História Operação Alfa - Costumes

Algumas semanas haviam se passado e o prazo estabelecido por Isabella e Rafael estava quase chegando ao fim. As coisas estavam indo bem e Isabella praticamente se sentia com vitória de guerra até que uma ligação mudou tudo. 

- Isabella querida. -o homem disse do outro lado da linha com uma voz extremamente animada. A loira achava que ele nunca chorava. Um espécie de Guga-

- Oi Arthur! A que devo a honra?

- Então querida eu tenho uma pequena má notícia.

- Ah não! -ela resmungou sentando sentando na poltrona perto da mesa ao lado do telefone pois ja sabia que ia ficar pior. Quando Arthur vinha com "pequena má notícia" era sinal de bomba- 

- Relaxa queridinha. É só um pequeno detalhe sobre a editora.

- O que aconteceu?

- Precisam adiantar a data de entrega do livro.

- O que?

- Pra daqui há duas semanas. -o homem falou baixinho com medo da próxima reação-

- Só pode ser brincadeira! -Isabella exclamou com raiva-

- Parece que uma das autoras deu um super problema com eles e eles precisam adiantar . Você consegue em duas semanas. É a melhor autora que eu conheço e respeito . 

- Você é o maior bajulador do ano. -resmungou  Isabella ja pondo um sorriso no rosto-

- E você me ama! Escreva querida . Nos vemos na apresentação das pestinhas e manda um beijo pro delícia do seu marido.

- Eu mando.

- Oh meu Deus. Vocês voltaram?

- Não.

- Então você ainda está com aquilo?

- O nome dele é Peter.

- E eu sou muito Team Vitti querida. Tenho que ir. Escreva. Não esquece: duas semanas. Até logo . 

Quando ele desligou Isabella se jogou na poltrona. Ela ia precisar de mais tempo e então aproveitando que suas pestinhas estavam no colégio ela saiu em direção ao hospital. Rafael tinha que estar lá . 

     °♡°

 Isabella andou com passos largos até o balcão da recepção hospital e lá estava: Melissa. Isabella e a ruiva viviam trocando farpas pois a mulher sempre estava a paquerar Rafael.

- Isabella Santoni? -falou Melissa- Achei que nunca mais veria você por aqui.

- É, mas olha só pra mim bem aqui. -a loira sorriu com falsidade- É bom olhar direitinho assim você pode continuar sendo minha versão do camelô.

 A ruiva ficou tão vermelha quanto os cabelos e Isabella podia jurar que ouviu os dentes dela rangir.

- O que você quer aqui? Saber quando vai ser meu encontro com o Dr Vitti?

- Como é que é ? -Isabella percebeu que a voz se elevou em alguns tons- 

- Eu o convidei pra beber depois do trabalho e ele vai. -a ruiva sorriu vitoriosa- Posso até ser a versão do camelô, mas vou ter a versão original do seu marido. Ou melhor, ex marido . 

- Olha aqui sua...

- Isabella? 

 A loira virou devagar vendo Rafael lhe olhando com um sorriso divertido como em todas as outras vezes que a loira acabava discutindo a recepcionista. Isabella quase cedeu, suspirou e abraçou o homem como sempre fizera, mas então lembrou.

- Vocês vão sair juntos? -perguntou batendo o pé no chão-

- Oi pra você também . Eu estou ótimo.

- Rafael Alencar Vitti.

    Ele riu passou o braço pela cintura da ex mulher e a levou pra área de lanches do hospital . 

- Vamos sair sim. -ele disse e Isabella arregalou os olhos- Eu e varios outros doutores, doutoras. Mas qual o problema com isso? Está com ciúmes do seu ex marido?

Ex marido. Isabella se xingou internamente quando o pequeno (grande) detalhe praticamente lhe espancou. A discussão com a mulher lhe tirou de si.

- Claro que não Rafael. Eu só não gosto daquela mulher. Fica se oferecendo pra você como se você tivesse uma es...

- Uma o que? -o homem perguntou sorrindo. Isabella estava enlouquecida de ciúmes e se ela tinha ciúme talvez ainda houvesse esperança-

- Umas filhas. Duas filhas muito complicadas e que não vão gostar nada dela.

- Falando nisso como vai Peter?

- Depois que suas filhas quase mataram ele? Tudo bem. Está vivo. Oh! Eu vim aqui falar do nosso acordo.

- Você ja desistiu? -disse aproximando seus corpos, puxando a loira pela cintura de forma delicada. A mão afastou uma mecha de cabelo e alisou o rosto- Quando vamos sair em família?

- Nada disso. -respondeu, mas sem se afastar do ex marido- Eu preciso de mais tempo.

- Não era esse nosso acordo.

- Meu editor quer meu livro duas semanas antes do prazo. Eu preciso focar nisso. Por favorzinho. -pediu fazendo um bico e ficando na ponta dos pés pra olhar bem nos olhos de Rafael.

- Não me seduza mulher. Estamos tratando de negócios.

 Isabella deu uma gargalhada alta e deu um tapa no peito de Rafael.

- Idiota! -disse com um sorriso- E então, temos um acordo?

- Quanto tempo for preciso amor. Eu tenho tempo. Pra você todo tempo do mundo.

°♡°

Por Bruna 💚

- Porque nós temos que ficar com a dinda? –Valentina reclamou-

- É. Nós temos um pai. Ele não pode cuidar da gente? –Sophie continuou-

Sem responder Isabella pegou uma camisa na gaveta, apoiou no ombro, abriu outra gaveta, pegou uma segunda camisa e as dobrou antes de colocar cada uma em sua respectiva mochila.

- Mamãe! –as duas chamaram e minha melhor amiga olhou para elas-

- Que? –ela respondeu-

- Você vai responder as nossas perguntas? –Valentina perguntou e Sophie concordou coma cabeça-

- Vou. Sim. Claro.

Ela disse mas seguiu para o armário enquanto falava sozinha algo como “chinelos, meias”

- Por que tanto resmungo? –eu falei- Até parecem que não gostam de mim.

- Nós gostamos dinda. –Sophie resmungou deitando a cabeça no meu colo- Só estamos preocupadas.

- E por que?

- Eu acho que a mamãe não gosta mais da gente. –Sophie sussurrou-

- Como que ela não gosta de vocês?

- Acho que foi por ontem. –Tina bateu na testa e balançou a cabeça em negativa-

- O que vocês fizeram?

Valentina esticou a cabeça e viu Isabella descendo as escadas de vez então começaram a me contar tudo o que havia acontecido.

- Céus! E ainda o choque? Vocês são incríveis! –eu exclamei animada, mas então fiz um bico- Por que não me chamaram? Eu queria fazer parte?

- Desculpa. –Sophie resmungou-

- Mas veja o lado bom. Mamãe ainda gosta de você.

- E quem disse que eu não gosto de você meu amor? –Isabella falou parada da porta. Estava sorrindo então provavelmente não escutou nada além daquela frase da filha- Venham as duas aqui.

Sophie e Valentina saíram correndo e Isabella se abaixou diante as duas.

- Eu amo vocês duas mais do que a minha vida e não existe nada que vocês façam que mude isso.

- Mas você está nos mandando embora.

Isabella riu e eu revirei os olhos diante tamanha bobeira. Como duas meninas tão espertas caíram numa dessa?

- Não Soph. A mamãe precisa trabalhar e mesmo que eu ame vocês as senhoritas fazem muito barulho e eu fico perdidinha.

- Mas por que não ficamos com o papai? –Valentina perguntou-

- O pai de vocês está trabalhando agora, mas de noite vocês vão ficar com ele, mas amanhã cedinho eu busco vocês ok?

- Sim! -elas exclamaram animadas e sairam correndo pro quarto que dividiam-

- Você dá conta? -Isabella me perguntou-

- Meu amor eu sou professora de dança. -respondi jogando os cabelos e minha amiga riu- Claro que eu dou conta e quando eu estiver surtando o Rafael vai salvar minha vida.

Depois de arrumar as mochilas e explicar claramente o que ia acontecer durante aquele dia Isabella estava parada na porta vendo as filhas irem para o carro com lágrimas nos olhos.

- Bella, não seja boba. Elas vão passar um dia e não um ano.

- Eu sei, mas já sinto saudades. Essa casa vai ficar em um silêncio insuportável sem elas. –resmungou-

- Mas você precisa terminar o seu romance. Precisa de tempo e silêncio. Não ia me oferecer pra cuidar delas se não soubesse que é importante.

Isabella fez um bico e soltou um muxoxo qualquer.

- Se eu acabar antes das oito eu passo na sua casa para buscar elas ok?

- Faça tudo com calma e paciência Bells. Elas vão estar em boas mãos.

- Eu sei mas...

- Se você acabar depois das oito pode ir lá na casa do Rafael. Ele vai amar a sua visitinha e como ele é muito cavalheiro vai lhe oferecer até a cama.

- Bruna! -Isabella me repreendeu gargalhando- Vai embora. Você só fala besteiras.

- Eu posso até falar besteiras, mas você me adora.

- Tchau Bruna. Tchau.

Isabella riu me empurrando em direção ao carro e vencida eu acabei indo mesmo. Quando cheguei em casa com as duas pestinhas a casa estava vazia.

- Onde está o dindo? –perguntou Valentina- Ele vai demorar?

- Que importa! –Sophie desdenhou- Eu quero saber onde tem doce!

E assim foi durante toda a tarde. As meninas corriam de um lado para o outro fazendo um milhão de perguntas o tempo todo. Realmente não entendia como Isabella dava conta de toda aquela energia. Só sei que lá pelas sete Isabella ligou avisando que ainda estava terminando o romance e que Rafael passaria em alguns minutos para buscar as meninas.

- Dinda... –Soph começou com aqueles olhos pidões- Será que nós podemos pedir uma coisa?