Mundo Humano
Ulquiorra acabara de entregar o gigai emprestado na loja. Já tinha eliminado o hollow fugitivo. Como ele esperava, não era muito forte… Só era bom para fugir e esconder-se por algum tempo. Lixo.
Abrira uma garganta, pronto para regressar ao seu mundo. Estava farto de estar ali, onde tantas memórias perturbavam a sua mente. Voltaria para casa, e por fim ter o seu merecido descanso. Ou não. Muitas surpresas ainda o aguardavam.
Hueco Mundo
Orihime estava no topo de uma das torres do palácio. Sentia o vento a dançar com os seus cabelos. Sentia-se livre. Em paz.
Aguardava pacientemente o retorno do seu amado, enquanto imaginava a sua reacção e como ela própria agiria. Tinha receio que ele a odiasse. Era estúpido, mas não evitava ter alguns pensamentos negativos. Quando desabafava sobre esses temores qualquer um ria da cara dela. Acham que estou a fazer uma tempestade num copo de água. Talvez tenham razão.
Sentiu uma presença poderosíssima e a reconheceu de imediato. Sorriu, o seu sorriso mais bonito que dera desde que chegou.
- Ulquiorra, voltaste…
Ulquiorra entrou no palácio e viu que todos estavam à sua espera com sorrisos de orelha a orelha. Todos esperavam uma atitude sua e ele não percebeu o porquê. Neliel disse de uma forma suave, que pareceu mais uma mãe para Ulquiorra naquele momento.
- Sinta…
Ele continuou sem perceber mas decidiu fazê-lo. Ele fechou os olhos para concentrar-se melhor. E foi nesse momento que ele a sentiu. Abriu os olhos de forma brusca. Não acreditava. Aquela era a reiatsu… dela? Estava ligeiramente diferente mas era ela!
Ele desapareceu no sonido e apareceu um pouco atrás dela. A surpresa ainda era evidente no seu rosto… E felicidade?
Ela virou-se lentamente na sua direcção e deu-lhe o seu maior e melhor sorriso.
- Estava à tua espera, Ulqui-kun!
Ela esperava uma reacção da parte dele, mas nada! Ele não se mexia um centímetro sequer. Olhava paralisado para ela. Começou a entrar em pânico… Ele não gostaria dela naquela forma? Não a amava? Lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
Ulquiorra desfez o olhar surpresso. E caminhou na sua diracção devagar, como quando um felino estava pronto para atacar. Não desviavam os olhos por nada deste mundo. Orihime tinha-se esquecido como o seu olhar era penetrante e intimidador, de como era difícil respirar com ele tão perto!
Ulquiorra com uma mão limpou as lágrimas dela e olhava tenramente para ela. Num tom de voz repreendedor mas ao mesmo tempo carinhoso:
- Demorou muito, onna…
Orihime riu com as palavras do espada, e por um breve momento parece que viu um ligeiro sorriso na face dele.
- Perdoas a minha demora?
Olharam-se intensamente.
- Nunca mais me faças sofrer desta maneira. Esta angústia consumia-me todos os dias... Pensei que tinha-te perdido para sempre. Nunca mais saias do meu lado. Amo-te demais onna, amo tanto que chega a doer…
Os olhos da arrancar brilhavam intensamente, como nunca antes o fizeram.
- Por momentos, de fato, perdeste-me. Gostarias de saber como é o céu, Ulqui-kun?
- Mais tarde, por agora quero a minha recompensa pelo teu atraso.
Orihime ia dizer algo mas o espada a interrompeu. Beijou-a como tanto tempo sonhou, pensando que nunca teria outra oportunidade para o fazer.
Pegou-a pela cintura e agarrou-a com força, como se ela pudesse fugir a qualquer momento. Essa realidade esteve tão próxima dele que ainda o atormentava. Orihime acariciava com uma mão o rosto do amado e com a outra brincava com os cabelos da sua nuca, sentindo-o arrepiar.
Tiveram-se de afastar pela falta de ar, não abrindo sequer os olhos. Tentavam normalizar as suas respirações descompassadas. Orihime abriu vagamente os olhos e olhou para o rosto de Ulquiorra banhado pela luz da lua, prendeu a respiração… Lindo.
Uma das suas mão contornava as lágrimas eternas do quarto espada que não se mexia, aproveitando a carícia dos pequenos dedos.
- Uma vez disseste-me que eras vazio, que não podias sentias nada. Que não tinhas coração. Ainda acreditas nisso?
- Eu não tenho um coração perdi isso quando quebrei a corrente e transformei-me em um hollow… - os ombros de Orihime murcharam, ela acreditava que Ulquiorra tinha mudado esse seu lado, baixou a cabeça tentando não transparecer a sua decepção. Missão falhada. Ele notou e obrigou-a a olhar para ele- Não tenho um coração como o dos humanos. Mas tenho-te a ti… Orihime Inoue, o meu coração és tu. Tu és a fonte de todas as minhas emoções. O meu refúgio. Enquanto existires, não serei derrotado. Porque o motivo de voltar é mais forte. Eu sempre voltarei para ti. Porque tu mostras-te que a minha existência ainda podia ter significado. Tu és tudo para mim. Não esperes de mim declarações ensaiadas, prendas fúteis e festas de dias comemorativos. Não sou disso e tu bem o sabes. Mas podes contar com um amigo, com a minha lealdade, o meu respeito total e o meu amor Hime. Aishiteiru, hoje e sempre.
Orihime não acreditava no que ouvia. Estava incrédula. Este era o mesmo que a sequestrou, o servo mais fiel de Ainzen? O que aconteceu no tempo em que ela esteve “fora”? Ele bateu com a cabeça? De repente lembrou-se do que Aporro lhe disse e teve vontade de rir.
Colocou a cabeça no seu peito e chorou de felicidade. O seu sonho tornara-se realidade. Tudo estava perfeito agora. Eles estavam juntos. E ele amava-a!
Com uma ternura que só ele despertava nela, ela sussurrou só para ele ouvir, como se contasse um segredo.
- Aishiteiru mo.
A luz da lua parecia abraça-los, como se apoiasse a sua história de amor. Ela era a testemunha de tudo o que tiveram de sofrer para ficarem juntos.
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