História On The Jail - ( Larry Stylinson ) - "Give you something."

                                                     P.O.V Louis Tomlinson

   Depois de ver meus pais e falar com eles, me senti um pouco mais alegre. Não que eu não estivesse me sentindo envergonhado e humilhado toda vez que passava por alguém que me encarasse.

 Logo após o jantar, eu tive que ir direto para o quarto, mas o melhor era que me sentia muito cansado para sentir medo do meu companheiro de cela e ter que ficar acordado metade da noite inteira. Fui ao banheiro primeiro, mas logo segui lentamente até meu quarto, adentrei sem muita vontade e caminhei até minha cama com uma expressão relaxada, como se nem me importasse com a presença do cacheado que estava arrumando sua cama.

 Me sentei lentamente em minha cama e respirei fundo. Estava realmente muito cansado.

- Louis! – A voz de Harry ecoou pelo local, me dando arrepios de medo e um leve susto. – Um passarinho me contou que viu seus pais hoje. É verdade?

  Ajeitei meu travesseiro e meu lençol para me deitar, mas não o respondi. Não queria bater papo com um idiota como ele, que me humilhou e me machucou tanto. Mas isso foi pior que ter respondido. Harry se levantou e caminhou até mim com uma certa rapidez.

- Me responde garoto! – Elevou seu tom de voz, me assustando. Mexi minha cabeça positivamente, assentindo.

- S-sim! Eu vi! – Não pude deixar de elevar também a minha voz, mas de uma forma inocente e assustada. – Mas isso não é da sua conta!

- Não, está errado Louis Tomlinson. Tudo que acontece nessa prisão é da minha conta! Não percebeu ainda que eu tenho o poder e, controlo esse lugar?

- E-eu não.. – Ele me interrompeu, e colocando um sorriso assustador em seu rosto, ergueu ma sobrancelha e respirou fundo.

- Tudo bem se não percebeu isso ainda, amanhã você vai acabar percebendo. Eu vou te mostrar. Boa noite, Louis, durma bem. – Seu tom de voz era totalmente calmo, e isso era muito desconfortável para mim.

  Eu não pude nem me explicar, já que o cacheado se deitou em sua cama com as costas viradas para mim. Bufei e tratei de me deitar também, eu não queria nem saber do que ele estava falando. Ele era um babaca, isso sim. Mas, eu tinha uma grande sensação de que o dia seguinte seria horrível e péssimo para alguém. Talvez para mim, ou talvez para mais alguém também,

                                                                    P.O.V Zayn Malik

 Vocês podem pensar que talvez eu estivesse com inveja de Niall que iria sair logo daqui, e eu ficaria por mais alguns anos. Mas, na verdade, não era nada disso. O problema era que Niall iria embora. Ele logo se esqueceria de mim lá fora, construiria uma vida nova, arrumaria outro alguém... E eu?  Ficaria sozinho aqui, novamente.

 Neste lugar, ninguém nem ousa ficar perto de mim, exceto por Niall e Louis. Todos sabem o ódio que Harry guarda de mim, e eles sabem que a qualquer momento o cacheado poderá simplesmente explodir do nada e fazer algo comigo ou com alguém perto de mim. Como a alguns dias, quando apanhei até desmaiar e nesse ato, Niall também  apanhou muito de Harry. Ou também quando Harry bateu em Louis na frente de todos.

 Isso era, de certa forma, muito doloroso e humilhante. Eu já estava acostumado com tudo aquilo, afinal, por muito tempo passei sendo humilhado por Harry, apanhando dele e sofrendo por causa dele. Mas Niall não estava acostumado, ele apanhou de Harry duas vezes e até foi para a solitária por causa do cacheado, mas eu sabia que se o loiro continuasse aqui, sofreria muito mais. Talvez era até melhor pra ele ir embora desse lugar e viver uma vida normal. Afinal, ele é muito novo pra ficar aqui nesse lugar.. Todos somos.

  Me levantei às 4:20 da manhã. Meu companheiro de cela estava dormindo que nem pedra, a única diferença é que pedra não ronca. Revirei meus olhos e saí do ‘quarto’ indo direto para o banheiro. Como sempre, ele estava completamente vazio, nenhuma alma viva por ali.

 Retirei meu uniforme e joguei em cima de uma pia vazia e seca, junto com minha toalha. Corri até um chuveiro e o liguei, sentindo a água quente relaxar meus músculos. Lavei bem meu cabelo com apenas a água.

 Eu sempre tive um cuidado enorme por cada fio de cabelo que tinha em minha cabeça. Antes de ser preso, ele era cuidado com vários produtos bons que o deixavam  sempre do jeito que gostava e brilhoso. Claro que isso mudou completamente desde que cheguei aqui. Primeiro porque meus parentes nem vinham me visitar e, nem me traziam as coisas que precisava. Como: Shampoo, condicionador, papel higiênico, alguns lanchinhos. Tudo que tenho, foi dado pela penitenciaria em que estou.

 Ou seja, meu cabelo na maioria das vezes estava sedoso, sujo e nem um pouco do jeito que gostava. E a única hora que conseguia deixá-lo um pouquinho mais limpo, era quando tomava banho e o lavava.

 Enquanto tinha meus vinte minutos de relaxamento, ouvi a porta do banheiro se abrindo e fechando com força. Me assustei e desliguei o chuveiro com uma certa pressa, eu sabia que era um policial, tinha toda e completa certeza que era um policial e que estava completamente fodido por isso.

- Zayn? – Eu errei. Reconheci aquela voz baixa e doce. Niall. Sai de debaixo do chuveiro com pressa, sem nem me preocupar se estava completamente nu. Mas Niall se preocupou, já que suas bochechas criaram uma tonalidade vermelha, me fazendo rir baixinho.

- Niall, o que está fazendo aqui uma hora dessas? – Perguntei com um sorriso em meu rosto.

 Me aproximei do garoto e o abracei, sentindo ele me estapear por estar molhando seu uniforme. Dei risada e revirei os olhos.

- Eu vim te ver, Zaynie. Queria que nosso último dia juntos fosse especial, e eu queria te dar uma coisa muito importante para mim.

 Franzi minha testa, muito curioso pra saber o que ele iria me dar de tão importante assim pra ele. Eu estava completamente curioso. Provavelmente alguma coisa que ele fez, já que não tem muito o que comprar na lojinha daqui além do mais necessário. Mas, não importava o que ele iria me dar, era com carinho e eu iria aceitar com meus olhos brilhando como nunca e meu coração batendo forte.

- O quê?

 Ele não me respondeu. Não, na verdade ele apenas olhou pra mim com um sorriso travesso e retirou sua camiseta, jogou-a na pia ao seu lado e então abaixou a sua calça. E então eu já sabia o que ele iria querer me dar.

- Minha virgindade.