História Pai de Primeira Viagem - 04

JEONGGUK

— Você tem certeza que os seus sogros só falaram mal de você? – Jimin perguntou olhando para mim.

— Na verdade não. Estou desconfiado de que eles tenham dito algo mais, mas sei que a Soo In não falará nada… – baguncei meus cabelos.

— Hum… Isso é complicado. – Tae mordeu seu lábio inferior e olhou para o chão. — Ei! Por que você não pergunta para a Dawoon? Com certeza a Soo In contou pra ela e, como Dawoon nos ama, ela vai contar pra gente. – o moreno deu um tapa forte em meu braço esquerdo e eu passei a mão sobre o local.

— Não, ela não vai contar pra mim. A Dawoon é muito amiga da Soo In, ela não vai trair ela me contando. Sem contar que, desde que comecei a namorar Soo In, Dawoon não gosta de mim.

— Por que? – Jimin riu.

— Acho que é porque ela gostava de mim. Não sei. – dei de ombros e os dois reviraram os olhos.

— Bom, eu não vou perguntar também. A gente ficou uma vez e, até hoje, ela fica no meu pé… – o loiro ao meu lado apertou fortemente os olhos e estremeceu. — Aish! Como ela beija mal.

Rimos juntos por um tempo, até que, aos poucos, nossas risadas foram se cessando para que Jimin e eu encarássemos TaeHyung que, assim que se deu conta, parou de rir também.

— Que foi? – nos encarou assustado. — Aigoo! Nem venham! – negou com a cabeça e segurou fortemente nas alças de sua mochila que pendiam em seus ombros.

Jimin e eu nos entreolhamos e seguramos o riso logo empurrando o moreno para cima de um armário aberto e nos escondemos atrás de uma lixeira que havia ali perto. Assim que Dawoon fechou a porta e viu Tae, ele sorriu amarelo e apoiou sua destra contra o armário que estava ao seu lado.

Não demorou muito para que a menor fosse embora e Tae seguisse seu caminho, dando a deixa para que saíssemos de nosso esconderijo.

— E aí? O que ela disse? – Jimin correu em sua direção e o puxou pelo pescoço.

— Que não ia contar pra mim. – o moreno respondeu emburrado retirando o braço do loiro do seu pescoço. — Eu tentei insistir mas ela disse para eu desistir que ela não contaria. Pra vocês terem noção eu até convidei ela pra jantar mas ela não aceitou e disse que estava, no momento, interessada pelo Yoongi. – fingiu ter ânsia de vômito ao pronunciar o nome do hyung.

— Ciúmes de Lee Dawoon, Kim TaeHyung? – Jimin riu e eu olhei para baixo segurando o riso logo voltando a olhar para os dois.

— Aish! Claro que não, seu idiota! – Tae empurrou o menor para o lado que ainda ria. — Mas é que, qual é! Eu sou mais bonito que aquele branco azedo e ela diz que prefere ele na minha cara? Por favor, né! – o garoto exclamou indignado cruzando os braços.

— Quem é branco azedo? Por acaso estão falando do meu velho amigo Min Yoongi? – Namjoon pulou nas costas de Tae, que congelou na hora.

— Hã… Não, não, hyung. É outro branco aze… Digo, estamos falando de outra pessoa. – o moreno pigarreou e logo sorriu amarelo, olhando fixamente para o loiro que se metia no meio dele e de Jimin. O mais velho de nós riu e os puxou fortemente para mais perto de si.

— Eu escutei você comentando sobre a Dawoon preferir outra pessoa do que você e, pelo que eu sei, no momento, a pequena Lee está saindo com o meu amigo Yoongi. – ele encarou fixamente Tae com os olhos arregalados. — Obviamente você estava sim falando do Min. Puxa, se ele souber disso… – largou os dois e cruzou os braços negando com a cabeça.

— Bom, você não vai comentar com ele que eu chamei ele de branco azedo, certo hyung? Sabe, quem sabe podemos jogar basquete nessa sexta ou na próxima aula de educação física dessa semana que será livre, o que acha? – TaeHyung parou logo em sua frente e colocou sua mão esquerda sobre o ombro do loiro.

— Sua educação física livre é na quinta no último tempo, certo? Podemos jogar uma partida de basquete junto com os meus amigos e, no final, irmos comer algo. Tudo certo para você?

— Claro que sim! Se quiser eu até pago. – Tae abriu um enorme sorriso e eu me contive para não rir junto com Jimin.

— Aigoo! É ótimo negociar com você, pequeno TaeHyung. – Namjoon apertou as bochechas do moreno que sorria e logo o empurrou de leve para que saísse de sua frente. — A gente se vê mais tarde Kookie. – o mais velho acenou para mim e, sem ver que eu acenava para ele de volta, sorrindo, ele sumiu pelo corredor correndo.

— Aish! – Tae exclamou irritado enquanto arrumava seu uniforme que havia ficado amarrotado.

— O que houve TaeTae? Quer que eu chame o Namjoon hyung de volta aqui? – Jimin implicou rindo.

— Deus me livre ver aquele cara de novo ainda hoje. Sinceramente JungKook, não sei como você consegue falar com ele…

— Com a boca ué, assim como falo com vocês. – dei de ombros.

— Você entendeu o que eu quis dizer. Qual é, Jeongguk, ele é bolsista! Pra começo de conversa nem era para ele estar nessa escola. Era para ele estar junto com seus amigos naquela escola podre vizinha. – Jimin logo parou de rir e olhou para o chão.

Eu odiava aquele preconceito estúpido que TaeHyung tinha contra os bolsistas. Só porque nossos pais podiam pagar nossa escola, não significa que eramos diferentes dos alunos que não podiam pagar mas estavam ali. Qual foi, eles eram gente como a gente. Sem contar que, por ser meu vizinho, Namjoon é meu amigo de anos e eu sempre gostei dele — mesmo ele sendo estranho.

— TaeHyung, já conversamos sobre esse seu preconceito ridículo contra o hyung. Não quero discutir de novo. – murmurei irritado.

— JungKook, meus pais me ensinaram que não devemos ser amigo de pessoas como Namjoon. Sem contar que você já viu a escola de onde ele veio e as pessoas que a frequentam? Sinceramente, não sei como ele é seu vizinho e não mora nessas vilas pobres espalhadas pela cidade ou até mesmo no interior de Seul…

— Kim TaeHyung! Eu gosto muito de você, você é meu melhor amigo, mas eu não admito que fale assim do meu amigo também!

— Caramba! E eu? Não sou seu melhor amigo não? – Jimin cruzou os braços indignado.

— Agora não Jimin. – fiz um sinal para que ele parasse com minha mão esquerda. — Namjoon é assim como todos nós e, ter mais ou menos dinheiro não muda o fato de ser quem você é. O dinheiro não significa nada e espero que um dia você entenda isso e pare com isso! Eu vou para a sala sozinho… – suspirei pesado e andei em passos apressados para a sala logo sentindo uma mão tocar em meu ombro direito.

— Ei cara, eu vou com você. – olhei para o lado e vi Jimin hyung sorrindo. — Eu não ligo pra esse lance de dinheiro e também não concordo quando o Tae se estressa por isso, só não fique irritado por tanto tempo. O Tae cresceu numa família muito ultrapassada, ele precisa de um tempo para sair da bolha dele. – sorri de canto e Jimin segurou em meu braço logo me puxando para a sala de aula.

— Kookie, aconteceu algo? – Soo In perguntou balançando nossas mãos que estavam entrelaçadas. — Você está estranho comigo desde que acordou. – fez uma cara emburrada junto de um bico. — Fale comigo… – cantarolou colocando meu braço envolta de seu pescoço.

— Não é nada. – desvencilhei-me dela e continuei a andar. Escutei a loira bufar e, não demorou muito, para que ela corresse e parasse em minha frente.

— Jeon JungKook, eu não gosto quando você mente para mim! Por favor, me diga o que houve! – a menor começou a dar pulinhos e eu cruzei os braços.

— Assim como você não gosta que eu minta pra você, eu também não gosto que você minta para mim. Eu estou muito chateado por você ter mentido pra mim quando disse que seus pais apenas me xingaram… – Soo In encarou o chão, mas logo voltou a olhar para mim.

— Você quer mesmo que eu diga a verdade? – assenti com a cabeça. — Mas primeiro quero que me prometa que não fará nada a respeito, não quero nem que fale nada para os seus pais.

— Sim, sim, eu prometo. – a menor levantou seu dedo mindinho para mim e, após revirar os olhos, fiz a promessa de dedinho.

— Meus pais te xingaram sim, e muito, mas eles também disseram que eu não ia ter um filho com você e queriam que eu abortasse. Eu briguei com eles e disse que não falaria com eles até que entendessem que eu te amo e que teria sim esse bebê, eles querendo ou não. Na verdade eu fiquei bastante chateada pelo fato dos meus próprios pais não terem me dado o apoio de que eu tanto precisava e não quis te deixar preocupado…

— Soo In-ah… – a puxei para mais perto de mim e a abracei fortemente. — Aish! Mais que merda! Eu preciso saber de tudo! Eu quero estar aqui para te apoiar sempre, por que ainda não entendeu isso? Eu te amo e nunca vou querer que você sofra sozinha. Se for para sofrer, sofremos juntos. Entendeu? – virei seu rosto para mim e a menor assentiu com a cabeça, um pouco confusa com minha reação.

— Jeongguk, eu te amo. – murmurou. Acariciei seu rosto e, como resposta, a beijei.

Eu farei de tudo para que ela entendesse que eu a amava muito e estaria ali sempre que ela precisasse. Eu era o porto seguro de Soo In.