1. Spirit Fanfics >
  2. Ocean Eyes >
  3. That Still Small Voice

História Ocean Eyes - That Still Small Voice


Escrita por: missoncer

Notas do Autor


Voltei! Espero que gostem.
Boa Leitura ♡

Capítulo 3 - That Still Small Voice


Fanfic / Fanfiction Ocean Eyes - That Still Small Voice


 Era 7 a.m e eu já estava fazendo meu passeio matinal pela cidade. Com meu vestido justo, salto alto e batom vinho, passei por cada rua, cada loja e cada casa que já conhecia de olhos fechados. Passei por Mary Margaret, atrasada como sempre para a sua aula, por Belle indo para a biblioteca e pela Blue Fairy, que me deu um sorrisinho nojento que não fiz questão de retribuir. Quando cheguei em frente ao Granny’s, vejo Emma lá dentro lendo um jornal e bebendo um milkshake de chocolate com avelã. Justamente a pessoa que eu mais queria encontrar, e que ao mesmo tempo queria longe daqui.

- “Como foi seu passeio com Henry?” decido entrar já a intimidando, sentando na cadeira que estava a sua frente sem pedir permissão.

O teimoso do Henry tinha me dito que iria pegar o ônibus escolar, e além disso foi encontrar com ela. Não podia deixar isso passar assim, ela não pode pensar que estou recuando.

- “Isso mesmo, eu sei de tudo. Mas relaxe, eu não ligo.” digo antes dela pensar em uma resposta.

- “Não?” sua expressão é de total desconfiança e sua sobrancelha levanta um pouco.

- “Não. Porque eu não tenho mais medo de você, Mrs Swan. Eu a investiguei e você teve sete endereços na última década.”

- “Sabe, eu arrumei um lugar para ficar aqui e acho que ficarei por um bom tempo.” ela me provoca, e por um minuto percebo que estou me divertindo com isso tudo.

- “Eu sei, com a Srta. Blanchard. Mas só o que tem raízes pode crescer, Mrs Swan. E você não tem nenhuma.” olho para cada detalhe de seu rosto e vejo que está começando a ficar irritada.

- “Você não me conhece.”

- “Acho que conheço sim. Só o que peço é que enquanto sua visita dure, pense no melhor para Henry.” me aproximo enquanto falo e ela olha atentamente para meus olhos. Ela me encara de uma forma única, de uma forma que ninguém nunca me encarou antes. Não tem medo nem repulsa em seu olhar... tem compaixão. - “Aproveite seu milkshake.”

Digo e saio rapidamente do local, querendo me livrar desse clima que sempre me invade quando estou perto dela. Fico por uns segundos parada ali em frente, e posso ver que Emma derruba sua bebida toda na roupa quando se levanta. Ela parecia nervosa... igual a mim.

{…}

Por um momento, tudo está tranquilo. Estou deitada em minha cama vendo algum filme brega na televisão, Henry está em seu quarto provavelmente lendo um dos seus quadrinhos de super-herói e quando eu começo a achar que terei uma noite em paz, o telefone do escritório toca. Graham me liga para avisar que houve uma explosão em uma das minas antigas que existe de baixo de Storybrooke.

Um acontecimento desses seria normal em qualquer outra cidade, menos na minha. Storybrooke foi criada arfiticialmente para não ter esse tipo de problema. É uma cidade falsa, morta, parada, é impossível. Isso só pode estar acontecendo por causa de uma pessoa, a única pessoa que pode enfraquecer minha maldição a esse ponto.

Vou para meu carro e Henry já está lá me esperando. Penso em mandar ele ficar em casa mas seria inútil, Henry nunca sossegaria com uma coisa dessas acontecendo, ele iria para lá de qualquer forma. Viro meus olhos e entro no carro, vendo Henry comemorar.

Chego e dou de cara com uma aglomeração imensa de pessoas. Aparentemente Storybrooke inteira estava ali tentando xeretar e saber o que aconteceu.

- "Afastem-se todos, por favor!" digo saindo do carro, a última coisa que preciso é de alguém machucado.

Procuro por Graham para saber de mais detalhes e me surpreendo quando o vejo com Emma Swan. Não acredito que essa mulher vai mesmo ficar me perseguindo.

- "Xerife, crie um perímetro. Marco, ajude os bombeiros. Mrs Swan, isso é assunto oficial. Você está liberada." tento me livrar dela o mais rápido possível.

- "Na verdade, agora sou funcionária municipal." ela diz orgulhosa.

- "Ela é minha nova assistente." Graham fala baixinho, provavelmente sabendo da raiva que aquilo iria me causar.

E ele estava certo, aquele pequeno detalhe me causou ódio de uma forma que não consegui esconder. As coisas estavam saindo do meu controle diante dos meus olhos e não havia nada que eu poderia fazer. Todos os problemas estavam sendo causados por uma só pessoa e pela primeira vez na minha vida, eu não podia simplesmente desaparecer com ela.

Vou para frente da multidão e preparo um discurso na minha mente, na esperança de conseguir acalmar e mandar metade daquelas pessoas para a casa.

- "Povo de Storybrooke, sabemos que essa região sempre constou com minas antigas, mas não se preocupem. Não tem porquê ter medo. Vamos reformar e pavimentar."

- "Pavimentar? E se tiver algo lá embaixo?" Henry me interrompe.

- "O que você está fazendo aqui? Volte para o carro!" digo chegando perto dele, sem querer que as outras pessoas ouçam.

- "O que tem lá embaixo?" ele insiste, teimoso.

- "Já chega, Henry! Graham, leve meu filho para casa. Eu cuido disso."

Ele pega Henry pela mão e o coloca no carro, me causando um alívio. Converso um pouco com os bombeiros, ajudo a colocar uma faixa amarela isolando o local e observo um pouco Emma tentando acalmar os moradores. Depois de umas horas e da situação já estar sob controle, Graham vem até mim com o rosto pálido.

- "Henry sumiu." ele simplesmente fala.

- "Como é?" solto um berro, sentindo minha cabeça girar.

- "Tinha colocado ele no carro, quando eu vi ele não estava mais lá" ele me segura, percebendo meu mal estar.

Procuro por Emma na multidão e pela sua expressão, ela também já estava sabendo. De repente sinto um tremor. As minas começam a ruir e nesse momento, sabemos que Henry está lá dentro. Me desespero, contendo com todas as minhas forças as lágrimas que tanto queriam sair e quando consigo reagir, vejo Archie e Emma correndo para entrar na mina. Archie consegue entrar, mas a entrada se desfaz antes que Emma consiga acompanhar. Os bombeiros correm para tentar reabrir a entrada. Emma os ajuda, desesperada.

- "Archie é esperto, ele vai conseguir deixar o garoto a salvo até conseguirmos entrar." Marco comenta.

De repente, sinto outro tremor. A mina está desabando, eles não tem muito tempo. Meu corpo todo está tomado por medo, e eu nunca desejei tanto na vida ter minha magia de volta.

- "Parem! Parem! Vocês só estão piorando!" me livro dos braços de Graham e saio correndo em direção aos bombeiros.

- "Estou tentando salvá-lo! Sabe o motivo dele ter entrado ali, não sabe? Foi sua culpa!" Emma diz quase gritando, andando em minha direção. Sua expressão era de total desespero e raiva. Raiva de mim.

- "Ah, por favor, me dê sermão até não ter mais oxigênio suficiente para ele respirar lá embaixo!" grito o mais alto que posso, mesmo com Emma estando a centímetros de distância, deixando minhas lágrimas finalmente caírem.

Me afasto um pouco dela e me viro, sem querer que ela me visse chorar. Depois de vários soluços que eu não conseguia controlar, sinto sua mão em meu ombro. Imediatanente me arrepio com seu toque, sua mão era macia, firme e por algum motivo, me confortou. Me viro para ela e sua expressão estava completamente diferente agora. Estava doce, quase angelical.

- "Temos que parar. Brigar não vai resolver nada." ela diz calmamente.

- "Não vai mesmo." limpo as lágrimas que sobraram no meu rosto.

- "O que quer que eu faça?" Emma Swan estava se rendendo a mim.

- "Me ajude." e nesse momento, me rendi a ela também. Pelo Henry, tínhamos que nos juntar e deixar as diferenças de lado.

Assim que eu disse isso, Emma abriu um sorrisinho para mim, e pela primeira vez consegui a enxergar de verdade. Não a enxerguei como filha de Snow White, nem como a mulher que pode quebrar minha maldição, nem como a mulher que é mãe do meu filho. Enxerguei Emma como uma amiga, um porto seguro, uma âncora. Alguém que desperta o melhor dentro de mim. Alguém que, se eu me permitisse, poderia me entregar de verdade.

- "Precisamos de algo forte, algo que tire as pedras da estrada" digo finalmente.

- "Explosivos!" Graham grita lá de longe, com alguns explosivos nas mãos.

Eu e Emma corremos para um lugar afastado das minas, deixando Graham trabalhar nos explosivos. Quando tudo estava pronto, ele veio para perto de nós e acionou. Houve um estrondo muito forte, muita fumaça, e quando consigo enxergar mais claramente vejo Emma correndo em direção a entrada para verificar se deu certo. Ainda não era seguro chegar tão perto e por um segundo senti medo de além de perder meu filho, perder Emma também. Depois de infinitos segundos, ela surge da fumaça, fazendo meu coração soltar um suspiro de alívio.

- "Não abriu." ela estava desolada.

- "Tem uma saída de ventilação aqui!" Graham grita, analisando uma saída de ventilação que foi desenterrada com a explosão.

- "Dá pra descer. Eu tenho o equipamento." Marco diz esperançoso.

- "Eu vou descer." falo, decidida. Não confiaria em ninguém para salvar meu filho além de mim.

- "Nem pensar, eu desço." Emma pega os cabos e começa a se equipar.

- "Ele é meu filho." digo a ela, sem forças para discutir.

- "Ele é meu filho também. Eu consigo." seus olhos estavam mais verdes do que qualquer outra coisa que eu já tinha visto.

Naquele momento, parecia que não tinha mais nada ali além de nós duas. Seu cabelo loiro estava bagunçado e sua pele suada, mas ela ainda estava linda. Ela estava há horas trabalhando nas minas, mas seu cheiro ainda era suave. Sua expressão era de medo, mas mesmo assim ela queria descer. Sua coragem e determinação eram o que mais adorava nela e quando uma brisa quente passou entre nós, senti a necessidade de chegar mais perto dela. Emma encarava todas as partes do meu rosto, mas reparei quando ela focou em minha boca. Senti a vontade de toca-la, de protege-la. De falar que ela era a coisa mais linda que eu já tinha visto. De confessar tudo que ela me fazia sentir. De me entregar.

- "Apenas traga ele para mim." foi tudo o que eu consegui dizer. E quando ela finalmente conseguiu desfocar da minha boca, apenas deu um sorriso fraco. E foi.

Foram os minutos mais agoniantes da minha vida. Tudo que eu queria era Henry e Emma de volta, salvos. Enquanto eu os esperava, pensei no que tinha acabado de acontecer. Eu quase me deixei levar pelos meus sentimentos, e isso não podia mais acontecer. Eu não sei bem ao certo o que eu sinto por Emma e nem o porquê dela me deixar tão vulnerável e frágil, mas o que quer que fosse, eu tinha que aprender a controlar e guardar pra mim. Emma não era minha amiga, ela é a única pessoa do mundo que eu não podia me aproximar.

Archie dá um grito de felicidade e eu desperto dos meus pensamentos. Vejo Emma com Henry nos braços e meu coração quase que explode. Vou correndo em direção a eles, abraçando meu filho com toda força que consigo. Henry é a única pessoa que eu amo, a única que importa, a única que preciso.

- "Obrigada, assistente. Agora volte a fazer seu trabalho." digo a Emma com a postura mais séria que consigo fazer, e levo Henry para o carro.

Coloco o cinto de segurança em mim e em Henry, dando um beijo em sua cabeça. Nunca fiquei tão grata por voltar para casa. Quando coloco o pé no acelerador, uma partezinha de mim me fez dar uma olhada no retrovisor do carro. E indo embora, observo Emma sentada no chão, com a expressão mais decepcionada que eu já tinha visto na vida.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, esse é um dos meus episódios favoritos. Se quiserem que eu continue, deixem um comentariozinho. Só assim pra saber se estão gostando. ♡


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...