1. Spirit Fanfics >
  2. Oops, i did it again, i'm falling in love... shit! >
  3. Oh Sehun (Capítulo 1, atualizado)

História Oops, i did it again, i'm falling in love... shit! - Oh Sehun (Capítulo 1, atualizado)


Escrita por: MollyDevereauxx

Notas do Autor


Demorei, mas voltei *-* /joga brilho

Então, sei que eu havia dito que só voltaria quando tivesse acabado, mas a fanfic foi perdida e não faço ideia de onde esteja, e já faz um bom tempo que dei uma satisfação, então por sorte, eu havia conseguido passar o primeiro capítulo pra uma amiga, e mais sorte ainda, ela não apagou nossa conversa :') Então, sim, ainda estou escrevendo, e mil desculpas por qualquer coisa. Eu s2 vocês, e boa leitura :3

Capítulo 3 - Oh Sehun (Capítulo 1, atualizado)


- Yoobuseyo? – Peguei o telefone que tocava á alguns segundos, e me animei ao ver o nome escrito na tela “Mozão”, como eu adorava quando ele me ligava assim, de repente.

- Luhan... Eu... - ouvi sua voz rouca falhar, e estranhei um pouco, já que Kris nunca me chamava pelo nome, era sempre “meu coelhinho” ou algo do tipo - eu... Está tudo terminado entre a gente...

- Como...? – sussurrei incrédulo, não entendia o porquê daquilo. Seria alguma piada, ou apenas uma brincadeira de mau gosto?

- Não é você, sou eu... E nesse momento estou à procura de alguém que me faça bem, não era feliz ao seu lado, e sei que você vai arranjar alguém que te ame de verdade, e que será feliz de verdade ao seu lado, adeus. - Falou tão rapidamente, que fiquei meio na dúvida do que realmente estava dizendo.

- Kris? - chamei mesmo ouvindo o som do final da chamada - KRIS?!
 

 

E foi nesse momento que entrei em profundo desespero, senti como se meu coração tivesse sido arrancado do peito, fui tomado por uma dor tão grande, que não me aguentei em pé. Caí com tudo no meio da rua, as bolsas se esparramaram pelo chão, apenas ouvi o barulho de minhas latinhas rolando bolsa fora pela calçada, pessoas se juntavam para me ajudar, mas nada do que elas fizessem mudaria o que acabou de acontecer. Kris, meu mozão nunca mais seria meu, e de certa forma eu teria que aprender a conviver com isso. Logo eu que sempre dei o meu melhor, fiz de tudo possível e impossível para ele, acabei sendo totalmente largado sem um porque razoável, eu vou morrer num buraco ouvindo Lana Del Rey, e tomando ice tea.

 

°°°

 

E foi naquele dia ensolarado no meu 2° ano do colegial, em que parti meu coração pela primeira vez. Mamãe nunca questionou minha sexualidade, mas o dia em que eu comentei que estava saindo com um garoto, ela me alertou de tudo o que passaríamos por conta dessa sociedade conservadora coreana, e que na China, as coisas seriam bem mais fáceis. Ela fez de tudo para que eu voltasse atrás, mas o dia em que conheceu Kris, ela se apaixonou de cara, e a todos que vinham em casa, ela fazia questão de esfregar na cara que ele era seu genro chinês perfeito, ai mamãe.

Nunca amei tanto uma pessoa, quanto amei Kris. Achava que ficaríamos juntos para sempre, que éramos perfeitos um para o outro, combinávamos em tantas coisas. Fizemos tantos planos desde o início, eu até chupei ele atrás de uma picape roxa, porque ele dizia ser o sonho dele, e de repente, puff! Que idiota que sou eu, como pude acreditar em todas aquelas promessas? Com toda a certeza, a gente não se casaria no cassino mais caro de Vegas.

Desde esse fatídico dia, eu resolvi mudar radicalmente, não queria nada que me fizesse lembrar Kris. Mas pintar o cabelo, queimar as nossas fotos, e jogar o perfume caro no lixo, não valeria de nada, já que tudo em Busan me lembrava desse canalha. Teria que me mudar dessa cidade, mas como, se só tenho dezessete anos, e dinheiro para o lanche de amanhã?

Por um tempo, fiquei me achando a pessoa mais sortuda do mundo, pois Kris era o cara mais gato da escola, e só de pensar que ele sabia da minha existência... Nunca imaginei sequer ser amigo dele, quem dirá namorado! Ele era - é - o cara mais cobiçado da escola, com seus 18 anos de pura formosura, e seus 1,90 de tentação da cabeça aos pés, pele impecável, boca carnuda, e cabelo platinado, tsc, o safado ainda era capitão do time de basquete, tem como não resistir? Fiquei muito mal, e todos a minha volta perceberam, meus amigos tentaram me ajudar, mas nada. A dor era muito grande, mas com o passar dos dias, a dor foi se tornando raiva, afinal, ele brincou com meus sentimentos, alguns dias depois de terminar comigo, ele começou a namorar publicamente o tal de Tao, e pelos rumores, não era de agora que estão juntos.

 

°°°

3° ano

 

- Luhan? - chamou a professora de inglês Suzane, eu adorava essa mulher, toda pomposa num estilo um tanto punk com casual, e sotaque britânico forte. Era incrível como ela se vestia tão elegantemente com couro, tachinhas e sapatos mega altos.

- Sim? - respondi me levantando um tanto preguiçoso, afinal o bom de sua aula era que eu sempre tirava dez, então podia dormir à vontade, enquanto todos se matavam de estudar e esqueciam completamente de mim.

- A diretora solicita sua presença na secretaria imediatamente, e ela não parece muito feliz. – Balançou a cabeça em negação, e esboçou um pequeno sorriso, o que identifiquei de imediato. O bom de Suzane é que nossa relação estava num outro nível, ia além de aluno e professora, era algo mais como que amigos.

- Sim professora. Só espero que ela me libere logo, a aula de história começa em uma hora, e preciso passar nessa matéria. - fiz reverência e saí rapidamente da sala.

 

Estava indo pelos corredores, tentando imaginar o que a diretora queria comigo, afinal, desde que Kris terminou comigo, fui á fundo nos estudos, e parei de "zoar com a galera". Não pense que estou me gabando de ser aluno nota 10, ou coisa do tipo, mas é que desde aquele dia, eu tenho sido fechado pra tudo e todos. As pessoas já nem notam a minha presença, meus poucos amigos que restaram, já quase não falam comigo. Não os culpo por isso, afinal, eu que me excluí. Estou decidido a tomar um rumo novo na minha vida acadêmica, preciso sair de Busan, é questão de orgulho agora.

Passei pelo segundo andar, terceiro, e... Diretoria. Encarei a grande porta de madeira, e adentrei desconfiado. Lá sempre estava com aquele cheiro de café velho, e folhas de papel, eu bem conheço aquele lugar, na minha antiga vida, sempre era mandado para ter uma conversinha com a diretora, ou mesmo com algum conselheiro, e por algum motivo desconhecido, sempre conversávamos por ali.

 

- Luhan? – Julie me olhou confusa, pois ela quem sempre me consolava depois de alguma briga com meu ex, e bem notou o quanto meu comportamento mudara depois do término. – O que faz por aqui?

- Como assim? Aquela chata não teve a decência de avisar a secretária dela de que eu viria aqui? Pelo amor de Gaga, vou ter de esperar quantas horas, porque se for igual da última vez, vou até meu armário pegar meu travesseiro. – cruzei os braços, e bati o pé com força no chão, afinal se tinha algo que odiava era ser acordado pra nada.

- Não... É que achei que a Suzane mandaria uma pessoa diferente, hm... – Julie era um tanto lerda, confesso, mas não chegava a esse nível. Seus óculos redondos não contribuíam positivamente para seu visual, mas quem sou eu pra julgar, afinal tenho uma mecha rosa no meio do cabelo, pelo teste de cor mal feito do ano passado. Pelo que sei, só trabalha aqui ainda, porque é filha do nosso jardineiro.

- Mas gente... A Suzane disse que a diretora queria falar comigo, então... – antes que pudesse terminar de falar, ouvimos a porta da diretora se abrir, e vai por mim, aquele rangido de madeira velha podia ser ouvido na escola toda. A robusta mulher de pele leitosa olhou em minha direção, e fez sinal com seu dedo para que me aproximasse, e eu não ousaria negar o pedido. 

 

Caminhei em direção á porta de madeira do gabinete da diretora, estremecendo a cada passo, pois ela ainda me chamava com o dedo, e de longe eu conseguia ver aquela unha gigante mal colocada, que sempre estava estampada com flores ou corações. Só havia entrado naquela sala uma vez nos meus três anos aqui, as vezes que eu vinha, sempre ficava na sala de espera, ou na sala de break dos professores. Estava ansioso-nervoso/assustado-apavorado, se a professora que me mandara até ali, deve ter algum motivo, será se fiz algo e não notei? Aish, aquela vaca da Suzane, eu sempre divido meu lanche com ela, custava um pouco mais de sinceridade? Será que ela fora reclamar de minha conduta para a diretora? Mas eu nem tenho dado notícias de vida direito, tenho até feito aula de educação física! Estava tremendo só pela dúvida do porque de ter sido mandado ali.
 

- Luhan! - disse a diretora com o maior sorriso, e me direcionou a cadeira ao lado de um rapaz que nunca vi, me tratando com toda gentileza do mundo - este é Oh Sehun, seu mais novo colega de classe e protegido. - "protegido" wtf?

- Perdão diretora... Protegido? - olhei de relance para o
rapaz sentado ao meu lado, e cruzei os braços em negação aquele pedido um tanto ridículo.

- Bem, espero que vocês se tornem amigos. Digo, estamos no 3° ano, todas as turmas são as mesmas desde o 1°, Sehun está chegando agora e precisa se enturmar. - pessoa errada diretora, você precisa de alguém popular, e eu estou me excluindo de todos aqui - então, aproveitando que você anda tão focado nos estudos, não deve estar mais saindo com a galera e tal - ela disse simpaticamente que não tenho vida social? - então você pode ajudá-lo com as matérias, e no tempo livre podem se conhecer melhor.

- A senhora disse galera? – arqueei uma das sobrancelhas, e levei minhas mãos aos joelhos, os apertando com força. – Diretora, acredito que eu não seja a pessoa certa para isso. Precisa de alguém mais sociável, e que esteja interagindo com todo mundo, tipo um representante de classe! - sugeri ficando claramente animado.

- Sem, mas. Luhan! - de repente ficou autoritária, e voltou a sua pose normal. Minha expressão voltou ao normal, e o grande sorriso perdeu o espaço para um enorme bico manhoso. Estava estranhando todos aqueles sorrisos mesmo.

- Sim diretora. - abaixei a cabeça, e suspirei fundo visivelmente irritado.

- Sehun, pode seguir Luhan até sua sala de aula agora. - sorriu para o menino que finalmente se levantara, e por Gaga, nunca vi um rosto tão belo. Era tão branco, lábios rosados, olhos minúsculos, bochechas coradas, e uma leve cara de porta, porém era uma beleza e tanto.
 

Saímos da sala da diretora, e eu fiquei tão chocado com aquele ser angelical, que não consegui dizer nada além de "por aqui", mal respirava perto dele. Íamos caminhando lentamente pelo corredor, e o silêncio era tanto, que dava para ouvir nossos passos. Chegando no nosso andar, finalmente pude respirar, até que entramos na sala. Minha ilustre presença obviamente foi ignorada - como sempre - mas a de Sehun, não. A professora olhou o rapaz de cima a baixo, em seguida dentro de meus olhos, e mais uma vez deu aquele maldito sorrisinho, ela vai me pagar, oh se vai.

Anunciou o mais novo membro da escola para a classe, logo em seguida ela pediu para que ele se apresentasse, como se estivéssemos no primeiro ano, achei uma atitude bem ridícula, pra que ficar expondo o garoto assim? Eu via as meninas babando arco-íris enquanto ele falava, e ficava imaginando o que ele estava achando disso tudo, toda essa atenção e babação. Quando finalmente terminou, e não demorou muito - o menino falou pouco -, foi designado a se sentar perto de Suho, que quase derreteu quando a professora apontou para ele, mas o lindo e loiro Oh Sehun, se negou, e disse algo que surpreendeu a todos. Para tudo, eu disse lindo e loiro?
 

- Não. Vou me sentar junto a Luhan. - pegou suas coisas, e se pôs ao meu lado, fazendo sinal para que eu andasse, e pude reparar nos olhares curiosos que pairavam sobre mim agora, não demoraria a saírem boatos. Teria sido bem mais fácil continuar andando, mas não, tive de ficar imóvel feito uma estátua, ouvindo aquela apresentação mal planejada. A professora não questionou a decisão do rapaz, até porque tenho me sentando sozinho desde o último ano, afinal eu sempre me sentava com Kris, e quando isso não acontecia, era uma tremenda briga entre meus colegas de classe para saber quem ficaria comigo, por algum motivo sentar perto dos populares era algo bem cobiçado, mas agora sou apenas o aluno chinês gay que foi largado pelo capitão do time de basquete. 

Sehun parecia uma princesa de gelo, então era normal eu não me sentir à vontade perto dele. Se bem que de uns tempos pra cá, não me sentia à vontade perto de ninguém. A aula prosseguiu normalmente, tirando os comentários sobre um suposto relacionamento meu e de Sehun, e sobre como isso era mentira, pois um garoto como ele, nunca gostaria de um garoto como eu. Aish, em pensar que já fui assim.

 

ººº

Alguns dias depois

 

Como tudo que é feito em sala, a pessoa que senta ao seu lado sempre é seu parceiro, eu e a princesa de gelo teríamos que fazer uma maquete de algum ponto turístico do mundo, para a aula de artes que embora não houvesse muita razão aparente para termos, contava uns pontinhos na aula de história também. Escolhemos o Pão de Açúcar (Brasil), pois parecia fácil de fazer, e eu meio que escolhi sozinho, mas isso não vem ao caso. Sehun realmente não faz o tipo falante, as únicas palavras que trocamos nos últimos dias, foram "na sua casa, ou na minha?", "na sua", então digamos que as coisas com ele sempre são bem claras. Depois de decidir, fomos às compras dos materiais, porque por algum motivo eu sentia que ele queria que tudo fosse feito o mais rápido possível, e eu que não vou reclamar, afinal tenho muitos planos para o final de semana.

Eu havia feito uma pequena lista de materiais, e não saiu tão caro. Sehun pagou toda a conta como um devido cavalheiro, nem preciso dizer que amei não tocar nas minhas economias. Onde íamos, todas as garotas ficavam olhando e babando nele, eu já estava conseguindo resistir ao seu charme, parece que depois de um tempo com ele, você aprende a ser imune a toda aquela beleza. Sehun era tão seco e apático, que nem sua beleza sobre-humana me encantava mais, tão sem graça, sem assunto, sem nada! Mesmo com o menino sentado ao meu lado, me sentia mais sozinho do que quando estava só.

Fomos para minha casa, como sempre mamãe e papai não estavam, aqueles dois vivem trabalhando, curtindo, brigando, se amando, ah... Levei a princesa de gelo até a varanda, e fui até a cozinha para pegar um copo com água, estava extremamente ressecado, mais um pouco e viraria uma casquinha. Ofereci ao rapaz, e este negou por algum motivo sobre-humano, então aproveitei da deixa, e fui até meu quarto trocar de roupa. Ao que desci, observei o rapaz de longe, e pude notar que escrevia algo, estava tão distraído, que se um alfinete caísse no chão perto dele, era capaz de se assustar.

 

- Vamos começar por onde? - disse animado. OK! Eu gosto de trabalhos manuais, são muito divertidos, espero que a indiferença de Sehun, não estrague isso, é uma oportunidade para eu me distrair, então quero aproveitar.

- Claro. Mas antes, Luhan... - meu coração gelou, ele falou mais de duas palavras comigo, será o fim dos tempos? - me desculpe. – tá legal, por essa eu realmente não esperava.

- Por...? - tentei parecer não estar muito interessado no que dizia, e comecei a separar os materiais em cima da grande mesa de vidro que ocupava metade do local.

- Bem, desde que a gente se conheceu, eu não tenho sido muito legal com você... - disse mexendo em sua mochila, provavelmente a procura de alguma coisa - você realmente parece ser uma boa pessoa, e não fica flertando comigo como aquelas garotas lá na escola. Toma. - pegou uma caixinha, e estendeu a mim.

- Hmm... O que é? – meus olhos cresceram de imediato à pequena caixinha que vinha sendo entregue a mim, e por alguns instantes achei que tivesse entrado num universo alternativo. O cara mal falava comigo, e agora está me comprando presentes?? Deve ser uma pegadinha, e deve ter algum inseto ali dentro – e por que eu flertaria contigo? – será se estava tão na cara assim que eu era gay?

- Tsc! Abre logo, antes que eu me arrependa! - exclamou um tanto impaciente, e pude notar que a parte do se arrepender era verídica.

- Aigoo! Temos trabalho a fazer, depois eu abro. - falei pegando a bola de isopor, e procurando pelo estilete cor de rosa com coelhinhos desenhados no mesmo, para começar a cortar.

- Se não quiser, é só devolver. - Sehun pegou em meu braço, e me arrepiei por completo com aquele toque nada sutil, e sim, talvez eu seja masoquista. Suas mãos estavam frias, mas eram tão delicadas, como se fossem de menina, e daquelas que fazem todo tipo de tratamento de beleza.

- Não vai parar até eu abrir, né? - disse olhando para sua mão em meu braço, e embora parecesse indignado com aquela ação, faria de tudo para manter seu toque em mim. Estava mais carente do que pensava, e isso é um absurdo.

- Devolve. – pediu novamente apático, voltando a ser aquela porta sem sentimentos, não que ele tenha tido em algum momento, mas eu tinha esperanças.

- Como? – pisquei rapidamente incrédulo pelo que acabara de ouvir, agora segurando a caixinha possessivamente.

- Devolve! – a princesa se exaltou, e pude ver um feixe de expressão em seu rosto, ficando admirado com aquilo, mas voltando a realidade em seguida.

- gjvfgevk – grunhi, e puxei meu braço para que se soltasse de sua mão - já me deu, agora é meu, e você não vai pegar de volta! – sorri abobalhado, e realmente não pretendia devolver a caixinha, além do mais, eu não ganhava muitos presentes, então seja o que for, agora é meu e vou amar.

- Tsc, vamos começar isso logo. – se deu por vencido, e voltou a se sentar e separar alguns materiais também. – e está na cara que você não gosta de garotas, eu vi como ficava encarando aquele outro rapaz na sala. Arrisco dizer que já até tiveram algo.

- Não fale besteiras! – fiz uma careta, e torci o nariz como todas as vezes que sentia raiva, e fatiei o isopor que segurava. Não estava bravo com Sehun, apenas com o fato de eu de certa forma, ainda estar perturbado por Kris, e se um garoto que chegou na escola ontem conseguiu notar isso, quem dirá o dito cujo.
 

Começamos pela base da maquete, recortamos, cortamos, colamos, pintamos, e nos sujamos – muito -. Teve uma hora em que sem querer, espirrei tinta verde no cabelo da princesa de gelo, e por mais bravo que ele tenha ficado, tinha de assumir que ficou muito bom, foi o erro mais lindo que já cometi. Não terminamos de fazer tudo, porque já estava ficando tarde e Sehun precisava ir pra casa. Como bom parceiro da escola, me ofereci para levá-lo e estranhamente ele aceitou. Mas foi quando peguei minha bicicleta, que notei claramente o quanto desapontado ficou, acho que ele esperava uma moto ou um carro, mas eu sou pobre, e não tenho carteira.

O rapaz negou-se a se sentar no banco de trás, e brigamos por conta disso, mas no final, ele foi pedalando e eu fiquei na garupa. Tentei encostar o mínimo em Sehun, mas eu já não sabia mais como era andar na garupa da bicicleta, sempre que andava com Kris, o maldito me fazia ir pedalando tudo, “minha coluna” ele dizia, nunca fazia um agrado. Resisti segurar na cintura dele, até que passamos por uma maldita curva e quase caí da bicicleta. Então tive de segurar com vontade no branquelo, engolindo todo o meu orgulho, e o mesmo não reclamou.

 

°°° 

Dia Seguinte
 

Acordei um caco, estava cansado demais de ontem. Sim, o Sehun me levou, mas eu tinha que voltar certo? Então na hora da volta, o que já era esperado acabou acontecendo. Me perdi! Mas o quê eu poderia esperar? Não que eu não conhecesse a região, mas aquele lado exatamente era novo pra mim, e eu não conseguia prestar atenção em nada mais além daquele ser apático, sem graça e lindo na minha frente! Tsc. Estou me importando demais com esse garoto, hunf! Como se fosse rolar algo. Ele provavelmente nem bi é, então, tenho de esquecer isso... AISH! Olha no que estou pensando? Mesmo que ele fosse bi, provavelmente iria partir meu coração, assim como Yifan! Todos os homens são iguais, só porque ele é gentil de vez em quando, não significa que seja diferente. Talvez eu seja o último cara decente desse mundo, pois é garotas venham a mim, na verdade não venham não, jogamos no mesmo time, seria estranho.

Coloquei meu uniforme de verão, e quando estava arrumando os livros na mochila, a pequena caixinha que estava jogada no chão, chamou a minha atenção. No outro dia, cheguei tão fulo da vida em casa, que assim que vi a caixinha em cima da cama, taquei-a longe, talvez raiva pelo cansaço ou por outra coisa, vai saber. Não custava nada abri-la, e ver o que tinha dentro. Tomei a caixinha nas mãos, e fui desembrulhando lentamente, como quem está ansioso para descobrir um segredo, mas quer aproveitar o momento o máximo possível. Quando finalmente tirei o embrulho por completo, não sabia se morria de rir, ou se morria de fofura. Dentro da caixinha haviam vários clips de papel, todos azuis com a cabeça de ursinho, cor marrom claro com rosa. O que aquele presente significava? Ele me acha desorganizado, é isso? Bom, cavalo dado, não se olha os dentes, e detesto ter que assumir, mas, amei.

 

- LUHAN! - berrou minha mãe do andar de baixo, como se o mundo fosse acabar, como essa mulher é escandalosa.

- OI! - berrei de volta, porque filho de peixe, peixinho é.

- VOCÊ NÃO VAI PRA ESCOLA HOJE NÃO?! – santa Britney, essa mulher sabe que nunca falto a um dia de aula, pra que isso agora?

- SIM, EU VOU! – dei de ombros, e terminei de fechar a mochila, jogando os meus mais novos clips de papel, no bolso da frente.

- ENTÃO CORRE QUE O ÔNIBUS JÁ ESTÁ DESCENDO A RUA!

- QUE??! - tsc! Por causa de Sehun ia me ferrar mais uma vez, esse guri só me dá dor de cabeça.

 

Cheguei atrasado à escola - lembrando que faz mais de um ano a última vez que me atrasei para escola -, porém me deixaram entrar sem problemas, acho que meu bom comportamento estava começando a fluir pelos mais velhos. Corri para a sala de aula, e professora nem notou quando entrei, mas como nada nessa vida são trevos de quatro folhas, fui delatado pela vadia-panda do Tao.

 

- Professora? Achava que tínhamos de bater na porta, quando chegássemos atrasados na sala de aula. - Tsc, maldito panda.

- Mas o que...? Luhan! Isso são modos? - todos riram - isso são horas? Pode se retirar imediatamente, pela sua total falta de educação! - Young Min não era uma professora muito legal, acho que química combinava bastante com a sua personalidade.

- Mas prof... - fui interrompido pelo panda Tao.

- Fora! - todos riram, e a digníssima da professora não fez nada. Que se dane, não gosto de química mesmo.
 

Eu tenho sido um aluno tão bom, porque essa vaca não deixa passar essa? Aish! Vou perder aula, e tudo por causa do Sehun, nem tenho nada com ele, e já está começando a me foder. Andava feito zumbi pelos corredores da imensa escola, e notei alguns olhares curiosos pelo caminho, arrastava minha mochila pelo chão, porque estava pesada demais para trazer nas costas, e adivinha por quê? Por causa das apostilas, e do maldito livro de química! 

Resolvi ir ao banheiro e esperar por lá mesmo, se a diretora me visse no corredor, iria querer saber o porquê de eu estar lá, aí ela perguntaria a professora, e eu estaria ferrado, bem, mais do que já estou. Entrei no banheiro e por um acaso do destino, não havia ninguém pra presenciar minha total falta de sorte nessa vida. Fui para o último boxe e me sentei na privada, pendurei minha mochila no gancho que tinha preso na parede a minha direita, e me acomodei ali. Aquele boxe era maior por conta de um erro de cálculo dos homens que reformaram o banheiro masculino, então sempre tive preferência pelo mesmo. Retirei meu exemplar de "Sem Ele Ruim, Com Ele Pior Ainda" de Alissa Wee, e retomei minha leitura do capítulo 10.
 

"Se te amasse, lhe compraria mais presentes.

Todos sabem que o amor não se compra, mas quem não gosta de ganhar presentes e ser mimado? Os homens bem sabem disso, não é de hoje que isso vem sido dito, e mostrado nos filmes, novelas, seriados, programas de TV... Mas eles fingem não saber, para não ter que gastar. Se o homem te ama de verdade, não vai se importar de ficar duro às vezes só para lhe fazer um agrado, nem que ele te dê uma caneta, ou uma bela rosa vermelha, o importante é que ele desperdiçou seu precioso tempo, e seu precioso dinheiro, e lhe comprou algo. Pode ter ficado horas escolhendo algo, ou pode ter visto e lembrado de você, ai então foi lá e comprou. Presentes estes são um ótimo meio de se perceber o quanto você é especial para alguém."

 

- Hmm... isso quer dizer que eu significo algo para aquele azedo... - sorri convencido, Allissa tem me ajudado bastante desde que Kris terminou comigo, o capítulo um: “Morte ao ex” foi o meu favorito, sem dúvidas.

"Mas se lembrem, nem sempre presentes são boa coisa, às vezes pode ser só um cala a boca, ou um convite de sexo barato e sem emoção."

- Porra, Allissa! Sempre acabando com a minha alegria, você deveria me ajudar, que malvada... - fiquei quieto quando percebi que alguém havia entrado no banheiro, fechei meu livro, e suspendi as pernas. Decidi ficar ali em silêncio até ter certeza de que estava tudo certo e seguro pra mim, sempre acontecia dessas comigo, pelo amor de Gaga.

- Aish, aquela aula esta me matando Wu... - de onde conheço essa voz irritante?

 - Ahh, Tao vem aqui seu lindo - essa voz eu com certeza conhecia - deixa eu te animar... - masoqueeee? Que putaria e essa aqui no banheiro? 

- Aqui não Wu... - "aqui não Wu" repeti mentalmente fazendo uma voz fininha, em deboche a do rapaz.

- Tsc, deixa de ser fresca, biba. Já fizemos em lugares bem mais comprometedores... - safado! Agora sei o porque dele ter terminado comigo, eu nunca dei pra ele, mas esse daí já deve estar igual a uma couve flor.

 

Ouvi um “sim” lá longe, e depois começaram uns estalos, um zíper abrindo aqui, outro ali, um baque meio alto, um "Oh!", comecei a ouvir sons muitos suspeitos, gemidos abafados, respirações aceleradas, um, "solta o meu cabelo", e a coisa só ia piorando, por conta do total silêncio, os gemidos começavam a ficar mais claros e altos, um barulho de corpos se chocando... Não acredito que estavam transando no banheiro da escola, que ridículo! Queria muito que fossem pegos, então com o maior cuidado peguei meu celular, e mandei uma mensagem para Kyungsoo, esse era um dos meus últimos amigos, pena que estudava em outra sala.
 

"Kyungsoo, tem um casal se pegando aqui no banheiro do primeiro andar, dá um jeito do inspetor vir aqui!"
 

Enviei a mensagem, e em menos de 10 segundos obtive a resposta, "sim". Passaram-se dois minutos e eu ainda ouvia os gemidos, tsc! Cadê o inspetor? Mais alguns minutos se passaram e nada, os gemidos pararam após um profundo "ahhh", seguido de "isso...", até que chegaram rápido ao orgasmo. Então ouvi uns passos, e os dois se desesperando, minha vontade de rir era maior que tudo, mas se fosse pego ali, não quero nem pensar no que iria acontecer, e no que iriam comentar depois. Provavelmente seria algo como "Luhan pervertido que gosta de ouvir o sexo dos outros".

Não muito depois, estranhei o silêncio, ouvi um barulho de porta se abrindo, e depois disso nada, como o inspetor pega os dois ali, e não faz nada?! Saí para ver o que estava acontecendo, e me deparei com o banheiro vazio, escaparam, e desconfio de que essa não tenha sido a primeira vez. Guardei o livro na mochila, e quando fui pegar o bendito celular pra mandar uma mensagem pro Kyungsoo perguntando o que deu errado, fiquei paralisado ao ver o reflexo de Sehun fechando a calça atrás de mim. Deixei o celular cair no chão, e o danado se partiu em três, preciso de um aparelho novo urgentemente. Assim que fui me abaixar para pegar, bati com a testa na pia do banheiro, doeu.

 

- Luhan, você está bem? - perguntou Sehun se encurvando do meu lado, olhando um tanto aflito para minha testa, devia estar bem vermelha e com um galo cantando pra acordar o campo todo.

- Sim... – respondi um tanto zonzo, enquanto pegava os pedaços do celular no chão.

-  Luhan deixa eu te ajudar. - Sehun me pegou pelos braços, e me levantou calmamente, o que me fez corar de imediato, pois já havia recobrado minha consciência.

- Estou bem, obrigado. - me livrei de suas mãos macias, as quais jamais esqueceria o toque, e me escorei na pia, montando meu aparelho novamente. Ao olhar para Sehun, o menino estava om os olhos arregalados. Nunca vi seus olhos tão abertos, parecia meu primo Chanyeol.

- Você está sangrando! – apontou para minha testa, e fez uma breve careta, ficando a rir depois. A preocupação se foi como um espirro. Veio de uma só vez, fez o alarde, mas logo passou.

- COMO??! - gritei, e quando me virei para o espelho estava com a cara lavada de sangue. Me desesperei por alguns segundos e quis chorar, pensei na cicatriz que ficaria ali. Já bastava a boca cortada, agora a testa também, santa Britney, o que faço?

- E só estancar que vai parar – Sehun estava calmo, manso, e um tanto frio como sempre, mas dessa vez tinha preocupação em seu olhar. Começou a desabotoar sua blusa, e por alguns milésimos de segundos, encarei sua pele exposta, com vontade de morder.

- WOW garanhão, pega leve. – segurei em sua mão o fazendo parar com suas ações, e logo corei quando o vi olhar para a minha - creio que papel higiênico também serve pra isso. - continuei segurando sua mão que já alcançava quase o último botão.

- Verdade - se aproximou de mim, a ponto que ficamos colados um no outro, e então o senti pegar algo atrás de mim, mas até que meu corpo notasse isso, era tarde demais. Estava com a respiração falha, e meus pelos completamente eriçados. - aqui, deixa que eu cuido disso.

- Não precis... - ia falar, mas fiquei paralisado novamente, nunca os lábios de Sehun ficaram tão próximos aos meus, e sei que não devia estar pensando nisso, mas ele estava tão pertinho, que não resisti. Enquanto eu ia morrendo em sua boca, não percebi que agora o rapaz me olhava nos olhos, fiquei mais vermelho que o próprio sangue em meu rosto, e acho que notou, pois abriu um sorrisinho de canto. Afastei-me dele, e me abaixei para lavar o rosto, onde tinha o corte ardeu um pouco, mas não liguei, estava vermelho demais para olhar na cara de Sehun agora, se fosse preciso iria enfiar a cara em baixo d´água.

- Acho que já está bom, onde fica a enfermaria? Eu posso te acompanhar ate lá. – estava sendo gentil comigo, e eu mal conseguia acreditar nisso.

- Não, obrigado... Eu posso ir sozinho. - dizia enquanto lavava o rosto rapidamente, quase me afogando com a água que saía da torneira e enchia minhas mãos.

- Luhan? – chamou com a voz um tanto calma, acredito eu que ele não estava vendo muita graça agora, ou só estava querendo me provocar com aquela voz deliciosa.

- Hm...? - respondi lavando o rosto ainda, nem tinha mais o que lavar, estava mais branco que papel, mais um tempo lavando o rosto, e eu perderia o pouco de melanina que ainda restava em minha pele.

- Já chega! – disse autoritário, e desligou a água contra minha vontade - olha pra mim - me virou para si, foi tudo tão rápido que quando dei por mim, Sehun estava por cima de mim, perto, bem perto.

- Estou olhando. - suspirei, e então o rapaz veio se aproximando de meu rosto. Não acredito que ele iria me beijar, depois de tudo, então ele era gay mesmo, no mínimo bi! Não acredito que depois de tudo que passei ia me render a ele, logo ele! Já estava fazendo bico quando voltei á realidade.

- Hm... Está vermelho, porém não tem febre. – sério isso? Estava apenas verificando a minha temperatura? Como sou idiota, mas como o que está ruim, sempre piora.

- Mas o quê é isso?! - o inspetor finalmente apareceu no banheiro, e acabou nos vendo naquela posição constrangedora. Sehun sobre mim, com a blusa aberta.


Notas Finais


Até mais, espero que tenham gostado *-*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...