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História O Vermelho da Maçã - Chapter II


Escrita por: AnaWalkerKawaii

Notas do Autor


Aqui estou eu para mais um capítulo amores! *----*
Boa leitura <333

Capítulo 2 - Chapter II


Fanfic / Fanfiction O Vermelho da Maçã - Chapter II

Shirayuki permaneceu imóvel diante de tal pergunta. Porque ele estaria tão disposto a ajudar uma completa desconhecida como ela? Talvez ele seja aqueles homens interesseiros que, ao ajudar a futura princesa, obteria alguma recompensa. Não havia outra explicação.

Kiki e Mitsuhide observavam a cena com expressões sérias, sem demonstrar nenhuma surpresa com o ato de Zen. Como se fosse algo comum ele fazer propostas inesperadas e loucas. Parecendo ler a sua mente, o rapaz de cabelo cor de neve a tirou de seus devaneios ao dizer:

–Então? Qual será a sua resposta? –seu tom de voz soava brincalhão. –Sem querer desmerecer a senhorita, mas eu acho que talvez precise da minha ajuda desta vez.

–E o que faz você pensar nisso? –Shirayuki retrucou, com um olhar desafiador.

–Pelo que me recordo bem, estava tentando procurar uma saída nessa floresta quando nos encontramos, não é mesmo? Isso significa que a senhorita está perdida e não faz a menor ideia de como sair daqui –a exclamação muda e os lábios entreabertos da ruiva fez um sorriso vitorioso brotar nos lábios de Zen, que prosseguiu: –Para a sua sorte, eu conheço essa floresta com a palma da minha mão.

–E porque diabos você mora em uma cabana no meio de uma floresta? –ao perceber que estava sendo invasiva demais com tal pergunta, Shirayuki mudou a questão rapidamente: –F-Falando nisso, que floresta é essa?

Olhou para os lados, observando a grande diversidade de árvores e flores que nessa floresta, fora pouquíssimas vezes que viajara para outros Reinos. Haviam inúmeras ervas medicinais que sequer existiam em Tanburn por esse local, o que fez a mesma questionar-se o quanto estava longe de casa.

–A senhorita está na Floresta dos Arcos, creio que já tenha escutado esse nome alguma vez: ela é um território neutro que separa o Reino de Clarines e Tanburn.

Oh, o Reino de Clarines. Agora está explicada tamanha beleza e diversidade de tal floresta. Clarines é um dos reinos mais ricos e belos que havia, onde a população sempre andava sorrindo e recebiam todos com braços abertos. Shirayuki fora visitar tal Reino apenas uma vez, anos atrás.

Naquela época, o Segundo Príncipe ainda não havia desaparecido e dado como morto.

A ruiva respirou fundo, dando o braço a torcer. Zen tinha razão sobre o fato dela jamais conseguir sair da Floresta dos Arcos sem a sua ajuda, tinha que retornar para Tanburn o mais rápido possível. Não consegue sequer imaginar como seu querido reino está agora com o seu desaparecimento.

Antes de selar qualquer proposta ou acordo, a garota de cabelo vermelho agachou-se no chão em frente ao rapaz, fitando seus olhos azuis profundamente. Uma intensa troca de olhares ocorreu naquele instante. Seu tom de voz soou desafiador.

–O que você ganha me ajudando?

–Será a minha primeira vez visitando Tanburn, acho que vale a pena –ele deu de ombros, sorrindo. –Você irá adorar a minha companhia, Akagami.

Shirayuki permitiu um breve riso escapar de seus lábios, erguendo sua mão aos ares para logo em seguida pousá-la sobre as do rapaz, respondendo de maneira brincalhona:

–Tente não se apaixonar por mim, pois estou prometida a outro.

–Não sabia que a senhorita tem senso de humor –ele riu juntamente com ela, prosseguindo: –Não se preocupe, prometo não me apaixonar e como você sabe, um cavalheiro nunca quebra sua promessa.

 

...

 

Chegariam à Tanburn em três dias caso fossem a cavalo, mas para o azar de Shirayuki, o único animal que havia na cabana pertencia a Mitsuhide, que viajava praticamente todos os dias com o mesmo para o Reino de Clarines. Então, sua única opção é ir caminhando em uma viagem que duraria de quatro a seis dias.

Não seria esse pequeno empecilho que lhe fazia desistir, até porque havia enfrentado coisas piores anteriormente. O maior problema é sua ansiedade: estava tão aflita, queria saber como Tanburn e seu povo estavam. Kiki e Mitsuhide insistiram para ir com o eles, mas Zen os repreendeu e assim eles tiveram que ficar.

–É uma oportunidade única aqueles dois ficarem sozinhos –Zen lhe dissera minutos depois deles partirem. –Mitsuhide é apaixonado pela Kiki e... bem, você já entendeu o que eu quis dizer.

Como um trio, eles eram bastante estranhos. Às vezes, Mitsuhide e Kiki agiam como amigos de longa data de Zen, mas em outros momentos pareciam obedecê-lo e respeitá-lo como um guarda-costas. Como se Zen fosse alguém da realeza ou algo semelhante.

Sair daquela floresta com a ajuda de Zen foi mais fácil do que se imaginara, ele realmente sabia onde estava sem nem pensar duas vezes. Shirayuki pôde perceber que as primeiras árvores que davam entrada para o local faziam curvas no qual formavam um arco –obviamente, o nome da floresta se derivou disso. Agora a dupla se encontrava em um pequeno vilarejo que havia no local e, por já estar de noite, aproveitaram para descansarem em uma simples pousada da região.

A ruiva não pôde deixar de sentir-se agradecida: Zen não tinha obrigação nenhuma de lhe ajudar e agora estava até mesmo pagando comida e estadia para ambos com seu dinheiro. Havia o julgado de maneira errada a princípio, ele não é como todos os homens que se aproximavam de si.

Ambos ficaram em um cômodo no qual havia apenas uma cama e uma poltrona –no qual Zen já deixou claro que não se incomodava em dormir sentado. Shirayuki estava sentada na cama, com os lençóis cobrindo todo seu corpo devido ao frio que fazia. O rapaz adentrou o quarto logo em seguida, bagunçando as madeixas cor de neve enquanto bocejava.

–Obrigada por estar me ajudando –Shirayuki agradeceu com um breve sorriso no rosto e ele assentiu graciosamente com a cabeça como resposta, sentando-se na  outra beirada da cama, de costas para a mesma.

–Não precisa me agradecer –ele fez uma pequena pausa antes de prosseguir, mudando seu tom de voz: –Akagami, porque você está tão disposta a voltar para o seu reino? Digo, você está comprometida em um casamento arranjado por questões políticas, não? Ou você realmente está apaixonada pelo seu noivo?

–Não tem como eu estar apaixonada pelo Príncipe Raj, já que eu o vi pela primeira vez em frente ao altar –ela deu um breve riso. –Você está certo em relação ao fato do nosso matrimônio existir apenas pelas questões políticas do reino, foi tudo novo até mesmo para mim. Um dia eu estava trabalhando como uma simples herborista, e no outro eu fui chamada pelo meu pai para casar-me com o príncipe.

–E mesmo assim, você quer se casar com ele?

–Não é uma questão de querer, e sim como um dever. O Reino de Tanburn está em uma grave guerra civil, muitas lojas sendo saqueadas e pessoas inocentes morrendo. Mesmo eu, sendo apenas uma simples mulher sem linhagem nobre, amo e me importo com reino no qual eu cresci. Se o meu casamento puder trazer coisas positivas para Tanburn, eu não ligo de me casar com alguém que nunca vi em toda a minha vida.

Ela encarou Zen, que permanecia de costas para si do outro lado da cama, silencioso.  Ele parecia tentar digerir a resposta que recebera, com uma postura ereta e respiração cortada. Após uma longa pausa em silêncio, o rapaz de cabelo branco disse com a voz calma:

–Você é estranha.

Shirayuki de um breve riso com a resposta do mesmo. Realmente, não é qualquer mulher que aceita casar-se com um desconhecido tranquilamente e por espontânea vontade, isso com certeza é algo muito estranho. Não o julgava por pensar desse modo, ela mesma questiona-se em muitos momentos.

–Bem, se você fosse um príncipe ou tivesse algum reino para cuidar, talvez você pudesse me entender um pouco –ela respondeu com a voz brincalhona, ajeitando-se melhor entre os lençóis para logo em seguida deitar na cama. Apagou as velas do candelabro que havia na cômoda e sussurrou: –Boa noite.

Escutou a cama se mexer e passos pelo cômodo, observando a silhueta de Zen caminhando para o sofá. Podia ser alguma alucinação de sua mente, mas ela pôde jurar ter ouvido um “boa noite” carregado com sentimentos pesados soando pela voz do rapaz.

 

...

 

Acordaram bem cedo no dia seguinte e trataram e caminhar rumo ao Reino de Tanburn. Durante a trajetória, conseguiam algumas caronas de pequenas carruagens de cargas ou semelhantes, o que fazia ambos descansarem suas pernas mesmo que por pouco tempo.

As estradas para Tanburn sempre foram bastante estreitas e quentes, o que fazia a fome e sede tomar conta dos seus juízos mentais. Ainda faltavam algumas horas para o pôr-do-sol quando decidiram descansar em uma pequena barraquinha de alimentos que havia pelo caminho.

Em meio às conversas, perceberam que tinham muita coisa em comum: ambos persistentes, teimosos e com sonhos de grandeza. Zen dissera que tem um irmão mais velho, no qual não diz dar mais detalhes por motivos de não terem um relacionamento familiar muito bom. Também dissera que conhece Mitsuhide há seis anos e Kiki surgiu um ano depois. Desde então, o trio tornou-se grandes amigos que apoiam as decisões um do outro.

–Kiki é uma das mulheres que eu mais admiro –Zen disse com um certo brilho nos olhos. –Ela fugiu da sua casa porque eu pai queria lhe obrigar a se casar com um desconhecido, e ela sempre quis ser uma guerreira. Ela lutou pelo seu destino, e isso me faz ver como ela é uma pessoa incrível.

–Não é atoa que Mitsuhide é encantado por ela.

–Com certeza –a expressão de Zen mudou para uma careta. –Mas aquele idiota é um completo lesado quando o assunto é mulher! Ele não consegue agir e muito menos aproveitar uma oportunidade. Eu aposto que ele está conversando sobre mim com a Kiki nesse instante, deuses...

O rapaz de cabelo branco fez um gesto negativo com a cabeça, arrancando risos da ruiva.

Permaneceram conversando longos minutos no ambiente até decidirem caminhar, sempre com algum assunto em mente. Shirayuki permitiu admirar o jovem ao seu lado por breves segundos: Zen é realmente belo. Seus olhos azuis brilhavam em seu rosto e davam um belo contraste juntamente com seu cabelo cor de neve, além de ter um porte médio para um homem de sua idade e um lindo sorriso.

Sem aviso prévio, Zen parou de caminhar de forma abrupta, fazendo uma expressão franzida em seu rosto. Shirayuki o fitou com as sobrancelhas erguidas em curiosidade, caminhando em sua direção e pousando a mão em seu ombro. Com um olhar de alerta, ele olhava para os lados a procura de algo.

–Zen, o que houve?

Ela nem tivera tempo para uma resposta, pois num rápido movimento ele a cobriu com seu corpo em um abraço para protegê-la, escutando em seguida um grunhindo de dor vindo do mesmo. A ruiva arregalou seus olhos em choque, ele... fora atingido por algo?!

–Shirayuki, tome cuid... –ele balbuciou algumas palavras e nem teve tempo de completá-las, pois caiu inconsciente no chão no mesmo instante, fazendo Shirayuki ver a flecha fincada em seu ombro esquerdo.

–Zen?!

Ela agachou-se em sua frente, chacoalhando o mesmo em desespero, ninguém iria desmaiar ao ser atingido por uma flecha no ombro. Ao não ser que...! Com tal pensamento em mente, ela tomou todo cuidado ao retirar o objeto da ferida, aproximando-o de seu nariz e inalando o forte cheiro do líquido roxo que havia.

–Está envenenada... –sussurrou baixinho em choque.

–Oh, acertou o rapazinho –uma voz soou próxima, fazendo Shirayuki erguer seus olhos até deparar-se com três homens a sua frente. Podia não reconhecer seus rostos, mas as vozes... Definitivamente, foram eles que lhe sequestraram no dia de seu casamento. Trincou os dentes em sinal de raiva. –Queríamos levá-la inconsciente, mas já que o seu amigo resolveu dar uma de herói, acho que não temos escolha ao não ser à força.

Um desespero tomou conta de si. Estava com as mãos livres, conseguiria atacá-los facilmente, mas... e Zen? E se eles tiverem o antídoto para o veneno, e o usassem como refém?  Sentindo o ar faltar em seus pulmões, a ruiva tratou de ficar de pé em posição de defesa quando um dos homens ousou tocar em seu cabelo, segurando seu pulso com força e assim jogando-o no chão.

O segundo veio para cima, ousando atacá-la por trás, porém ela desviou com graciosidade e o chutou no estômago, derrubando-o no chão. Quando estava prestes a defender-se do terceiro indivíduo, sentiu sua perna ser segurada com força por um dos homens no qual atacara anteriormente, ficando assim presa ao chão.

Antes de conseguir soltar-se, sentiu seus pulsos serem segurados com força pelo terceiro homem, enquanto os dois primeiros seguravam suas pernas. Não desistiria tão fácil assim, resistia sobre os braços deles e até conseguiu chutar o rosto de um deles com violência, mas não fora o suficiente para conseguir sair da mão deles.

Estava correndo total perigo nesse instante, mas a única coisa que vinha em sua mente era o rapaz inconsciente. E se ele morrer...? Tentava virar seu rosto para fitá-lo no chão, mas não conseguia, fazendo seus olhos lacrimejarem. Zen... Deu um pequeno riso em incredulidade, sussurrando:

–Foi a primeira vez que você me chamou pelo nome... –lembrou-se de Zen a chamando de Shirayuki pela primeira vez antes de desmaiar, cerrando os punhos em sinal de raiva. –Porque justo numa situação dessas...? ZEN!

Como se os deuses tivessem escutado suas preces, escutou um dos homens ser apunhalado com força e soltar suas pernas, fazendo a mesma bambear para trás em confusão.  Quando percebera, seus dedos estavam enlaçados no rapaz de cabelo cor de neve ao seu lado, no qual respirava ofegante. Seu ombro sangrava moderadamente e o suor era visível em sua testa.

–Vocês não escutaram o meu aviso daquela vez?! –perguntou rudemente.

–C-Como você...? –um dos homens perguntou, surpreso.

–Para o azar de vocês, eu tenho uma alta imunidade a venenos –deu um sorriso travesso rapidamente antes de erguer a sua espada embainhada nos ares, mostrando o brasão que havia nela aos homens. –Olhem bem.

Um silêncio. Shirayuki tentava entender o que ele mostrara, mas não conseguia ver, enquanto os homens tentavam decifrar como um enigma. Quando finalmente esboçaram uma emoção, seus rostos demonstravam total pânico e incredulidade, recuando em sinal de desespero.

–V-Você é... Não pode ser...!

–Isso mesmo –Zen respondeu firmemente. –Se ousarem mexer com essa senhorita novamente, saibam que terão que se resolverem com o Reino de Tanburn e Clarines!

Não fora mais necessário nenhuma palavra, os três homens correram tão depressa como surgiram. Zen passou a normalizar sua respiração, fechando os olhos enquanto aliviava sua expressão. Shirayuki, por sua vez, fitava ora seu rosto e ora suas mãos ainda enlaçadas.

Zen desvencilhou sua mão da dela para logo em seguida erguê-la em direção à face da jovem ruiva, perguntando de forma gentil:

–Eles fizeram alguma coisa com você?

Seu coração passou a bater mais depressa. Sério? Ele está ferido por uma flecha e com um veneno espalhado pela corrente sanguínea e está me perguntando se eu estou bem?! Shirayuki apenas assentiu com a cabeça, encantada com tal atitude do mesmo. Zen deu um pequeno sorriso em sinal de alívio, dando um passo para trás.

Antes que pudesse dizer algo a mais, o rapaz de cabelo cor de neve desmaiou novamente.

 


Notas Finais


Chama o samu porque Zen desmaiou! CORRE BERG!
O que acharam do capítulo? *u*


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