Por Valentina 💙
Nós passamos algum tempo no quarto até que lembramos que o Peter e a mamãe estavam sozinhos. Claro que a gente desceu correndo e fizemos bem pois quando chegamos lá na cozinha ele estava indo beijar a nossa mãe.
— Algum problema mãe? -dissemos juntas e mamãe deu um pulo. Foi engraçado, mas nos fingimos que não e fizemos cara feia cruzando os braços olhando para eles dois-
A mamãe abriu um sorriso para nos duas e disse que estava tudo bem para logo depois pedir para nós sentarmos o que nos fizemos bem rapidinho junto com Peter que nem ao menos ofereceu ajuda pra pegar as panelas e tigelas e aquele monte de coisa que a mamãe tinha preparado . Acho que a mamãe reparou devido a cara que ela fez, mas depois foi pro forno dando de ombros .
— Você acha que a mamãe ficou chateada com ele? -Soph falou no meu ouvido quando se sentamos à mesa.
— Eu acho que sim, mas não vamos contar. Vai ser um problemão pra ele.
Demos uma risada baixinha enquanto Peter analisava a taça na mesa com uma cara estranha . Eu estava prontapara perguntar quando minha irmã voltou a cochichar.
— Aposto que ele está planejando dormir aqui!
— Ele pode até dormir... -minha irmã me olhou assustada- Mas, não com a mamãe!
Dessa vez nós soltamos uma gargalhada muito alta e mamãe olhou assustada para nós duas .
— Peter é muito divertido! -eu disse-
— É... Muito, muito divertido. - completou Sophie-
— Que bom que gostam de mim meninas! -Peter sorriu, mas nós sabíamos que ele não estava entendendo nada-
— Ótimo! -mamãe disse colocando a travessa na mesa
Quando o relógio deu nove horas Peter se despediu da mamãe. Nós estranhamos, mas ficamos olhando pela janela o movimento da rua. Quarenta e cinco minutos e treze segundos. Foi o tempo que ele demorou pra voltar depois que a mamãe pôs a mim e a Tina na cama.
Quarenta e cinco minutos e treze segundos. Foi o tempo que ele demorou pra voltar depois que a mamãe pôs a mim e a Tina na cama.— Bingo! -eu exclamei-
— Xadrez! –repetiu Soph como um gênio do mal e eu olhei pra ela totalmente confusa. O que ela estava fazendo?- Que foi? Não era pra falar o nome de outro jogo?
— Ai ai Soph. Minha Sophiezinha. -eu neguei com a cabeça e fui andando para as escadas-
— Ei! Me espera . -eu ouvi minha irmã dizer, mas ela já estava logo atrás de mim. Tão perto que nós duas quase descemos a escada rolando- Desculpa.
Chegando lá na cozinha vimos Peter lá fora. Estava parado no lugar certinho e ia ter o mesmo destino daquele moço do asilo de velhinho. Coitadinho! Não. Bem feito!
— Pronta? –Soph me perguntou-
— Pronta. –respondi-
— 1...2...3. –Tina contou devagar- Agora!
Apertei o botão e o irrigador ligou. Molhou as plantinhas, o carro e claro... o Peter! Ia água na cara dele. Ele ficou todo atrapalhadinho e bom... Caiu no chão com tudo enquanto a água continua a rodar e rodar e molhar a cara dele.
Sabe, eu achei que ele ia desistir. Eu e a Soph já estávamos contentes quanto ele se levantou do chão, todo sujo de terra e grama e veio na direção da porta.
— Ativa a bateria e corre! Bateria e corre! -Soph falou, mas já estava lá na frente subindo as escadas quase caindo. Que mundo é esse que suas irmãs não te esperam? Que vida cruel é essa?
Eu olhei pra frente e ele estava bem perto então afastei o medo e conectei os fios na maçaneta a tempo de subir, mas ele me viu.
— Você não vai me impedir pestinha. -ele falou e eu fiquei paralisada-
— Anda logo Tina. Mamãe tá levan...-senti a minha irmã paralisar quando o viu também- Pestinha é você seu boboca. -ela disse pra Peter e me puxou- Rápido!
Subimos correndo e assim que encostamos a porta do quarto vimos a luz do abajur da mamãe acender e lá fora um grito de dor. Eu e Soph nós olhamos sorrindo.
— Conseguimos! -eu disse fazendo um toque de mãos com a Soph até que ouvimos a porta bater.
— Ai meu gênio da lâmpada! -resmungou minha irmã- Falhamos . E agora?
— Você espalhou aquilo?
— Espalhei.
— Então ele não vai passar.
Corremos para baixo da minha cama que ficava do lado oposto da porta e demos as mãos. Os passos iam batendo contra o chão e toc, toc, toc, toc. Quatro degraus! Ele já tinha subido quatro degraus inteirinhos.
— Isso era uma tremenda furada. Eu falei pra você que... –um barulhão interrompeu Sophie de falar e eu olhei pra ela com aquela cara de “eu te disse não disse?”. Minha irmã revirou os olhos e saiu indo em direção ao corredor. Quando chegamos ele estava estirado no chão.
— Meu Deus! Vocês mataram ele?
— Não! Ele morreu sozinho! –Sophie falei-
— Ele não morreu suas bobonas. -eu disse batendo a mão na testa-
— Vamos levar ele para cima. -falou mamãe -
- É. Para o meu quarto e da Soph.
Mamãe e Soph me olharam de olhos arregalados de tanta surpresa só que minha irmã parecia estar prestes a surtar.
— Pro seu quarto? –mamãe perguntou confusa-
— Uhun. Eu e a Soph vamos cuidar dele.
— Não. Nada disso. -mamãe começou- Hoje vamos dormir as três juntas!
Assim, nós deixamos ele na nossa cama e fomos dormir com a mamãe como não fazíamos tinha um tempão . É . Até que aquele cara tinha nos dado uma vantagem.
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