P.O.V Louis Tomlinson
Sim, já era de madrugada, eu tinha certeza disso. Mas eu estava completamente sem sono algum naquela noite, assim como em todas as outras passadas. No entanto, tentava dormir de qualquer jeito possível, e estava quase lá. Conseguia isso pensando na minha música favorita, que sempre escutava antes de dormir, mas nesses últimos tempos, tenho começado a esquecer algumas letras dessa música.
Mas, quando estava com meus olhos se fechando naturalmente, um gemido soou pelo quarto, mesmo baixinho. Era de Harry, ele estava tão mal, eu confesso que fiquei com uma extrema dó do cacheado quando o vi no chão, totalmente machucado, e eu não poderia deixa-lo ali no chão, sofrendo e morrendo aos poucos.
Me virei para a cama do maior e respirei fundo. Harry Styles estava olhando para cima, com seu rosto encharcado por lágrimas. Fiquei um pouco preocupado com aquilo, me sentei na minha cama e franzi o cenho, olhando para o rapaz fixamente, que parecia ignorar minha existência completamente.
Hoje mais cedo, no refeitório, quando eu o convidei para dividir comigo minha janta, ele recusou, de um jeito gentil até, mas recusou. Saiu do refeitório e voltou para o quarto. Eu tinha certeza que ele não deveria ter ficado sem comer, mas eu meio que não poderia obrigar ele a se sentar comigo e Niall e comer. Se ele já não gostava de mim antes, imagine se eu tentasse fazer isso.
- Harry? Está tudo bem? – Perguntei, com um tom de voz calmo e gentil para o cacheado, que olhou pra mim e mexeu a cabeça negativamente, voltando a deixar lágrimas molharem mais ainda seu rosto.
- Não, Louis... E-eu estou ferrado... – Engoli a seco e me levantei da minha cama, caminhando até a do rapaz, me sentando em um espaço livre a frente de sua barriga.
- Como assim? Harry, quer me explicar isso melhor? – Eu não queria colocar pressão, mas agora, ele tinha me deixado completamente curioso pra saber do que ele falava.
- Eu ferrei com todo mundo aqui dentro, ameacei a todos... E agora? Agora eu... Eu estou ferrado, todos aqui vão cobrar tudo o que eu fiz. – Respirei fundo ao ouvir o que ele havia me dito, sabia que era tudo verdade, mas eu não precisava jogar tudo na cara dele naquele momento de fraqueza.
-Hey, eles não vão tirar proveito disso, Harry. Aqueles policiais não vão deixar, com certeza não. Se eles fizeram aquilo com você por causa de uma briguinha, imagine o que vão fazer com todos eles se fizerem algo com você. – Toquei delicadamente o rosto maior, tentando secar um pouco de suas lágrimas.
- ... P-por que está me ajudando, Tomlinson? Depois do que fiz com você! Eu te humilhei na frente de todos! E eu... eu te machuquei tanto naquele dia... Por que está aqui? – Fiquei calado por um tempo. Olhei para o nada por muito tempo. – É por dó? Está fazendo tudo isso por dó? Eu não quero que ninguém tenha dó de mim! – Ele pareceu ficar bravo de uma hora pra outra.
Mas, ao mesmo tempo, pareceu ficar muito chateado. Tanto que escondeu seu rosto com as mãos. Naquele momento, ele parecia tão, mas tão, sensível naquele momento. Respirei fundo e mexi a cabeça negativamente. Eu não poderia falar que estava realmente sentindo dó do cacheado.
- Não, Harry! Eu não estou sentindo dó de você. Eu só acho que... Só acho que você deveria ter alguém pra te ajudar agora, neste momento que você precisa. – Afirmei, olhando para os lados freneticamente.
- Ou seja, está com dó de mim, Tomlinson! Qual é, eu não preciso de ninguém pra cuidar de mim, não sou um bebê. – Ele me olhou por alguns instantes. – Não dê uma de babá comigo, Louis.
Fiquei em silêncio fitando o maior, assim como ele fez comigo. Ambos sérios. Mas, minha garganta coçava para gargalhar tão alto que todos poderiam ouvir. Mas então, Harry soltou um barulho esquisito com a boca, como se estivesse prendendo o riso, e então soltou uma gargalhada, acompanhei o mesmo e me deixei rir. Mas ambos, riamos baixo para nenhum policial vir nos chamar atenção.
- Do que está rindo, idiota? – Ele me perguntou, entre risadas.
- E-eu não... Não sei. – Respondi, não tão diferente da situação dele.
Depois que as risadas terminaram, ele se deitou mais próximo da parede e bateu delicadamente a mão direita no colchão, no espaço que tinha. Fiquei um pouco confuso com aquilo. Parecia até... Até que..
- Pode dormir aqui comigo? Só por essa noite... Não quero ficar sozinho.
- Claro.. Eu-eu posso sim. – Respondi calmamente e me deitei ao seu lado, me virado para o rapaz. Olhei para o mesmo e respirei fundo, engolindo a seco.
- Boa noite, Tomlinson. – Ele fechou seus olhos por alguns instantes. Fiz o mesmo.
- Boa noite... Styles.
Por algum milagre, eu logo adormeci. Não antes de, inconscientemente, me abraçar ao corpo do maior e deitar minha cabeça em seu peito delicadamente.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.