novamente.

– Vocês são tão fofos. – Madge comentou do banco da frente.

– Devíamos ter ido no seu carro. – murmurei para Peeta, que apenas sorrio.

– Quando vocês vão se assumir? – minha irmã perguntou.

– Deixa os dois em paz, Annie. – Gale interviu, nos encarando pelo retrovisor.

– A viagem vai ser longa. – sussurrei para Peeta.

– Por que não aproveita para dormir um pouco? – questionou. – Pode me usar como travesseiro. – ele sussurrou a última frase.

Sem pestanejar, repousei a cabeça em seu ombro.

– Me chama quando você for dirigir. – pedi.

– Por quê? – indagou.

– Porque vou com você na frente. – murmurei fechando os olhos.

– Então vou te chamar, com certeza. – ele respondeu em um sussurro, beijando o alto da minha cabeça, fazendo-me abrir um sorriso.

 

~||~

 

– Você está bem, Madge? – perguntei assim que descemos do barco.

– Sim. – ela deu um pequeno sorriso, antes de se agarrar ao braço de Gale.

– Alguém está com fome? – Peeta perguntou, parando ao meu lado.

– Longe disso. – Mad respondeu, encostando a cabeça no namorado e fechou os olhos.

Annie olhou pra mim com o cenho franzido, e algo me dizia que minha irmã ainda não havia conseguido descobrir o que estava acontecendo com Madge.

– Bom. Como o Finnick tem mais experiência com trilhas e acampamentos, acho melhor ele ir na frente. – me manifestei.

Meu cunhado afirmou com a cabeça, e abriu o pequeno mapa da ilha.

– Não quer comer nada? – Peeta perguntou em tom baixo, próximo ao meu ouvido.

– Não. Quem sabe depois. – sorri pra ele, antes de começar a andar atrás de Finn.

Meus olhos estavam atentos a bela paisagem, enquanto entravamos em uma das trilhas, guiados por Finnick, que tinha destreza em seus passos, mesmo sem nunca ter estado ali.

– Isso aqui é grande pra caramba. – Gale comentou minutos mais tarde, depois de andarmos uma boa parte do caminho que Finn nos levava.

– É sim. Mais do que conseguiríamos explorar em um dia. – Peeta respondeu logo atrás de mim.

– Aqui é lindo. – falei ao parar, enquanto os outros a minha frente subiam uma pequena parte íngreme, coberta com terra vermelha e cheia de cascalhos.

Olhei ao redor, com um sorriso bobo no rosto, até meus olhos pararem em Peeta, que me esperava seguir o caminho.

– Nunca pensei que seu sorriso poderia ficar mais lindo do que o habitual, mas vejo que eu estava enganado. – ele disse com um sorriso torto.

Senti minhas bochechas corarem, mas mantive o sorriso em meus lábios.

– E eu nunca pensei que eu ficaria feliz em fazer trilha e acampar no meio do mato. – ri baixo, quando Peeta riu do meu comentário.

– Vamos, casal! – minha irmã exclamou já no alto da trilha, com as mãos na cintura.

Rolei os olhos antes de segui-los.

– Você chegou a imaginar que estaria fazendo isso? – Gale perguntou quando me aproximei do seu lado direito.

– Nunca. – confessei.

Peeta passou por nós, e olhou pra trás, me lançando um sorriso antes de virar a cabeça pra frente e se aproximar de Finnick, Annie e Madge que estavam mais à frente, falando sobre alguma coisa que eu não conseguia ouvir.

– Ele está te fazendo viver. – meu melhor amigo comentou, parando longe dos outros. – Eu também nunca imaginei que você faria trilha ou decidiria acampar. Peeta está fazendo isso com você.

Mordi o lábio inferior e parei um pouco mais a frente, observando Peeta, que estava atento a fala de Finnick.

– Você notou isso, Catnip? – Gale perguntou.

Virei o rosto para olha-lo e afirmei brevemente.

– Peeta tem me mudado bastante. – tirei o gorro da cabeça, e o escondi no bolso do casaco. – Eu me assustava com isso, mas desde a morte do meu pai... – suspirei, mexendo em meus cabelos, tentando coloca-los no lugar, e tentando evitar a incomoda dor que ainda mexia com meu coração toda vez que pensava nele. – Eu não consigo mais imaginar meus dias sem ter o Peeta por perto. – virei o rosto em direção aos outros, notando que Peeta já não dava mais atenção ao meu cunhado, mas sim a mim. Ele sorrio quando percebeu que eu o olhava, o que, automaticamente, me fez retribuir com outro sorriso. – E eu não consigo parar de sorrir pra ele, Gale. – falei constrangida, voltando a encarar meu melhor amigo.

– Você o ama? – ele questionou.

Meu coração acelerou, e um frio tomou conta da minha barriga instantaneamente.

– Isso não é pergunta que se faça. – murmurei.

– Então você o acha um idiota? – Gale deu um sorriso esperto, e elevou a sobrancelha direita.

– Me deixa em paz. – ri pelo nariz. – Eu jamais confessaria a você... – olhei de volta para Peeta. – Até pra ele seria difícil confessar.

– Ao menos tente demonstrar que sente algo além de amizade. – Gale comentou.

– Por que eu me arriscaria assim? – questionei, voltando a olhar meu melhor amigo.

– Porque Peeta gosta de você. Todo esse cuidado, essa atenção, e as piadas, vem de um cara apaixonado, Catnip. – ele afirmou. – Não perca a chance de ser feliz. Você merece.

Mordi o lábio inferior, suspirando em seguida.

– Eu tenho medo... De perde-lo. Ou de me magoar de alguma forma. – balancei a cabeça. – Eu não sei se suportaria caso algo estragasse o que temos hoje. Eu preciso tanto dele, que... – hesitei, passando as mãos por meu rosto. – Eu não posso perde-lo, Gale.

Meu melhor amigo deu um passo em minha direção, e segurou meus ombros com firmeza.

– Eu te amo, Catnip. Eu tenho você como uma irmã, por isso falo com convicção, que eu não consigo ver ninguém melhor para cuidar de você, do que o Peeta. – Gale analisava meu rosto devagar. – Não apenas como um amigo. Ele é homem pra você, Katniss. E seu coração já percebeu isso. – ele me soltou. – Não perca essa oportunidade por culpa do medo. Dê essa chance a vocês dois.

Dei um pequeno sorriso.

– Acho que nunca imaginei você dando conselhos. – brinquei, fazendo-o rir. – Prometo que vou tentar... Pensar sobre o assunto.

Meu melhor amigo sorrio, e sem pestanejar me abraçou forte. Retribui de imediato, rindo quando ele me ergueu do chão, e logo colocou de volta.

– Que fofos. – Annie se aproximou, falando com sarcasmo. – Agora solte dela, ladrão de irmãs.

– Calma. – falei assim que Gale me soltou do abraço. – Tem um pouco de Katniss para todos. – fiz piada, o que pareceu surpreender a todos.

Menos Peeta, que riu, antes de vir até mim.

– Saiba que não gosto de dividir. – ele sussurrou em meu ouvido quando se aproximou.

Sorri timidamente, e senti minhas bochechas pegarem fogo quando Gale me cutucou próximo a costela.

– Podemos comer? – sugeri, desviando do assunto.

– Claro. – Peeta concordou, e me puxou pela mão em direção ao local que eles haviam escolhido para pararmos.

 

~||~

 

– Me diz que aquilo não é um lobo. – Madge paralisou, agarrando-se ao braço de Gale.

Ouvi a gargalhada da minha irmã, logo atrás de nós.

– Pra quem estava super empolgada para vir... Agora está com medo de um lobinho? – Annie provocou.

– Não seja maldosa, Annabelle. – a repreendi. – É só não irmos na direção dele. – tentei tranquilizar Mad.

– Ele está a uns bons metros de nós. Não fará nada. – Peeta completou minha tentativa.

– E se ele matar a gente enquanto dormimos? – questionou.

Dessa vez eu precisei segurar o riso. Peeta me olhou de esguelho com um sorriso divertido.

– O Gale te defende, Madge. – Finnick argumentou.

– Isso. Eu protejo você. – meu melhor amigo a abraçou pelos ombros, voltando a andar em linha reta.

Já era mais de quatro da tarde. Havíamos parado algumas vezes para descansar e apreciar a vista que a ilha dava de todos os lados, mas ainda não tínhamos decidido onde acamparíamos. Finnick havia sugerido que achássemos um lugar alto, para termos uma boa vista da praia lá embaixo, por isso, nos últimos quarenta minutos apenas subíamos morro acima.

Minhas pernas estavam me matando, mas eu não podia reclamar. Na verdade, nem conseguiria. Peeta parecia tão bem naquele lugar, que seu sorriso chegava até ser mais brilhante e sincero. E eu, a boba que eu era, me perdia em sua alegria apenas por olha-lo.

– Está cansada? – senti um toque leve em meu braço, o que me fez virar a cabeça para olhar o dono da voz.

Seus olhos azuis pareciam preocupados.

– Eu reclamei em voz alta? – perguntei, rindo baixo em seguida.

Peeta riu comigo, e negou com a cabeça.

– Não vejo como você não possa estar. Não tem costume de andar tanto. – falou, olhando pra frente. – Parece que as piores subidas ficaram pra trás. – ele deu um sorriso torto, olhando novamente pra mim. – Tive uma ideia. – Peeta tirou a mochila gigante de suas costas, e logo fez o mesmo com a minha. – Espere aqui.

Ele correu até alcançar os outros, que iam mais à frente.

– Levem pra gente. – Peeta entregou uma mochila na mão de Finnick, e outra na mão de Gale.

Os quatro pararam onde estavam, e viraram para olhar em nossa direção, enquanto Peeta voltava até mim.

– Sobe. – pediu, ficando de costas pra mim.

– Como assim? – perguntei duvidosa.

– Nas minhas costas. Anda. – ele abaixou levemente para dar altura.

Mordi o lábio inferior, e senti minhas bochechas esquentarem por culpa da atenção sobre nós.

Me aproximei de Peeta, e com um impulso, subi em suas costas. Suas mãos seguraram embaixo de meus joelhos, e eu passei os braços ao redor de seu pescoço.

– Agora sim podemos ir. – ele disse animado.

Com um pique que eu não sabia que Peeta ainda tinha, ele começou a correr a pequena subida comigo, me fazendo rir.

– Para. Assim você só vai se cansar mais. – tentei argumentar.

– Aproveite a vista, pequena.

Antes de continuar a subida, ele parou no meio do caminho.

De onde estávamos já dava para ver o mar, e uma pequena parte da praia onde havíamos desembarcado.

– Eu queria congelar esse lugar, pra ficar olhando. – comentei, fazendo-o rir.

– Isso se chama foto. – brincou, e foi minha vez de rir, enquanto ele voltava a andar.

– Vocês são folgados. – Annie reclamou logo atrás.

– Deixa os dois. Você quer tanto que eles sejam um casal. Comece a ser um cúpido. – Gale interviu.

– Calem a boca. – resmunguei com os dois.

Peeta caminhava devagar, porém não parecia incomodado com meu peso. Suas mãos estavam firmes, mas eu havia entrelaçado as pernas em sua cintura, tentando facilitar.

– Você é louco. – falei baixinho em seu ouvido.

Pude notar sua pele se arrepiar, o que me fez morder o lábio inferior.

– Não faça isso. – pediu com a voz baixa o suficiente para que apenas eu ouvisse.

– Desculpa. – dei um pequeno sorriso, mesmo sabendo que Peeta não estaria vendo. – Quando você cansar, me coloque no chão.

– Você é peso pena, Katniss. – provocou, rindo em seguida.

– O que quer dizer com isso? – perguntei.

– Que você é magra. Isso foi um elogio. Aceite. – Madge respondeu alcançando nós dois.

Peeta riu novamente.

– Exatamente. – concordou, parando de andar.

Ele ergueu a cabeça, direcionando seu rosto para o céu.

– Olha pra mim. – Peeta pediu, e sem pensar muito, eu me impulsionei levemente pra cima, esticando o pescoço para ficar quase cara a cara com ele.

– Se beijem logo, por favor. – Annie se meteu, passando por nós, assim como Finnick, Gale e Madge, que passaram logo, nos deixando pra trás.

– Deve ser difícil beijar desse jeito. – Peeta deu um sorriso torto. – Quer tentar? – sussurrou.

Soltei um riso tímido, e beijei a ponta de seu nariz.

– Maldade. – ele riu, voltando a olhar pra frente, seguindo os quatro.

– Você me pediu pra te olhar para tentar arrancar um beijo meu? – questionei.

Senti seu corpo tremer em uma risada silenciosa.

– Sua irmã que sugeriu. – respondeu. – Eu só pedi para que você me olhasse, para poder ver se você ainda estava feliz. – falou em tom mais baixo.

– Difícil não estar feliz agora, Peeta. – quase sussurrei. – É o tipo de coisa que simplesmente te faz esquecer de todo o resto, mesmo que momentaneamente.

– Sei como você se sente. – ele disse. – É como se todo o resto sumisse da sua cabeça, não é?

– Sim. – dei um pequeno sorriso.

– É isso que eu sinto, sempre que te vejo sorrir. – falou, me fazendo ficar completamente imóvel. – Tudo a minha volta simplesmente desaparece. Nem consigo explicar.

Não consegui responde-lo. Meu coração havia acelerado tanto, que precisei me prender melhor com as pernas na cintura de Peeta, apenas por receio de simplesmente cair de suas costas por puro nervosismo.

– Te deixei sem graça? – questionou, firmando um pouco mais suas mãos embaixo de meus joelhos.

– Quando não deixa? – rebati, abaixando a cabeça, e me aproveitei da curvatura de seu pescoço para esconder o rosto, mesmo sabendo que ele não estaria me vendo corar. – Eu devia parar de falar com você. Estou cansada de me envergonhar na sua frente. – murmurei, e no mesmo instante a pele de Peeta se arrepiou novamente.

– Nunca mais diga isso. – me repreendeu de maneira séria, parando de andar.

– O quê? – falei baixo, ainda com o rosto em seu pescoço, e acabei inspirando devagar, sentindo o cheiro amadeirado de sua pele invadir minhas narinas, causando mais agitação dentro de mim.

– Que devia parar de falar comigo. – murmurou.

Ergui a cabeça, e a passei melhor por seu ombro, tentando enxergar seu rosto. Peeta facilitou minha tarefa, virando a cabeça para o lado, fazendo-nos ficar cara a cara novamente.

– Eu não conseguiria. – disse em voz baixa, deixando meus olhos descansarem em seus olhos azuis.

Meu coração batia forte no peito, enquanto calmamente, Peeta aproximava seu rosto do meu, deixando meu nariz encostar no dele. Voltei a me ajeitar em suas costas devagar para não cortar nosso contato visual, e acabei ficando mais próxima de seus lábios, quase tocando-os com os meus.

Cadê esses dois? – ouvi a voz de Annabelle ao longe. – Será que estão se pegando em algum lugar?

Dei um sorriso tímido, e fechei os olhos, encostando minha testa contra a testa de Peeta.

– É melhor nós alcançarmos os outros, antes que venham atrás da gente. – falei baixo.

Senti os lábios de Peeta passarem devagar pelos meus, fazendo meu estomago revirar em ansiedade, e logo ele se afastou, me fazendo abrir os olhos.

Ele sorrio pra mim, antes de olhar pra frente e voltar a andar.

Eu apenas suspirei, e voltei a me arrumar em suas costas, tendo em mente que faltava muito pouco para eu entregar os pontos.


Notas Finais


Beijos ♥


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...