História Only Once - Bruto

Point Of View Lorelai Roub

Respiro e solto o ar lentamente. Estava nervosa pra falar a verdade. A verdade é que eu estou nervosa desde a alguns dias, de fato. Depois de abrir a porta de casa, entro deixando meu casaco pendurado no gancho, tirei meus saltos, que já estavam me incomodando, os deixei perto da porta. Andei em direção ao meu quarto, entro no mesmo deixando minhas roupas espalhadas, fazendo um trilha até o banheiro, entrei na banheira abrindo a torneira para que a água saísse.

Essa casa não tinha segundo andar. Eu não gostava de ter, então me mudei para uma casa que não tinha. Ela tem muitos detalhes, eu gosto de detalhes. A casa tem seu tom preto e cinza pela casa toda. Poderia parecer meio sombrio por fora, mas por dentro era tão claro por conta das paredes brancas. Meu quarto era grande, tenho uma cama enorme, que era um pouco desnecessária. Mas, como meu namorado é muito espaçoso, comprei uma assim.

Nos conhecemos antes mesmo dele ser meu professor. É, meu professor. Ele é um pouco velho para minha idade, mas para mim o amor não tem idade. Antes mesmo de namorarmos, eu já estava na escola, e ele não sei como conseguiu ser professor de lá. Talvez, seja porque ele é grande amigo do diretor. Meu namorado tem 27 anos, e eu tenho 19 anos. Pouco? Eu sei. Mas, para outros ele parecia um pedófilo. Eu não acho isso. Quando ele começou a dar aulas na minha antiga escola, ele deixava claro que éramos namorados, como; marcas, selinhos em frente a todos. Eu deixava, ele estava deixando claro que, nós estamos em um relacionamento.

Teve até uma vez, que perguntaram se ele era meu irmão. Ele ficou com muita raiva, e acabou por bater no menino. Fiquei meses sem falar com ele, por conta de seu comportamento.

E agora, como eu estava na faculdade, não tinha grandes problemas de pessoas interferindo na minha vida. Tanto é que, ele já estava morando comigo. Parecia assustador tê-lo aqui, e ainda nem temos nada como um relacionamento sério de verdade. Um relacionamento temos, mas não é tão sério como eu penso, ele pensa que já estamos casados; muito assustador pra mim, quando ele falou isso. Desde que entrei pra faculdade, estamos morando juntos.

Ouvi a porta ser fechada com extrema força. Ele chegou e, parecia nervoso. Desliguei a torneira, assim que vi a água quase saindo para fora. Quando ele estava muito nervoso, como acabou de acontecer dele bater a porta, ele fica muito bruto; e não falo bruto com palavras. Afundei minha cabeça para dentro d'água. Sempre fazia isso quando ele chegava nervoso. Era para mim não estressar-me. O que de vez em quando nunca dava certo, ele me dava nos nervos.

Sinto mãos grossas me puxarem para fora d'água; solto um suspiro pesado.

— Tava tentando se matar, querida? — sussurrou, em meu ouvido. Soltei uma risada baixa. — Por que está rindo? — afastou-me de si, me olhando.

— Tira a roupa e entra comigo. — pedi, e de imediato ele já estava dentro da banheira, atrás de mim, respectivamente. — Respondendo sua pergunta: não, não estava tentando me matar. — me virei, sentando de frente para ele, e ficando em seu colo, dando um sorriso fraco, o mesmo sorriu com ternura. — E, eu estava rindo, de sua pergunta ridícula.

Dedilhei meus dedos pelo seu rosto, enquanto minha outra mão passeava em seu peito. Me aproximei mais dele, deitando minha cabeça em seu ombro. Sua mão fazia um carinho gostoso em minhas costas. Passo meus braços em torno de seu pescoço.

— Como foi na escola hoje? Muitos gritos? — perguntei, e ri ao ouvir sua bufada.

— Não aguento mais aquele lugar. — confessou. — Só estava lá por vo… — parou de dizer, me soltei dele, e o encarei séria.

— Por o que?

— Você. — franzo o cenho. — Não sabia? Era pra ficar mais perto de você. — mordeu os lábios.

Tento me levantar de seu colo, mas ele me segura com força. Depois de três tentativas que foi falho, parei de tentar sair. E não, eu não sabia. Apenas achava que era por gostar de ser professor, só por isso. Por que ele mentiu pra mim? Refaço essa pergunta mentalmente. Ele nunca mentiu para mim. Só queria saber o porquê de ter mentido agora. Tento sair de seus braços, quando senti o mesmo afrouxar. Falho.

— Para! Olha pra mim, porra. — desvio o olhar. — Quando eu falo que é pra me olhar... É pra olhar! — puxou meu rosto. O que estava acontecendo com ele?

Solto um gemido de dor, o que o faz soltar-me. Mordo meu lábio inferior, já sentindo o gosto metálico no mesmo. Sinto seu dedo passar pelo mesmo.

— Amor, desculpa, sério. — pediu. — Eu só estou nervoso por hoje. — deitei minha cabeça em seu peito desnudo. — Não queria ter feito isso com você. Lorelai, sabe que eu não faria isso com você, independente de qualquer coisa, certo? — assinto, mordendo seu pescoço, só por vingança. — Okay, você já fez sua vingança. Agora vamos sair da banheira.

Após sairmos da banheiro, vesti apenas sua camiseta. Fui para cozinha, fiz uma janta bem rápida, que se resumia em um miojo. Estava cansada da faculdade e, da discussão de minutos atrás. Coloquei o miojo em meu prato, e peguei um garfo, saindo da cozinha. Dei apenas alguns passos, e vi Justin deitado assistindo algo na tv. Sentei perto do mesmo, colocando minhas pernas sobre as suas, peguei um travesseiro e comecei a comer.

Logo após terminar de comer, coloquei o prato na pia e voltei para a sala. Deitei sobre o corpo de meu namorado. Eu queria atenção. Ele não estava me dando isso. Dou um tapa em seu peito e ouço seu gemido. Babaca. Sai de cima do mesmo saindo da sala, entrei no quarto e deito-me na cama. Estava sensível hoje. Ouvi a porta ser aberta e Justin passar por ela. Virei meu rosto para outro lado.

— O que eu fiz? — perguntou, mas continuei de cara virada. — O que quer?

— Atenção! Só isso. — senti ele subir minha blusa, me deixando sem nada, já que estava somente com sua camiseta. Sinto algo gélido nas costas. Suas mãos passeavam com calma nas mesma. Estava tão bom. — Jay. — gemi.

— ‘Tá bom? — assenti, sem conseguir dizer uma palavra.

Depois de alguns minutos, acaba de fazer massagem em minhas costas. Ele saiu de cima de mim, e ligou o ar, apagou as luzes, deitando-se ao meu lado. Olhei para os lados tentando achar a camiseta de antes. Sentia vergonha de ficar apenas pelada, deixando meu peito amostra. Eles eram tão pequenos. Era irônico, já que ele havia me visto dentro da banheiro pelada. Assim que a achei, vesti ela. Sempre tive mania de dormir pelada, mas minha mãe obrigou-me a pelo menos vestir uma camiseta, e é por isso que visto a camiseta. Voltei-me a deitar me cobrindo.

(...)

Senti mãos em minha cintura. Virei-me e abri apenas um olho dando de cara com Jay, me olhando. Murmurei um palavrão, enquanto me virava, olhei as horas no relógio ao lado cama. Já tinha perdido a hora da faculdade, mas não era tão ruim, pois já estava no último dia de aula, e tecnicamente, de férias. Então tentei dormir, mas Justin não deixava.

Me viro, e dou-lhe um tapa no peito.

— O que você quer? — sento-me na cama e o olho brava.

— Eu tive uma ideia. — disse também se levantando e me encarando. — Que tal se nós viajássemos?

— Seria ótimo. — sorri e me virei, pegando meu celular.

— O que vai fazer? — ele me pergunta, franzindo o cenho.

— Vou perguntar para minha mãe se ela e minha irmã querem ir também. — dou de ombros.

— Não. — fala e com raiva, pegou o celular de minha mão e colocou na cômoda que ficava do seu lado.

— Ei! — eu disse, tentando subir em cima dele e pegar meu celular, mas ele não deixou e me colocou embaixo dele e começou a beijar meu pescoço.

— Nessa viagem vamos ser apenas nós. — sussurrou em meu ouvido, arrepiando cada pelo de meu corpo. — Eu te quero só para mim.

— Mas, você me tem todos os dias…

— Mas, dessa vez vai ser especial. — ele disse, me interrompendo. — Uma viagem romântica, nós dois precisamos disso. — revirei os olhos.

É, talvez nós realmente precisássemos disso. Uma viagem. Justin andava muito estressado com o trabalho ultimamente, seria bom ele relaxar alguns dias, e eu também andava estressada, por causa dele.

Depois talvez eu poderia passar alguns dias com a minha mãe e minha irmã, mas nós dois precisávamos daquilo.

Ele estava certo, nós dois precisamos disso.