História Once in Munich - Treze

Final de Setembro de 2014.

Apartamento de Francesca.

Olha, finalmente essa moça voltou para a casa!

Munique na Alemanha.

A semana passou num borrão. Francesca se dividiu entre trocar mensagens com Robert, que estava se preparando para o jogo contra o Wolfsbug em casa e Maxime, que estava acompanhando o campeonato alemão de perto graças a promoção que ganhara. A italiana ainda teve que lidar com o retorno das aulas, que haviam parado rapidamente durante três semanas. Fora o trabalho da livraria que estava bem mais movimentada que os meses anteriores. Com a aproximação do inverno, Munique se preparava para receber mais turistas que adoravam passar a estação no frio da cidade.

Terminou de fechar o caixa e apagou todas as luzes da livraria. Eram mais de dez horas da noite e ela tinha marcado de jantar junto de Maxime. Olhou o celular e viu que tinha uma mensagem de Max.

Max quase Neuer: Hey! Vou atrasar um pouco, podemos comer algo na sua casa mesmo? Ai amanhã já vamos juntas para o jogo.

Francesca franziu o cenho. Ela não tinha ingresso para o jogo e a amiga não havia comentado nada até então. Estava se programando para assistir ao jogo do apartamento mesmo. Ou, no máximo no pub perto do prédio que morava.

Fran Bernardi: Booooom, eu não vou ao jogo. Mas vamos comer em casa sim. Pizza?

Max quase Neuer: Não vai? Mas o Lewy comentou que você ia... acho que o polaco bateu a cabeça nos treinos então. Rsrsrs Chego na sua casa em trinta minutos. Me espere com o vinho aberto. Aceito pizza.

Bernardi riu da amiga. Pelo menos Maxime estava aceitando melhor a aproximação de Robert com ela. Inclusive, a inglesa surtou quando Frances lhe contou sobre a noite após a festa do time, com a relação de Anna e tudo mais. E também revirou os olhos quando Frances lhe disse aquela mesma mentira do filho John achando Cristiano Ronaldo o melhor jogador.

~~

Abriu a porta do apartamento com certa dificuldade. Carregava a bolsa nos ombros, equilibrava a caixa da pizza na mão esquerda e usava a direita para abrir a porta com as chaves, fora a sacola com dois livros que ela tinha comprado. Por que o porteiro não vinha ajudar, não é?

- Senhorita Bernardi! – ouviu o cumprimento antes mesmo de fechar a porta. Agora o porteiro chegava? Reprimiu a vontade de revirar os olhos e sorriu para o senhor que esperava no corredor. Ele estava com o uniforme do prédio e carregava uma caixa branca com detalhes em dourados. A caixa era bem maior que uma caixa de sapatos, mas menor que uma de eletrodoméstico – Chegou uma entrega para a senhorita.

- An o senhor pode deixar aqui dentro para mim? Estou sem mãos, no momento – ela mostrou as mãos ocupadas e ele sorriu entrando no apartamento.

O porteiro deixou a caixa na mesa de jantar, se despediu e saiu do apartamento.

Frances ainda não sabia de quem era o presente, mas resolveu dar atenção a ele depois. Foi até a cozinha e colocou a caixa da pizza dentro do forno. Antes de sair do cômodo, olhou dentro da geladeira e agradeceu aos céus que tinha um vinho ali. Se ela se esquecesse do vinho, Maxime iria matá-la.

O apartamento de Francesca era pequeno e aconchegante. Tinha dois quartos e dois banheiros, uma cozinha junto da lavanderia, sala de estar onde ficava também a mesa de jantar, além da pequena sacada cuja porta ficava no seu quarto.

Era todo decorado de acordo com o gosto da dona. Muitos objetos vintaje, em cores vibrantes, mas que possuíam utilidade. Tipo o telefone vermelho vivo que ficava na mesinha amarela, ou os pratos verde água que ela tinha no armário.

Ela deixou a bolsa no quarto de hóspedes, guardando os tênis brancos na sapateira após. Colocou a roupa suja no armário e separou uma troca de roupas limpas para depois do banho.

Lewan: Já chegou em casa? Vai sair?

Era o que mostrava a mensagem que ela lia enquanto ia para o banheiro tomar banho. Colocou as roupas nos ombros e respondeu a mensagem do jogador.

Frances: Sim... acabei de chegar. Vou jantar com a Max hoje, aqui em casa mesmo. E você? Já comeu?

Lewan: Já jantei. To na concentração no hotel. Pep quer todo mundo bem amanhã. Nenhuma novidade?

Frances: Não... Max vai ao jogo amanhã e disse que você falou que eu vou. Detalhe, polonês: eu não tenho ingresso e você não me arrumou nenhum ainda.

Lewan: Essa Maxime é foda. Eu comentei que queria que você fosse. Mas não tive tempo de ir atrás do ingresso, desculpe. Tenta ir com ela sim. Depois podemos sair juntos. To com saudade de você.

Francesca leu a última frase com um sorriso bobo nos lábios. Antes mesmo de responder, recebeu outra e riu com o conteúdo da mensagem.

Lewan: Porra! Pep me pegou no celular. Depois conversamos. Beijos! Xx

Opa, alguém vai pagar flexões no treino. Tomara que Guardiola não o deixe no banco.

~~

- Fran!!! Que caixa é essa? – Francesca ouviu a voz de Maxime vindo da sala. Ela estava terminando de pentear os cabelos quando Max chegou abrindo a porta com a própria chave. – Presente de quem, eim?!

- Não sei. Não abri ainda – respondeu, voltando para a sala, dando de ombros. Cumprimentou a amiga com um beijo na bochecha e um abraço rápido – Vou abrir agora.

Max e Fran sentaram no sofá de veludo, a italiana com a caixa no meio das pernas e Max de joelhos no assento do sofá.

Ao abrir a caixa, ela deu de cara com um cartão que Maxime logo pegou para ler em voz alta.

Hey, Piękny

Estava te devendo um dirndl vermelho e uma camiseta minha. Dentro do envelope tem um ingresso para o jogo de amanhã e uma entrada para a Oktoberfest. Quero você usando uma camisa minha amanhã, com o MEU NÚMERO! Porque depois das nossas noites juntos, eu sou digno.

PS: Estou te imaginando nesse dirndl vermelho e pensando em várias maneiras de tirá-lo do seu corpo depois da festa.

RL9 ♥

- Oh fuck! – Frances exclamou vermelha depois de Max ler o ps. – Eu deveria ter lido o bilhete antes.

- Eu não quero nem saber o que ele fez para ser digno de você usar uma camiseta dele. – Maxime falou rindo, colocando o cartão de volta dentro da caixa. – Parece que vamos ao jogo de amanhã. – completou, mostrando o ingresso do jogo que aconteceria na Allianz Arena no dia seguinte.

- Você sabia, não sabia?

- Sabia. – Max fez careta, pedindo desculpa - Ele comentou comigo que ia te levar ao jogo para você usar uma camiseta com o número dele. Mas eu achei que você já tinha recebido o ingresso. Quase dei com a língua nos dentes.

- Não tem problema, Max. Relaxa – Frances disse, pegando dentro da caixa o vestido típico alemão nas cores vermelho e branco. – Que lindo!! – exclamou, levantando e colocando a vestimenta em frente ao corpo. - Lewan tem bom gosto para roupas femininas.

- Ou para imaginar você usando esse dirndl e ele tirando.

- Ai pelo amor de Deus! Se você insistir nesse assunto, vou falar como ele vai tirar isso de mim.

- Não! – Max ergueu as mãos, como se estivesse rendida – Prometo não tocar no assunto. Lewan esta se tornando um amigo, quase irmão, não dá para imaginá-lo nesses termos.

- Ok. – Frances riu da expressão da amiga, dobrando o dirndl novamente para guardá-lo. Depois tirou de dentro da caixa o uniforme vermelho liso do time. Sorriu ao virar a camiseta e ver o número 9 gravado junto com o sobrenome do atacante. 

- Essa camiseta com o número dele é por causa da história do CR7?

- Pois é. Parece que eu o ofendi quando disse que só o Cris era digno para eu usar uma camiseta com números.

- Você mexeu com o ego do nosso polonês preferido. – Maxime falou – Acho que ele ficará feliz ao ver você amanhã no jogo.

- Então... sobre isso... – Frances começou, guardando a camiseta – Ele foi pego pelo Pep mexendo no celular na concentração.

- Não acredito!! – Maxime falou, boquiaberta – Vixi... é provável que ele fique no banco amanhã.

- Exatamente. O nosso polonês preferido vai ficar puto.

- E com razão... No primeiro jogo que você vai estando com ele, ele estará esquentando o banco com aquela bunda durinha.

- Hey! Não fale da bunda durinha dele! – a italiana riu, apontando o dedo para a amiga – Eu não falo da bunda redondinha do seu namorado.

- Ahh... a bunda do Manu é uma coisa absurda de linda... – comentou.

- Ohcéus! – Frances ergueu os braços para o ar, rindo abertamente de Maxime – Me poupe dos detalhes da bunda branca do Manuel.

- Como se a do Lewan fosse escura né? O cara é polonês, mana! A bunda do Lewy deve ser transparente.

- Ok. Chega de falar das bundas alheias, sim?! Conhecendo nós duas como eu conheço, a gente começa na bunda e termina falando dos instrumentos alemães e poloneses.

- Era diferente quando nenhuma das duas brincava com os instrumentos, né?

- Pois é. Era bem mais fácil comentar dos dois fazendo sexo quando a gente não dividia a cama com eles.

- Vamos comer, vai! – Maxime finalizou o assunto, levantando. Frances seguiu rindo atrás da amiga. – Todo esse assunto de instrumentos internacionais me deu fome.

- Socorro! Coitado do Manu para dar conta de você.