História Pai de Primeira Viagem - 03

— COMO É? GRÁVIDA? – minha mãe bateu fortemente com as mãos em cima da mesa de jantar e eu me encolhi na cadeira.

— Young Sun, por favor, não grite dessa forma. As crianças já estão bastante assustadas com essa situação. – a sra. Jeon pediu educadamente enquanto apontava para mim que era abraçada por JungKook.

— Crianças? – olhou para o teto e riu jogando seu guardanapo, que estava em seu colo, em cima da mesa. — Soo In, preciso conversar com você a sós. – levantou-se junto com o meu pai e seguiu para a porta. Olhei assustada para Kookie que apenas assentiu com a cabeça como se dissesse para que eu fosse. Fui até a porta e calcei meu tênis logo indo para o lado de fora, onde meus pais estavam.

— Pai, mãe, eu… – abaixei a cabeça e fui interrompida bruscamente pelo meu pai.

— Você vai abortar essa criança. – olhei assustada para ele, que estava bastante decidido de sua de decisão severa. Minha mãe não estava diferente.

— O que?

— Eu não quero que filha minha destrua sua vida por causa de um menino irresponsável e, muito menos, que tenha um filho desse garoto. – ele foi ríspido com suas palavras e aquilo me fez estremecer.

— Nós nunca aceitamos você com ele Soo In, nunca gostamos que você viesse dormir aqui. Agora, eu sei que esse menino é um sem vergonha que tirou a pureza da minha doce menina e eu não quero que você perca seu grande futuro por causa dele. – naquela hora eu só pude rir sem humor.

— Omma, appa, vocês estão se escutando? Eu sei que nós erramos e fomos irresponsáveis, a culpa também é minha, JungKook não fez nada contra a minha vontade. Mas vocês estão pegando pesado. Mandar eu abortar e xingar o meu namorado é passar dos limites.

— Choi Soo In, isso é uma ordem! Não ouse nos desobedecer! – meu pai levantou seu dedo indicador. — Você vai abortar essa criança e nunca mais verá esse menino novamente. Nem ele e muito menos a sua família que apoiou tal coisa e defendeu vocês desse descuido.

— Não. Eu não vou fazer isso. – dei um passo para trás. — Eu não vou tirar uma vida de dentro de mim, JungKook não concordaria com isso.

— Dane-se a opinião desse menino, Soo In! Nossa opinião é o que conta e já está decidido! – minha mãe cruzou os braços. — Quando estivermos indo para casa, iremos ao hospital e veremos o que podemos fazer. Amanhã é só ligar para o JungKook, dizer que perdeu o bebê e terminar com ele.

— Eu não vou para casa. – os dois me olharam incrédulos.

— Como é? – meu pai arqueou uma sobrancelha e colocou as mãos em sua cintura.

— Eu não vou para casa. Os Jeon deixaram eu ficar aqui essa semana, eles querem isso. Ao contrário de vocês, eles me deram o maior suporte e o sr. Jeon foi bastante legal comigo. Eu vou ficar aqui e, se tiver que ir para casa por algum motivo, irei com JungKook e Namjoon oppa. – fui até a porta de casa, recebendo os olhares curiosos dos dois. — Eu espero realmente que um dia vocês se deem conta do que estão fazendo e percebam que isso é um absurdo. Espero que aceitem JungKook, pois ele é maravilhoso para mim e me faz muito bem, e aceitem também o neto de vocês que nunca os fez mal algum. Mas, enquanto isso não acontece, podem ir para casa. Eu digo que vocês tiveram uma ligação de última hora do trabalho. Eu amo vocês. – sorri de canto e entrei dentro de casa, não demorando a fechar a porta.

Eu havia acabado de desobedecer uma ordem dos meus pais e eu nunca na minha vida havia feito isso. Mas, eles terem dito aquelas barbaridades foi a gota d’água pra mim. Eu só queria que eles apoiassem o meu namoro com Jeungguk e eles nunca se esforçaram para ver como ele era bom para mim; dizer para eu abortar meu filho e falar mal das pessoas que tanto me fizeram bem, me deixou muito abalada e eu não podia deixar barato. Eles nunca deixaram transparecer para os outros — nem para os próprios Jeon — que eles não gostavam deles; claro que já deixaram claro para Jeongguk que nunca se incomodou. Mas, era só chegarmos em casa, que eles explodiam e eu não podia deixar isso acontecer novamente. Não num momento tão delicado como esse em que JungKook eu mais precisávamos de apoio.

— Cadê seus pais, Soo In? – a sra. Jeon perguntou assim que eu me sentei na cadeira.

— Eles receberam uma ligação de emergência e tiveram que ir embora. Pediram desculpas e disseram que, quando tiverem tempo, virão. – sorri forçado segurando fortemente a destra de Kookie debaixo da mesa. — Hã… Sra. Jeon, a senhora deixou eu ficar aqui por uma semana, mas será que eu poderia ficar aqui por mais algum tempo?

— Claro! Mas… O que houve?

— Seus pais brigaram com você? – o sr. Jeon perguntou seriamente.

— Não, não. – ri. — Eles precisam se acostumar um pouco com a ideia ainda e eu achei melhor que eles precisavam de um pouco de ar. É tudo muito novo para eles, mas se não me quiserem aqui tudo bem. Eu posso ficar um tempinho na casa de uma amiga minha e…

— Não, não. Não queremos você incomodando seus amigos. – a sra. Jeon me interrompeu enquanto se levantava da cadeira. — Pra que você quer ficar na casa de uma amiga se você tem seus sogros a dando o maior apoio? Estamos aqui para o que precisar, deixe de bobeira. – sorri olhando para baixo. Deus havia me dado os melhores sogros do mundo, sem dúvida alguma. — Bom, eu vou guardar a comida já que não temos mais visitas e, pelo jeito, Namjoon não aparecerá mais aqui. – riu. — Vocês vão comer mais?

— Eu vou dormir. Amanhã é segunda e eu preciso acordar cedo. – o sr. Jeon falou ao se levantar. — Não demorem a dormir, crianças. – bagunçou o cabelo de JungKook e foi para o quarto.

Assim que a sra. Jeon foi para a cozinha e o sr. Jeon foi para seu quarto, Kookie rapidamente se virou para mim, com os olhos arregalados.

— O que seus pais disseram? Nem venha mentir para mim porque eu te conheço Soo In-ah. – soltei minha mão da dele e coloquei um pouco do meu cabelo atrás da minha orelha.

— Nada demais, oppa. Eles não concordaram com isso e, como sempre, tive que escutar eles falando mal de você. Eu não pude mais ficar quieta, preciso que eles entendam que você não é um erro. Você e seus pais estão me ajudando e espero que eles entendam isso. Por enquanto eu quero ficar aqui, com vocês que me fazem bem.

— Eles só falaram mal de mim? – arqueou uma de suas sobrancelhas. Assenti com a cabeça me levantando da cadeira.

— Sim, só. Por favor, vamos dormir. Amanhã temos que acordar cedo e eu quero acordar um pouco antes do horário e fazer um café da manhã para seus pais, como agradecimento por eles terem sido tão legais comigo. – levantei seu braço esquerdo para que ele se levantasse.

— Eu já vou, vou só escovar os dentes antes… – assenti lhe dando um selinho e fui para o quarto, o deixando sozinho na sala.