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História One more chance? - Talk


Escrita por: wtfmar

Capítulo 7 - Talk


 - Posso fazer uma pergunta?

A sessão de autógrafos tinha terminado e toda a equipe estava de volta ao hotel se preparando para a apresentação daquela noite. Katy continuava seguindo Rihanna e agora se encontravam sozinhas na suíte da artista. Karen tentou acompanhá-las, mas a cantora a impediu.

- Acho que eu concordei com isso quando disse que topava essa história de entrevista, Katy.

- Não. Na verdade essa é uma pergunta mais pessoal. Não é para a matéria.

- Agora eu fiquei curiosa. Pergunta.

- Por que a Karen me odeia tanto? Quer dizer, o relacionamento entre repórter e assessor nem sempre é muito amoroso, mas normalmente a gente tenta disfarçar. E a Karen não me dá uma brecha, está sempre me cercando, me vigiando com aquele olhar gelado...

Katy ainda tinha mais alguns adjetivos para a mulher, mas a gargalhada de Rihanna a calou.

- Olha, me desculpa, Katy. A Karen pode ser um pouco super protetora as vezes.

- Um pouco? Ela me fuzilou com os olhos hoje, durante aquele evento. Mas, por que tanta proteção? Vocês já...?

- Não! Nunca! Deus, não. Mas, por que essa curiosidade toda, Katy ? Ciúmes?

- Claro que não, Rihanna. – A jornalista via que a outra se divertia com aquela situação. – Pode chamar de interesse profissional.

- Ah, é assim que estão chamando agora... Bacana. Bom, a Karen trabalha comigo há muito tempo, então eu acho que é normal que ela queira me proteger, eu já fui alvo de muita fofoca maldosa desde que eu comecei. Isso fez com que ela se tornasse ainda mais desconfiada. Principalmente de ex-namoradas que ligam do nada, anos depois, pedindo uma entrevista e que aparecem em uma apresentação fechada usando aquele vestido!

A jornalista começou a se sentir um pouco incomodada com o rumo daquela conversa. Não tinha sido ela quem tinha sugerido aquela entrevista. Caramba!, ela nem queria ter aceitado. E agora Rihanna achava que era tudo uma brincadeira, um plano de aproximação.

- Olha, Rihanna, sobre essa entrevista, acho que eu preciso esclarecer algumas coisas antes de seguir em frente.

- Não há a menor necessidade, Katy. – A cantora disse isso segurando a mão da outra entre as suas. – Eu fiquei feliz que você tenha ligado.

Katy puxou delicadamente a mão que Rihanna segurava antes de prosseguir.

- A ideia dessa entrevista não foi minha. Outra repórter sugeriu e a minha editora me escalou para fazer. Ela não sabia sobre o nosso passado e quis me tirar do projeto quando soube. Eu prometi a ela que nada atrapalharia o meu profissionalismo e eu pretendo cumprir a minha promessa.

Terminou a frase e respirou fundo, procurando por ar. Quase não inspirou durante o breve discurso com medo de desistir e terminar ali mesmo o que tinham começado naquela manhã. Enquanto falava, o olhar de Rihanna era ilegível. Depois de alguns segundo de silêncio, ela sorriu e disse:

- Muito bem. Ao trabalho, então.

(...)

- Johnny, acho que eu nunca fiquei tão feliz de te ver em toda a minha vida!

Precisava gritar para ser ouvida naquele ambiente. Era a primeira apresentação oficial de Rihanna  na cidade e a plateia presente era especialmente barulhenta.

-  Tem certeza de que você deveria estar bebendo isso? Quer dizer, tecnicamente você ainda está trabalhando.

- Quando foi que você ficou tão responsável?

- Acho que em algum momento entre a nossa última reunião de pauta e a sua ligação de hoje. – Deu um sorriso nervoso, mas Katy não achava graça em nada. – Sério, querida, eu só não quero que você faça nenhuma besteira.

- Quando você tiver que ficar grudado naquela ali 24h por dia, a gente volta a conversar sobre besteiras, tá legal?

- Ok, ok. Já deu para perceber que a senhorita está com um péssimo humor. Vamos trabalhar, então? Acho mais seguro.

Enquanto Johnny registrava a apresentação e a plateia, Katy conversava com alguns membros da equipe. Entre eles, era unânime a opinião de que Rihanna variava entre dois pólos: a durona que não leva desaforo para casa e a pessoa doce com um coração de ouro. O grande problema era que a faceta mais gentil não era frequente e não deveria ser sequer mencionada em voz alta.

Ao final do show, Katy e Johnny se encontraram na porta do camarim, conforme combinado, para registrar os bastidores. Os fãs já se acotovelavam numa tentativa de ver a artista de perto.

- Escuta, Johnny, desculpa por mais cedo. Essa matéria está me tirando do sério.

- Não tem problema. Eu imagino que deve estar sendo super complicado. Não queria estar no seu lugar.

- Nem eu, meu amigo. Mas essa tortura tem data para acabar. Mudando de assunto, trouxe o que eu te pedi?

- Sim. Está no meu carro.

- E a Margot?

- Nem sinal dela.

- Droga! Ela também não está me atendendo. E a gente precisa conversar, não dá para deixar as coisas assim.

- Katy, você tem certeza de que essa é a melhor decisão? Quer dizer, passar os próximos dias no hotel, no quarto ao lado da Rihanna, não é arriscado demais?

- Não tenho certeza, Johnny. Mas eu já fiz isso antes, em outras matérias. E, considerando os horários malucos dessa mulher, é o que faz mais sentido. Profissionalmente falando.

- Ah, claro! Porque você consegue se manter 100% profissional quando o assunto é Rihanna.

- Não enche, Johnny!

Katy deu um tapa no braço de Johnny, que a segurou pelos ombros e forçou que o olhasse de frente, olhos nos olhos. Não era muito comum para o fotógrafo falar sério, mas estava verdadeiramente preocupado com a amiga. Era evidente o quanto aquela história estava afetando Katy.

- Olha, Katy, eu sei que você já fez isso antes, em outras matérias, com outros entrevistados. Mas nenhum deles era a Rihanna e ela mexe muito com você. Isso é claro como água. Eu nunca vi ninguém te afetar dessa maneira, nem a Margot...

- É diferente, Johnny.

- Não, não é. Esqueceu que eu estava lá quando vocês duas se conheceram? Ela nunca tirou você do sério desse jeito, Katy. Você e a Rihanna têm muita coisa para ajustar sobre o passado de vocês. Eu sei que você não me contou tudo o que aconteceu e está tudo bem. Mas está claro que ficou alguma coisa mal resolvida e eu não quero ver você se machucar nessa história.

Katy tinha os olhos rasos d’água. Às vezes se esquecia de como o amigo podia perceber o que se passava em sua cabeça sem que ela precisasse falar. Abraçou Johnny para esconder as lágrimas que já desciam pelo rosto. Muito foi dito e entendido naquele abraço, nada mais precisava ser falado entre eles. Antes de soltar a amiga, Johnny deu um beijo fraterno em sua cabeça.

- Só me promete uma coisa, Katy?

Ela não conseguia falar direito, mas assentiu com a cabeça.

- Se você precisar de qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, você me liga na mesma hora, tá bem?

- Obrigada, Johnny! Obrigada mesmo.
 



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