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História Madness - Through Glass


Escrita por: Lightside

Notas do Autor


✿ Título do capítulo : Pelo Vidro.

Explicações e afins nas notas do segunda parte do capítulo.

Capítulo 4 - Through Glass


Fanfic / Fanfiction Madness - Through Glass

C H A P T E R II:

T H R O U G H  G L A S S


 


''Assim como existem dois lados de cada história,existem dois lados de toda pessoa.

Um lado que revelamos ao mundo e outro que mantemos escondido.''

 

— Revenge
 

 


Ao abrir a porta do quarto 912, Fugaku viu o filho caçula encolhido numa poltrona próximo a cama do filho primogênito onde o mesmo segurava a mão de Itachi. Os olhos de Sasuke estavam fechados e respirava com dificuldade, parecia que estava tendo algum de seus pesadelos.


Qualquer pessoa que os visse juraria que ambos estavam a dormir de forma tranquila, mas esse não era o caso. Itachi estava em coma e Sasuke estava tendo pesadelos. O patriarca se sentou do outro lado próximo aos filhos e se pôs a observa-los com a mais pura dor no coração.


Sasuke se mexeu e abriu os olhos rapidamente vendo o pai no mesmo instante e esticou as pernas e braços.


— Já passa das seis da manhã, você deveria ir pra casa e dormir um pouco antes de ir para o colégio. — disse o pai apertando o ombro direito do caçula.


— Eu já dormi. — respondeu Sasuke dando de ombros, indiferente.

'' Moleque teimoso.'' - pensou Fugaku.


— Cochilar numa poltrona de hospital não conta como dormir. Se continuar fazendo isso acabará em uma cama novamente no andar de baixo, internado por exaustão. — repreendeu o pai usando seu tom habitual de frieza e ergueu uma sobrancelha em reprovação. — Não pode viver sua vida enfurnado nesse hospital.


— Vou pra casa quando meu irmão acordar. — disse muito sério, encarando a face fechada de seu pai que o encarava de forma altiva.


— E se isso não acontecer? — Fugaku falou, e fitou o rapaz olho no olho como um leão imponente. — Você tem que considerar essa possibilidade. 

Sasuke contraiu seus músculos e lábios, fechando a mão em punho pronto para atacar seu pai.



— Sprechen Sie nicht Scheiße (não fale merda).



— Hund (cão), você tem que considerar essa possibilidade. E uma vez que Itachi acorde, ele não será o mesmo. — retrucou o patriarca impaciente pela teimosia e audácia do filho rebelde e trincou os dentes se controlando para não lhe dar umas boas bordoadas para aprender a se dirigir a ele com respeito.

Os ônix de Sasuke se encheram de fúria refletindo o mesmo que Fugaku sentia. Ambos - filho e pai eram tão parecidos; e a incompatibilidade se dava por terem personalidades difíceis, e nenhum mostrava-se a fim de ceder ou recuar.


— Bruder (irmão) vai acordar! — respondeu convicto e com a maior certeza do mundo. Ele precisava se apegar a esperança mais do que qualquer um, pois se não acreditasse, então Sasuke iria enlouquecer em sua própria culpa.

Fugaku viu nos olhos do filho a força de uma chama de esperança.Ele parecia ter certeza do que dizia, mas o patriarca possuía o conhecimento necessário para não se deixar levar por aquelas palavras.Mesmo que não fosse um médico tinha um certa noção do assunto, e o Dr Kakashi havia lhe relatado que Itachi está morrendo aos poucos naquela cama. Mantê-lo daquela maneira é a maior crueldade. É prolongar sua dor.

— Tenho certeza que seu bruder (irmão) não iria querer passar o resto de seus dias deitado numa cama como um vegetal.


— Itachi desejaria viver e ele vai viver. Ele está ficando forte, posso ouvir a batida de seu coração lutando para continuar aqui. — Sasuke vociferou tentando a todo custo calar seu pai. Se ele não se calasse por bem, o faria se calar por mau. 


— Entenda, quanto mais tempo ele permanecer em coma, mais improvável que ele consiga...


— EU SEI. — ele aumentou a voz mas não o suficiente para chamar a atenção de alguma enfermeira e interrompeu Fugaku com os olhos de um verdadeiro vingador. Os olhos tão negros, olhos de uma pessoa que esta na mais profunda escuridão e grita por socorro.. Fugaku sabia disso pois aqueles mesmos olhos refletiam a mesma dor que ele um dia já sentira. — EU JÁ OUVI DO DOUTOR KAKASHI, MAS ELES NÃO CONHECEM MEU IRMÃO COMO EU. ELE SAIRÁ DESSA!

O patriarca Uchiha balançou a cabeça em reprovação então disse em tom desafiador:

—  O que lhe dá tanta certeza?


— Por que ele me prometeu que sempre estaríamos juntos. E o bruder (irmão) nunca quebrou uma promessa.

Depois de deixar o filho caçula em casa e dar uma espiada na esposa que dormia serena, ele resolveu ir a um lugar onde se sentia em paz.

 
Fugaku estava de pé na parte da frente daquela igreja escura, olhando a chama tremeluzente da vela que acendera. Ela brilhava forte, iluminando sua mão ao fazer o sinal da cruz. Depois de um momento, ouviu o som atrás dele. Virou-se e viu o padre Lucius se aproximando com uma bíblia nas mãos. 

 
— Santo Padre. — o Uchiha ajoelhou e beijou sua mão direita em sinal de respeito.

 
— Como está filho? — o clérigo perguntou fazendo um sinal para que Fugaku ficasse de pé e sorriu para o mesmo surpreso pois o homem não aparecia desde quando reencontrara Sasuke em Nápoles.

 
— Estou bem… — respondeu Fugaku aquém.

 
Lucius discordou com a cabeça.

 
— Há certas pessoas na vida as quias não se pode enganar Vincenzo. — disse com a voz branda e colou a mão no ombro do homem a sua frente em sinal de apoio. — Eu o conheço desde menino e sou seu padre.

 
Fugaku arqueou a sobrancelha e sorriu.

 
— E quem seriam as outras pessoas? —  perguntou em tom desafiador. — Minha esposa?


O padre assentiu sorrindo ainda mais.


— Mikoto é uma mulher observadora, embora você não note, sua esposa tem o dom de interpretar as pessoas apenas com uma simples conversa. E por esse motivo, ela ficou ao seu lado. Você sempre foi um desafio para ela.


Fugaku sorriu.


— Não gostaria de se confessar?


O Uchiha hesitou.


—  Porque não começamos de novo? Como você esta meu filho? — disse o padre calmamente encorajando Fugaku a lhe falar algo, pois o mesmo queria dizer o que estava sentindo mas por ser um Uchiha tão obstinado como era não sabia como faze-lo.


— Estou assustado.


— O que está assustando Vincenzo? — Lucius não pareceu surpreso.


— O fato de Itachi estar numa cama de hospital e não dar sinal de melhoras. — confessou em agonia. 


— Mikoto me contou a situação. E ele esta melhorando? — perguntou, enquanto caminhavam pela igreja até que se sentaram em um dos bancos vazios de frente para a imagem de Cristo na cruz.


— Não que eu e os médicos possamos dizer. — Fugaku respondeu. — Sasuke entretanto, acredita que ele logo irá acordar e se recuperar, mas não vejo de que modo isso poderia acontecer. E o Dr Kakashi me garantiu que o estado dele é irreversível. Ou seja não tem como ele acordar… Seu coma é permanente.

 
Ao fim de tudo, o padre disse:

 
— Um médico diria que uma Concepção Imaculada seria improvável. 

 
— Não. Um médico diria que uma Concepção Imaculada seria impossível. — o Uchiha o corrigiu, fitando o intermediário de Deus com curiosidade.


— Mas Maria deu a luz ao menino Jesus. — Lucius respondeu convicto em sua certeza absoluta. Certeza para os homens de fé e não para os que não possuem religião alguma e tão pouco para os homens da ciência.


—  É ela deu. — Fugaku confirmou indiferente.


— Milagres acontecem. — o padre completou: — Há uma razão para que você não veja o que seu filho está enxergando.


— O fato de eu ser um homem com bastante influência e poder?


O clérigo balançou a cabeça em negação.


— Pelo fato de você ter perdido sua fé Vincenzo. — respondeu o padre com simplicidade.


Fugaku o fitou com descrença.


— Se isso fosse a verdade não estaria aqui, não é ? — ele respondeu em tom audacioso e afiado.


— Muito pelo contrario Vincenzo. Você vem aqui no intuito de reencontrar sua fé, mas a Deus também não se pode enganar. Ele sabe tudo que se passa em seu coração. E tudo bem… Ele o perdoará. — disse gentilmente. — A pergunta é se você esta pronto para ser perdoado.


— Talvez algum dia… Não hoje. —  sussurrou com pesar.

 

[…]

 

Algumas semanas depois:

Como inquisidor, Sasuke parou com a caça as bruxas em relação à Sakura e tão pouco se importava com os comentários a respeito do beijo trocado com a mesma. Assim como todos até ele mesmo não sabia do porque tinha feito aquilo, mas em seu íntimo não podia negar que havia gostado do sabor dos lábios daquela garota insuportavelmente irritante contra os seus.


 Ino e Sakura tornaram-se  unha e carne; irmãs de coração e confidentes. A amizade delas havia se fortalecido de uma maneira imaginável e a loira arrastava a rosada consigo para onde quer que ela fosse, o que facilitou muito na aproximação da Yamanaka com o Haruno. 
Quantas vezes Gaara se pegou olhando para a loira de olhos lápis-lazuli durante a aula, tomando o devido cuidado para que ninguém percebesse seu interesse por ela, especialmente sua irmã gêmea que não consegue esconder nada por ter uma língua de trapo.


Por ser um atleta nato, o ruivo conseguiu entrar para o time como titular, e Naruto tratou logo de transformar o Haruno na nova celebridade do colégio. Muitas garotas corriam atrás dele o que deixava ele sem jeito.


Lee por insistência do Uzumaki entrou no time também, já que um dos goleiros havia se machucado e Naruto estava com os nervos à flor da pele pois daqui a dois dias, eles teriam a partida final que decidirá o destino de seu time. Para piorar, Kiba seu rival desde o jardim de infância o provocava constantemente, deixando o Uzumaki mais p da vida!


A chuva caía forte naquela manhã. O vento uivava tornando difícil os guarda-chuvas abertos manterem-se firmes nas mãos dos alunos ou dos choferes desses alunos que os escoltavam até a entrada da escola. O raio e o trovão cortavam o céu escuro tomado por nuvens densas iluminando e assustando algumas garotas que soltavam gritos devido ao som estrondoso.


Sakura caminhava apressada com o guarda-chuva protegendo não apenas ela da chuva como também seu irmão gêmeo.
Gaara havia acordado animado e não parava de falar nem por um segundo sequer. Tudo isso porque estava muito entusiasmado com a partida que ia rolar no domingo. 


A garota suspirava aliviada quando subiram os degraus da escada. O ruivo tomou o guarda-chuva das mãos da irmã sacudindo um pouco para tirar o excesso da chuva e assim, fechando.

Ino acenou de longe juntamente com Suigetsu que caminhavam na direção dos irmãos Haruno. Todos se cumprimentavam e conversavam sobre os resultados das provas de biologia e química. 

Naruto chegou em seu Skyline. Estacionou em sua vaga e saiu desesperado para não molhar muito seu precioso cabelo.Todos deram passagem para ele como se ele fosse um membro da realeza britânica. E assim, ele saiu cumprimentado seus colegas de time e todos que estavam no corredor. As garotas se derretiam feito margarinas com loiro que mal dava bola para elas, exceto quando ele queria um algo a mais.

— E aí galera suava na nave? — falou o Uzumaki em seu modo divertido.
Gaara e Suigetsu o cumprimentaram com aquele toque com punhos fechados, Ino e Sakura o abraçaram.


O celular de Ino tocou, ela pegou o aparelho do bolso da blusa fitando a tela antes de atender.


— Pessoal vocês me dão licença é meu pai. — compartilhou e os amigos assentiram.


— Ino não vou poder ir esse final de semana com você para Cannes. — falou Inoichi do outro lado da linha e a loira apenas estreitou os olhos bufando cansada. 


Gaara espichou os olhos na direção da loira que se afastara um pouco deles,  notou que o rosto branco de Ino estava mais pálido do que o normal e ela parecia tão triste… Na verdade, percebeu que aquela tristeza estava ligada ao sir Yamanaka e por mais que ela se rodeie de pessoas nada preenche o seu vazio existencial e aquilo o afligia. Mas porque? Talvez soubesse, mas não queria tirar conclusões precipitadas.


— Por que? — ela questionou num sussurro tão baixo, como se não quisesse ser ouvida. O patriarca Yamanaka pode ouvir o barulho das vozes de vários adolescentes conversando e deduziu que a filha estivesse na escola.


— Acabou de surgir um imprevisto aqui na empresa e preciso fazer algo porque meus acionistas são uns incompetentes e não sabem fazer nada sem a minha presença. — respondeu indiferente. — Olha eu comprei sua passagem, então explique para sua avó o motivo, tá? 


A garota sentia uma dor em seu peito e logo o sentimento de rejeição tomou conta de si. Essa não era a primeira vez que seu pai fazia isso : arrumar desculpas para não estar ao seu lado. Já tinha perdido as contas de quantas datas comemorativas, apresentações, reuniões e férias escolares ele nunca se dera o trabalho de aparecer, de estar ao seu lado. 


Ela sempre teve que recorrer aos melhores amigos e a sua avó Marie porque seu pai nunca esteve presente em sua vida e o mesmo não fazia questão de estar perdendo o crescimento de sua única filha.


Respirou fundo, inalando grande quantidade de ar. Tinha que ser forte, pelo menos no presente momento. Não podia ser fraca agora e ter uma crise de choro pois estava na escola e tinha uma imagem exemplar para se representar. Mas ela não podia negar que a vontade que sentia de ir para o banheiro pegar seu fiel estilete e cortar-se… 


— Tudo bem. — com a voz falha, os olhos azuis prederam-se no céu igualmente da cor dos seus olhos enquanto continuava a respirar profundamente tentando manter a calma.


Não ouve uma despedida ou um  eu te amo que desejava ouvir desde que entende por gente, Inoichi havia encerrado a ligação.


— Vocês sabem por que toda a vez que o pai da Ino liga ou tocamos no assunto ela simplesmente fica triste? — Gaara perguntou  encostando as costas no armário ficando entre Suigetsu e Sakura.

— Ino tem alguns problemas familiares… — lamentou o Hozuki enquanto abria a porta de seu armário e tirando de lá os livros de geogrfia e matemática para então fechar a porta.

— A mãe dela morreu quando deu a luz à ela desde então, o pai dela usa a desculpa do trabalho para não estar perto. Quando a conheci no jardim de infância, Ino vivia sempre sozinha pelos cantos, parecia que faltava algum sentimento na vida dela. — explicou Naruto, pois ele conhece bem esse sentimento melhor do que ninguém e por isso trata a Yamanaka como sua irmã - dentro dele, ele a considerava como igual.

— Houve um episódio há uns três anos atrás do qual Ino estava usando heroína e o pai dela veio na escola e disse vários absurdos para ela… — contou Suigetsu com os olhos fixados na garota que era o centro da conversa deles, realmente tinha muita pena da colega.
 
— Nessa época Ino fazia de tudo para chamar a atenção do pai dela… — falou Naruto com a voz melancólica recordando com pesar a crise da amiga de infância.— Então ela entrou numa depressão profunda chegando a ser internada por conta disso. 

Gaara engoliu a seco, era muitas informações para ele processar.

— Eu que tenho família só posso tentar imaginar o que  ela sente. — a irmã falou em compaixão lembrando o quanto a amiga é solitária e o ruivo direcionou os olhos para frente vendo a poucos passos de distância Ino arrumando a gravata de Lee e reclamando com o mesmo por ser desleixado.  Sakura continuou em lamento fazendo uma breve reflexão: — Nem todos são como nós Gaara que receberam quando nasceram amor dos pais… E de alguma forma esses filhos precisam preencher essa falta de amor por si próprios.

 O Uzumaki sentiu as palavras da amiga de cabelos cor de rosa lhe acertar em cheio, pois desde que nascera nunca recebeu o amor merecido de seu pai e por isso buscava de algum modo preencher sua existência no futebol… 

'' Acho que os sentimentos da Ino podem ser mais profundos e complicados.'' — pensou o Haruno mergulhado em seu próprios pensamentos.

— Eu nunca a vi sorrindo de verdade e fico pensando como seria bom se um dia ela e o pai dela se acertassem. — constatou Suigetsu em lamento.


Com um sorriso largo Ino surgiu com Lee ao seu lado e Gaara notou que por mais que ela atuasse muito bem em fingir que aquela conversa com sir Yamanaka não lhe afetara, ele sabia que havia afetado. 


— Tem alguma notícia do Sasuke? — perguntou a loira com a evidente preocupação estampada em sua face e sua voz soou num tom melancólico temendo que o melhor amigo tivesse feito alguma loucura. — Tia Miko ligou agora pouco, parece que ele não dormiu em casa.

— Quem sabe ele possa estar com o Itachi. — sugeriu Naruto num palpite.

Ino ligou para clínica onde o Uchiha mais velho estava internado, e perguntou sobre o paradeiro de Sasuke. A recepcionista informou que o moreno esteve mais cedo juntamente com Fugaku. 


A loira agradeceu a informação e suspirou.

Sakura espichou os olhos na direção da amiga, e não pode evitar o sentimento de curiosidade. Mesmo que Sasuke fosse um verdadeiro idiota, ela não podia negar que ele mexia com seus sentimentos. 

— E aí? — perguntaram Suigetsu e Naruto ao mesmo tempo. 

— Parece que ele está com tio Fugaku. — respondeu a loira aliviada.

— Porque vocês tem essa preocupação toda? Ele não pode ficar por um segundo sequer sozinho? — perguntou Gaara dando de ombros ajeitando a alça da mochila em seu ombro direito.

— Sasuke tem uma tendência suicida de se colocar em perigo. — respondeu Naruto franzindo as sobrancelhas ficando muito sério.


Tanto ele como Suigetsu e Ino, sabiam que Sasuke havia sofrido um acidente de carro e havia ficado dois anos em coma, mas o restante das pessoas não sabiam da verdade e para todos os efeitos, o herdeiro Uchiha havia feito um intercâmbio para Hong Kong. Era isso que Fugaku alegou para explicar a ausência do rapaz para diretor Uzumaki e para reforçar, a Yamanaka, o Hozuki e o Uzumaki compraram a mentira.

O cantar de pneus chamou a atenção da Haruno que olhou para a porta de vidro. No mesmo instante, seus olhos fincaram-se na moto que adentrava o estacionamento da escola.

— Ele é louco?— comentou Lee que também viu Sasuke montado na moto. —Até em dias chuvosos ele não larga essa Harley Davidson?

Naruto riu com aquele comentário do amigo e se afastou. Pegou um guarda-chuva que estava encostado na porta e abriu. O rapaz saiu na chuva indo na ireção do melhor amigo que estacionava o veículo. 

De longe, parada no mesmo lugar, Sakura observava o rapaz tirar o capacete revelando os cabelos negros sempre muito rebeldes que agora eram tocado por gotas de chuva deixando-o mais desejoso. Sasuke parecia não se importar com a chuva. 


Ele abriu um compartimento secreto no banco da moto e de lá tirou uma mochila. Mas do que depressa jogou por cima de um dos ombros, colocou o capacete em cima do banco e atendeu o celular.

— Alô? — disse o Uchiha bocejando.

Naruto bufava impaciente ao lado do amigo.

— Onde esteve Sasuke Aron Uchiha? Liguei para todo mundo e nada de você! E já que estamos tocando no assunto que tal me dizer onde você está para que eu possa estrangula-lo com minhas próprias mãos? — Mikoto gritava do outro lado da linha. Sasuke ouvia o sermão sem dizer nada, sabia que se a interrompesse, provavelmente a Uchiha iria na escola para repreende-lo. Ele apenas limitou rolar os olhos, ainda que sua expressão fria não demonstrasse nenhum tipo de sentimento. Ao seu lado, Naruto encarava o amigo com um semblante sério.

— Pensei que você tivesse sido sequestrado novamente... — falou ríspida, ainda que em sua voz carregasse certa preocupação. — Ou pior, assassinado!

— Mama (mamãe) quer me ouvir? — ele cortou-a elevando o tom de voz. — Tive um imprevisto.

— Que tipo de desculpa é imprevisto?

— Do tipo que uma pessoa tem que terminar os relatórios até o final da semana. — retrucou irritado. Seu cabelo estava ensopado, mas não parecia se importar. — Depois fiquei com Bruder (irmão).

— Onde você está agora schatz? — a voz do outro lado da linha soava preocupação e o moreno caminhou com o Uzumaki até entrarem na escola.

— Estou no colégio. — respondeu simplesmente ouvindo novamente os sermões da mãe sem se importar com os olhares curiosos sobre ele.

— Bom dia Sasuke! — ele foi cumprimentado por uma garota quando estava subindo os degraus.

— Hm. — foi a resposta do Uchiha que nem sequer olhou para ela. Entrando no colégio, sacudiu a cabeça fazendo com que algumas gotas de chuva se dispersassem para os lados, causando alguns suspiros femininos por admirarem.

— Escuta mama (mamãe) faça como achar melhor tá? Preciso desligar.

— Por que ele parece não se importar com nada? — murmurou a rosada irritada para si mesma ao vê-lo ignorando o cumprimento da garota.

Sasuke continuou caminhando reto acompanhado de Naruto que lhe enchia de perguntas. Ao menos se quer olhou para a Haruno ignorando tudo e a todos.

 

[…]


Uma vez dentro da sala de aula, a rosada via-se aliviada que a mesa ao seu lado continuava vazia. A aula começou por alguns minutos e a sala zumbia com a conversa. 


Ela mantive os olhos longe do relógio, batucando a toa na capa do fichário. A professora Anko uma mulher muito bonita e conservadora mandou a garota ler um trecho de Frankenstein o romance que estavam estudando atualmente na aula de Inglês. Assim que terminou a leitura, Sakura fez sua brilhante interpretação sobre o trecho lido. Aquilo não era esforço algum para ela, pois a obra em questão, era um de seus livros favoritos. Por fim, a professora distribuiu uma lista de leitura onde a Haruno fixou os olhos. Era bem básica: Brontë, Byron, Wilde, Shelley e Poe. Já tinha lido boa parte das obras de todos. Isso era reconfortante e ao mesmo tempo chato.


A garota sente um formigamento irritante nas mãos ao de deparar com os olhos verdes amendoados de Sasori olhando-a de modo misterioso. Notou o quanto seus olhos eram lindos. E uma coisa era certa: desde o primeiro dia de aula, aquele garoto ruivo tem a mania de olhar para ela fixamente. Definitivamente aquilo constrangia a Haruno. Então, a garota desviou o olhar e fixou suas orbes esmeraldinas na professora.


''Já faz três semanas…''- Sakura bufou. -'' Burra.'' - era isso que pensava sobre si mesma. 


Desde quando se interessava por garotos prepotentes, frios e egocêntricos? Aquilo é uma grande estupidez, ela sabia disso. Mas era inevitável não pensar nele. Sasuke sequer a olhou durante semana toda. A quem ela queria enganar? Aquilo não passou de um beijinho. Um modo que ele arranjou para calar sua boca.

Chacoalhou a cabeça de maneira furiosa sem importar com os olhares que caíam sobre ela pelo gesto inusitado. Só queria tirar a imagem daquele moreno da sua mente, mas parecia impossível. 


Suspirou. 


Iria acabar enlouquecendo se continuasse a pensar naquilo. Tinha que parar! Sasuke é um problema, ele mesmo deixava isso nítido a qualquer pessoa. E ela também não tinha nenhum interesse nele, pelo menos era nisso que queria acreditar.


Depois de uma batalha que travava com sua mente para esquecer o bendito cujo, ele, o indivíduo que mais desejava ver se fez presente. Ouviu muito claramente quando a cadeira próxima a sua se moveu, mas suas esmeraldas se mantiveram cautelosamente no que Uchiha estava fazendo.


Ele olhou por cima a caligrafia da Haruno, e atestou o quão muito bonita era. Redonda, legível e caprichada.

— Hm… Letra bonita. —  disse descontraído. 

Sakura olhou pra cima abismada porque Sasuke estava falando com ela. 


Ele estava sentando tão perto que ela poderia sentir o aroma delicioso do perfume Samourai emanado por ele. Sua cadeira estava completamente virada para ela, com seus olhos atentos a cada gesto da garota.

 
Sakura viu que os cabelos negros estava pingando de tão molhado, desgrenhado, mesmo assim, parecia que ele havia acabado de gravar um comercial de gel para cabelo. Seu rosto estonteante estava mais amigável. Um leve sorriso nos seus lábios deliciosos. Mas seus olhos eram cautelosos.

Ela olhou para os seus livros assim que estava livre do olhar dele, tentando lhe encontrar.


Tímida, ela colocou o seu cabelo sobre o ombro direito para esconder o rosto corado. Não conseguia acreditar na onda de emoções que pulsava em seu corpo só porque ele havia olhado para ela pela primeira vez em três semanas. 


Sakura não podia permitir que Sasuke tivesse esse nível de influência sobre ela. Era patético. Pior que patético, não era nada saudável.Ele já tinha deixado bem claro quando ela se meteu na confusão entre ele e Miranda. 


Fez o que pode para não se dar conta da presença dele pela hora restante.


— Haruno. — chamou a professora fazendo a garota estremecer.  — Por favor, leia este trecho do poema Uma taça feita de um crânio humano.


— Não recues! De mim não foi-se o espirito. Em mira verás; pobre caveira fria. Único craneo, que ao envez dos vivos, só derrama alegria.
Vivi! amei! bebi qual tu. 


Na morte arrancaram da terra os ossos meus.


Anko ficou satisfeita no mesmo instante. Seus lábios finos se abrem em um sorriso deixando todos os dentes alinhados a mostra. Em seguida, pediu para Ino continuar a leitura do poema.


Nem tudo era flores para Gaara. A batalha para manter os olhos abertos era árdua; ainda mais quando o tema tratado pela professora era algo sobre o romantismo na segunda geração. O ruivo nem se lembrava mais. 


Ao seu ver, o assunto era de uma chatice extrema. No momento em que sua irmã, a irritante sabe tudo parou de ler para dar a vez para Ino, passou a prestar a atenção na aula. 


O poema do Lorde não sei lá das quantas era tão depressivo que, se continuasse a interpretar o sentido do poema, quem iria enlouquecer era ele. 


Mas não podia negar, o poema era realmente bonito. Talvez fosse a serenidade na voz de Ino que o tornasse mais profundo, ou talvez fosse as duas coisas. Não sabia distinguir. 


Sua mente vagava pelo sono, cansaço, pelas preocupações e… Ino?


'' Então ela entrou numa depressão profunda  chegando a ser internada por conta disso. '' - ele recordou das palavras de Naruto que soaram a mais pura dor. Novamente sentiu uma pontada em seu estômago e aquela sensação estranha de tomar as dores da amiga alguns metros de distância para si.


Suspirou.


O medo de ir embora e deixar tudo que havia conquistado nesses últimas semanas o atormentava. Apesar das dificuldades gostava da sua vida antiga, mas de alguma forma se sentiu acolhido em York. Conquistou bons amigos e até mesmo, estava lutando para conseguir uma bolsa para estudar em uma das melhores universidades da Inglaterra. Arrependia-se de não contar aos seus amigos mas sabia muito bem o porquê não fez: orgulho. Sim, ele era muito orgulhoso desde criança. Sempre resolveu todo e qualquer tipo de problema sozinho, mesmo com sua família por perto.


É muito bom ter orgulho; conquistar as coisas por mérito próprio, mas em situações como aquela sabia que o orgulho o tornaria um tolo mas também, mas nunca faria papel de idiota.


Olhou para Ino que prestava totalmente a atenção na aula. Então apoiou os cotovelos na mesa e escondeu a cabeça no vão entre eles. Queria dormir mas não podia. Cerrou os olhos com força. 

Ino. Jogo.Família. Ino. Jogo. Família. Ino. Jogo. Família. Ino.


Eram tantas preocupações, medos e receios. Se pedisse ajuda estaria assumindo que ele era um fraco. E também, todos seus amigos são ricos. Nunca aceitaria dinheiro deles e nem de ninguém. Pensou em arranjar um emprego, mas seus pais descartaram essa opção.

— Perguntas? — questionou a professora de inglês fazendo Gaara imergir de seus pensamentos para prestar atenção nela.


Olhou para seu notbook em sua mesa com o Word aberto e a página completamente em branco. Olhou para o quadro e este estava cheio. Suspirou, dando graças por aquela matéria ser feita no computador e não no caderno. 


O Haruno começou a digitar o conteúdo do quadro no computador o mais rápido possível.


Algumas pessoas levantavam a mão tirando suas dúvidas com a professora. Outros alunos debatiam a matéria entre seus parceiros de aula. Ainda bem que seu parceiro era seu colega de time.


Suigetsu percebeu que o ruivo estava aéreo, puxou assunto :


— Bro, que tá pegando?


Gaara parecia estar em outro lugar. Seus olhos não paravam de observar a Yamanaka, e mesmo que tentasse evitar, aquela vontade de vê-la e toca-la era muito maior. Ele só voltou a si quando Suigetsu lhe deu uma cotovelada.

— Quê?

— Você estava viajando legal na Yamanaka. — disse Hozuki rolando os olhos e rindo da expressão envergonhada do amigo. Ele não entendia do porque a loira ser eleita a garota mais bonita da escola. Ela é bonita sim, mas haviam outras garotas melhores do que ela como por exemplo Karin.

 
Karin? Desde quando reparava naquela Jabba¹ egocêntrica? Afastou rapidamente aqueles pensamentos ridículos antes que fosse consumido por eles.

— Pois é… Fiquei sabendo também que você levou um chute nas suas bolas. — comentou o Haruno num tom de deboche.


— Isso porque no meu horóscopo dizia que hoje seria meu dia de sorte. — respondeu o loiro em seu modo crianção e divertido de ser, conseguindo arrancar algumas gargalhadas do amigo. 


Sem saber Suigetsu tinha animado Gaara. 


O sinal tocou.


— Lembrem-se, estudem a folha. Levem-na para cama com vocês, almocem com ela e a levem ao banheiro se forem fazer suas necessidades. É a única maneira como passarão em minha matéria. — declarou Anko mais alto do que o barulho dos alunos saindo pela porta.


A professora deu os últimos avisos em relação a prova e orientou que todos estudassem. 


O sinal que denunciava o início do intervalo soou e a rosada suspirou derrotada. 


Todos saíram apressadamente inclusive seu irmão e Ino. Bufou cansada. Desconfiou que a amiga estava estranha não pensou em duas vezes em sair daquela sala a procura da loira.


A Haruno se virou de costas para o Uchiha, juntou seus materiais, esperando que ele fosse embora imediatamente como sempre.

[…]

 


A Pizzaria Rossetti era um estabelecimento pequeno cujo proprietário  Pietro Rossetti, fazia parte da segunda geração de imigrantes italianos. Ele era o que todos costumavam chamar barrigudo, e Akatsuki recompensava por isso. O mesmo cuidava dos próprios negócios e nunca prestava atenção nos assuntos que não lhe diziam respeito. Em troca de seu silêncio, os mafiosos italianos garantiam sua prosperidade.


Rossetti não gostava de confiar na máfia. Na verdade, várias vezes ele chegara a comentar com Nagato que detestava aquela organização, porém, se não fossem eles seriam outras pessoas.


Nunca havia problemas naquele estabelecimento, afinal, todos sabiam que o lugar era protegido pela Akatsuki, por isso, Antonelli ficou chocado em receber uma ligação para comparecer ao local.


No momento que piso no restaurante e ouviu as vozes altas e impacientes, sua mão repousou sobre a arma escondida no casaco.


Ele ficou imóvel, observando os homens que estavam no balcão, ambos loiros. Nagato os avaliou enquanto brigavam; ambos falavam de um jeito enrolado. Ele não tinha certeza do porquê fora chamado para resolver uma situação tão corriqueira, mas quando o alvo dos dois passou a ser pobre pizzaiolo. Antonelli deu um passo à frente. De fato, ele se afastara pouco da porta quando está se abriu novamente e ele ouviu alguém dizer uma única palavra.


— Zatknis! 


Cala a boca. Aquela era a única expressão que conhecia em russo. Ele a ouvira muitas vezes dos lábios do homem que agora estava parado apenas alguns centímetros dele.


Nagato o encarou. 


Era alto e forte como um jogador de futebol americano. Os cabelos loiros estavam escondidos por um boné preto. Ele conhecia muito bem o sujeito: era um psicopata assassino, primo de Avak e Hiden. Seu nome era Zetsu.


— Matveev Zetsu.  — falou o italiano. — É uma persona non grata (não bem-vinda) neste lugar.


O mafioso russo o encarou sem expressão por um momento antes de sair da pizzaria. Porém, antes mesmo que que a porta se fechasse, ele voltou.


— Não vejo seu nome na placa.


— Não preciso ser o dono do lugar. — sottocapo (subchefe) retrucou trincando os dentes. — Você não tem negócios nessa parte da cidade. — apesar do ruivo estar fulo da vida, Zetsu teve a audácia de sorrir.


— Por que está sempre tão sério Antonelli? Só viemos conferir se a pizza era boa mesmo. Sabia que é a pizzaria mais famosa de York?


— Vaffanculo (vai tomar no cú)! Procure outro lugar. — xingou o italiano perdendo a paciência pois, o loiro estava lhe tirando do sério. Definitivamente, Nagato não queria entrar em conflito com os russo pelo menos por enquanto; até que Alexia não desse o primeiro passo. E sabia o por que o mafioso estar ali, era apenas para dar o recado : ''estamos de olho em vocês''.


 — Calma. — Matveev disse com um sorriso cínico entre os lábios e com ar debochado deu algumas palmadinhas nas costas do italiano como se fossem grandes amigos de longa data. Quando na verdade, eram rivais e inimigos mortais. — Eu só quero almoçar aqui.


Os dois estavam num impasse; a mão de Nagato ainda posicionada sobre o revólver em seu casaco e Zetsu não parecia afetado, apenas impaciente ao olhar o cardápio afixado na parede.


A porta se abriu e o sino anunciou a entrada de Yahiko no restaurante. Ele sequer olhou para o russo quando passou por ele.


— Demarco. — falou rindo ao pronunciar o sobrenome do mafioso.


— Vaza! — Yahiko ordenou prestes a sacar seu revólver que estava no bolso da sua jaqueta.

 
— Por quê? — o loiro perguntou em um tom cínico, fingindo de desentendido.


— Porque se não sair, serei forçado meter uma bala bem no meio da sua testa. E estou usando minha jaqueta favorita, portanto, arruinaria o meu dia se ela ficasse manchada com seu sangue imundo.


Zetsu não disse uma só palavra enquanto Demarco caminhava de modo causal até o balcão. Os dois sujeitos que estavam sentados se afastaram quando o italiano levou a mão no bolso. Todos estavam tensos e silêncio sufocante inundava o ambiente. Porém, em vez de retirar sua arma, ele pegou sua carteira.


— Quero uma pizza margherita com bastante manjericão. 

Nagato suspirou baixinho. Seu primo definidamente era uma pessoa muito fria. Em momentos como esse, ele nunca perde a cabeça e sempre age nos momentos certos. 


O pizzaiolo o chamou e ao mexer na caixa registradora ela emitiu um som forte que, interrompeu o silêncio do local.


— São vinte euros. — Ferrandini entregou-lhe uma nota de cinquenta e comentou : — Fique com o troco.


Matveev respirou fundo e gesticulou para que seus homens deixassem aquele local. Em seguida voltou-se para o Antonelli.


— Nos vemos por aí. 


O ruivo acenou com a cabeça.


— Não tenho dúvidas.


Os russo saíram falando mais uma vez em voz alta ao deixarem o restaurante. Nagato olhou para o primo com olhar alarmado, e Yahiko por sua vez também o encarou de um jeito peculiar, apoiando no balcão à espera de sua pizza.


— Eles estão tentando nos provocar. — explodiu o sottocapo (subchefe) fechando a mão em punho.


— Eu sei. — concordou o consigliere (conselheiro) batucando os dedos na madeira. — Todo cuidado é pouco. Temos que estar atentos. 


Nagato assentiu com a cabeça e perguntou:


— Você também recebeu uma ligação para vir pra cá?


— Não. Só queria comer uma pizza mesmo. — ele respondeu simplesmente dando de ombros, fazendo micharia do que seu primo havia perguntado.


Antonelli riu.


— Sabe que temos uma reunião e O príncipe espera por nós, certo?


— Sei. — respondeu Yahiko olhando para o relógio na parede. — Mas estou morrendo de fome. Será bem pior se eu chegar com a barriga vazia. Ele sabe o quão insuportável ela fica.


Notas Finais


✿ M Ú S I C A :

Blowin In The Wind - Bob Dylan ( Uchiha Fugaku).

https://www.youtube.com/watch?v=G58XWF6B3AA


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