História Padre - Pecador

Semanalmente além de algumas missas que ocorriam, a grande matriz abria para que os devotos e praticantes pudessem ir se confessar. O padre Min, tão pacientemente como deveria ser, ouvia cada um que chegava, dando suas devidas penitencias e rezando por seus pecados, um a um até que chegasse nele. Padre Min sempre marcava a hora que aquele rapaz chegava era o mesmo horário de sempre: uma e quarenta e cinco da tarde. Essa era a hora exata dele. Enquanto caminhava calmamente, se dispunha a ajoelhar em frente ao altar e caminhar em direção ao confessionário tão logo dizendo um ”Boa tarde, padre” calorosamente e alegremente, apesar das coisas que seguiriam a serem ditas.

Os mesmos pecados.

— Padre, eu pequei padre, e por meio das suas orações peço para que limpe minha alma pecadora. - dizia calmamente enquanto abaixava sua cabeça.

— Diga-me filho, quais são seus pecados e eu os livrarei. - murmurou já sabendo as palavras que viriam a seguir.

Um fato que por vezes incomodava Min era a de, o jovem à sua frente, nomeado Hoseok - nome descoberto por curtos diálogos que tiveram e acabou sendo dito - não era tão mais novo que si, no máximo um ano ou alguns meses, Min não se recordava direito. Ai a pergunta é dita, quantos anos o Padre Min tinha então? 24 anos.

Outro fato para que tenha se tornado um padre tão novo assim em suma de outros padres fora a de que, desde muito novo sua mãe prometera de que ele seria um padre se uma grande realização em suas vidas. Desejos cumpridos, promessas a serem feitas. E lá estava Min Yoongi, o padre Min. Em sua tão majestosa idade beirando e gritando juventude por onde quer que passe.

E isso de forma alguma o incomodava. No começo até que sim, mas depois com o tempo o rapaz percebeu que tinha vocação.

De volta à igreja, dentro do pequeno confessionário Min escutava as mesmas palavras de Hoseok.

— Padre, mais uma vez tive tais pensamentos e desejos por aquela pessoa. - murmurou simplista - E dessa vez, foram mais pesados que os últimos.

 — Filho, por que vem sempre a confessar sendo que novamente terá os mesmo pensamentos que antes? - rebateu de primeira, querendo saber as intenções do rapaz que sempre lhe contava a mesma confissão de sempre. Achava que na verdade, tudo aquilo era uma provocação do moreno à sua frente.

 — As pessoas são assim, não? Sempre vêm e se confessam, arrependidas de seus atos e palavras, envergonhadas de si mesmas, pedindo pelo perdão de Deus nosso pai e senhor. Para então, depois de purificadas e da porta pra fora, tornar a fazê-lo tudo de novo. Nós somos assim, padre.

A forma com a qual foi dita fez - mesmo que minimamente - Min engasgar com o próprio ar, observando o rapaz através da grade com minúsculas aberturas do confessionário. Mesmo que Hoseok mal pudesse enxergar direito o rosto de Min, o rapaz encarava tão seriamente que fez o padre pensar se, aquilo era realmente a ideia que ele tinha sobre o mundo em questão.

Resolvendo dar continuidade a confissão já meio esquecida, Min se recompôs e prosseguiu ignorando as palavras de Hoseok com um leve aceno de cabeça.

— E o que o senhor pensou dessa vez? – remexeu no terço um pouco o terço que segurava, acanhado pelas palavras que ele sabia bem que seriam ditas, mais uma vez.

— Ah - riu meio envergonhado - Na verdade eu não só pensei como fiz também. - deu de ombros, fazendo o mais velho encara-lo com interesse pela mínima mudança da confissão do dia.

— E seria? - incentivou-o a continuar.

— Eu sai com um cara, mas esse cara eu imaginei que era a pessoa pelo qual eu sinto atração. E pedi para chama-lo pelo nome da minha atração - os olhos que até então estavam presos no assoalho da igreja tornou a olhar para o padre como se lesse a pergunta silenciosa do mesmo.   — Sim, ele concordou com isso. Uma foda é assim - riu do pigarreio envergonhado de Min.  —  A questão de tudo é que, eu transei com um cara, mas imaginando outro. Ele ali, me fodendo duro, firme, forte, gostoso.