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História O Vermelho da Maçã - Chapter IV


Escrita por: AnaWalkerKawaii

Notas do Autor


HEEEEY, AQUI ESTOU EU PARA MAIS UM CAPÍTULO <3
boa leitura <33

Capítulo 4 - Chapter IV


Fanfic / Fanfiction O Vermelho da Maçã - Chapter IV

Suas pernas doíam moderadamente no dia seguinte, mas não se arrependera por nenhum segundo sequer. Passar a noite inteira dançando com Zen fora mais divertido do que pensara, fizera bem a sua mente e seu coração em meio a tantas turbulências.

A dupla tratou de acordar bem cedo no dia seguinte, mesmo dormindo pouco, e aproveitaram para tomar o café da manhã juntamente com Hori. A senhora é bastante receptiva e simpática, tratava Shirayuki como uma amiga de grandes tempos. Zen permanecia à margem dos assuntos, apenas tomando sua refeição tranquilamente enquanto observava as duas mulheres conversando animadamente.

Gostava de ver Shirayuki sem um semblante de preocupação e aflição no rosto, ela ficava mais bela sorrindo.

–Já estamos de saída, Hori-san –Zen anunciou no final da manhã, fazendo uma breve reverência a senhora. –Muito obrigado por tudo e se cuide.

Shirayuki agradeceu juntamente com o rapaz enquanto curvava-se, porém ao ficar novamente de pé, sentiu o capuz escorregar pelos seus fios devido ao movimento que fizera, fazendo à senhora ver claramente as madeixas ruivas. Na mesma hora, ficou envergonhada.

Antes que pudesse cobrir novamente o cabelo, ouviu uma exclamação de surpresa vindo dela:

–Oh, é vermelho como uma maçã! –ela deu breves passos em direção à garota, dizendo enquanto erguia as mãos aos ares: –Eu posso tocá-lo?

Mesmo tímida e insegura, Shirayuki apenas assentiu com a cabeça enquanto sentia a senhora tocar em seus fios ruivos, sentido a textura e maciez do mesmo. Ela deu um pequeno sorriso enquanto afagava o rosto da menina, dizendo:

–Desculpe se eu pareci invasiva, é a primeira vez que eu vejo uma ruiva pessoalmente. O seu cabelo é lindo, senhorita –Hori disse, fazendo a garota sentir-se lisonjeada. –Você deve ter passado por maus bocados pela cor dele, não é mesmo?

As lembranças dos acontecimentos anteriores –incluindo Zen ferido, veio em mente, fazendo um olhar triste surgir em seu rosto enquanto fitava os próprios pés. A senhora tratou de afastar os pensamentos negativos de sua memória e a chamou de supetão, dizendo:

Vermelho é a cor do destino, com certeza você já escutou isso. Mesmo que seja um incômodo agora, irá te conectar a algo bom quando você menos esperar.

Shirayuki já escutou isso inúmeras vezes, das mais diversas pessoas possíveis. Mas essa é a primeira vez que sentiu algo em seu peito ao escutá-las. Um sentimento novo cresceu em si, no qual ela não sabia decifrar: otimismo, esperança, coragem.

Tinha certeza que nunca mais se esquecerá de tal frase.

 

...

 

Tanburn.

Finalmente, haviam chegado ao destino. Óbvio que ainda iria demorar mais um dia para chegar ao castelo, afinal é um reino gigante, mas percorreram um grande caminho até aqui e não pareciam dispostos a pararem hoje.

Shirayuki deu um breve sorriso ao rever seu povo, sua cidade, seu reino. Mesmo com alguns sinais da guerra civil que ocorria internamente, o grande comércio e a população continuava levando suas vidas da forma mais normal possível, para assim ganhar o pão de cada dia. Sempre tão determinados e persistentes: assim como ela descrevia os habitantes de Tanburn.

No final da tarde, ela e Zen caminhavam lado a lado pelo comércio, passando pelas barracas de alimentos e utensílios dos mais diversos. A ruiva explicava para ele coisas sobre seu Reino e como ele surgira, até mostrou seu antigo local de trabalho como herbarista. O rapaz de cabelo branco parecia admirado com o ambiente novo que conhecera, ansioso por mais.

Quando a fome falou mais alto, Shirayuki escutou seu estômago roncar alto até demais, fazendo Zen rir de sua expressão de vergonha.

–Eu vou comprar algo para nós dois, não demoro –dito isso, ele atravessou a população e adentrou uma loja de frutas.

A garota permaneceu onde estava, olhando as bijuterias à venda na loja a sua frente enquanto escutavas as fofocas pelos habitantes. Eles não mudaram nem um pouco com o jeito de falar alto enquanto riam. Por fim, decidiu comprar um pequeno colar que tinha uma simples pedra verde no meio –mas que combinara perfeitamente com seus olhos.

Quando estava prestes a sair do local e esperar por Zen, sentiu seu corpo paralisar assim que escutara um assunto de seu interesse ecoar pela população como rumores:

–Já fazem quase uma semana que a princesa desapareceu após o incidente no castelo, não é mesmo? –uma mulher comentou, e Shirayuki fingiu estar observando outros acessórios enquanto observava a conversa deles. –Ninguém teve mais notícias sobre ela?

–Nenhuma –um homem afirmou. –Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Algumas pessoas acham que ela está morta, outras que ela foi sequestrada e outros que ela fugiu por conta própria.

O que...?

–E porque ela fugiria por conta própria? –a mulher perguntou.

–Bem, todos nós sabemos que ela iria casar-se por questões políticas, não havia sentimento nenhum em jogo. E sem contar que ela iria selar o futuro dela por conta de um acordo do General Mukaze, o pai dela. Ela não é nenhuma nobre e não tinha nada a perder, pra que ficar presa a um príncipe que não lhe interessava?

Shirayuki sentiu o ar faltar em seus pulmões, arregalando os olhos com tais informações falsas espalhadas sobre si. O seu povo, do país que cresceu e tanto ama... Eles não diriam coisas desse nível sobre si, não é mesmo...?

–E você conhece os boatos que rolam sobre a princesa, ela tem o cabelo vermelho como uma maçã, isso com certeza é uma luxúria para muitos homens. Ela pode seduzir um príncipe de outro reino ou virar uma concubina dele. É mais vantajoso para uma mulher como ela.

“...para uma mulher como ela.”

“...como ela.”

O que diabos a população de Tanburn estava pensando sobre si? Por acaso eles pensam que ela trabalhava como uma prostituta antes do acordo de Mukaze com o Príncipe Raj?! Aliás, o que seu pai e o príncipe estariam achando disso? Será que também acreditam nesses malditos rumores?

–E o que você acha que aconteceu no dia do desaparecimento da princesa? –a mulher perguntou mais uma vez, curiosa pela resposta do homem.

–Eu acho que ela fugiu por conta própria. Se ela tivesse morrido, já teriam achado o corpo, pois noticias trágicas se espalham rapidamente. E não tem como ela ter sido sequestrada dentro do castelo, a segurança de lá é extremamente reforçada. Ela deve estar ganhando a vida em outro reino trabalhando em um bordel, se a aparência dela for realmente isso que as pessoas comentam, ela renderá muitos clientes.

Fora o suficiente.

Não era necessário escutar mais nada.

–Shirayuki?

A voz de Zen ecoou pelo seu ouvido, fazendo a mesma virar o rosto até encontrar os olhos azuis do mesmo. Ele segurava em uma das mãos uma sacola com diversas frutas, mas não importa agora. O rapaz ficou boquiaberto ao ver lágrimas escorrendo pela face da mesma, surpreso e sem saber como reagir. Ele deu um passo para frente e ergueu a mão na direção da mesma, perguntando:

–O que aconteceu...?

Na mesma hora, ela deu as costas e correu o mais depressa que podia para sair do local. Sair do Reino. Queria sumir, desaparecer. Conseguia escutar a voz de Zen chamando seu nome e pedindo para esperar, mas não conseguia e nem queria parar.

As lágrimas não paravam de escorrer.

Sentia como se fosse morrer de tanta dor que sentira em seu peito.

Quando estava na saída do pequeno comércio, correu para a entrada do bosque e adentrou a mata, tropeçando nos galhos e caindo, mas levantou-se tão abruptamente que ignorou os arranhões da queda e correu novamente.

Sem mais nenhum ar em seus pulmões, Shirayuki parou contra sua vontade, ofegante o suficiente para suas pernas tremerem e a adrenalina circular novamente pelas suas veias. Conseguia escutar seu coração batendo tão descompassadamente que apoiou as costas numa árvore, escorregando lentamente até cair sentada no chão, encarando o céu azul.

Por que...? –sussurrou.

–Shirayuki! –ao reconhecer a voz de Zen lhe chamando, ela tratou de ficar de pé para correr novamente em vergonha, mas travou assim que ele gritou de forma imperativa: –Não corra, por favor! Eu não irei atrás de você, ficarei parado onde estou, só me diga o que aconteceu.

Respirou fundo, tentando procurar as palavras certas em meio ao choro e voz embargada. De costas para a árvore e Zen, a ruiva sentiu cerrou os punhos em sinal de hesitação. O sentimento que tinha em seu peito era muito maior que tristeza: era raiva, decepção, rancor.

–Tanburn me odeia... –sussurrou, abraçando as próprias pernas e tombando a testa em seu joelho.

–Alguém te disse algo?

–Não foi preciso, eu escutei –ela deu um baixo riso em incredulidade. –Sabe, eles acham que eu fugi no dia do meu casamento para virar uma prostituta. Disseram que é mais vantajoso para uma mulher como eu –as últimas palavras soaram carregadas de ódio. –Tudo isso por causa da cor do meu cabelo. A cor do destino –esbravejou, sentindo a raiva crescer dentro de si.

–Shirayuki, não...

Sua voz fora interrompida.

–Ser sequestrada e quase violentada, envolver você nisso e ainda ser tratada como uma covarde que foge no dia do casamento pelos moradores do meu país de nascença?! Isso é o que o meu maldito cabelo vermelho conectou ao meu destino?! Por isso eu nunca o deixei crescer e mesmo assim essas coisas só acontecem comigo!

Furiosa. Shirayuki está completamente furiosa, de um modo que Zen nunca vira. Acima de tudo, ela está triste, apenas está deixando os sentimentos embargados o suficiente para não saber decifrá-los. O rapaz de cabelo branco fitava a árvore no qual ela estava de costas para si, ousando dar um breve passo na tentativa de vê-la e consolá-la.

Porém sentiu a frase a seguir afetar até mesmo ele:

–Eu odeio o meu cabelo.

Cerrou os punhos em sinal de raiva, caminhando de forma abrupta e pisando firme no chão. Shirayuki, ao escutar os fortes passos do rapaz vindo em sua direção, ficou de pé e tratou de correr o mais rápido possível, mas sentiu seu pulso ser segurado bruscamente e suas costas baterem na árvore.

Não queria que ele a visse nesse estado.

–M-Me solte! –gritou em sinal de raiva, chacoalhando seus braços na tentativa de desvencilhar seus pulsos do rapaz a sua frente. Toda força se esvaiu por completo quando ele apoiou as mãos contra a árvore com força –uma mão em cada lado das madeixas ruivas, a deixando presa e gritara o mais alto:

–SHIRAYUKI! –quando seu nome soou de uma maneira rude pelos lábios do mesmo, engoliu seco. Havia o deixado irritado? Porém, como um passe de mágica, ele ergueu seu olhar para ela até fitar o rosto corado e cheio de lágrimas, sussurrando de uma maneira mais gentil: –Não diga isso.

Algo estranho está acontecendo... A raiva está passando rápido até demais em seu peito, como Zen conseguira fazer isso consigo? É incrível o modo como ele a desarmava por completo.

–Não diga isso nunca mais, eu não permito que você odeie a si mesma –ele ousou tocar rapidamente nas madeixas ruivas, prosseguindo: –O seu cabelo é uma parte sua, que define a característica de quem você é. O seu cabelo é único assim como você é única. Também já lhe disse para parar de se culpar por eu ter me ferido, quis ajudá-la por livre e espontânea vontade.

Seu coração voltou a bater de maneira descompassada novamente, mas desta vez era uma sensação boa... A raiva havia desaparecido dentro de si como num passe de mágica, mesmo que as lágrimas insistissem em cair pelo seu rosto. Com um sorriso triste nos lábios, Zen ergueu sua mão para secá-las, dizendo de maneira dócil:

–Mesmo que tenha sido em um momento ruim de sua vida, foi graças a seu cabelo que eu te encontrei, Shirayuki. Então eu sou eternamente grato ao seu cabelo por ter feito nossos destinos se cruzarem.

Para a sua surpresa, o rapaz aproximou seus rostos mais e mais... Até pousar seus lábios sobre os fios ruivos que segurava em mão, beijando-os e sentindo o aroma inebriante deles. Shirayuki sentiu suas pernas fraquejarem com o ato repentino, conseguia sentir a respiração de Zen próxima de seu rosto, o que fez todo seu corpo arrepiar-se.

Quando ele deu um passo para trás e fitou os olhos esverdeados da mesma, Shirayuki sentiu um estranho calor percorrer sua pele quando ele sorriu de maneira graciosa para si, fazendo todos os acontecimentos anteriores evaporar da sua mente. Não é esse tipo de garota frágil, não tinha que se deixar abater por tal coisa.

Não estava mais com raiva daquelas pessoas, não estava mais com raiva de Tanburn, não estava mais com raiva de si mesma. Tudo graças a Zen. Ela fechou os olhos enquanto abria um singelo sorriso para ele, dizendo da maneira mais graciosa possível:

–Muito obrigada, Zen.

Tais palavras acenderam o coração do jovem de cabelo branco de forma única, que fez seu coração bater descompassadamente e seu cérebro parar de funcionar. Sendo movido apenas pelo sentimento em seu peito, Zen aproximou-se novamente de Shirayuki até seus lábios pousarem na testa dela, beijando-a de maneira dócil.

–Z-Zen? –ela perguntou tímida, tremendo com o contato dos seus lábios em sua pele, aquela sensação que somente Zen lhe provocara.

Quando as mãos do rapaz desceram dos seus ombros para a sua cintura, lhe trazendo para mais próximo, Shirayuki sentiu o ar faltar em seus pulmões. O modo como ele lhe tocara é diferente das outras vezes, não é algo apenas gentil e terno, havia um sentimento muito mais intenso...!

As mãos ágeis do rapaz pousaram em suas costas, apertando-a de leve. Isso fora o suficiente para ela erguer o seu rosto e encará-lo, corada. Com os olhos azuis brilhando de desejo, ele sussurrou:

–Me desculpe, Shirayuki... Eu acho que não pude cumprir minha promessa.

E no instante que dissera tais palavras, ele juntou seus lábios em um beijo calmo e gentil, sem pressa. Shirayuki sentiu todo seu mundo desabar naquele instante, sem saber se retribuía ao afeto ou o empurrava. Céus, estava completamente desarmada naquele instante.

Algo está errado, algo definitivamente está errado. Ao invés dela impedir o que estava acontecendo, deixou suas mãos deslizarem para a nuca do mesmo, enlaçando suas mãos no pescoço dele enquanto repartia os lábios e permitia suas línguas se encontrarem. Um novo sentimento percorria pela sua pele, adorando o modo como Zen lhe tocava e beijava.

Quando suas pernas fraquejaram, Shirayuki teve que apoiar as mãos nos ombros dele com força, sentindo aquele beijo lhe tirar todas as energias. Seu corpo recuava, pedia para parar, mas seu coração batia tão depressa que obrigava seus lábios a permanecerem juntos aos dele, retribuindo ao afeto com tamanha intensidade e ardor. Tentou empurrá-lo em vão, todo seu corpo tremeu e suas pernas tropeçaram uma na outra, fazendo a mesma cair com as costas na árvore.

E, antes que conseguisse fugir, Zen levou sua mão à nuca dela e juntou seus lábios novamente, pressionando-a contra a árvore e seu corpo.

–Z-Zen... –murmurou baixinho seu nome, mesmo sem saber porquê o chamara. Sua voz mais soou como uma súplica por mais a um pedido de pare. Foi então que, finalmente, as palavras de Zen fizeram sentido em sua mente, o que fez seu mundo girar quando finalmente entendera qual promessa ele não cumprira:

“Não se preocupe, prometo não me apaixonar e como você sabe, um cavalheiro nunca quebra sua promessa.”

 


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA ~gritos~
Por essa ninguém esperava mwahahaha ~aquela carinha~

E aí? Gostaram? *u*


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