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História One More Night - Você vai!


Escrita por: Yukye

Notas do Autor


Creampuffs! Como vocês estão?! Santa empolgação, gomen kkkk
Mas é pq depois de uma semana comendo matéria atrasada (e ainda tem matéria...) poder postar mais um cap de OMN me deixa muito feliz. Principalmente pq quero muito compartilhar essa doideira da minha cabeça com vcs. Então Creampuffs! Mais um cap. Partiu ONE MORE NIGHT!

Capítulo 23 - Você vai!


Fanfic / Fanfiction One More Night - Você vai!

Garu virava outra dose de Whisky na garganta provocando a motoqueira que, não suportava meio gole de cerveja.

- Então, por que esta aqui, e não na cama com a Laura? – A carrasco apoiava as costas no balcão, algo em sua voz era diferente, menos carregada de autoridade. Carmilla não conseguia pensar em uma resposta, o assunto enchia seus olhos de algo liquido – Espero que responda que é porque ela morreu.

Carmilla desceu do banco super aborrecida, até se esqueceu de Danny. Parou na calçada frente a porta do bar, as lagrimas queriam muito sair, mas suportou-as antes que pudessem molhar o rosto.

- Como vai? Ela já falou com você? – A voz de Norma pulou nos ouvidos da morena. A promotora estava com os braços cruzados encostada na janela do bar – As coisas não parecem bem pela sua cara.

- Vai me matar? – E a pergunta mudou quando avistou sua mochila abaixo da janela.

- Eu não – Respondeu Evergot.

- Eu que vou te matar vampira burra! – Fallvalion chutava a porta. Em um segundo Carmilla estava sendo carregada nos braços da carrasco, a paisagem corria como em borrões de um filme antigo em branco e preto.

- Me larga que, porcaria é essa? – Bramiu esperneando.

Garu segurava firmemente ignorando qualquer queixa da renegada, por fim largando-a frente à hospedaria.

- Pra que me trouxe aqui?! – Rosnou a morena.

- Você ficou mais burra é? Pra você ficar com a Laura, o que mais? – Garu foi em direção a porta.

- Eu não vou!

A carrasco hesitou compreendendo a decisão da renegada.

- Me de uma boa justificativa pra isso – A voz dela era sombria, uma raiva oculta abrolhava do peito da loira do terceiro tribunal – Não vai?

- Não... – Carmilla voou para a o topo da estrada rolando quase metade da descida, depois de um chute de calcanhar na barriga. Ela empurrou o chão tentando levantar, arrastou-se até o topo da cabeça tocar nas botas da carrasco.

- Estou esperando a justificativa, não vai atrás de quem você ama? Vai fugir dela, vai desprezar o amor da sua vida?

- Amor da minha vida?!

Garu agarrou a morena pela gola, tirando-a do chão, deixando a renegada um pouco mais alto.

- Você é muito burra mesmo, parece que emburreceu mais ainda depois que lutamos – Carmilla encarava com amargo desprezo o cenho – Vai ficar com essa pirraça? Não quero saber de chiliques, se brigaram, vá lá e se desculpe, engula esse orgulho, faça as pazes, se abracem, se beijem, façam amor a noite toda, a vida humana e o tempo são muito curtos pra que vocês desperdicem com brigas tolas! Então você vai lá agora...

- O que você tem haver com isso carrasco de merda! Vem aqui se intrometendo no que você mesma ajudou a destruir! Você não sabe nada!

- Ta bom então me explica – Garu defendeu uma joelhada com o cotovelo – Com essa explicação não vai me convencer – Ela jogou a morena do outro lado da estrada. Como da primeira vez, a carrasco e a renegada se enfrentavam, socos firmes dos punhos de Garu, pontapés atrapalhados de Carmilla. Aguentar o próprio peso estava sendo desgastante, agitar o corpo pesado degringolando a cada inspirada, obrigando-a a erguer-se precariamente, o tronco curvado quase sempre caindo, os joelhos nunca esticados por completo, e a respiração ardendo de dor – Você vai, querendo ou não você vai ficar com a Laura essa noite.

O frio vento passou pelas vampiras, o cabelo de Garu foi levado para o lado, expondo a horrenda cicatriz marcando de trás do ouvido, correndo parte do pescoço e descendo para as costas. Fallvalion correu para o ataque da renegada, levando um soco no estomago, quando uma luz clareou a lateral delas. Sem poder reagir, Carmilla foi levada pelo abraço num giro da adversária, desviando de Avalanche subindo a estrada com Norma na direção.

O contato afligiu em Carmilla a mais absurda repulsa ao mesmo tempo em que, o abraço extraia de dentro dela o semelhante e estranho sentimento ao ser abraçada por Icarus. Sentir o calor de alguém, deslizou sua armadura de durona e, expos uma garota magoada.

- Ela... – Os joelhos de Carmilla falharam junto ao corpo clamando por descaso e cuidados, acabou agarrando as roupas de Fallvalion que, caiu de joelhos sem desfazer o abraço com a renegada - ...ela... – Continuou com as lagrimas saindo sem sua permissão.

- Ela te ama – Disse a carrasco com a voz suave.

- ...não...não ama...ela estava... – Os olhos estavam cheios de água, o rosto aquecido dos ombros da executora a segurá-la firme, o que importava chorar? Estava realmente triste, de uma forma como nunca estivera antes – ...beijando outra... – Ela tentou esconder os olhos nas roupas da carrasco.

- Um beijo não quer dizer nada, poderia te obrigar agora e não seria nada pra você – Carmilla se contraiu com a proposta. Garu puxou o rosto molhado da renegada – Ela te ama sua anta.

- Não ama!

- Quer que eu te beije na frente dela pra ver como ela vai espumar de ciúme? – Carmilla se contorceu ainda mais, inutilmente tentava empurrar a Fallvalion de si, pensar na encenação era horripilante, beijar outra boca que não a de Laura, torcia o estomago, pressionava os pulmões, raspava a garganta e, desesperava o coração.

Fraca e desesperada, não havia maneira de evitar qualquer abuso, nada que fizesse impediria as ideias da carrasco. Fechou os olhos deixando as lágrimas quentes rolarem em seu rosto, com todas as forças imaginou que qualquer toque que sentisse ali, era de Laura, firmemente a imaginou tomando o lugar de Garu. Repulsivamente sentiu a respiração em seu nariz, passando sobre a bochecha e, indo para seu ouvido, como uma amante apreciando cada linha dela.

- Vou te contar uma coisa bobinha, se eu te beijar, Norma me mata na mesma hora. Agora vou contar um segredo, o porquê da minha certeza que Laura te ama, Mina Halker não teria se dado ao trabalho se o amor de vocês não fosse real o bastante para irritá-la.

Carmilla abriu os olhos expelindo o ar dos pulmões depois do que pareceu um mergulho ao fundo do mar, uma estranha sensação a dominou, bombeando uma onda de calor, passando pelos ombros e barriga, chegando ás mãos e pernas. Garu secava suas lagrimas com a manga do casaco.

- Você estaria morta, se esse amor não tivesse cruzado a nosso caminho e, tirado Mina do sério – Garu ergueu a morena aturdida, mas menos enlouquecida da falta de Laura – Agora vamos, você tem uma garota pra tomar como sua – A carrasco se adiantou para a porta sem olhar para trás, certa de que dessa vez a teimosa Carmilla não fugiria e, foi exatamente assim.

Os paços da renegada iam apressados, até emparelha-la com os paços da carrasco.

- Será que eu deveria agradecer? – Perguntou mirando o chão.

- Não se atreva – Respondeu a executora um pouco irritada – Só me prometa que vai ficar com Laura essa noite porque a ama, e não por causa de um numero no calendário – Garu parou frente a porta e disse para a morena entrar, pois ia buscar a mala da jovem na moto.

As luzes pairavam das janelas, vozes soavam alegres com o ar caloroso. Puxou a porta e entrou na hospedaria onde celebravam e festejavam. Luziam ao lado do balcão todos os pisca-piscas que, não podiam enfeitar o telhado, vestiam uma pequena arvore repleta de enfeites, outras decorações natalinas tomavam as paredes. Norma conversava com Perry, LaF discutia anatomia com dois encanadores numa das mesas, Guto servia de peso para Kirsch se exibir perante os outros que a vampira não conhecia; e; Laura, ela não estava lá, não na festa. Onde estaria seu amor?

- Carmilla, por favor, vem aqui – Chamou Norma – Escute tudo o que a senhorita Perry lhe disser, senhorita Perry esta é Carmilla, deixo minha querida priminha em suas mãos – Sorria esfregando as costas da suposta prima de 999° grau (999º = Noningentésimo Nonagésimo Nono).

- Muito prazer – Cumprimentou Perry como se vislumbrasse a condessa da Suíça – Tenho um quarto com tudo o que quer, mas me perdoe por não a acomodar em aposento particular.

- Mas o que é isso, nada melhor nas viagens do que conhecer outras pessoas, e tenho certeza de que Carmillinha ira adorar.

A morena fechou a cara com aquela encenação, ficaria agradecida se fosse uma peça de Shakespeare, onde no final todos morrem e, ela seria ceifadora.

- Carmillinha? – Um risco horizontal marcava o desdém na boca da garota.

- O que? Eu tinha de fazer parecer real pra funcionar na cabeça dela.

- Achei que não podia desfazer o serviço.

- E não posso, só acresci umas coisas, como o refugio de minha querida e amada prima, todo o resto de família que possuo. Isso não é nada, agradeça a carrasco por isso, se não fosse ela eu jamais voltaria aqui.

Perry interrompeu-as oferecendo gemadas e, achocolatado em canecas decoradas, biscoitos de gengibre coloridos em formas diversas.

- Pegue um biscoito vamos, estão frescos, Susan, Guto e Laura decoramos; olha esse esta a cara da Laura – Perry apontou um biscoito desenhado com um macacão azul.

No mesmo segundo Carmilla agarrou o biscoito, não estava assim parecido, lembrava a loira, a cor do topo da cabeça, ainda não chegavam a imitar toda a beleza dela. Norma também tomou um biscoito em forma de porquinho com uma cara amarrada. Uma suspirava, a outra bufava para o biscoito, não que fosse normal, mas saber que estariam alimentadas satisfez a mãezona com a bandeja, Perry seguiu para a mesa de LaF tentando entender todas as ligações do sistema cerebral debatidos em meio a chocolate quente.

- Então, pra que estão aqui? Não esta faltando uma?

- A juíza não nos acompanha por agora e, estamos só de passagem, vamos pra Paris. Era pra termos vindo mais cedo, mas a linha do trem esta parada, será que sabe o por quê?

- Doran Schaf, ele destruiu a linha pra tentar me pegar, ele esta debaixo dessa avalanche ai, se quiser pegar ele.

- Nah, deixa aquele imbecil morrer congelado, merece depois do que fez, o que me lembra...

- É que história é essa, eu centurião?

- É mais uma pirraça a Mina, ela quer te manter perto da Laura, entende? Te torturar com o que quer e não pode ter, por isso estamos de viajem, quando o juiz entra em assembleia, são semanas de debates, e do jeito que você é conhecida por lá, duvido que aprovaram, mas ela não vai desistir até que digam sim, então eu a e carrasco estamos de folga até segunda ordem – Norma aqueceu a garganta com a gemada.

- E então, vocês acharam legal vir aqui me monitorar? – Carmilla percebeu a entonação de Norma, evitava até dizer o nome da Fallvalion, mas guard

- Não, foi ideia da carrasco vir atrás de você – A morena estranhou  num mix de repulsa e surpresa – Você mexeu com ela Carmilla.

- Desculpa, mas eu não estou disponível.

- Ainda bem, ou eu te matava – Riu-se – Mas não é isso, a carrasco viu em você um antigo caso, de uma vampira que perdeu quem amava – Nisso Garu passou pelas duas com as malas – 307 – Indicou Norma entregando a chave e a Fallvalion subiu para os quartos com a mochila de Carmilla em uma mão e uma mala que não era dela na outra.

-Antigo caso... – A solitária tentou recordar, isso era familiar, uma vampira apaixonada que, matou cinco e, ainda deu um baile no carrasco – Não pode ser – A cicatriz no pescoço, cruzar a linha – Garu é a vampira da história que me contou, mas ela não tinha sido executada? – Carmilla estava estarrecida de imaginar.

- E foi, mas a filha da mãe sobreviveu a execução – Norma balançou a cabeça dando um sorriso bobo – Teimosa, sabe a Laura não se parece com a Ana, mas você se parece com a Fallvalion aos dezesseis quando tudo aconteceu. Não que eu goste de lembrar da Ana, mas...ver Garu assim, tão feliz de...é como uma segunda chance...que cara é essa?

Carmilla lançava um olhar extremamente sem vergonha, com um sorriso mais debochado ainda.

- Você falou o nome dela – Xeque.

- Falei? – Norma tentou desfazer o sorriso arqueando uma sobrancelha, descrente do deslize, ainda estava zangada com a carrasco, não era permitido sorrir pela outra, não enquanto estivessem brigadas.

- Pronto, suas coisas já estão no quarto, toma as chaves – Garu entregava as chaves nas mãos da jovem motoqueira.

- Sabe acho que a gente podia mesmo dar aquele beijo que você falou – Disse a morena observando o rosto de Norma escurecendo.

- Aquilo foi uma piada – Garu tentava desfazer o estrago na namorada zangada. A promotora dava um exemplo de sua raiva dentando o biscoito de porquinho fuzilando a loira com o olhar.

- Mas daria certo pra você – Carmilla só aumentava a tensão entre a promotora e a carrasco.

- Garu vamos que a viagem é longa, e temos de conversar – Norma puxou a carrasco pela mão.

- Garu? – Escutar o próprio nome vindo da ruiva que estaria zangada, acusava uma reconciliação.

- Adeus e cuide-se – Sibilou Norma antes de sair e dar de cara com Danny cheirando a cerveja - Acho melhor ficar mais um pouco.

A promotora puxou as outras duas vampiras para ao balcão. O mapa de relacionamentos entregue por Perry, diziam a Norma o quão delicada era a situação com a lenhadora Danny, sair agora com a tensão rolando solta, podia terminar em assassinato, por mais que a vida da lenhadora de nada valesse para o tribunal, podia pesar em Laura e, no momento, Carmilla precisava de tudo o que pudesse estabilizar as emoções de seu par.

A festa ia longe, todos estavam contentes, rindo e cantando, mas Carmilla, ela olhou para o biscoito com o cabelo em glacê amarelo, a roupa azul e o detalhe de um cão estampando a frente do macacão. Garu esfregava o pescoço conforme Norma a ameaçava com o olhar.

- Senhorita Carmilla como vai? – Guto se aproximou, feliz de ver a vampira – Ela! – Apontou ele para a ruiva ao lado dela.

- Esta tudo bem, são...

- Somos parentes dela, eu me chamo Norma, sou a prima dessa coisa fofa – Evergot abraçou a renegada em provocação a Fallvalion.

- Parentes? Ah! Então vocês vieram passar o natal junto que legal, você tem uma família muito bonita – O jovem escondeu o lamento – Um dia vou ter a minha, vou casar e ter um monte de filhos, nunca vai faltar um presente pra cada um, e muita comida, e vou encher minha esposa de tudo o que ela quiser – Esbaforiu ele mais zangado que alegre serrando os punhos de determinação.

- Mas sonha esse pequeno – Disse o chefe da policia rindo do órfão. Guto abaixou a cabeça, triste, Norbert não era o tipo mais paternal com quem não era de seu sangue.

- Eu aposto que vai conseguir – O garoto ergueu os olhos cheios de água para Evergot – Tenho certeza, seus olhos mostram que você tem muito mais do que aparenta dentro de si, melhor que isso, são olhos de um tigre, o filhote pode ter de fugir e chorar, mas quando ele crescer, serão aqueles que o magoaram a fugir.

Norma olhava diretamente para Norbert, ela fez um gesto com a cabeça, e o homem ficou confuso, pousou a testa na palma da mão e foi em direção a Guto.

- Meu filho, que tal treinar para ser um policial? – Propôs ele. O garoto estranhou, a anos implorava por uma chance, nem que tivesse que usar equipamento velho – pois não tinha dinheiro para coisas melhores – o jovem ainda estava confuso com a súbita mudança – Sim, como disse a senhorita Arciel, sim, sim, um tigre, um grande e forte tigre, você poderia ser um policial, ou até mais, treine depois você vê o que quer ser – Norbert estava demasiadamente feliz em estender a mão para o desafortunado menino.

- Vai tigrinho, você vai se tornar um grande, forte e belo tigre, então tem de se esforçar pra isso acontecer – Disse Norma. O rosto do menino triste se encheu de alegria, o chefe a policia o tomara no colo e o colocou junto de Kirsch, o mais novo aluno da unidade policial de Treffen.

- Fez isso? – Perguntou Carmilla curiosa dos motivos.

- Não fiz nada – Respondeu Norma suspirando ao cruzar as pernas.

Era uma bela mentira, mas disso a morena pode perceber olhar de Fallvalion, encantada do ato. Ao que parecia o terceiro tribunal não era de todo o mau, com exceção de Mina, esta parecia viver para infernizar a vida de todos os que cruzassem seu caminho.

O som de queda e andar disforme descreviam uma bêbada nas escadas, as vampiras sabiam qual bêbada. Carmilla mirou a porta para a escadaria, mas encarou o olhar de Garu com os punhos serrados, pronta a enfrentá-la como a linha de defesa de futebol americano. Fraca como estava e, tendo que passar por Evergot e Fallvalion seria uma luta perdida. Era melhor não, tentou acalmar-se com o pensamento no amor de Laura que seria somente dela, Danny não teria a mínima chance com bafo de onça bêbada e garota errada.

- Relaxa, daquele jeito ela não vai fazer nada com a Laura – Norma falou calmamente – Alias como vocês estão, como é de noite? – O rosto de Carmilla empalideceu, a pergunta era repentinamente invasiva – O que? Vocês ainda não...ah pelo amor de Deus! – Ela abaixou o rosto no balcão desaprovando a lerdeza.

- Isso é assunto meu! – Respondeu Carmilla.

- Perdão o mau jeito, parece que nunca converso com você de forma amigável, mas... – A promotora se calou pensativa.

- Agora fala, já perguntou como se tivéssemos dormido juntas – A motoqueira percebeu o semblante preocupado na outra.

- Mina comentou algo estranho, não que ela diga algo normal, mas ela comentou algo que achei esquisito. Fui avisar que ia viajar, como sempre ela fez uma cara feia por que sabe de nós, mas depois...ela disse que era uma pena vocês duas...ela disse exatamente assim:

“Uma pena não acha? Uma pena que Mircalla nunca vai poder ter Laura”.

Garu se enfezou de escutar qualquer coisa sobre Mina, mas aquela frase não tinha mais nexo. Carmilla sabia que havia sido deletada de todas as cabeças na hospedaria, mas a juíza não contava com o fato de Laura ser talvez o par de Carmilla. Um poderoso conhecimento que, transcende habilidades e poder nas mãos dos grandes. Por conta disso a distância entre elas fora quebrada com imensa facilidade.

- Ela louca – Bramiu Garu com desdém.

- É não da pra admitir sanidade nela – Concordou Norma – Carmilla! – Chamou antes que a morena chegasse as escadas nas pontas dos pés.

- Deixa, ela e Laura tem de conversar – Disse Garu – Até logo talvez.

- Até, se for o caso, só não mate ninguém até o ano que vem, depois ta liberado – Despediu-se Norma pegando a mão da carrasco. Elas não estariam ali pela manhã.

Carmilla subiu as escadas apressada, pulando dois, três, quatro degraus de uma vez, a escadaria toda, haja pressa. Os passos acelerados até o quarto 307 no fim do corredor a direita.

- Boa noite Laura – Disse Danny entre tropeços ao sair do quarto. A vampira analisou o quadro alcoólico que, justificaria uma cambalhota na escada – Oi, você ta perdida?

- Não, só estou indo pro meu quarto – A vampira reprimiu todo ódio que sentia daquela maldita ruiva. Danny fez o favor de barrar a passagem, a postura meio corcunda, alterada pela bebida assim como os lábios enrubescidos, os mesmo a roubar o beijo de Laura. Isso fez o sangue da vampira bombear mais forte, enraivecendo por baixo do semblante tranquilo – Com licença, eu vou pro 307.

- Não, esse quarto é o da Laura e, só dela – Titubeou a ruiva apoiando-se na parede – Ordens do pai dela, o quarto é só dela...

- Foi Perry que me deu a chave – Mostrou a chave e, jogou a responsabilidade para outro, vendo que discutir com uma bêbada não levaria a nada.

- Ehn? Eu vou falar com ela, espera ai – A lenhadora esqueceu-se do quarto, da chave, do equilíbrio, e terminou com e testa na mesa da cozinha com Perry preparando um café forte.

Enquanto isso, Carmilla terminava de destrancar a porta do quarto, respirou fundo, era agora.

- Lau... – A vampira engoliu as palavras. O silencio tomava o lugar junto da escuridão, Laura estava deitada. Dormindo? Era difícil dizer, virada para a janela ladeando a cama de costas para a porta.

Carmilla abaixou o olhar, não seria agora então, que tortura, mas ela esperou até agora, que mal faria mais uma noite? Cuidadosamente descalçou as botas para pisar sem tanto barulho, subiu na cama recostada na parede oposta a de Laura e, sempre que não se quer fazer barulho, mais se faz. A vampira sentou num papel barulhento e amassado. Apanhou a desgraça de tamanho postal e, com a pouca claridade, reconheceu uma carta. Com ajuda dos sentidos se normalizando, leu o conteúdo.

“Lobinha,

a entrega atrasou e, o Eixo fechou varias vias, sinto de todo o meu coração não estar com você esse natal, mas não deixarei minha queria sem seu presente. Um forte abraço.

Papai urso”.

Teve vontade de rir para logo em seguida ter o peito preenchido de irritante vazio. Na época, assim que tinha idade para casar, seu pai tentava desesperadamente arranjar-lhe um marido rico, bem feito de corpo, porém após dezenas de dispensas por conta da teimosia da filha, o homem se contentava com qualquer rico enrugado que, tivesse interesse em Mircalla “A Megera” Karnstein. Nem com um tratado a sombra do conde poderia espreitar o papai urso.

- Boa noite lobinha bons sonhos, amanhã conversamos – Cochichou para a escuridão.

 

***

 

Um ranger no assoalho trouxe Carmilla a consciência diurna. Dormiu apenas caindo sobre a cama, mas estava coberta, não se lembrava de ter puxado um cobertor cheiroso de sabão e lobinha. Aquecida por dentro, queria ficar com o rosto afundado naquele aroma, mas tinha um assunto pendente com a colega de quarto a pisar em ovos, então abriu os olhos a contra gosto e, absorveu a imagem da loira despenteada segurando os sapatos nas mãos.

- Laura – Chamou, mas foi respondida com silêncio, totalmente ignorada – Laura? – Sequer um olhar foi devolvido – Laura! – Levantou da cama se pondo entre a galega e, a porta – Lau...

- Me da isso – Laura arrancou o pedaço de papel das mãos de Carmilla – Quem deixou você ler as minhas coisas?!

- Tava encima da minha cama.

- Sua?!

- Sou sua nova colega de quarto, querida – Piscou para a loira.

- Eu tenho uma colega de quarto, ela veio com as malas ontem, era loira e...

- Ela só veio trazer as minhas malas – Carmilla se aproximou – Laura, sobre o encontro...

- Cala a boca! – Virou-se a loira para a cama – Eu não quero mais saber de você! Se é assim que você quer as coisas, desse jeito, não me inclua! Agora se me da licença eu vou pro meu trabalho! – A jornalista empurrou como um trator e foi para a porta.

- Espera ai que história é essa?! Quer bancar a difícil agora?

- Cala a boca! Não fala mais comigo!

- Espera um pouco! – A morena agarrou o braço de Laura – Eu errei, eu sei, mas se você soubesse como foi, como aconteceu...

- Ah! Vai me dizer que você não teve culpa? Que aconteceu como um simples acidente e, você não pode evitar!

- Opa calma, espera ai você também não foi a menina mais comportada ta!

Laura virou-se com os olhos derramando água, seguido de um tapa estalado no rosto da vampira que, libertou seu braço.

- Eu falo sério! Me deixa em paz! Não quero mais saber de você, não fala mais comigo, nunca vou te perdoar! Eu te odeio! – A galega disparou para a escadaria, deixando Carmilla estática no corredor.

- O que foi isso? – Perguntou em seu coração com o ardido na bochecha queimando o peito.


Notas Finais


OLÁ!!! Como fomos nesse cap? Meu Hollstein...Lauraaaaaaaa!!!
AHHHH! Acho q eu morro assim, a Carm tava até fofa e ai.....
Me digam o que acharam, tentarei postar o próximo cap o quanto antes, ou qualquer atraso eu vou tentar postar sábado a noite.
Muito obrigado a todos os Creampuffs lendo a fic, vcs são DEZ! Abração de lobo e até o próximo ONE MORE NIGHT!


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