História One Love - I need talking to you

POV MALU

       Hoje cheguei na escola, toda animada para ver Ana, que agora é minha amiga. De repente ouço uma voz suave e muito bonita, quando me viro vejo Ana vindo correndo em minha direção:

       - Oi Malu, tudo bem contigo? – ela falou eufórica – Eu preciso falar com você, não sei nem como começar...... – interrompi ela no meio da frase.

       - Oi Ana, tudo bem sim e contigo? – falei calmamente – O que você precisa falar comigo? É  muito importante?

       - Sim, é muito importante, sim mas acho que eu só vou falar depois da aula. Teria como me esperar um pouco? – falou com tom de preocupação.

      - Claro que tenho Ana, mas me diz aconteceu alguma coisa contigo? Seu fiz alguma coisa? Se eu fiz pode me falar ta – falei preocupada já.

      - Não Malu, não aconteceu nada, tu não fez nada, é só uma coisa que preciso desabafar contigo, preciso mesmo, por isso que eu quero..... desculpa peço para você me esperar um pouco depois que bater o sinal, pode ser? – falou rapidamente, que quase não entendi .

      - Ta bom, mas fica calma ta? – Ela acenou com a cabeça afirmando.

     Ela estava muito estranha, parecia aflita, não sei explicar o jeito estranho dela.

     Não conversamos durante a aula toda, ela nem sentou do meu lado, olha que éramos de conversar muito. Mas hoje não falamos uma palavra.

  Quando bateu o sinal, ela saiu direto para o banheiro, nem olhou na minha cara, mas mesmo assim esperei ela como ela me pediu, tomara que ela não vá embora, ou algo assim.

    De repente vejo Ana, vindo em minha direção, mas os passos estavam muitos lentos, ela demorou um pouco mais chegou e quando chegou me falou:

      - Malu, obrigado por esperar, mas eu não tenho mais nada para falar, eu não tenho coragem, desculpa – ela me falou quase chorando e eu com pena disse:

      - Claro Ana, quando estiver pronta me avise, te esperarei todos os dias se for possível – falei a ela – Mas pode me passar teu Whatsapp? Ou Facebook? – falei para ela.

      - Claro que passo. Meu Whatsapp é +556783456791, e meu Facebook é Ana Paula -  falou me dando um beijo na bochecha – tchau amiga até amanhã, beijo beijo.

       -Tchau até amanhã, também se cuida amiga – falei saindo.

        POV ANA

                Eu não consegui, definitivamente não tive coragem, eu queria falar pra ela, mas cada vez que eu olho para ela parece que o mundo a minha volta desfoca, cada vez que olho para seus lábios levemente rosados imagino a maciez que eles devem possuir, isso não poderia acontecer, nunca senti isso por ninguém, nem pelo Pablo, puta merda, o Pablo, preciso falar com ele, com essa confusão de sentimentos acabei esquecendo completamente ele e eu até gosto dele, já pensei que o amava, mas depois “disso” que estou sentindo pela Malu não sei mas de nada, tudo está confuso. Preciso por meus pensamentos em ordem, e decidir o que fazer.

              Fui para casa devagar, meu pai já não vem me buscar, e especialmente hoje precisava pensar, cheguei em casa, almocei, subi para meu quarto, tomei banho e me joguei sobre a cama. Fiquei um bom tempo deitada apenas pensando. Tomei uma decisão, não sei se é o melhor a se fazer, mas decidi arriscar, não posso mais esconde, não posso. Peguei o celular e disquei um número que já sabia de cor, depois de umas 3 chamadas uma voz grossa atendeu.

             - Pablo – respondi apreensiva

             - Ah oi Ana, nem vi o visor do celular antes de atender – falou tranquilamente – o que foi? Por que me ligou?

            - Está muito ocupado? – Falei pausadamente – Precisava conversar com você.

            - Agora Ana? Você sabe que eu sou muito ocupado – falou começando a se estressar.

             - Depois então... só preciso conversar com você, hoje, é urgente Pablo.

            - Ta bom Ana, quando sair do trabalho passo ai na sua casa – deu uma pausa – preciso desligar, até mais tarde, tchau.

            O som do fim da ligação apitou. Sentei novamente em minha cama e fiquei, pensando, repensando, ensaiando mentalmente o que iria falar para ele. Para me distrair e também matar minha fome, desci para a cozinha e preparei um sanduíche para mim, quando de repente ouço a campanhia tocar, borboletas começam a voar pelo meu estomago, respiro fundo, me levanto e vou em direção a porta, abro-a lentamente e vejo Pablo parado olhando em minha direção, com a mesma roupa social de sempre e o mesmo olhar e sorriso ambicioso; parada olhando para ele, atentamente, de coração aberto, acabo de concluir que não sei o que eu via nele.