Me sentei no confortável sofá de couro bege e olhei para a avó de Thomas, que vinha em minha direção. Já tinha cumprimentado à todos, menos a sua avó e a sua mãe. Me levantei com um largo sorriso para a idosa bem vestida e a recebi com um abraço.
─ Menina, como você está linda ─ disse em minha orelha enquanto me apertava fortemente no abraço.
─ Senhora Ebertz, é tão bom vê-la novamente.
Ela me soltou e me olhou com uma sobrancelha arqueada. Ri baixo e mordi o lábio.
─ Me perdoe, Sue.
─ Não é só que você e o meu neto não estão mais juntos que você tem que passar a me chamar de senhora ─ apertou minhas bochechas. ─ Falando nisso, nunca entendi o porquê de sua família não aceitar a idade de Tom.
Suspirei e olhei para baixo. Queria tanto que a minha família tivesse o aceitado, talvez hoje eu estaria feliz e bem casada, com um marido perfeito.
─ SeuNome McNeely? Oh, por Deus, você está fantástica, querida ─ ouvi uma voz animada atrás de mim e me virei com um largo sorriso.
─ Margareth Ebertz, a melhor cozinheira do mundo! ─ ri e a abracei fortemente.
Margareth era uma mulher aos 57 anos tão bela que chegava à dar inveja, por rosto ninguém dava aquela idade para ela anos para ela.
─ A senhora está linda, como continua tão jovem? Olha, quero ser como você quando chegar nos 50 ─ sussurrei alto como se fosse um segredo e gargalhamos.
─ Ah, querida. Você é adorável ─ beijou-me a bochecha. ─ Você demorou, achava que não viria mais ─ passou a mão no meu cabelo. ─ O que você fez no seu cabelo? O cortou? Fez mechas? Está lindo.
E assim começamos uma longa e animada conversa sobre cabelo.
•
Depois de uma longa conversa, olhei para o horário e suspirei quando vi uma ligação perdida pelo FaceTime na tela bloqueada. Travei o celular novamente e o guardei na bolsa, andei até a mesa de bebidas e peguei uma taça com vinho tinto.
─ Esse é 1989.
Me assustei quando ouvi a voz de Thomas e me virei rapidamente. Olhei para os seus lábios tão próximos e sorri de lado enquanto assentia com a cabeça.
─ Ele é muito bom.
─ Eu sei. É o meu favorito.
─ Eu sei disso.
Sorri de lado após a minha resposta e me virei, saindo de lá. Me sentei ao lado de Camila, prima do Thomas. Tossi fraco quando a mesma olhou para mim e abaixei a cabeça, olhando para a minha bebida na taça. Umedeci os lábios e levantei a cabeça, vendo de relance que a mesma me encarava.
─ Olá, McNeely.
Suspirei fundo antes de olhar pra ela diretamente e sorri falso.
─ Olá, Camila Ebertz. Que prazer em revê-la.
Disse com a mais falsa empolgação enquanto a olhava diretamente nos olhos.
─ Pare, por favor. Sua falsa empolgação me dá nojo, querida.
Agradeci aos céus por sua frase e cruzei minhas pernas enquanto olhava para Thomas conversando animadamente com os seus tios.
─ Eu não sei o que Tom tinha na cabeça ao chamá-la para um jantar em família.
Ri baixo e dei mais outro gole na bebida.
─ Por quê?
─ Vadias não são bem-vindas na família.
Soltei uma gargalhada e lambi a borda da taça que eu bebia.
─ Querida, você é muito engraçada.
Me levantei ainda rindo.
─ Vou procurar pelo seu primo.
─ Ele não gosta de você. Ele sente pena de você.
─ Mesmo? Então porque será que ele ainda corre atrás de mim?
Fiz um biquinho e soltei uma risada baixa.
─ Porque será, não é?
Fui andando até o outro lado da sala e parei ao lado de Thomas com um pequeno sorriso. Umedeci os lábios e virei a minha cabeça para Camila, dando uma piscadela. Beijei a bochecha do homem em minha frente e sorri de lado.
─ O que acha de ir à festa do Louis após a ceia?
Coloquei a taça vazia na pequena mesa que ficava ao nosso lado e olhei pra ele com a sobrancelha arqueada e um sorriso de lado.
─ Claro que sim. Não perderia por nada outra dança da magnífica SeuNome McNeely.
Sorri largamente e senti seus lábios deixarem um leve beijo no canto dos meus. Suspirei fundo e apertei sua mão com um pouco de força para indicar que ele teria que ter mais cuidado. Balancei a cabeça negativamente e olhei para a mãe dele que olhava para as nossas mãos juntas fixamente com um sorriso de bochecha a bochecha. Ri baixo e indiquei com o olhar para que Thomas visse o mesmo que eu.
•
Me sentei ao lado de Thomas na mesa e cruzei as minhas pernas enquanto olhava para a velha Sue que batia delicadamente o garfo na taça de cristal.
─ Obrigada à todos os presentes nessa ceia. Até a nossa pequena, McNeely.
Sorri tímida e olhei pra ela com as bochechas levemente coradas.
─ Esta noite eu queria comemorar mais um natal que eu estou com vocês, já que essa velha aqui pode não durar muito tempo ─ riu baixo. ─ Bem, como todos sabem... O natal é a comemoração do nascimento de Cristo...
Senti o meu celular vibrar e olhei pra ele por baixo da mesa. Vi algumas mensagens de Xenia, Lottie e Louis me desejando feliz natal. Sorri fraco e respondi aos três, agradecendo e desejando o mesmo. Olhei para frente e depois para o celular novamente, vendo que havia uma mensagem de minha mãe. A abri e sorri fraco quando vi que ela me desejava um feliz natal, felicidades e tudo mais, agradeci e olhei pra Sue. Senti o celular vibrar novamente e olhei pra baixo. Vendo outra mensagem dela.
"Querida, eu e seu pai já estamos saindo da cidade. Seu irmão ficou em casa com a tia Amelise já que ele não quis vir conosco. Chegaremos de Doncaster daqui à dois dias, não se preocupe em nos ligar ou coisa do tipo. Vamos esquecer um pouco do passado e viver o agora, tudo bem? Eu amo você. Feliz Natal novamente"
Senti meus olhos marejarem e olhei para Sue com um sorriso largo no rosto. Assenti quando ela me citou em seu discurso e assim começamos uma oração. Segurei a mão de Margareth e de Thomas e começamos a oração.
•
Me levantei do sofá acompanhada de Thomas e fomos até a sua avó e sua mãe.
─ Mamãe, vovó, muito obrigado pelo jantar, mas agora tenho que acompanhar essa moça desacompanhada em uma festa.
─ Mas já? Ainda são duas da manhã. Vocês dois costumavam ficar até as 5 e ajudar com a limpeza. Estão fugindo do trabalho?
Gargalhei ao ouvir o que a senhora Sue dizia e segurei em sua mão.
─ Senhora Sue, eu lhe prometo que amanhã eu dou uma passadinha aqui para ajudar com a limpeza.
─ Eu também vovó, relaxe.
Dei um beijo em cada bochecha de Margareth e de Sue, me virei para os outros convidados acenando enquanto mantinha um pequeno sorriso no rosto e fui andando até a porta. Saímos do luxuoso casarão e me encostei no carro quando ouvi o meu celular tocar. Peguei o mesmo da bolsa e o atendi.
─ Diga Cameron ─ sorri enquanto esperava ouvir a voz do meu irmão.
─ P-papai e m-mamãe... ─ ouvi a sua voz trêmula.
─ Cam? Você está chorando? O que aconteceu?
─ Me ligaram do hospital, SeuApelido. Papai e mamãe sofreram um acidente ─ soluçou alto.
Não.
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