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História One More Night - Quando a neve começa a cair


Escrita por: Yukye

Notas do Autor


OLAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Creampuffs!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHH semana, treta com a melhor amiga e a facul.
Mas esta aqui como prometido o cap de sábado, eu quero muito contar essa historia pra vcs, Carmilla e Laura em One More Night!
Perdão o horário, mas eu acabei me enrolando em uma fanart da Elise, mil perdões por atrasar.
Então chega de papo e partiu One More Night!!!!!!!!!!!!!!

Capítulo 24 - Quando a neve começa a cair


Fanfic / Fanfiction One More Night - Quando a neve começa a cair

- Tchau Danny – Despediu-se da amiga alcoolizada que, tanto se desculpou daquele beijo de supetão. A porta fechou e, Laura ainda estava um pouco triste e nem era tanto pela carta do pai. Sentou-se na nova cama vizinha e, deixou a carta sobre o lençol. Sua nova colega de quarto não falava muito, mal entrou no cômodo com as malas e já saiu, devia ter ido festejar.

Laura não estava nenhum pouco festiva, por sorte a carta de seu pai serviu-lhe de desculpa para não comparecer a celebração, explicação suficiente para convencer Perry e LaF a bem conhecer o apego familiar do senhor Hollis  e, portanto deixar a loira fazer como quisesse num natal livre. Nem a folga natalina fora o bastante para animar, não depois do que aconteceu naquele anoitecer do encontro...

Apagou as luzes e deitou esperando esse dia terminar, escutou quando sua colega de quarto voltou, com o ranger das molas da cama vizinha somado ao som de papel amassando. Pensou na vampira...não queria, mas sentia falta dela.

“Carm...” – Pensou apertando o cobertor desejou dormir para esquecer e, por fim o corpo relaxou em um mundo de sonhos em branco para a manhã seguinte.

***

Na manhã seguinte virando-se para o quarto teve a desgraça da visão daquilo que a assombrava, o anjo a dominar seus pesadelos estava adormecido na cama vizinha.

- Idiota, vai se resfriar assim – Murmurou estendendo o cobertor sobre a morena. Resmungou consigo por essa gentileza desmerecida.

Tentou fazer menos barulho possível, mas a maldita audição vampiresca. Tudo deu errado; acordou, discutiu e de teve um tapa como extra do dia. De todo o jeito preferiu ir para o trabalho, vestia as mesmas roupas do encontro, por que elas caramba?! Se sair de lá era para tentar se distrair, falhava miseravelmente, a camisa escolhida a dedo, com a cintura um pouco mais justa, as mangas puxadas até o cotovelo, sua calça de fibra elástica com mais liberdade de movimento, até o cachecol combinava nos tons azulados, tudo para estar maravilhosa para um encontro ainda mais maravilhoso.

- AI! – Laura foi espetada para o presente, quando sem querer sangrou o anelar na ponta da agulha – Droga – Murmurou com o dedo na boca. Por quê? Que raios de desgraça. Teria de dividir o quarto com a pessoa que mais queria esquecer – Droga Carmilla! – Bateu as mãos no balcão, manchando a madeira de carmim. Cataclismos emocionais faziam uma revolução no seu interior, não era comum sentir raiva, não, não a lobinha. O dia não estava nada fácil, pensar na vampira exaltava uma proibida alegria, os cabelos caídos sobre o rosto deitado no travesseiro, os lábios imóveis esperando pelos dela, naquele retrato emoldurado em lençóis.

A loira deu um grito de boca fechada, tinha saído da hospedaria até mais cedo, num dia que nem tinha de trabalhar, apenas para diminuir a tortura, agora, no entanto sua cabeça fazia o favor de lhe atormentar, encarou o chão com a cabeça entre as mãos, o cabelo dourado entre os dedos.

- Carmilla... – Chamou baixinho.

Um estridente cantarolar soou frente a loja para tirar a loira dos torturantes pensamentos, era Sophia mais animada que o normal, entrou na loja aos pulinhos, sentou no balcão puxando o vestido para expor as pernas cruzadas.

- Oi Laurinha como você esta? Que maravilha, ai eu estou maravilhosa, nada melhor que um corpo quente pra te aquecer nesse frio – A cobra deitava sobre o balcão em seu monologo atrevido.

- É? Então vai lá dormir com a Carmilla... – Pigarreou a loira.

- Ai dormir com ela outra vez – A cobra mudava de cor com a ideia, a voz amolecia em espasmos entre as pernas – Eu adoraria, seria maravilhoso – Ela estendeu as mãos na cintura de Laura.

- Sai de perto! Alias saia da minha loja!

- Mas eu vim encomendar uma roupa – Debruçou-se sorrindo. A loira quis gritar de raiva, mas como diria seu pai:

“O cliente sempre”.

Maldita ética infeliz.

- E o que a senhora deseja? – Amargou a jornalista como se tivesse comido um quilo de sal.

- SENHORITA! Não sou uma velha casada, eu ainda estou livre e, bem disponível linda – Inclinou o rosto.

- Perdão senhorita, então o que seria sua encomenda? Um casaco, uma saia, um cinto de castidade? – Disse a jornalista segurando o berro.

Sophia desceu do balcão para a parte de dentro, o evidente ciúme da loira atiçou a cobra em gargalhadas.

- Parece que você tem um ai pra chamar a atenção da Mircalla, ela sempre gostou de virgens como você, puras... – A filha do governador encurralou a loira contra a parede do corredor atrás do balcão – Mas eu podia dar um jeito nisso agora mesmo, fazer de você uma mulher – Lambeu os lábios com a língua bifurcada – Que tal? Bom, pode ser que a Mircalla não te queira mais depois de perder a pureza ai dentro, mas ai você pode ficar comigo, afinal você não é de se jogar fora.

- SAI!!! – Rugiu a galega empurrando a cobra – Ela não me ama por isso! Ela me ama porque... – Laura se deu conta do que dizia, ainda acreditava que Carmilla a amava, mas claro que o cérebro dizia o contrario.

- Ama? Vocês são tão lindinhas. Alias você é muito fofa, humanos, apaixonados são como filhotes de cachorro, molinhos, fofinhos e muito carentes – Ria – Mas sabe, não se apegue a ela, nós não somos humanos, nossas vidas são bem longas, acho que você deve ser a décima quarta virgem que ela se interessa, vocês humanos são apenas itens descartáveis para o nosso prazer de consumo.

A discussão findou devido ao numeral extenso.

- Eu quero um vestido novo – A rastejante abriu a roupa para tirar as medidas.

A costureira levou a indesejada e suposta cliente para um quarto nos fundos. Laura tirou as medidas o mais rápido possível, tendo de suportar as salivantes indiretas e, as marcas de chupões pelo corpo da herdeira Brandsnake. Por fim o acerto da encomenda e, a escamosa se deu por vencida sem saborear ninguém – ainda bem – a loira desabou sobre uma cadeira, com o choro irrompendo os olhos.

- Carm... – Apertou o rosto entre as mãos, recordando quando foi encontrar-se com a morena no quarto, mas quem abriu a porta foi a desnuda Sophia – Por que isso? Por que você...

A dor no peito era absurda, dilacerando os pulmões, tirando o estomago pela boca. Carmilla estava com Sophia. A cobra havia lhe convidado a participar da diversão a três, Laura quis vomitar com aquilo, ela, a cobra e Carmilla, mas o pior era imaginar Carmilla beijando a cobra. Nisso dedilhou os lábios, com o cheiro do lago congelado e, a lembrança dos braços da lenhadora; a garota encolheu-se na cadeira, serrou os dentes agoniada com a raiva e a culpa espreitando a boca.

Foi impossível continuar a trabalhar, espetou os dedos mais umas dez vezes, quase amputou o polegar na tesoura. Sorte não ter de se preocupar com prazos, quase tudo o que precisava ser feito estava pronto, entregas apenas esperando os donos virem buscar seus vestidos ou suas calças remendadas.

Treffen, afastada e remota, não era nenhum ponto estratégico, tão pouco de alguma importância ao Eixo, dispensava a atenção dos Aliados o que a classificava a cidade mais afastada e pacifica – tirando uns incêndios e, criaturas desconhecidas – mas para a galega, bem que podia cair um míssil na cabeça de Sophia. Trancou a porta da frente jogando um ultimo olhar sobre o balcão ébano, com uma chapa de aço fundido atrás – para o caso de uma bomba – mirou as janelas de vidro reforçado – em caso de gangsters – Sherman Hollis jurou proteger a filha de tudo e, Laura desejou mesmo que, os exageros do pai pudessem salvá-la dos sentimentos dolorosos fervendo dentro dela.

Caminhou um pouco sem rumo, gastando as solas das botas, a lua era sua companhia em meio aos poucos transeuntes. Todos com o rosto rosado do tempo seco, as mãos metidas em bolsos, ou carregando lenha, o atroz frio voltara das férias das ultimas semanas. Laura caminhou deixando sua mente seguir pelas lembranças, quando viu numa vitrine de antiguidades, cavalinhos de madeira. Lembrou-se de quando montou um, alias um pônei:

Era uma manhã no inicio do inverno de seu sexto natal talvez. Laura pulava de alegria em poder montar um dos pôneis do vizinho, ele era amarelado, o que rendera o nome Manteiga, tinha a cabeça larga e a crina sobre os olhos. A pequena se aprumou na frente do animal que abaixou a cabeça para cheira-la e, a entusiasta puxou as narinas do bicho, o fazendo espirrar.

- Laura não, querida, não pode puxar o focinho dele assim, ele não gosta – Explicou sua mãe com as mãos nos ombros dela.

- Mas por que mamãe? – Questionou. A senhora Hollis apertou o nariz da filha puxando para frente.

- Você gosta que puxem o seu nariz assim? – Respondeu a sabia mulher.

- Não – Choramingou tentando livrar o nariz.

- Então não deve fazer isso com os outros – Repreendeu – Agora se desculpe pelo que fez – Disse impetuosa.

- Desculpa Manteiga – Pediu a pequena e o animal relinchou como se entendesse – Eu ainda vou poder montar em você? – O pônei revirou os beiços parecendo não gostar.

- Claro que vai – Entusiasmada, a senhora Hollis levantou a filha para a cela – Você esta ficando grande, da próxima...

- Da próxima eu monto um cavalo de verdade mamãe! – Gritou de felicidade por montar, mesmo que a fala da mãe fosse outra, a mulher acabou sorrindo.

O filho do vizinho, um rapaz de oito anos chamado Willian, levou Laura montada em Manteiga para um cercado onde poderia andar. O senhor e senhora Hollis conversavam com os vizinhos, respeitáveis senhores de fazendas.

- Solta, eu sei onde tenho que ir! – Esbravejou Laura em sua voz esganiçada.

- Calma logo vamos chegar lá – O timbre do rapaz era fino, Willian olhou de relance por sobre o ombro, mesmo jovem já sentia algo mais pela pequena sobre o pônei.

Foram três segundos que viraram um pesadelo, uma cobra assustara Manteiga o fazendo disparar. Laura berrava implorando para que parasse, porém o pônei estava assustado demais.

- Laura! – Alguém chamou, mas a voz era fina, não podia ser seu pai. Um galopar se aproximou e puxou a pequena do desenfreado pônei que seguiu sem ela. A pequena olhou para cima, lá estava sua mãe sobre um corcel pálido como neve.

- Mamãe! – Chorou ela abraçando a mãe.

- Que susto, mas calma já passou filha – Ria a mãe, quando chegaram os marmanjos, pai, vizinho e, filho do vizinho, todos atrasados, pois esperavam uma cela, já a destemida senhora Hollis montou a pelo e crina para salvar a filha – Lembre isso minha filha, se tem de fazer algo, se tem de resolver algo, vá, não espere que alguém te de a solução, muito menos que a cele pra você.

A loira voltou do devaneio quando deu de frente com a hospedaria.

- Mas o que? Eu vim pra cá e nem vi? – Remoendo as palavras da mãe e, dando ouvidos ao coração, foi para o quarto na esperança de encontrar Carmilla, confronta-la, o bolo, a traição, e... – Carm! – Chamou chutando a porta do quarto, mas deu de cara com o cômodo escuro e vazio. Então todo o juízo e mágoa encheram o coração desanimado, atirou-se sobre a cama, desejando sumir – Ué cadê meu travesseiro? – Buscou com os olhos e encontrou-o sobre a cama de Carmilla.

Foi buscar o bendito apoio de cabeça, quando tropeçou numa pilha de lixo entre as camas. Provavelmente era o conteúdo da dispensa de Perry. Caixas de bolinhos vazias, biscoitos, latas de sopa de tomate, sacos de batata frita, embalagens de chocolate e, alguns potes de sorvete, traduzindo um ótimo apetite, ou uma tremenda depressão por fim de relacionamento.

- Mas que merda essa?! – Questionou irritada.

A luz do quarto acendeu.

- Laura? – Soou a fraca voz de Carmilla à porta. A loira encarou o vulto sobre a soleira. Anormalmente pálida até para vampiros saldáveis, olhos inchados e, o corpo apoiado no batente sem suportar a si mesmo.

Os olhares cruzados levaram a um ponto gritante dos pensamentos. Carmilla deu um passo em direção à jornalista, mas acabou caindo. Laura correu em seu socorro, segurou seus ombros, secretamente desejando aqueles lábios, observando cada linha daquele rosto.

- Hey cupcake – Um sorriso de filhote de cachorro se formou no rosto da morena.

Era demais, por mais que negasse, ainda a queria, mas não, NÃO LAURA! Berrou seu cérebro.

Estava perdidamente apaixonada, mas uma traição como aquela, ela viu, Sophia estava lá e, ainda hoje teve de ver as marcas deixadas na pele da escamosa. Amava alguém que não saberia amar, a cobra talvez tivesse razão, por mais ardente que fossem seus sentimentos, não seria correspondida na medida.

- Me diz, por que não podia ser eu lá com você? – Laura sentou no chão frente a vampira.

- O que? Por que você estava com Danny? – A voz da morena transparecia raiva – Eu vi vocês duas...

Outra vez silencio, quando da escadaria saltou um grito agudo, era Perry.

***

Laura desceu caindo na parede ao fim da escada, também caiu de maneira desastrada na porta da cozinha. Perry estava amordaçada por tentáculos pálidos – tão pálidos que eram transparentes, com uma coisa rosa dentro – sendo arrastada para baixo da mesa, a brava mulher sacudia um cutelo, mas infelizmente não tinha frieza para direcionar o fio contra a monstruosidade marítima.

- Perry! – Laura tentou puxa-la, mas o pânico crescente acabou passando o fio cortante no braço da jornalista. O bicho apertou os tentáculos no pescoço da cozinheira até que esta desmaiou.

Laura caiu para trás segurando o braço, rubro marejava entre os dedos, escorrendo e gotejando pelo cotovelo. Afastada e na altura da mesa, a jornalista viu o furo de reportagem mais nojento e medonho brotando do chão abaixo da mesa de jantar, tinha aquela cabeça de balão murcho, olhos amarelados derretidos escorrendo pela face, mais tentáculos do que o corpo suportaria como se todos lutassem para sair ao mesmo tempo, uns maiores que os outros, sendo os mais finos de encontro à cabeçorra, criando um bigode horrendo e nojento, a cor esbranquiçada como algo estragado na geladeira, e o cheiro ainda pior que o de peixe podre, criava um monstro apito a desafiar os vilões de filmes trash.

O corte no braço latejava e, o animal grudou os olhos na galega, hipnotizado pelo sangue da virgem. Os tentáculos enrolaram-se em suas pernas a puxando de bruços, com todas as forças a garota fincou as unhas no piso, mas foi inútil o bicho a puxou engolindo suas pernas debaixo dos tentáculos. Ele falava uma língua estranha, parecia o som da espuma do mar. Laura gritou, um tentáculo a amordaçou, ela mordeu, mas foi sugada com as pernas imersas carne de peixe cru, forrando-a ao subir pela cintura, barriga, seios, pescoço.

De repente a mesa de jantar voou no teto, enxergou Carmilla lutando ferozmente com o numero seis do cardápio de sushi. A vampira empurrou com o pé e arrancou dois tentáculos em um puxão, rasgou inteiro o saco de dormir podre envolto na jornalista, o monstro guinchou jorrando sangue lilás gosmento.

- Perry! – Laura tentou tira-la de outra boca nojenta. Agarrou os ombros da dona da hospedaria, mas acido espirrou das ventosas presas nelas.

- Sai daqui! – Carmilla bruscamente puxou e atirou as duas para trás, encarando o monstro descontrolado. Ele puxou uma das pernas da vampira na esperança de alcançar a virgem, porém o tentáculo foi arrancado e, a cabeça de balão rasgada entre os dedos da morena que, parou depois de esmagar o coração com o pé. O cadáver escorreu para dentro do buraco que cavara no chão. O acido corroia a pele da vampira a mirar as duas que havia salvado

Os nervos estavam a flor da pele quando a porta da cozinha abriu com a doutora e a lenhadora carregando as compras.

- Mas o que é que aconteceu?! – Gritou LaF correndo para Perry desmaiada.

- Laura! – Chamou Danny constatando as ventosas marcadas em acido nos braços de Laura, principalmente o corte de cutelo – O que aconteceu? Você esta bem? Ah vem cá – Danny abraçou Laura pressionando a cabeça da jornalista no peito.

Carmilla fuzilou o casal, saiu da hospedaria sem olhar para trás, nem dando tempo para ser chamada.

- Vem vamos cuidar disso, do que precisa LaF? – A lenhadora foi puxando a jornalista.

- Tudo o que tiver no armário dos remédios, aguenta Perry eu vou cuidar de você – LaF levantou Perry nas costas e, foram elas para o bar da entrada. Por hoje estava vazio, a única semana em que não funcionava, não até a noite da virada.

- Um banho deve resolver – Disse a doutora para o corpo da cozinheira, fora apenas um susto, nenhum arranhão na mulher – Agora Laura, Laura? – Perguntou a cientista.

- Ela tava aqui – Disse Danny confusa.

***

- Carmilla! – Chamou a jornalista correndo sobre a neve – Carm cadê você sua vampira estúpida? Anda pra onde você foi? – Laura olhava para todos os lados, mas nenhum sinal da morena na floresta. Procurou atrás do celeiro, Avalanche estava estacionada, o que indicava que a vampira não teria ido longe.

Ruídos arrastados e gemidos vieram de dentro do celeiro, a jornalista reconheceu a voz de um irritante cantarolar.

- Calma que pressa é essa? Temos a noite toda – A cobra dizia manhosa.

O sangue de Laura ferveu até o topo do crânio, queria entrar ali e, matar as duas se possível, Sophia e Carmilla, ambas jogadas dentro de uma bola de neve e roladas montanha abaixo. A jornalista correu de volta a hospedaria, passando reto pelas amigas. Claro que Danny foi atrás e, deu de cara com uma Laura destroçada em lagrimas.

- Pra que você foi lá fora? O que houve? Amor, err...Laura, o que houve? – A ruiva se atrapalhou.

- ...ta doendo... – Respondeu Laura, era a melhor resposta que tinha, não era mentira, mas também não era toda a verdade. As palavras faltavam para descrever o que sentia, caiu de joelhos chorando, as lagrimas salgadas pingando do queixo nos braços ardendo os ferimentos.

- Claro que ta doendo, você ta machucada, vem e deixa LaF dar uma olhada – Riu-se.

Foi como uma consulta no clinico geral, ele lhe diria que vai passar, te dar uns remédios para dor e pronto, mas Laura queria saber se tinha algum remédio para coaração partido. Algumas pessoas diriam que, o remédio é encontrar outra pessoa e, o problema pior estava justo ai, tinha outra pessoa, uma lenhadora de 1.88 que alegremente se oferecia para o tratamento, porém a loira desejava outra, Carmilla e, se não fosse ela, queria outra Carmilla, podia ser um clone, não tinha problema. Por fim tentava explicar o tremendo absurdo que abriu o buraco no chão. Claro que Danny não acreditou no Davy Jones de apetite virginal, LaF nem escutou, pois Perry acordara no meio da explicação.

- Anda Perry conta pra elas – Disse a entusiasta.

- Desculpe Laura, mas eu não lembro de nada, só que eu estava cortando umas cebolas com o cutelo.

- Tudo bem, mais um amigo imaginário não é? – Danny riu.

- Amigos imaginários cavam chão e pintam tudo de roxo – Questionou LaF.

- Então você acredita em mim não é?

- Olha polvo é difícil, mas o buraco esta lá, já o roxo, toupeira vitaminada?

- Agora você um amigo imaginário em forma de toupeira? – Divertia-se Danny.

- Argh! Para com isso não são amigos imaginários!

- Laura, não começa desde o incêndio, todo mundo tem achado que você anda alterada, eu tive de convencer o chefe Norbert que você estava muito estressada sem o pai – A lenhadora contava de como se virou para convencer alguns da inocência da galega – Então agora para com isso, igual aquela Carmilla, é coisa da sua cabeça.

Um estrondo de queda veio da cozinha. As quatro enfiaram a cabeça pela porta vendo uma morena mal-humorada pregar uma tabua sobre o buraco.

- Isso vai quebrar o galho por enquanto – A vampira passou pelas quatro.

- E quem é você? – Disse a amazona a talvez recordar da noite de bebedeira.

- Carmilla, agora vou tomar um banho – Disse ela passando reto em direção a escadaria.

Laura apertava os dentes de raiva, Danny se viu de frente com a fantasia tornada realidade, LaF nem ligou para mais uma hospede e Perry correu para terminar o jantar.

Meia hora depois dos devidos cuidados nos braços, a galega foi para o chuveiro deixando Danny computar toda a confusão em sua mente sobre entidades psicológicas. Deixou uma muda de roupas penduradas na parede e entrou num box, a água quente lavava a meleca roxa, bem como ardia os braços queimados. Pequenas bolhas vermelhas marcavam as ventosas, o corte embora dolorido, não carecia de pontos como atestara LaF. Terminou o banho e foi secar o cabelo, uma pequena escova ajeitava as mechas enquanto se olhava no espelho. Dali avistou o casco acinzentado de Carmilla pendurado no canto da parede frente ao ultimo box, foi até ele e, devia ser o vapor, mas o casaco ainda estava quente, aproximou-se abraçando o tecido, sentindo o cheiro dela, toda essa loucura, mas o mais dolorido e o mais louco estava dentro de si.

- Carmilla... – Chamou com o rosto na parede.

Algo quente passeou por seus pés, ela virou para trás e, abriu o box desesperada, Carmilla estava praticamente jogada lá dentro, com os braços presos na própria camisa.

- Meu Deus o que, que você?

- Eu tava tentando tirar a roupa, mas essa droga prendeu – Respondeu zangada. Estava ali presa desde antes de Laura tomar banho.

- Deixa que eu te ajudo vai – Rosnou a loira, puxando a camisa e liberando os braços da vampira.

- Ta obrigada, agora pode ir, eu me viro daqui.

A loira saiu batendo os pés com tamanha arrogância, mas foi só escutar o chuveiro ligar e a morena guinchou. Laura hesitou, soltou o ar sonoramente e, voltou para a vampira que, não aguentava o peso da esponja com sabão, muito menos conseguia esfregar as próprias costas.

- Sai! O que você ta fazendo?! – A motoqueira se encolheu na parede.

- Não reclama, eu...eu... – A galega travou vislumbrando o corpo da outra, mas se forçou no objetivo, ajudar uma enferma ruim – Anda, deixa eu te ajudar um pouco.

- Vai ajudar sua namorada!

- Não tenho uma!

- Não? A Diana é o que?

- Ela não é minha namorada, a que eu queria me traiu...

- Mais essa...

- Argh! Cala a boca, e deixa eu te ajudar a se lavar, só isso ta bom! Você tem de limpar aquela zona que fez no quarto! – Laura deu se aproximou pouco se importando com a água sobre ela.

Elas se entreolharam, ambas desejando algo mais, mesmo que feridas. Carmilla entregou a esponja e, virou de costas. Laura foi esfregando o sangue roxo, prestando atenção em como a água deslizava do cabelo nas curvas pálidas. Descendo as mãos com a esponja pela lateral externa da coxa, até chegar ao calcanhar. Subindo pelo outro lado, involuntária mente passando mais lentamente pelo quadril, afastou o cabelo esfregando o pescoço da vampira.

- Ai... – Gemeu a vampira, quando a esponja passou sobre a patela.

- Desculpa. Dói?

- Bastante...

- Vira agora – Pediu Laura com o peito palpitando. Tinha marcas das ventosas no pescoço, um pouco do rosto, e os braços quase inteiros.

Foi dolorido, mas Laura foi gentil em cada toque. A ajudou com as roupas, secar o cabelo, subir as escadas, até arrumar a bagunça. Carmilla deitou e Laura a cobriu.

- Você não quer dormir aqui? – Perguntou tão carecida a voz rouca da vampira.

- Não me peça isso, não posso ficar com você assim – Cabisbaixa a loira sentou na outra cama – Me avisa se doer seus machucados que, eu chamo LaF, boa noite Carmilla... – Laura deitou e virou para o lado escondendo as lagrimas. Quando a neve começou a cair nem Laura ou Carmilla haviam dormido, não nesse tempo, essa sensação da outra longe, cada floco de neve a cair no chão, uma a um, lentamente.


Notas Finais


Como fomos Creampuffs? Ai meu santo Hollstein! Parem de brigar! Se bem que né...cobras, mas esse banho...
Vou tentar postar o próximo logo, na verdade só tenho o primeiro paragrafo dele até agora...
Gente muito obrigado mesmo a todos vcs q acompanham, sério vcs são nota MIL!

Agora vou ler o "Será que?" acabou de sair cap novo, e já fique feliz, afinal fui postar e tava lá a notificação do cap novo.
Outra fic de Carmilla, escrita por D4rkVamp (manda bem).
Mirado no NATLISE ou NEGOVANMAN, vem caminhar pelo cast da série, nos bastidores, com as atrizes e o amor q vai surgindo fora das câmeras, essa fic é muito fofa e muito boa (não e exagero, é muito boa sim), e te faz sentir exatamente o que se passa com Elise e Natasha, e se vc também sonha com esse casal, vá ler essa fic, a autora é mesmo maravilhosa em transmitir os sentimentos de cada uma, tenho certeza q vcs vão gostar assim como eu gostei.

https://spiritfanfics.com/historia/sera-que-9168467

Abração de lobo em cada um, e até o próximo One More Night!
Twitter: https://twitter.com/Yukyytto


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