História On The Jail - ( Larry Stylinson ) - "Panic Attack."

                                                               P.O.V Zayn Malik

 Naquela noite, todos do meu bloco acordaram assustados, e arrisco dizer que detentos de outros blocos também. Alguém gritava desesperadamente no corredor, ou pelo menos o som vinha de lá. Eu e meu colega de cela nos levantamos e fomos até as grades que estavam trancadas. Eu tentava ver o máximo possível, e só consegui ver os outros detentos na mesma situação que eu e policiais correndo para o final do corredor com armas em suas mãos. Todos estavam curiosos pra saber o que estava acontecendo. Os gritos não cessavam de jeito nenhum, mesmo com os policiais falando para a pessoa calar a boca e parar de gritar. Um outro policial chegou, e estava levando com ele uma camisa de força.

 Logo em alguns minutos, todos os policiais que haviam ido para o fim do corredor se aproximavam, tentando conter um detento, que mesmo na camisa de força, se debatia tanto para poder se soltar, e mesmo assim continuava a gritar como se estivesse na frente de um monstro prestes a devorá-lo. Cocei meus olhos para poder finalmente enxergar quem era que estava sendo levado na camisa de força, e dando muito trabalho para os policiais que falavam entre si sobre tentar desacordá-lo para finalmente o levar para a enfermaria. Assim que consegui enxergar melhor quem era o detento, reconheci olhos verdes em lágrimas e cabelos cacheados, seu rosto estava vermelho como um tomate. Harry Styles estava ali, surtando.

 E eu sabia exatamente o que estava acontecendo com o cacheado. Afinal, eu passei basicamente minha vida inteira ao lado de Harry. Estudamos juntos desde o primário. E não era a primeira vez que ele agia daquele jeito, não era a primeira vez que ele gritava com todas as forças que tinha no pulmão e se debatia, acabando por machucar quem tentava se aproximar ou conter ele.

                                                                        FLASHBACK ON

 Isso já aconteceu, eu e ele tínhamos oito anos de idade, Harry tinha ido dormir em minha casa depois de tanta insistência com os pais que negavam toda vez que ele implorava para vir passar a noite. Mas depois de tanto insistir, os pais cederam e deixaram que ele fosse passar uma, apenas uma, noite na minha casa. Harry acordou no colchão ao lado da minha cama, gritando tão alto que sentia até dor de ouvido, eu acabei acordando com isso, levantei da minha cama e tentei me aproximar e perguntar o que estava havendo, mas Harry me chutou bem no estomago, eu fiquei tonto por alguns segundos mas logo me levantei, correndo para o quarto dos meus pais para acordá-los e contar à eles o que estava acontecendo, eu queria que eles ajudassem meu amigo, Harry parecia tão desesperado. No fim, quando cheguei ao quarto dos meus pais, os dois já estavam acordados e correram para meu quarto. Por serem bem mais forte que uma criança de oito anos, eles conseguiram levar Harry para o hospital, mas meu amigo não deu descanso um só segundo, não parava de gritar um só instante. Seu rosto estava extremamente vermelho e, eu cheguei a pensar que ele iria morrer, porque ele parecia nem respirar direito.

 Quando chegamos no hospital, uma enfermeira espetou uma agulha no pescoço de Harry, que parou de gritar na hora, mas na verdade ele havia apenas ficado inconsciente. Ele foi levado numa maca pelos médicos. Meu pai ligou para o pai de Harry e disse o quê tinha acontecido com seu filho. Surpreendentemente, o pai de Harry chegou no hospital em poucos minutos, pelo que contei, exatos dez minutos. E a casa deles nem eram perto do hospital.

 Em meia hora, um médico se aproximou, falando para o pai do cacheado que o garoto tinha sofrido um ataque de pânico grave causado por muita pressão. E eu sabia de quem ele tinha recebido toda essa pressão, minha cara denunciou tudo e meu pai me mandou falar o que tinha acontecido com Harry. Eu os expliquei que naquele dia, na escola, Harry tinha apanhado de alguns colegas de classe, e que diariamente aqueles garotos faziam bullyng com o cacheado e as vezes, até comigo, por estar sempre andando com ele. Naquele dia, Harry apanhou pouco, escutou tantas besteiras daqueles garotos que o chamavam de aberração e falavam que ninguém nunca seria amigo dele realmente, eu não contava, já que eu não era lá um amigo exemplar que guardava todos os segredos que Harry me contava. Eu era fofoqueiro, e gostava de ter um bom status de popularidade. O quê? Eu tinha apenas oito anos!

 O médico recomendou que levassem Harry a um psicólogo, pois o garoto não estava nada bem, mentalmente. E isso aconteceu dois dias depois que Harry recebeu alta. O cacheado me contou que foi levado a um psicólogo que era muito irritante, pela descrição. E que ouviu seus pais conversando com o psicólogo, o homem falou que Harry tinha uma mente de um sociopata, e se ele não continuasse a receber tratamentos de um psicólogo e remédios, isso iria ficar pior. O problema era que os pais de Harry nunca tiveram uma condição financeira boa para poder pagar os remédios e as consultas ao psicólogo, então foi apenas mais duas até que meu amigo parasse de ir a aquele lugar. Depois disso, eu percebi a mudança no comportamento do meu amigo. Sempre que aqueles garotos o enchiam o saco, ele me falava que iria se vingar de todos eles. Um dia, os garotos foram empurrados do escorregador no parque da escola, quebraram alguns ossos, mas nunca descobriram quem foi que empurrou os meninos, eu sabia quem era, mas agora, eu tinha medo de Harry para contar alguma coisa.

                                                                  FLASHBACK OFF

 Harry havia tido mais um ataque de pânico, e eu sabia qual era a pressão que fez ele ficar daquele jeito, e tinha um nome. Louis Tomlinson e suas ofensas no almoço daquele dia. Harry ficou realmente mal com tudo aquilo que ouviu, chorou por muito tempo. Senti até uma certa dó do cacheado...