História Online - 9

Seungcheol.

Suspiro breve enquanto carregava minhas últimas coisas até a mala. Ao fechar minha mala, começo a pensar sobre o que me levou à esta confusão.

Flashback.

Com minhas mãos soadas e voz trêmula, chamei meu pais para a sala de estar. Hoje é finalmente o dia que irei esclarecer quem eu sou para as pessoas que me fizeram. Esse é um assunto que tenho muito medo de tocar com eles, mas é agora ou nunca.

Lágrimas formavam-se em meus olhos, pensando sobre como eles iriam reagir. Antes que as lágrimas caíssem, meus pais entraram no cômodo com expressões confusas. Ambos se sentaram e esperaram que eu dissesse alguma coisa.

“E-Eu tenho algo para dizer a vocês,” Minha voz falhou.

“O que tem te incomodado? Você pode nos falar qualquer coisa, afinal, somos seus pais.” Minha mãe sorriu enquanto meu pai concordava com a cabeça.

“Isso é difícil de dizer, mas tenho muitas coisas em minha cabeça. E uma dessas coisas não é considerada normal para os outros. Desde que tinha dez anos, eu soube que eu era... Diferente,” Pausei brevemente e suspirei. Olhei para meus pais, que queriam que eu continuasse.

Eu pude sentir lágrimas rolando em minhas bochechas, mas continuei.

“Eu sinto muito, mãe e pai, eu sinto muito,” Respirei entre soluços. “Nunca foi minha intenção desapontar vocês, isso me matou por muito tempo por ter mantido em segredo e até tentei mudar, mas não deu!” Nesse momento, eu estava uma bagunça.

“Seungcheol, por favor, nos fale! Estou começando a ficar preocupado,” Meu pai disse e minha mãe me olhou com medo e confusão em seus olhos.

“E-Eu acho... Não, eu sei. Eu gosto de garotos. Eu gosto de garotos, gostei quando mais novo e sempre vou gostar de garotos. Isso não era o que eu queria primeiramente, mas é o que sou e não posso mudar. Aceito o fato que sou gay e que vocês poderão me odiar agora. Está tudo bem, entendo completamente. É muito bom finalmente contar isso a vocês, é muito bom.” Eu me sentia com muito medo. Não ousei olhar para meus pais, com medo das reações.

Depois de minutos de silêncio, minha mãe se pronunciou.

“Cinco minutos.”

“Cinco minutos? Para quê?” Perguntei confuso.

“Cinco minutos para você pegar suas coisas e ir embora. Você não é bem-vindo nesta casa e nesta família.”

Flashback off.

Caminhei até a porta, não me importando em dizer “tchau” aos que me recusaram. Seungkwan e Vernon me esperavam fora do carro. Pude sentir a solidariedade de ambos, mas decidi ignorar por hora e me sentar no banco de trás com minhas coisas.

“Eu sinto muito, você sabe, ter sido expulso,” Vernon disse enquanto Seungkwan dirigia em direção ao apartamento deles.

“Vernon, cala a boca. O garoto precisa pensa muito agora, vamos em silêncio.” Concordei silenciosamente com Seungkwan e me virei para janela.

Não pude deixar de pensar em Jeonghan, o garoto o qual conversava durante meses. Há algo intrigante e especial sobre Jeonghan, que não consigo deixá-lo ir. Lembrava do primeiro dia que ele falou comigo, do sentimento de que finalmente havia achado alguém para mim. Eu não sabia se poderia chamar isso de atração. Obsessão? Longe disso. Adoração? Talvez. Forte para reconhecê-lo como meu crush? Definitivamente.

Ninguém sabe como eu realmente me sinto em relação à Jeonghan, e eu prefiro que se mantenha assim.

O carro parou no estacionamento, então peguei minhas coisas na mala do carro e suspirei novamente. Vernon e Seungkwan caminharam em direção ao apartamento, mas Vernon acabou caindo antes da porta. Meu senso paterno alarmou e corri para ajudar aquela pobre criança. Quando o peguei, tinha somente um pensamento a mente: “Que Jisoos Cristo me abençoe com paciência para lidar com essas crianças apaixonadas”.