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História Os Sentimentos de Ulquiorra - Adeus, Kurosaki


Escrita por: MrsChappy

Notas do Autor


Oláa, outra vez!
Só para ser diferente hoje publico dois capítulos kkk

Boa leitura *

Capítulo 20 - Adeus, Kurosaki


Mundo Real

 

Na loja de Urahara, todos estavam apreensivos. Estavam na sala aguardando alguma notícia. Orihime já estava à mais de uma hora a tentar salvar o shinigami. A única pessoa que estava com ela e Ichigo, era Ulquiorra. Ele estava a dar a sua reaitsu a ela para poder curar o ruivo. Era um trabalho desgastante para ambos. As suas testas estavam suadas por conta do esforço. Mas estavam a fazer de tudo para salvar o Kurosaki.

Alguns amigos foram avisados do estado crítico do fiel nakama. Tanto no Hueco Mundo como na Soul Society. Todos os espadas estavam na sala mais alguns shinigamis. Dentro deles Toushirou, Rangiku e Renji. A família Kurosaki também se encontrava lá.

Todos estavam tristes pelo amigo mas nada se comparava ao estado da família Kurosaki, que já perdera um dos seus membros e agora havia a possibilidade disso repetir-se, e da pequena Rukia.

Rukia estava inconsolável. Sentia que o chão fora retirado violentamente dos seus pés. A dor era bruscamente forte, não conseguia inclusive manter-se em pé. Perdia logo o equilíbrio. Como viveria sem ele? Quando já imaginava uma vida ao lado dele?

 

Os dois arrancares estavam fixos no seu trabalho. Estavam a fazer os possíveis e os impossíveis. Mas não havia meio de a ferida fechar. Quando esta finalmente fecha eles suspiraram de alívio. O seu trabalho estava cumprido. Agora tinha-se de esperar. Esta era a pior parte. Tendo em conta que nem se quer é garantido essa possibilidade.

Entre olharam-se e decidiram que iriam esperar um pouco para ele abrir os olhos. Se demorasse muito, iriam relatar tudo aos amigos.

1, 2, 3… 6 horas.

Nada mudou. Ichigo continuava em repouso. Eles iriam levantar-se e dirigir-se à sala mas foi nesse momento que ouviram um gemido de dor. Olharam na sua direcção e viram o shinigami a recobrar a consciência, abrindo os olhos e tentando inutilmente adaptar-se à luz do local.

Orihime fica radiante e vai ter com ele abraçando-o, as lágrimas já desciam pelos seus olhos. O ruivo ficou um pouco confuso, mas aos poucos foi lembrando-se do que aconteceu e percebeu a sua situação. Ele quase morreu mas foi salvo pela amiga.

- Arigato Inoue, imagino que dei muito trabalho. – Ele dava um dos seus típicos sorrisos e bagunçava os cabelos da menina ruiva.

- Nada disso Kurosaki-kun, eu é que tenho de agradecer… Se não fosses tu, eu não sei o que seria do Ulquiorra… Eu estaria desesperada para o salvar e nesse estado eu não iria conseguir fazer nada por ele. Domo arigato. – Ela estava séria, não conseguia imaginar essa possibilidade. Sabia que estava a ser egoísta, mas era a realidade. Mas logo decidiu deixar esses pensamentos tristes e voltou a colocar um belo sorriso.- Aliás não fui só eu que te curei, o Ulqui-kun também foi um elemento muito importante. Sem ele não teria tido reaitsu suficiente para curar-te.

Ichigo ficou surpreso e olhou para Ulquiorra que olhava para um lado qualquer com indiferença. Sim ele salvara o espada, mas não esperava a sua ajuda. Isso fez-o perceber o quão errado tem pensado sobre os espadas, principalmente dele. Inoue tinha razão: todos merecem uma segunda chance. Independentemente do que tenham feito.

- Valeu Ulquiorra. – O shinigami não contia a sua alegria, significava isto o início de uma nova amizade?

Ulquiorra estava grato. Não demonstrava isso, mas estava. Se não fosse o ruivo, seria ele que estava no lugar dele. E não deixavam de ser inimigos mortais, não era mesmo? Pela primeira vez, pensou que o shinigami não era tão má pessoa quanto isso. Não tinha intenções de responder, mas viu o olhar pidão de Orihime para ele. Suspirou. Ela tinha um domínio sobre ele, que ele próprio não tinha consciência disso.

- Não fico em dívida para com ninguém Kurosaki Ichigo. – Com isso o quarto espada saiu da divisão e foi avisar os outros das boas novas.

Os ruivos começaram a gargalhar pelo incómodo de Ulquiorra em agradecer. Ichigo esperava por algo assim. Afinal, só Orihime conseguia puxar esses lados atenciosos dele. Mas mesmo assim compreendeu. Eles não eram mais inimigos. Amigos talvez também não. Mas quem sabe o tempo daria um jeito nisso.

Foi aí que sentiu uma mão no seu ombro esquerdo e olhou para a dona de olhos cinzentos. Tinha um olhar dócil. Não voltara a ver aquele olhar nela desde que reencarnou, pelo menos não dirigido a ele.

- Eu não tenho palavras para descrever o quão grata estou. E sei que não parece, mas o Ulqui-kun também o está. – Deu uma pequena risada ao lembrar-se do que aconteceu à pouco.- Aquilo que fixes-te hoje apagou o que fixes-te no passado. – Ichigo estava incrédulo, isso queria dizer…? – Conta com o meu perdão… E com a amizade do Ulquiorra. – Ele mesmo com as dores no seu abdómen, abraçou a nakama. Não conseguia descrever o que sentia… Estava tudo perfeito. Ele estava vivo, ele e a Rukia acertaram-se e todos os seus amigos estavam bem com ele. Parecia um sonho.

Orihime recriminou a atitude dele, mesmo tendo um ar brincalhão. Mandou-o deitar porque ainda precisava de descansar. Levantou-se e deixou que os outros pudessem falar com ele.

 

Ulquiorra chegou na sala e viu todos olharem para ele, esperançados. Decidiu não fazer muito suspense e disse o que todos queriam ouvir.

- Ele já acordou.

Rukia nem esperou uma só mais palavra e correu para o quarto onde ele estava. Todos os outros soltaram o ar preso nos pulmões. E sorriam. Gritavam de alegria e comemoravam a boa notícia. Orihime logo apareceu ao lado de Ulquiorra com um grande sorriso. Ela agarrou no seu braço e deitou a cabeça no seu ombro. Suspirando cansada mas muito, muito feliz.

Ulquiorra deu sinal de que iam-se embora. Já fizeram o que tinham de fazer e estavam exautos. Precisam de umas boas horas de sono, repor as forças. Despediram-se dos amigos e quando estavam a ir embora receberam uma notícia pelo Capitão Hitsugaya: que os arrancares tinham autorização do Comandante para irem à Soul Society e ajudar nos preparativos do casamento do Kurosaki e da Kuchiki. Ao início não acreditaram, mas ele logo esclareceu e disse que a pequena shinigami já tinha tratado desse assunto antes do Ichigo ser atacado. Orihime estava animadíssima, por uns momentos esqueceu o sono e ia ter com eles para lhes agradecer mas o quarto espada impediu-a. Fez que não com a cabeça e ela logo entendeu. Eles precisavam de estar sozinhos. Imaginava como a morena se sentia e ela iria precisar de um momento a sós com o ruivo. Agradeceria amanhã. E com isso foi para casa.

 

- Seu baka! Queres matar-me de susto! – Rukia já estava a gritar com ele à um bom tempo. Agarrava na sua mão com força, com medo de que ele escapasse. Cravava as unhas com tanta força na palma do outro, que fios de sangue já eram visíveis.

- Não te preocupes mais Rukia. – Ichigo até achava engraçado a exagerada preocupação da menina. E com isso recebeu um olhar reprovador da parte da mesma. – Já está tudo bem, não te marterizes mais.

Ela acenou concordando. Tudo estava bem. Permitiu-se finalmente acalmar. Ichigo sorriu perante isso.

- Isso mesmo. Agora para ter uma visão dos céus só falta um sorriso Rukiazinha. – Ele sorriu travesso, ela por sua vez corou instantaneamente e deu-lhe uma cotovelada onde se encontrava a ferida vendada.

Soltou um pequeno gritinho de dor e ia começar a reclamar com ela, quando sentiu ela abraça-lo pelo pescoço e enterrar o rosto no seu pescoço.

- Não me voltes a assustar assim, idiota. – Ele sorriu e retribuiu o abraço, ficando assim até adormecerem.

 

A festa estava ao rubro. Todos dançavam felizes. Até a Nell puxou o Grimmjow para dançar, de vez em quando ele dava-lhe uma pisava ou outra no pé, mas nada de grave. O espada estava mais vermelho que um tomate mas não deixou de dançar. Aporro estava a um canto a beber com os shinigamis. Yuzu e Isshin dançavam alegres. Todos se divertiam, ou nem todos.

O capitão de gelo encontrava-se fora da loja, observava o céu repleto de estrelas. Sentia o vento bagunçar-lhe os cabelos.

- Não é perigoso uma criança ficar sozinha aqui fora a estas horas da noite? – A menina de olhos ónix reparou na ausência do albino e encontrara-o na rua, alheio a tudo. Sempre era assim. E não iria perder uma oportunidade para o provocar, mesmo sabendo que ele já não era nenhuma criança. Ele cresceu! Já não era aquele menino do ensino fundamental. Por sorte era noite, e ele não veria a sua face ganhar um tom avermelhado. 

Toushirou sabia muito bem a quem pertencia aquela voz feminina. Kurosaki Karin. Duas veias saltavam na sua testa… Como ela era ousada! Mas nem ele imagina quantas saudades teve disso.

- Sou mais velho do que pareço. Tenho idade para ser teu pai, ou avô.

-Claro Otoo-san. – Era evidente o tom sarcástico na voz dela- Mas o que fazes aqui fora Toushirou?- Não gostava de o ver sozinho, queria poder ajudá-lo a sair daquele cubo de gelo que ele próprio criou e não deixava ninguém entrar. 

- É capitão Hitsugaya! E não tens nada haver com isso. Volta para a festa. – Falou ríspido. Ele havia sido muito duro mas não queria que aquilo no seu peito alastrasse mais. Temia o que isso podia significar. Ele sempre sentiu um interesse nela, desde que a conheceu. Mas não podia apaixonar-se. Se é que já não estava. Não podia permitir que isto fosse longe demais.

Karin ficou em choque. Durante uns segundos não se mexeu nem disse nada. Aquele era o Toushirou? Ele sempre fora frio, mas nunca lhe falara assim. Percebeu o recado: incómodo. Ela o estava atrapalhar e ele não a queria por perto. Sentiu seus olhos marejarem mas não permitiu que as lágrimas vencessem. Não! Ela não choraria por alguém que não merece. Desrespeitaria as lágrimas pela sua mãe. Abaixou o rosto, a face era cobrida pela sua franja. Mordia os lábios para evitar gritar com ele e dizer tudo o que sentia. Não iria dar a parte fraca.

- Gomenasai Hitygaya-san. Não voltará a suceder. Perdoe a minha presença importuna. Vou-me retirar. – A sua voz estava quebrada mas não deixou de falar cordialmente. Virou-se para ir embora. Não tinha vontade de ir para a festa por isso foi para casa. Queria tomar um longo banho e deitar-se na cama e esquecer este pesadelo chamado realidade.

Toushirou nem quis acreditar no que ouviu. Ele imediatamente olhou para a direcção de Karin mas não viu o seu rosto. Observou como ela ia para casa… os passos lentos, cabeça baixa, ombros descaídos, o próprio andar… Parecia que se arrastava. A culpa invadiu-o. Nunca pensou que isso a magoaria tanto. Mas era necessário. E vendo-a partir, sussurrou para o vento um último adeus.

 

Karin não olhava para onde ia. Sabia que já não faltava muito para chegar a casa, quando apareceu um hollow. Ela olhou assustada para cima. Sabia que estava longe da loja para chegar a tempo, e não tinha como lutar naquele momento. Ela correu na direcção oposta do monstro. Tinha de pelo menos tentar. Mas ele foi mais rápido. Pudera ela era uma humana comum e ele um hollow.

Ele colocou-se na sua frente e bloqueou-lhe o caminho. Ela ainda deu alguns chutes e socos mas não tinham qualquer efeito. Aí viu: ciero! Estava perdida!

O ataque lançou-a contra uma parede, quebrando a mesma. Observava como o sangue escorria ao seu lado. Não conseguia enxergar nada mais e com um último pensamento, como uma prece.

- Toushirou…

Perdeu a consciência. Não tendo tempo de ver o shinigami responsável pela segurança da cidade destruir o hollow e ir em sua direcção.

Ela quando voltou a abrir os olhos, viu a corrente presa em seu peito. Olhou para cima e viu o shinigami com a zampakutou tocando na sua testa e então uma luz branca tomou conta dos seus olhos.

 

 

Todos sabem como as notícias correm rápido. As más então são ainda mais velozes.

Toushirou caminhava sem destino, pensando na “discussão” que tivera com a Kurosaki. Quando ouviu ambulâncias e muitas pessoas a rodearem um ponto fixo. Estreitos os olhos, e a curiosidade venceu-o indo inspecionar o ocorrido.

Teve alguma dificuldade em passar pelas pessoas, e quase suspirou de alivio quando conseguiu, se não tivesse visto o que tinha.

Os seus olhos marejaram e gritou. Gritou como nunca na sua vida. Não podia ser! As mãos estavam no seu cabelo. Ele ajoelhou-se no chão, não aguentado o próprio peso do corpo. Contudo, sem nunca desviar os olhos dela. Karin estava estendida no chão, repleta de sangue, com uma grande ferida na cabeça. A parede atrás dela estava destroçada. Os olhos semi abertos dela, sem brilho, sem vida. Estavam a matá-lo por dentro. Os seus lábios sempre num tom avermelhado, perderam a cor. Estavam pálidos e entre abertos tendo alguns fios de sangue a escorrem pela sua boca.

Ele levantou-se e cambalenado foi até ela. Ajoelhou-se ao pé do seu corpo e com as duas mãos ergueu o rosto da menina. Abanava como tentando despertá-la. Mas era inútil e ele sabia disso. Ela estava morta! E não sentia a sua reaitsu o que significava que ela ou foi devorada por um hollow ou foi mandada para a Soul Society.

Se ela foi devorada nunca mais Kurosaki Karin existiria. É como se desaparecesse do mapa. Mas ele não acreditou muito nessa hipótese, também não sentia nenhuma reaistu maligna ao pé dele, ou seja o hollow foi derrotado por um shinigami. Mas por quem? Se todos estavam na festa? Mesmo que ela tenha ido para a Soul Society a probalidade de encontra-la era mínima. Com as memórias da vida passada então eram escassas.

Começou a soluçar e não tentou conter mais as lágrimas. Porque brigara com ela? Porque não a acompanhou a casa? Porquê, porquê? O seu corpo tremia. Ele tinha a visão embaceada pelas lágrimas.

Ele perdera a única mulher que amou! A única! Pois Hinamori Momo não passou de uma paixão, algo temporário. Ela era uma irmã para ele. Nada mais. Por conta do orgulho deixou escapar pelas suas próprias mãos a única que o compreendia, que não o julgava… Que estava sempre lá para o apoiar.

Ele era confrontado com as suas memórias e a dura realidade. Lembrava-se do seu cálido sorriso, dos seus olhos brilhantes, da sua face corada… Mas depois via-a branca como a cal, olhos tão escuros que pareciam um buraco negro, e o sorriso simplesmente não existia mais!

Abraçava o corpo sem vida. As suas lágrimas caiam na face dela contornando a bochecha da mesma. Ele nunca fora de chorar. Na realidade, nem se lembrava da última vez que o tinha feito. Mas isso não importava mais. Não importava mais se o olhavam naquele estado ou quem o via. Só queria saber daquela que estava nos seus braços inerte.

A temperatura do local diminuiu drasticamente. As pessoas afastaram-se por conta do frio que tomou o lugar de repente. Vento sacudia as suas roupas, gelo formulava-se no chão e em todos os objectos próximos. A sua reaitsu aumentava progressivamente. Ele não estava a conseguir controlar-se.

A dor de saber que a perdeu, que era inevitável. Não havia mais nada a fazer. O facto de saber que a perdera para sempre. Ele pegou nela ao colo, e caminhou com o seu corpo até um lugar familiar. Onde enterrara a vovó Haru. Ele fez o mesmo ritual para ela.

Foi a casa dos Kurosaki’s e pegou numa foto da morena e colocou-a no seu sepulcro. Tocava na foto delicadamente. Contornava o seu sorriso, pensava em como poderiam estar agora os dois se não fosse a sua besteira. Se ele tivesse lixado-se para as regras e tivesse obedecido ao coração, agora estaria com ela.

Ele não iria desistir. Iria procura-la por todos os cantos e labirintos do outro mundo até a achar… E se ela não se lembrasse dele, sentia o seu peito contrair só de pensar nessa hipótese, iria fazer que ela voltasse apaixonar por ele. E desta vez nada os iria separar. Olhou uma última vez para a foto dela e então caminhou de volta, mas desta vez ele tinha um destino. Sabia para onde caminharia. Para os braços de uma menina sorridente, dona de seus pensamentos.

 

“Ame o que você tem, antes que a vida lhe ensine a amar o que você tinha.”

Autor Desconhecido


Notas Finais


Eu espero que tenham gostado! Foi dos capítulos que mais me emocionou escrever *-*
Beijocas!


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