História Only Once - Ares

And if in the moment, I bite my lip

Then take my breath, and never let it go

Point Of View Lorelai Roub

Olhei para Justin que dormia calmamente em sua cadeira. Estávamos dentro do avião indo diretamente para o Havaí. Lambi meus lábios, tentava dormir faz horas, e não conseguia. Aviões me davam agonia. Estávamos em um avião que ele mesmo “alugou”. Mas, como se ele era apenas um professor? Então, só tinha apenas nós dois no avião, junto com a comissária de bordo, o cara que faz o avião decolar. Sim, eu esqueci o nome. Seria decolador? Não. Cutuquei Jay, que pegou-me em meu pulso o apertando.

Ele estava tendo mais um de seus pesadelos.

Lembro-me perfeitamente quando ele teve seu primeiro pesadelo perto de mim. Doeu vê-lo daquele jeito e não poder ter feito nada. E ainda mais, ele me machucou.

“Senti Justin se balançar na cama. Me virei para o lado tentando voltar a dormir. Depois de quatro tentativas de dormir, me virei bruscamente e olhei para Justin. Ele estava suando frio e tremendo.

— Justin. — chamei-o em um sussurro. O que de fato não deu certo. Fiquei o olhando para ver se ele acordava. Quando fazia isso ele sempre sentia que eu estava o olhando, como ele mesmo disse. Levantei-me da cama cuidadosamente, e andei em direção ao banheiro, enchi um copo com água e voltei para o quarto. Subi em cima do mesmo, e taquei água em seu rosto. Falhou. — Drew! — gritei perto de seu ouvido. Nem com isso ele acordou ou fez qualquer movimento brusco.

Bufei impaciente.

No entanto, não desisti. Dei três tapas na cara dele, e quando fui dar o quarto, senti ele me pegado pelos cabelos. Justin jogou-me com brutalidade na cama, e pôs sua mão sobre meu pescoço. Infernos. Ele ainda estava tendo um pesadelo. Mas, ele do jeito que estava, ele não acordava.

Já sentia um pouco de falta de ar.

— Justin. — coloquei minhas mãos sobre a sua que ainda estava em meu pescoço. Tentei levantar meu corpo, não consegui. Ainda estava respirando, mas bem pouco. Olhei para os lados até que encontrei o copo que havia jogado água em Justin. Impulsionei meu corpo para o lado, consegui pegar o maldito copo e taquei na cabeça de Bieber.

Senti o ar voltando ao pouco, puxava calmamente o ar. Sai de perto dele, e me aproximei a porta. Tentei abrir, porém, não abriu. Estava sem força. Pisquei meus olhos lentamente, e quando voltei a abri-los, vi os olhos caramelados dele.

— Amor, o que foi? Por que está no chão e respirando com dificuldades? — ele tentou me tocar, mas me afastei dele. Ele olhou em volta, até que seu olhar pairou nos cacos na cama. — Te machuquei? — indagou receoso.

— Você quase me matou! E você acha que eu não me machuquei? Eu quase morri com você me sufocando, seu porra! — me embolei no final. Já respirava melhor.

— Eu tava dormindo, certo? — questionou, assenti meio aérea um pouco. — Deve ter percebido que era mais um pesadelo. Me desculpa não ter lhe contado. Eu… Apenas me desculpe, foi um pesadelo, prometo tentar não machucar você novamente.

Dei um tapa nele.

— Você pelo menos deveria ter me dito que quando você tem pesadelos acontece isso. — sussurrei raivosa. — Justin, você só acordou porque eu quebrei a merda do copo em você. Imagine se você não acordasse? Você ia me matar sem nem ao menos perceber!”

Depois daquele dia, eu tentava a todo custo dormir distante dele. Porém, ele foi ao psicólogo, obrigado, mas foi. Ele começou a tomar remédios controlados. Mas, como o mesmo parou de ter pesadelos como aquele, ele não tomava mais os remédios. E agora, com ele aqui, provavelmente, tendo um pesadelo, eu não sabia o que fazer com ele. E a única coisa que me veio na cabeça foi: beijá-lo.

E foi o que eu fiz. O beijei com vontade. O puxando calmamente para mais perto de mim, ele soltou meu pulso, colocando sua mão em minha nuca. Sua língua entrou com ferocidade dentro de minha boca, suspirei. Parei de beijá-lo e vi sua cara de indignação. Soltei um riso.

— Só beijei você, porque estava tendo um pesadelo. — falei timidamente.

— Tudo bem, não precisa ficar tímida. — sorri. — Por que não me deu um tapa ao invés do beijo?

Dou de ombros.

— Certo. Que tal eu te dar um recompensa aos ares? — franzo o cenho. Antes que eu possa dizer algo sinto sua mão deslizar para dentro de meu short. Ele pega seu casaco e põe por cima. Não estava entendo mais nada. Nem o porquê dele por o casaco em cima de mim. Até que olhei para o lado, e vi a mulher trazendo um carrinho. Provavelmente tenha comida ali.

— Estão com fome? Creio que sim. — sorriu gentil. — Bem, irei deixar o carrinho de comida aqui, é qualquer coisa e só me chamar. — assenti. Senti Justin mover seu dedo por cima de minha calcinha. Dei um gemido. A mulher se virou para trás. — Algum problema?

— Não, nenhuma. — respondi, rápida. Logo ela some da minha vista, voltei meu olhar para Justin. — Para! É sério. Alguém pode nos ver… A gente faz isso quando chegar na casa que você alugou. Só por favor, para. — sussurrei.

Drew tirou sua mão dali com brutalidade. Doeu! Ele saiu de perto de mim, e sentou-se em outro banco. Só porque eu não queria deixar que ele me tocasse, ele estava assim? Não dei importância, e me aconcheguei em minha cadeira.

(...)

Justin ficou sentado no outro banco durante o resto da viagem, e eu nem liguei. Depois de um tempo chegamos no Havaí, ele pegou o carro que havia alugado e seguimos até a casa calados, como sempre.

Eu não queria falar nada, ele sabia que estava errado, não? Eu apenas estava achando inadequado alguém nos ver fazendo aquilo, ali. Mas não, Justin sempre tem que tomar as rédeas da situação e me fazer sentir como se eu estivesse errada.

Eu estava errada? Aonde está o respeito? Porra, ele tinha que respeitar minhas decisões, não me fazer sentir como se eu fosse culpada.

Assim que chegamos, ele abriu a porta e eu entrei rapidamente, taquei minha bolsa de mãos em cima do sofá e fui ver a casa.

— Lorelai. — ele disse, quando eu estava andando pela casa, e me surpreendeu por trás. — Me desculpa, eu estava nervoso e…

— Tá, está tudo bem. — disse me virando para ele, e colocando minha mão em seu ombro. — Só, respeite minhas decisões, ok? — assentiu.

— Então, vamos ver o resto da casa? — assenti e peguei em sua mão, mas ele a soltou.

Ok, talvez ele ainda estivesse magoado. Mas, pelo o que? Ele que me pediu desculpas.

E novamente, Justin me fazia sentir a culpada da situação.

Fingi que nem percebi e continuei a andar com ele normalmente.

— A suíte. — ele disse e abriu a porta de um enorme quarto. Uau, ele realmente sabe como me surpreender, por mais que eu esteja magoada, ou era ele que estava magoado? Eu realmente não sei como responder essa pergunta.

(...)

1 DIA DEPOIS

— Aonde você vai? — disse Justin assim que eu estava quase saindo da casa.

— Vou dar uma volta. — dei de ombros. Eu ainda estava magoada e queria um tempo sozinha, ele tinha que entender isso.

— Não, você não vai. — segurou meu braço com força. — Você acha que eu nasci ontem?

— Do que você está falando? — o encarei confusa, enquanto tentava me desvincular de sua mão em meu braço. Estava doendo.

— Você vai se encontrar com alguém, eu tenho certeza. — seu olhar estava diferente.

— Justin, isso é loucura, eu nunca te trairia. Você viu o que você fez ontem? Eu realmente preciso de um tempo, sozinha, por favor. — disse e ele soltou meu braço.

— Não. — disse simples, e tirou uma chave de seu bolso e trancou a porta. Merda, a viagem estava sendo um completo fracasso, graças a essa personalidade dele.

Não querendo mais brigar, apenas saí dali correndo e entrei no quarto, trancando a porta.

— Uma hora você vai ter que sair. — ele disse do outro lado da porta.

— Pelo o menos aqui eu posso ter um momento sozinha? Sua presença está me sufocando. — escutei ele bufar e em passos pesados se afastou.

O que estava acontecendo? O que tinha de errado com Justin?

Ele tem problemas, ele tem segredos, mas quem disse que ele vai me contar? Ele disse que ia respeitar minhas decisões, ele mentiu.