História Operação Alfa - Família

Por Isabella 🙅

- Vai mamãe é a minha vez! -resmungou Sophie batendo as mãos nas coxas-

Estávamos jogando um jogo criado por Valentina. Era uma loucura. Uma pessoa jogava os dados então ela escolhia alguém pra pagar um mico. Uma segunda pessoa (sem ser a que jogou os dados ou a que foi escolhida) decide qual mico a pessoa vai pagar e a última pessoa que sobrava escolhia se o mico tinha sido bem pago se não fosse tinha que pagar um mico duplo.

- Calma! –ri enfiando a ultima colherada do sundae feito pela Sophie na boca- Vai! Sete! –disse e revezei o olhar entre Rafael e Valentina que desviavam o olhar- Rafael!

- Eu? –ele exclamou e depois resmungou- Eu não quero! Por que não a Tina? Ela adora pagar um mico, sem falar que a Sophie vai pegar pesado comigo.

- Está resmungando! Vai pagar a aposta! –gargalhou Valentina-

- Não. Não. –pediu Rafael- Tenham piedade da minha pobre pessoa soberanas crueis.

- Paga! Paga! –as meninas começaram a falar batendo palmas-

- Bella! Me ajuda. –Rafael resmungou se jogando em cima de mim- Me proteja dessas tiranas!

- Não. Sai fora! –ri tentando lhe afastar, mas foi em vão- Me larga!

- Nunca! –gritou passando os braços ao redor da minha cintura- Ou você me salva ou eu te levo comigo.

- Medroso! Foi se esconder atrás da mamãe é?

- Sempre! –ele rebateu para Valentina-

- Eu vou tirar você dai!

Sophie levantou, bateu as mãos no vestido limpando algum tipo de sujeira, franziu a testa e foi em direção a Rafael, porem antes que ela chegasse mais perto ele disse:

- Parada!

- E se eu não parar? –respondeu Sophie quase caindo na gargalhada-

- Sua mãe vai sofrer as consequências!

- Eu? Eu não! Eu não fiz nada! Rafael me solta! –falei desesperada já sabendo o que estava por vir-

Sophie olhou nos olhos de Rafael e sorrindo deu um passo pra frente. Aquilo foi suficiente. Não sei como quando ou onde só sei que de repente Rafael estava sobre mim me fazendo cocegas.

- Para! –minha voz saiu fraca dentre as risadas-

- Eba! Cocegas! –gritou uma voz que reconheci como sendo a de Sophie-

- Não! –tentei gritar me contorcendo de rir quando o segundo par de mãos chegou-

Depois de algum tempo que mais pareceu uma eternidade os parzinhos de mãos de desapareceram.

- Você não estava do meu lado anãzinha? –perguntei pra Sophie quando Rafael deu uma tregua-

- É... mas, eu adoro cocegas.

- Você adora é? –respondi sentando no chão e puxando ela pro meu colo-

- Adoro um tantão! –ela levantou os braços e foi a minha deixa. Comecei a fazer cocegas na Sophie-

- Que coisa mais chata!

O resmungo de Valentina logo fora substituído por gargalhadas depois que Rafael chegou até ela. Tenho que admitir: aquela noite foi realmente maravilhosa.

Eu já estava completamente feliz, satisfeita e realizada quando as meninas decidiram ver um segundo filme acompanhado de mais um sundae by Sophie.

- Mas a Barbie não era uma borboleta? E ela o nome dela não era Barbie? O nome dessa ai é diferente.

Como em um ato combinado Sophie, Valentina e eu reviramos os olhos e batemos a mão na testa balançando a cabeça em negativo.

- É outro filme mané! –eu falei-

- Algum dia você pretende parar de me chamar de mané?

- Nunca nessa vida.

- O mesmo tempo que você vai levar pra aprender andar de patins.

- Pelo menos eu não tenho medo de roda gigante.

- Papai tem medo da roda gigante? -Valentina perguntou sorrindo travessa-

- Não tenho nada. -Rafael se defendeu-

- A gente vai morrer nisso aqui Isabella. -disse fazendo minha imitação genérica de vozes de homens-

- Ei! A gente não estava falando da Barbie borboleta?

- Ela não é a Barbie, só é igual a Barbie. –explicou Sophie que não havia tirado os olhos da TV-

- Pra mim são todas iguais.

Rafael deu ombros fazendo um bico, eu ri baixinho e deitei a cabeça no seu ombro automaticamente. Maldito seja o costume! Já estava imaginando como ia sair dali sem dar pinta quando o braço de Rafael deslizou ao redor da minha cintura, depois só senti as minhas pálpebras pesarem.

- Obrigada por vir. –eu sussurrei-

- Obrigada por me deixar cuidar de você.

 Foi a ultima frase que escutei antes de a escuridão me invadir.

Por Valentina 🌸

Mesmo que não fosse armado por mim e pela Sophie o que o papai fez deu muito certo e foi muito legal. Nós passamos a noite juntos, comemos sorvete, brincamos do jogo que eu inventei, vimos filmes da Barbie e comemos almondegas! Eu AMO almondegas.

Sabe, o melhor de tudo não foi isso não. Foi a mamãe! Ela brincou junto com o papai, sorriu e até dormiu abraçadinha com ele. Pois é. Eu senti que eu tinha uma família de verdade e eu não queria perder ela.

- Oh my God! –exclamou a tia Ana Júlia batendo palmas descontrolada-

Pois é. Tia Anaju. A melhor tia da história! Tudo bem que eu só tinha ela de tia, mas ela era a melhor. Ela só visitava a gente as vezes por que morava lá na Inglaterra mas eu gostava dela. Era tão enraçado quando ela gritava essas coisas em inglês. O grito dessa vez foi quando contamos o que aconteceu na ultima noite.

- E beijos? Eles deram um beijo romântico como na tela da tv? –ela perguntou sorrindo-

- Não teve beijo Tia Anaju. –Sophie falou indo atrás do cachorrinho feio que a tia Anaju tinha. Ele parecia um rato com fome-

- No! God, como não teve beijo?

- Não tendo. –eu falei- E beijo é nojento.

- Por enquanto bebe. Por enquanto. –ela piscou pra mim-

Eu revirei os olhos como resposta enquanto bufava.

- De qualquer forma eu quero fazer parte desse plano. –cantarolou-

- Era exatamente o a gente queria que você falasse tia. –Sophie falou de algum lugar-

- Vocês armam o tempo todo é? –ela brincou-

- Só quando é caso urgente.

- E esse é um caso sério. –completou Sophie-

- Sim, claro. Precisamos sumir com esse tal de Peter.

Continuamos conversando, a tia Anaju falando um monte de coisa que não fazia sentido nenhum pra mim, a Sophie correndo atrás daquele cachorro feioso. Foi depois de um tempão que conseguimos. A tia Anaju estava dentro do nosso plano e pra ajudar ela só precisa fazer uma coisinha.

°♡°

- Por favor, Mrs. Sunly. –eu implorei pela vez de numero dez-

- Não Valentina.

- Por favor.

- Não.

- Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor. –eu comecei a falar várias vezes seguidas correndo atrás dele-

- Não! Já disse que você não vai ser a minha primeira bailarina.

- Então eu sou a segunda, depois da Sophie.

- Não. Esse é o papel da Felícia.

- E ela não vier?

- O papel é da Milena.

- E se ela não vier?

- Então é a vez da Lucia.

- E se ela também não vier?

Então o Mrs. Sunly soltou uma risadinha fraca. Ele se abaixou para me dar um não de uma forma poética como ele costumava fazer, mas ai eu ficou paradinho, parecia que tinha congelado. Foi ai que eu pensei em procurar o super vilão que tinha feito isso, mas eu ouvi uma risada e um latido chato.

- Srta Dorigon, que grande prazer tê-la conosco hoje. –foi o que o Mrs. Sunly falou enquanto ia correndo até a tia Mai e advinha só. Ela passou direto-

- My little queen. –ela falou me abraçando-

- Oi. –eu falei- Oi Pink. –esse era o nome do cachorrinho com cara de rato-

- E-e-ela é sua conhecida?

- É a minha sobrinha.

- Mas Isabella nunca ...

- Isabella e eu não éramos muito chegadas quando ela e meu irmão se casaram e, não nos vemos tem um longo tempo. Rafael que mostrava as pestinhas pela internet. Não deve nem lembrar da minha existência. -ela jogou os cabelos escuros pro lado- De qualquer forma não importa. Não vim falar da minha vida. Vim saber se Valentina vai ser a primeira ou a segunda bailarina. Estou louca para ver meu tesouro dançar tão bem quanto a tia.

 Ele olhou pra tia Mai, ela riu pra ele e eu fiquei com cara de pastel, mas valeu a pena. O primeiro passo do plano deu certo.