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História Paixão Abusiva - Descobrindo


Escrita por: LisDiaz

Notas do Autor


Ficou um pouquinho grande! Foi mal! Espero que gostem

Capítulo 3 - Descobrindo


Eu não sou o tipo de menina que vai a encontros, na verdade detesto encontros. Acho muito chato, se o assunto morrer você faz o que? Alguns dizem que não há outro jeito de conhecer uma pessoa, mas eu discordo. Mas quando o delegado me chamou eu não pude dizer não, foi mais forte que eu. Tudo bem que provavelmente nem é um encontro, eu que estou me iludindo, ele deve só querer me falar como vai ser a reunião lá no clube.

(Não posso citar o nome do clube)

Eu estava na faculdade, roendo as unhas (figurativamente) de nervoso esperando o horário para sair. A professora passou um trabalho em dupla e eu fiz com a Maju, terminamos rápido e fui contar para ela do convite para almoçar.

-Você saindo num encontro com alguém? Eu falei que seu coração ia amolecer para o primeiro fardado que aparecesse -ela disse rindo

-Não é um encontro, ok? Ele só deve querer me contar sobre como vai ser a reunião -rebati tentando acreditar no que disse

-Uhum, então porque ele não fez isso na delegacia? -ela me encarou com ironia

-Olha, eu não sei! Vamos descobrir quando ele vier me pegar -falei e meu corpo se arrepiou quando eu lembrei da mensagem dele falando que me pagava

-Ele vem aqui? Está sério já -ela riu e eu revirei os olhos

-Ele disse que vinha aqui -suspirei

-Você está suspirando? Achei que isso era só com o Fontenelle! -ela tentou conter a gargalhada, mas sem sucesso

-Não estou suspirando coisa nenhuma -falei meio nervosa

-Sei, deixa o Paulo saber disso -ela riu. O Paulo é aquele cabo que eu falei que responde tudo o que eu posto

-Quem é Paulo perto do delegado? -disse rindo

-Já está trocando né? Porque você age como uma vagabunda? -ela riu

-Porque eu sou uma vagabunda, né bebê? -rebati rindo.

A professora voltou e já tinha dado 11 horas, ela disse que a gente tinha que entregar a atividade para ela e formar os grupos para fazer um seminário. Juntou eu, a Maju, a Mary e a Déia. Quando saímos da sala já eram 11:15. Faltavam 15 minutos para ver ele de novo. Ansiedade? Zero.

Ficamos na mesa vermelha da cantina. Conversando e eu fiquei brincando falando como poderia escolher entre o Fontenelle e o delegado. O Fontenelle é o homem perfeito, lindo, sexy, engraçado, nem consigo descrever tamanha perfeição, porém é casado. E eu tenho uma regra com homens casados, não faço nada, não dou em cima, fico na minha, admirando de longe, mas se me der uma moral, já era. Como diria o Jorge e Mateus: “E aí já era, é hora de se entregar”. 

Deu 11:30, coração disparou, fui saindo da faculdade. Foi quando eu vi um Jeep Compass Longitude, eu só pensei: Que carrão é esse? Quem saí de dentro? Ele mesmo, o delegado mais gato do mundo. Ele me dá um sorriso e eu vou até ele. Ele dá a volta e vai para frente da porta do carona. Ele encosta no carro e espera eu me aproximar. Ele cumprimenta minha mão e me dá um beijo na bochecha. Senti aqueles lábios quentes no meu rosto foi mais intenso do que eu estava esperando, percebi que minha perna fraquejou com aquele contato.

-Bom dia, Ana Flora -ele disse cordial

-Bom dia, delegado -falei encarando ele

-Podemos ir? -ele perguntou sorrindo

-Podemos sim -respondi um pouco animada.

Ele abriu a porta para mim e foi dar a volta para entrar do lado do motorista, mas eu antes de entrar no carro travei um pouco. Vi, de mãos dadas, o menino que eu ficava antes com a minha amiga, Giovana, e aquilo me machucou um pouco, eu sabia que eles estavam juntos, mas nunca tinha visto antes. Não consegui disfarçar a minha tristeza. Sacudi a cabeça e entrei no carro, a janela estava aberta e não evitei de olhar para eles. Quando a Giovana me viu, ela se soltou dele e correu até o carro onde eu estava. Quando ela chegou perto, tentei sorrir, mas tenho certeza que parecia falso.

-Amiga, eu estou com o seu dinheiro do ingresso -ela num movimento rápido passou a mochila para frente do corpo e do bolso da frente tirou uma nota de 50 reais e me entregou

-Obrigada Giovana -peguei o dinheiro e guardei no bolso da frente da minha mochila

-Eu vou para sua casa e a gente vai? -ela perguntou estendendo aquela conversa

-Sim, pode ser -apenas concordei, vi o menino se aproximar e senti meu corpo tremer

-Tudo bem, amiga, eu sou subindo porque vou pegar ônibus no eixo hoje -ela disse e ia se afastando

-Se quiser, te deixo lá -o delegado sugeriu

-Não precisa se incomodar -Giovana disse

-Não se preocupe, entre aí -o delegado falou

-É que eu não estou sozinha -ela falou tranquilamente

-Pode trazer seu amigo também -quando o delegado disse isso, eu arregalei os olhos e congelei

-Ah obrigada -ela disse sorrindo -Lucas! -ela gritou e ele veio -Vamos, o amigo da Flora vai levar a gente no eixo -ela disse e ele se aproximou. Estava torcendo para ele dizer que não precisava, mas claro que ele disse que sim

-Obrigada -ele disse entrando no carro.

O delegado deu partida no carro e o som do motor me acalmou um pouco. Amo o som que o carro faz quando liga, acho estimulante. Coloquei o cinto e fiquei fixamente olhando para frente, não disse uma palavra. Enquanto Lucas e Giovana conversavam animadamente lá trás. O delegado segurou minha mão que estava em cima da minha perna.

-Tudo bem? -ele perguntou bem baixinho. Eu apenas assenti, o delegado continuou segurando minha mão, eu normalmente tinha aversão a esse tipo de comportamento, mas eu estava tão mal com aquela situação que aquilo me deixou mais tranquila. Certo momento, a conversa entre o Lucas e a Giovana cessou e um silêncio se implantou por alguns minutos. O caminho que normalmente era curto, estava demorando um século.

-Vocês estão namorando? -Lucas perguntou até meio nervoso. Continuei calada, fingindo que não ouvi. Não queria dirigir uma palavra a ele.

-Ainda não -o delegado disse e eu encarei ele surpresa, acho que foi o único movimento que fiz depois que saímos da faculdade. Ele piscou para mim e eu dei um sorriso rápido.

Antes que o Lucas pudesse falar alguma coisa, chegamos na parada do eixo. O delegado se despediu e eu não disse nada, os dois desceram do carro e eu relaxei os ombros. Ele continuou dirigindo e não me disse onde íamos, mas eu reconheci o caminho e sei que estávamos indo pegar a L4. Quando ele estacionou o carro num restaurante que fica na beira do lago, eu respirei fundo, ele me encarou.

-Obrigada pelo o que disse -disse baixinho

-Não tem problema, eu vi como ficou quando o viu, queria apenar ajudar -ele sorriu acolhedor

-Como assim viu como eu fiquei? Eu fiquei como? -já estava meio nervosa

-Ficou com um carinha de quem teve o coração partido -ela passou a mão no meu rosto e eu me senti bem com aquele toque -Vamos, deve estar com fome -ele disse e saímos do carro.

Eu sempre quis ir naquele restaurante, mas nunca tive a oportunidade. Entramos e o recepcionista nos recebeu.

-Senhor Leão, mesa para dois? -ele perguntou todo amigável

-Sim, Emerson, mesa para dois -o delegado afirmou

-Me acompanhe, por favor -disse Emerson e foi andando em direção a parte de dentro do restaurante. Sentamos numa mesa que dá uma ótima visão para o Lago. Ele nos entregou o cardápio e saiu dizendo que logo um garçom voltaria para anotar nossos pedidos e que traria a entrada de sempre do senhor Leão. Ele deve vim muito aqui, trazer todo mundo aqui. Isso me deu uma ponta de ciúmes, mas eu sacudi a cabeça e afastei esse sentimento. Logo um garçom voltou com duas taças e uma garrafa de vinho que eu não reconheço, mas eu sei que o vinho era tinto.

-Obrigada Valter -o delegado agradeceu e o garçom nos serviu e depois deixou a garrafa. Ele ergueu a taça e esperou eu brindar com ele, foi o que fiz. Ele sorriu e deu um gole. Observei ele beber, até bebendo ele é sexy. Quando ele percebeu que eu o encarava, dei um gole também para disfarçar. Nossa, que vinho gostoso! -Gostou do vinho? -ele perguntou

-Hmm... bem gostoso -disse e dei mais um gole. Ele que ficou me encarando por um tempo, eu fiquei nervosa e acabei mordendo o lábio. Ele ficou tenso e não parava de olhar meus lábios. O silêncio que estava entre a gente, não era aquele de quem não tem o que conversar, é aquele de muito desejo envolvido, como se qualquer movimento que fizéssemos poderia acabar num beijo muito sensual. Ou provavelmente estou me iludindo. O que o delegado iria querer com uma novinha que nem eu? Nosso momento foi interrompido pelo garçom.

-A senhorita já sabe o que quer comer? -ele perguntou educadamente

-Eu acho que quero esse Queen Beef, mas estou com medo de ser muito grande e não comer tudo -comentei meio triste

-Eu como também -o delegado disse

-Eu vou pedir, com licença -o garçom disse e se retirou com pressa

-Deve estar se perguntando porque a trouxe para almoçar? -ele disse sério e deu mais gole em sua taça

-Provavelmente é para me contar o que quer que eu faça na reunião -disse e passei a língua nos lábios porque estavam secos de tanto nervoso, notei ele engolir seco

-Não, Ana Flora! Estou confiante que para reunião talvez nem precise de mim -ele riu, que sorriso mais lindo

-Então porque estou aqui? -perguntei curiosa

-Contou para alguém que viria almoçar comigo hoje? -ele perguntou sério novamente

-Para minha amiga Maju, até porque nós sempre almoçamos juntas, como não ia almoçar com ela hoje, ela iria querer saber -expliquei, não sei porque fiquei me justificando, mas enfim.

-Tudo bem, não me importo com suas amigas sabendo sobre a gente -ele falou com um pouco de desdém

-Eu estou aqui porque então? -novamente o questionei

-Porque eu quero te conhecer, saber como você é, porque quero você -ele falou sereno, e eu arregalei os olhos, ele tem noção do que está me dizendo?

-Como assim você me quer? -rebati

-É exatamente o que a frase quer dizer: Eu quero você -ele falou como se fosse normal o que dizia

-Delegado, eu não sei o que dizer -eu estava bem confusa

-Comece me chamando de Leonardo, e me conte coisas sobre você! Porque não começa falando sobre aquele garoto que dei carona? -ela sugeriu e eu suspirei

-Bom, o Lucas é um menino que eu ficava desde o terceiro ano da escola. Nunca tivemos nada sério, só nos beijávamos sempre que tinha oportunidade. Mas eu o via como um bom amigo que eu podia beijar as vezes -fiz uma pausa e uma onda de nostalgia me bateu -Eu o via como um homem, diferente dos meninos com quem andávamos que eram bem idiotas, mas uma vez estávamos num bar e eu percebi que ele era só um moleque, e eu explodi, chorei bastante, bebi bastante, comecei a fumar naquele dia. Depois fomos para casa de um amigo, e eu precisava de uma despedida dele, nós beijamos intensamente, até passamos um pouco do limite, mas depois eu fui embora e nunca mais olhei para ele, bom... -fiz outra pausa e lembrei do carnaval -E eu acabei ficando com ele no carnaval de novo, mas foi só uma vez e aí ele começou a ficar com a minha amiga e agora... eles namoram -contei e dei um gole generoso na minha taça

-E depois? Vocês conversaram? -Leonardo perguntou

-Eu até tentei, queria me desculpar, porque querendo ou não a culpa foi minha. Eu que idealizei ele, imaginei ele um homem quando ele era só mais um menino que contava para todo mundo que a gente já tinha transado, como se ele fosse o meu primeiro -falei meio agressiva

-E vocês nunca? -ele parecia bem curioso

-Não! Não que eu não tivesse vontade, mas algo sempre me impedia, que bom! Porque ia me arrepender muito -disse

-E quantos homens você já beijou? -ele perguntou

-Esse ano? -rebati

-Pode ser.... -ele ficou meio estranho

-Não lembro... -mordi o lábio -forma muitos, mas eu não gosto de ficar contando... a não ser no carna, porque tenho meta para bater com as minhas amigas -ri ao lembrar dessa nossa brincadeira

-Meta? -continuava curioso

-Sim, a desse ano foi 25 boquinhas -passei a língua nos lábios

-E você atingiu a meta? -ele deu um gole da sua bebida

-Eu passei um pouquinho da meta -dei uma piscadinha

-Ah... então você é festeira? -ele riu menos tenso

-Sou sim, amo sair, dançar, beber... espero que isso nunca acabe -falei animada

-Gosto de mulheres animadas -ele rebateu -Você gosta de dançar! Dançar o que? -ele perguntou

-O que você quiser que eu dance -respondi olhando diretamente para ele que se remexeu na cadeira, sorri vitoriosa

-Então você dança de tudo... isso é interessante -ele falou pensativo

-Claro que tem alguns ritmos que eu sou melhor, mas danço de tudo sim -falei mais mansa.

A comida chegou. Leonardo falou para eu me servir primeiro, depois ele se serviu e comemos. Ele fazia algumas perguntas sobre mim, mas sempre que eu perguntava algo sobre ele, ou ele se esquivava ou dava uma resposta evasiva. Desisti de perguntar sobre ele em certo momento. Ele disse que me levava no trabalho depois, então eu podia ficar calma e comer com calma.

-Você vai querer sobremesa? -perguntei depois que acabamos de comer

-O que eu quero comer, não posso comer aqui... -ele falou cheio de mistério e sensualidade, eu apertei uma coxa na outra. Ele consegue me provocar tão fácil. Não tive coragem de falar nada. Fiquei imóvel. Me concentrei em não fazer nenhum movimento em falso -Você pode pedir se quiser -ele falou mais amigável

-Estou cheia! Obrigada -falei meio seca. Ficamos mais um tempo no restaurante, até que o Leonardo pagou, claro que ele não deixou eu pagar metade, fomos para o carro. Eu tenho um tesão de pegar alguém no carro que fiquei imóvel e evitei olhar para ele. Ele entrou no lado do motorista e ficou um tempo parado. Resolvi olhar para ele, ele olhou para mim também.

-É melhor que seu tio não saiba sobre isso -ele disse, seus olhos estavam mais escuros que o normal, sua respiração estava meio descompensada

-Isso o que? Só almoçamos -falei fazendo a sonsa. Ele chegou mais perto de mim, ele segurou meu pescoço. Ele beijou perto da minha boca, eu suspirei.

-Não posso te ter até que diga as palavras certas -ele encostou a testa na minha e se lamentou

-Que palavras? -perguntei curiosa e cheia de vontade

-Não! Vamos, vou te levar -ele me soltou e ligou o carro. Fiquei ali sem saber o que fazer. Eu estava ansiando por ele, meu corpo inteiro mandava eu puxar o freio de mão e beijar até que eu precise de ar, porém me controlei.

Chegamos na Esplanada e disse a ele que trabalho nos anexos, ele assentiu e pegou um atalho para os anexos. Assim que ele parou na frente do prédio onde trabalho, sem falar nada, tirei meu cinto, peguei minha bolsa e tentei abrir a porta, mas ele não havia destrancado.

-Eu preciso descer -comentei

-Não quero sair de perto de você -ele confessou e me pegou de surpresa

-Então não saia -rebati. Ele olhou para mim e seus olhos estavam mais escuros de novo, ele novamente chegou mais perto de mim e segurou meu pescoço, mas daquela vez ele beijou meu pescoço, eu gemi baixinho.

-Eu preciso de você em mim -aquelas palavras saíram de sua boca ofegante e contra meu pescoço, o ar quente que saiu de sua boca me deixou arrepiada -Mas é melhor você ir, eu te mando mensagem depois -ele disse e se afastou, com um movimento rápido destrancou o carro. Não disse nada, apenas sair arrumando meu cabelo. Peguei o crachá no bolso da mochila. Entrei e esperei o elevador. Não podia parar de pensar naquela boca no meu pescoço, o pensando se irradiava por todo meu corpo, esquentando meu lugar mais sensível. Aquele desejo de “quero mais” estava me consumindo.

Já estava entrando na sala, ainda imersa em meus pensamentos, quando um alegre boa tarde me tirou dos meus pensamentos.

-Boa tarde, filha! -disse o papi. Ah, deixa eu explicar isso. O Tenente César é meu papai aqui no Ministério. Algumas pessoas perguntaram se eu era filha dele, aí ele soube disso e começou a falar para todo mundo que eu era sua filha com a Noami Campbell. E eu chamo ele de papi, já que eu não tenho um pai de verdade, é legal ter um de brincadeirinha.

-Boa tarde, papi -disse animada e o abracei

-No que estava pensando que estava aí toda concentrada? -ele perguntou curioso

-Ah... só na vida, papi -respondi rindo

-E essa vida tem nome? -ele rebateu. Difícil enrolar o papi

-Não é nada, papi! Relaxa -respondi e fui indo para o meu lugar.

A Maju já estava lá, ela me lançou um olhar de “vai ter que me contar tudo” que eu sorri. Antes que eu pudesse sentar o Fontenelle entrou na sala.

-Boa tarde, Flora -falou Fontenelle animado como sempre

-Boa tarde, Fontenelle -respondi sorrindo como uma boba. Ah, esse homem me destrói. Sentei na minha mesa, liguei o computador e fiquei esperando e Maju me encarando. Vou encher minha garrafinha e ela vem atrás. Eu fui no filtro de fora porque o da nossa sala não tinha agua.

-Me conta tudo -ela pediu

-A gente só almoçou, amiga -respondi

-E porque você está com essa carinha? -rebateu ela

-Maju, está tudo bem! É só que ele me disse uma coisa que eu não entendo -falei

-O que? -ela estava super curiosa

-“Eu quero você”, ele disse, mas ele falou que não pode me ter até que eu diga as palavras certas -respondi confusa

-Ele falou que quer você? -ela disse parecendo surpresa

-É, mas o jeito que ele falou, não me parece só sexo, parece mais -comentei

-E você, sendo você, quer só sexo -ela me repreendeu

-Você sabe que eu não quero compromisso nem agora, nem tão cedo -falei manhosa

-Ai amiga, você é difícil -ela me puxou e fomos voltando para sala. Sentamos e como num dia normal. Procuramos notícias sobre atletas militares, escrevemos post para o nosso blog internacional e compartilhamos algumas coisas na nossa página do Facebook.

Lá pelas 16, o Leonardo mandou mensagem.

“Eu ainda estou com o seu gosto na minha boca”

Eu ainda estava tentando pensar no que responder quando veio outra mensagem dele.

“E eu quero mais”

Meu corpo reagiu a essas mensagens. Eu até tirei o casaco porque me deu calor. Eu pensei seriamente em não responder nada, mas eu não ia perder a oportunidade de provocar ele.

“Então vem”

Duas palavras. Nada mais. Não demorou muito sua resposta.

“Não me testa! Porque eu vou”

Rezei para que ele viesse. Respirei fundo.

“Eu só acho injusto”

Ele respondeu bem rápido.

“O que?”

Dei um sorrisinho.

“Você sentiu meu gosto, mas eu não faço ideia de como seja seu gosto...”

Depois mandei um emoj triste.

“A gente resolve isso depois”

Não falei mais nada. Fiquei lendo e relendo a conversa várias vezes. Maju perguntou do que eu estava rindo, mostrei a ela a conversa e ele me chamou de safada. O que não é mentira. O dia passou e o fomos para a parada e ficamos conversando. O ônibus para o Guará demorou a passar e quando vimos, o Paulo estava indo pegar o ônibus com a gente. Maju riu da minha cara e fingi que nem vi ele. O Paulo é o cabo que eu falei, ele é um loiro bem gostoso, mas eu ainda não sei se ele quer mesmo ficar comigo, a Maju diz que sim, mas eu não tenho certeza ainda.

-Oi meninas -ele disse quando chegou perto da gente

-Oi -a gente disse juntas

-Vocês falam tudo juntas é? -ele perguntou e a gente riu. Não é a primeira vez que damos o nossos oi sincronizado, mas o cara tem que ser bem gato para isso acontecer. A primeira vez foi com o Fontenelle, que é um deus em forma de homem, e a segunda com o Major Ricardo, tem o Guto também, mas com ele ainda não aconteceu, ele é bonito, mas acho ele muito novo (risos, já que ele é mais velho que eu).

Continuei conversando com a Maju e ele puxou assunto algumas vezes, mas não dei muita atenção (Pode me chamar de Yuri Martins!). O ônibus chegou e nós pegamos, a Maju foi na frente, eu fui atrás dela e ele atrás de mim. A sensação de ter ele atrás de mim me fez sorrir. Passamos pela catraca, mas não tinha onde sentar, então ficamos em pé em meio ao corredor. O ônibus ia pela L2 Sul, que é onde eu estudo, e quando chegou no final, tinha um espacinho e eu sentei no chão, e ele estava em pé na minha frente. Eu não fiquei em pé, porque tenho mania de cair no ônibus, mas o problema de ficar sentada ali era que eu ficava na altura de “certo lugar” do Paulo, não pude deixar de morder os lábios com o pensamento do que poderia estar fazendo naquela mesma posição. O que? A culpa não é minha que eu penso essas coisas!

Maju desce quatro paradas antes da minha, quando ela desceu, até um pensamento me ocorreu, será que ele tentaria alguma coisa? Mas depois eu afastei esse pensamento, estávamos num ônibus, né Flora! Chegou a minha parada, aí eu levantei e apertei o botão de que iria descer na próxima. Ele pegou a mochila dele, que eu segurava, e ficou em pé. Achei estranho ele não sentar. Quando o ônibus estava desacelerando, eu fui me despedir dele, aquele beijo de bochecha com bochecha, sabe? Mas não era isso que ele queria. Ele virou meu rosto e me beijou. Foi um beijo sem movimento, mas longo. Eu senti o ônibus parar, ele me soltou para descer, eu até fui até a porta, mas voltei e beijei ele de novo. Agora sim, com movimento e intensidade, mas rápido. Depois desci correndo, mas não deixei de olhar para trás e dar um sorriso sacana. Depois de me tocar no que tinha acabado de acontecer, peguei meu celular e liguei para Maju. Chamou algumas vezes e ela atendeu.

“-Você não vai acreditar no que aconteceu -disse meio nervosa assim que ela atendeu

-O que foi? Está tudo bem? -ela perguntou nervosa

-Vei, ele me beijou -disse agitada

-O QUE? -ela gritou -Calma, manda mensagem que eu estou no meio da rua e eu estou com medo de ser assaltada

-Tá bom -disse e desliguei.”

Mandei um áudio contando como aconteceu. Depois mandei áudio para a Déia e para a Mary, tentei falar com meu melhor amigo, Gabriel, mas ele não me atendeu e nem  me retornou depois, estou acostumada a ele me ignorar. Cheguei no prédio liguei para Vivian e contei tudo, ele ficou super animada. Gente, que delícia de beijo. Sabe aquele beijo que te dar vontade de mais? Claramente o beijo dele. Sabia que ia ficar com isso na cabeça por um bom tempo.

***

O delegado já havia falado com a minha avó e por um milagre, ela deixou eu ir, meu tio ficou um pouco enciumado, mas também concordou. Comecei a arrumar minhas malas. Eu iria na quinta a tarde e voltaria domingo a noite. Já avisei meu chefe e ele disse que não teria problema. Eu não falei mais com o delegado depois daquelas mensagens. E sim, eu fiquei com o beijo do Paulo na cabeça, mas a minha ansiedade para viajar com o delegado era bem maior e ocupava toda minha mente. Na quarta, lá pelas nove da noite, o delegado mandou a seguinte mensagem.

“Boa noite, Ana Flora! Amanhã passarei na sua casa três horas para irmos ao aeroporto, vista algo bonito, iremos sair com uns colegas assim que chegarmos e não vamos ter tempo de trocar de roupa. Até amanhã”

Autoritário? Mandão? Sim. Sexy? Gostoso? Sim, também.

***

Acordei animada naquela quinta. Eu ia viajar com aquele homem gostoso e poderia observar ele o quanto quisesse. Levantei com o corpo quente, havia sonhado com o delegado bonitão. Resolvi tomar o banho, resisti a tentação de me tocar pensando nele. Tomei meu café diário e fiquei vendo meu jornal esportivo de sempre. Minha avó tinha saído cedo com minha mãe, ela tinha uma consulta. Enquanto conferia a mala, coloquei minha playlist: “Sozinha em casa, bb”. E fiquei cantando de dançando animada. Lá pela hora do almoço, elas chegaram e trouxeram comida de fora para gente almoçar.

Depois do almoço esperei um pouco e tomei outro banho. “Vista algo bonito” ele disse, o que eu entendi? “Dess to kill”. Peguei um vestido preto, bem justo, com uma fenda na coxa direita e o vestido deixava meus seios lindos. Porém vesti um sobretudo para que ele só visse depois. Nós pés? Salto preto com dourado. Resolvi fazer minha maquiagem de sempre, realçar a sobrancelha, passar pouca base e pó e bastante rímel, eu normalmente passo um brilho transparente nos lábios, mas resolvi passar um batom nude.

Duas e meia e eu já estava pronta. Sentei e vi um pouco de televisão, quando faltava 10 minutos para as três horas, eu desci do apartamento e fui para a portaria, minha avó foi junto. Ainda faltavam cinco minutos e ele e seu carão maravilhoso chegaram. Ele parou na frente do meu condomínio e desceu do carro.

-Olá dona Marrom -ele cumprimentou minha avó -É um prazer conhece-la pessoalmente

-A recíproca é verdadeira, delegado -minha avó disse -Cuide bem da minha filha, viu? -ela falou com carinho

-Pode deixar, senhora! Vai cuidar muito bem dela -ele falou e eu senti uma malícia na sua voz

-Tchau Flora -minha avó me deu um beijo na testa e depois me abraçou

-Tchau vó -falei meio seca, estou louca para passar um tempo longe dela. Não que eu não a ame, mas ela me sufoca muito

-Vamos, Ana Flora -ele pegou minha mala -Tchau dona Marrom, até mais

-Tchau, cuidado! -ela disse e eu segui aquele homem. Ele abriu a porta para mim e depois guardou minha mala no porta-malas e entrei. Deu tempo de acenar para minha avó e ele deu partida no carro.

Não disse nada. Fiquei calada e mexendo no celular. Maju estava falando para eu me controlar na viagem e não dar em cima dele tão descaradamente. Eu ia só provocar até ele ceder, isso é o que eu faço. Quase no aeroporto, ele resolveu comentar minha roupa.

-É bom que tenha algo bonito debaixo desse sobretudo -ele falou autoritário

-Você vai ter que tirar para ver -rebati sem olhar para ele, mas percebi ele apertar o volante. Não disse mais nada e nem ele. Ele estacionou, eu desci e ele foi pegar as malas, tirei uma foto do aeroporto e postei com a legenda: “Vamos de São Paulo?”. Peguei minha mala e fomos andando. No check-in, ele pediu minha identidade. E foi a única palavra que trocamos até entrar no avião. Eu sentei na janela, fiquei olhando por ela, até que pediram para por os cintos, ajustar o banco e todo aquele blá blá blá que acontece antes de decolar.

Meu cinto estava meio complicado de colocar. Estava com um pouco de dificuldade.

-Eu coloco -ele falou e tomou os cintos da minha mão e colocou. Sentir as mãos dele tão perto daquela região fez meu corpo esquentar. Não pude deixar de pensar o que eu queria que ele tivesse colocando. Sacudi a cabeça com o pensamento obsceno.

Agradeci e me calei novamente. Coloquei o celular em modo avião e peguei um livro para ler. Estava lendo um romance entre um jogador de futebol e uma fisioterapeuta. Assim que o avião começou a andar, fechei um pouco os olhos e mentalizei todas as vezes que já andei de avião. Eu amo voar! Mas eu deixei o livro aberto e não devia ter feito isso.

-Quem é Paulo? -ele perguntou olhando para o marcador do meu livro. A Maju é uma ótima amiga, sabe? Mas ela gosta de me provocar. Ela fez um marcador de página escrito Paulo e Flora e dois corações.

-É um cabo que trabalha comigo -respondi meio fria e com um pouco de desdém

-Ele é seu namorado? -ele perguntou

-Não... bom, a gente já se beijou, mas foi só uma vez -expliquei

-E porque você usa um marcador com o nome de vocês? -ele continuava perguntando

-A Maju que fez quando esqueci meu livro com ela -ri lembrando da minha reação quando vi isso pela primeira vez

-Porque ela fez isso já que vocês só se beijaram uma vez? -ele continuava perguntando

-É por isso que o senhor é delegado né? -rebati e ele me olhou confuso -Adora perguntar

-Só quero saber mais sobre você -ele se defendeu

-O que quer saber, delegado? -perguntei olhando para ele bem nos olhos

-Posso perguntar qualquer coisa? -ele rebateu

-Sim, senhor -afirmei. Percebi que falar senhor faz com que ele se remexa na cadeira

-O que mais te excita? -ele falou logo na lata, o voo estava meio vazio, então não tinha problema falar dessas coisas

-Ah... depende! Algumas músicas especificas, algumas roupas, alguns lugares -falei e acabei mordendo o lábio porque um dos lugares que eu tenho vontade é no avião. Ele ficou me analisando por um tempo, acho que tentando descobrir mais. Como ele não falou mais nada, voltei a ler meu livro. Depois de umas páginas, rolou uma cena de sexo entre os personagens. E como eu tenho a imaginação bem fértil, consegui imaginar. E acabei apertando uma perna na outra.

Eu li uns seis capítulos até avisarem que já iriamos pousar. Guardei meu livro e ajeitei o banco novamente para o pouso. Depois de um tempinho, as portas se abriram, nós saímos, pegamos a mala e saímos. Leonardo tinha alugado um carro, era um SVU da Chevrolet. Ele colocou as malas no carro e fomos para um bar. Ele não me disse onde era. Chegando lá, logo Leonardo viu seus amigos e nos juntamos a eles.

-Leonardo! -exclamou um cara que deveria ter a mesma idade que ele

-Jonas! Quanto tempo -Leonardo o abraçou

-Como você consegue ficar cada vez mais feio? -perguntou um que deveria ser mais velho

-Do mesmo jeito que você, André -Leonardo riu e abraçou ele também

            -Esse aqui é o Vinicius, meu irmão mais novo -disse o tal André, foi quando eu olhei para o menino do lado dele, deveria ter minha idade, e filha da puta é bonito, nossa, lindo demais, mas ele parece ser aquele tipo que se acha

            -Olá, Vinicius -disse Leonardo

            -E você quem é? -Vinicius se levantou e veio até mim e pediu minha mão, que eu dei e ele beijou as costas da mão

            -Eu sou... -comecei a falar, mas Leonardo me cortou

            -Ela é Ana Flora, é consultora civil da minha delegacia -Leonardo respondeu irritado, Vinicius não parava de me encarar e não sei porque, mas não conseguia tirar os olhos daquele lindo par de olhos verdes

            -Você disse que viria uma consultora, mas não disse que ela era tão bonita -disse André e eu sorri agradecida para ele

            -E não disse que era tão jovem! -exclamou Jonas -Quantos anos você tem, menina? -ele perguntou um tanto arrogante

            -19 -respondi seca

            -E eu 20 -disse Vinicius convidativo

            -Ela é boa! Não me interessa quantos anos tenha -Leonardo disse irritado e se sentou

            -Quer ajuda para tirar o casaco? -perguntou Vinicius ainda convidativo, apenas assenti e desatei o nó do meu sobretudo, ele se posicionou atrás de mim e me ajudou a tirar, senti os olhos do Leonardo queimando em mim. Vinicius colocou meu sobretudo na cadeira e puxou para que eu me sentasse

            -Obrigada Vinicius -ele disse e voltou ao seu lugar que era na minha frente.

            Os homens ao meu redor conversaram bastante. Eu bebi só agua, no bar dava para dançar e se eu bebesse não conseguiria me controlar e iria dançar. Fiquei quieta na minha, apenas concordava e dava respostas curtas quando me incluíam na conversa. Vinicius estava dentro da conversa, mas não conseguia tirar os olhos de mim, e eu não queria que ele tirasse.

            -Ei, você não disse que o caso que veio resolver um caso num clube de futebol e trouxe uma menina? -disse Jonas meio confuso, não estou com paciência para esse cara, ele é meio machista, estou bem irritada

            -Sim! Só que essa menina aqui entende mais de futebol do que todos nós juntos, então fica quieto na sua -Leonardo devolveu e eu agradeci mentalmente ele por ter feito isso. Recebi olhares curiosos de todos naquela mesa, menos do Leonardo

            -Sim, eu gosto muito de futebol e para piorar eu entendo também -não perdi a oportunidade de alfinetar o tal Jonas

            -E qual é seu time? -perguntou André

            -Barcelona -respondi sem demora e sem pensar duas vezes, ele me olhou curioso e ia dizer algo, mas logo o cortei -E não vem com essa palhaçada de por ser time de fora não conta, porque a gente não escolhe por que time se apaixona, no dia que um time aqui no Brasil tiver o estilo de jogo do Barcelona a gente conversa -falei irritada

            -Nossa! Eu posso ver sua paixão transcender seu corpo -André falou sorrindo

            -Desculpa, é porque as pessoas me julgam muito por ser mulher e gostar de futebol e ainda mais por ter escolhido um time de fora para torcer -desabafei e notei Jonas se remexer na cadeira

            -Mas fiquei curioso, como e porque o Barcelona? -perguntou Vinicius

            -Um belo dia, a sete anos atrás, eu estava mudando de canal e vi um time jogando e parei um pouco, quando prestei atenção vi que esse time jogava do jeito que eu queria que os times no Brasil jogassem, sem chutão, bola de pé em pé e eu me apaixonei sem mesmo saber seu nome, quando fui ver era o Barcelona e estou aqui até hoje, boba apaixonada -contei e sorri ao lembrar do momento em que conheci meu time

            -Seu amor por futebol veio do seu pai? -perguntou Jonas

            -Não! Até porque não tenho pai, veio do coração mesmo -rebati sem olhar para ele, já deu para notar que não fui com a cara dele

            -Então é puro! -concluiu Vinicius, o olhar dele está me fazendo esquentar.

            Conversamos mais sobre futebol. André e Vinicius estavam impressionados e Jonas continuava machista e chato. Ele soltou uma “piada” falando que eu só devo gostar porque tem uns homens bonitos, mas o Leonardo colocou a mão na minha perna, como se dissesse para eu me acalmar. Respirei fundo e fingi achar graça de sua piada. Contei que amo seleções como a Argentina, Uruguai, França, Alemanha, Espanha e Chile, mas acompanho outras como: Itália, País de Gales, Albânia, Colômbia, Holanda, Polônia, Croácia, Turquia e Irlanda do Norte. E de times, eu curto, além do (lindo) Barcelona, o Bayern de Munique, Vasco, Manchester City, São Paulo, Boca Juniors, River Plate e Juventus.

            Íamos continuar a falar de futebol quando André notou que eu só estava bebendo água.

            -Você não bebe? -ele perguntou mudando o assunto completamente

            -Bebo sim, só estou pegando leve hoje -respondi amigável

            -Ah não, deixa eu te pagar um drink -Vinicius pediu carinhoso e com um pouco manhoso

            -Tudo bem, mas só um -fiquei com preguiça de me fazer de difícil, estava desejando um mojito desde que vi que no cardápio tem uma sessão de drinks latinos

            -O que você quer, Ana Flora? -Vinicius perguntou com um sorriso malicioso

            -Um mojito, por favor -pedi

            -Um mojito? Que latina você -Vinicius comentou rindo e fez um sinal para o garçom vim até a mesa -Traga um mojito para a moça por favor -pediu ele

            -E faz bem docinho, por favor -fitei o garçom com um sorriso um tanto sedutor. O que? Eu gosto de flertar!

            -Sim, senhorita -ele sorriu e saiu.

            Continuamos conversando e minha bebida não demorou muito para chegar. Já na metade do copo eu estava balançando os ombrinhos com o sambinha gostoso que estava tocando. Eu já dança naturalmente, mas um gota de álcool no corpo e já não consigo me controlar. Estava curtindo a minha vibe, ali sozinha desejando estar dançando, e foi quando André me tirou dos meus devaneios.

            -Ana Flora, você gosta de dançar? -ele perguntou sorrindo

            -Muito -respondi com o mesmo sorriso doce que ele me deu

            -Me concede essa dança? -ele perguntou se levantando

            -Claro -levantei e acompanhei ele até a pista de dança. Estava tocando um samba bom para dançar à dois. “Sonho meu” da Dona Ivone Lara, mas cantado por outra pessoa. Dançamos e ele é um ótimo dançarino. Foi super divertido. Confesso que as vezes quando André me rodava, podia notar Leonardo nos encarando, nem liguei, continuei me divertindo. Acabou a música e ficamos ali em meios aos casais que também estavam dançando. Paramos e ele ficou elogiando “meus movimentos” perguntou se estudei em algum lugar, enfim, várias coisas. Até que começou a tocar salsa, íamos dançar novamente.

            -Posso dançar com a moça? -chegou Vinicius perguntando

            -Claro, irmão! -disse André que me agradeceu mais uma vez pela dança e se retirou. Vinicius me tomou pela cintura e segurou minha mão.

            -Sabe dançar salsa? -ele perguntou desafiador. Fiz minha cara mais sedutora possível e fiz um passo muito comum. Abaixei com a perna esticada entre a dele, depois que levantei, com uma perna fiz um movimento o trouxe para mais perto de mim.

            -Acho que posso me virar bem -respondi e dei uma piscadinha. Dançamos! Se o André sabia dançar, o Vinicius era o próprio professor de dança. Ele era sensual, quente, sedutor, galanteador, não consigo achar mais palavras para descrevê-lo. Ele sempre me tocava com desejo, como se precisasse me tocar desesperadamente. Eu tenho um controle absurdo sobre o minha cintura, quadril e bumbum, consigo me mexer muito bem. Conseguia ver como seus olhos acompanhava todo movimento que eu fazia.

            No final da música, ele me jogou para trás e passou o rosto do meu pescoço até minha barriga, depois que me levantou sussurrou no meu ouvido:

            -A gente está no mesmo hotel! Quer ir na piscina mais tarde? -sua voz estava sedutora e sua respiração estava ofegante pela nossa dança intensa.

            -Pode ser -foi a única coisa que eu consegui dizer. Acho que ele ia me beijar, ficamos nos escarando por um tempo, quando ele ia chegando mais perto, Leonardo chegou com o meu celular na mão

            -Estavam te ligando -ele falou irritado. Peguei meu celular e voltei para mesa, era a Maju, tinha um monte de mensagens dela também. Enquanto voltávamos para mesa, Leonardo sussurrou no meu ouvido:

-Você realmente estava usando algo bonito debaixo daquilo -ele falou meio sedutor, sua voz me arrepiou.

Quando respondi outras mensagens que tinha, avisei que iria ao banheiro. Antes de levantar, resolvi devolver a provocação do Leonardo.

-Se quiser saber se estou usando algo bonito de baixo do vestido, vai ter que tirar para ver -sussurrei em seu ouvido e resisti a tentação de morder o nódulo de sua orelha. Fui até o banheiro e liguei para Maju. Ela só queria saber se estava tudo bem e se eu já estava apaixonada por São Paulo, ela me contou que o Fontenelle perguntou onde eu estava. Assim que desliguei, arrumei meu cabelo e retoquei os lábios com um brilho de morango, passei um pouquinho de perfume.

Ouvi alguém entrar no banheiro, mas ignorei, mas quando ouvi a tranca da porta, virei para olhar. Era o Leonardo.

-Acho que está no banheiro errado, senhor -provoquei, lembrei que ele ficou mexido quando o chamei de senhor

-A senhorita está me provocando demais -ele falou em tom de alerta

-E o que quer que eu faça a respeito? Quer que eu pare? -fui andando até a porta, ele permaneceu parado perto da porta

-Quero que você diga as palavras certas para que eu posso te comer de tão forma que você não vai andar por uma semana -parei do lado dele e engoli seco, não sabia como controlar a minha excitação, ele passou a mão na minha bunda e apertou, eu acabei soltando um gemido baixo -Talvez duas semanas -ele completou. Sacudi a cabeça e andei até a porta, eu realmente não devia ter tentado abrir.

Assim que coloquei a mão na maçaneta, ele me virou e me empurrou contra a porta, fez um barulho muito alto, minha bolsa caiu no chão. Ele agarrou minhas pernas e as colocou em volta de sua cintura. Eu estava de vestido, então senti seu contato diretamente naquela região, acabei soltando outro gemido baixo.

-Se você está gemendo só com isso, imagina com o que eu realmente quero fazer -ele falou tão cheio de vontade que eu juro que podia ter um orgasmo só com ele falando essas coisas.

Ele beijou meu pescoço, mordeu e assoprou. Eu estava tão sedenta por ele que poderia me entregar completamente a ele ali mesmo, naquele banheiro e de qualquer jeito.

-Quando você vai me deixar sentir seu gosto? -falei transbordando desejo. Ele chegou bem perto, chegou até a encostar um pouquinho no meu lábio

-Assim que disser as palavras certas -ele falou tão perto, eu pensei em beijá-lo, mas fiquei com um pouco de medo. Depois de um tempinho ele me soltou, eu abaixei para pegar minha bolsa e as coisas que haviam caído, antes de me levantar, notei que ele estava parado na minha frente.

Coloquei as mãos em sua cintura e ajoelhei, fiquei olhando para ele e mordendo o lábio.

-Eu realmente queria sentir o seu gosto -falei manhosa, ele ficou respirando pesado por um tempo. Logo colocou a mão no meu pescoço, com força, e me levantou e me empurrou na porta novamente.

-Se você me provocar desse jeito de novo, eu juro que eu não vou me segurar mais e vou te foder inteira -ele falou tão ameaçador e eu juro que o único efeito que causou foi me deixar com mais tesão

-Você não entende que é isso que eu estou implorando para você fazer? -rebati suplicando por ele. Ele suspirou e me soltou. Se recompôs e saiu do banheiro sem dizer uma palavra. Me olhei no espelho de novo e tentei entender porque aquilo que acabou de aconteceu me deixou com tanta vontade. Acho que eu curto um sexo mais agressivo.

Esperei um pouco e saí do banheiro. Voltei para mesa, estava imersa em meus pensamentos, tentando entender o que tinha acontecido. Eu normalmente provoco os outros, mas o jeito que ele me deixa é nível completamente diferente.

Depois do bar fomos jantar no hotel. O Jonas não foi, só eu, o André, o Vinicius e o Leonardo. Lá pelas 22, subimos até o sexto andar. Leonardo me deixou no quarto 609, ele não disse uma palavra diretamente para mim desde que saímos daquele banheiro. Assim que me entregou o cartão que servia como chave, ele se virou e saiu.

-Seu quarto é nesse andar também? -perguntei como quem não quer nada

-Não, eu fico no nono andar -ele respondeu seco. Não disse mais nada, apenas entrei no quarto e fechei a porta. Me senti meio triste, um vazio. Sacudi a cabeça e fiquei com vontade de ir para piscina. Liguei para a recepção, era só discar 0 no telefone da cabeceira.

-Recepção -disse assim que atendeu

-Oi, queria saber se ainda posso usar a piscina -falei

-Claro, recomendo a da cobertura que é coberta e a água é quente -falou o moço

-Obrigada -disse

-Vou levar um roupão para senhorita -o moço falou

-Tudo bem -disse e desliguei.

Vesti um biquíni branco. Era minúsculo, e eu só podia usar ele longe da minha avó, porque ela controla até o que eu visto. Coloquei apenas um shortinho e fui pegar o elevador. Assim que cheguei na cobertura, fiquei de cara, a piscina era enorme e tinha umas espreguiçadeiras e um mini barzinho. Peguei uma taça e abri uma garrafa de espumante. Tirei o shortinho e entrei na água. Nossa, como estava quentinha. Depois de um tempo, chegou um moço de uniforme e me trouxe um roupão preto.

-Aqui senhorita -ele me entregou um controle -Caso queria ouvir música

-Obrigada, que horas preciso sair? -perguntei

-A hora que quiser -respondeu ele e saiu.

Fiquei ali naquela piscina deliciosa e fiquei ouvindo uma música bem animada, acredito ser antiga, mas bem animada. Estava de olhos fechados curtindo aquela brisa e as vezes dava um gole na minha bebida.

-Isso sim é vida -achei a voz conhecida e abri os olhos, era o Vinicius

-Você por aqui... -comentei rindo

-A gente combinou uma piscina, apesar do Leonardo ter feito tudo para você não vir, aqui está -ele disse tirando a roupa

-Sou teimosa -usei como explicação

-Gosto disso -ele falou e foi pegar a garrafa de espumante que eu havia aberto.

Isso não vai prestar! Pensei.

-Esse biquíni é bem bonito -ele comentou entrando na piscina usando a escadinha

-É mesmo para o biquíni que está olhando? -rebati sorrindo

-Claro -ele afirmou chegando cada vez mais perto

-Estou desapontada então -sorri assim que ele chegou bem perto

-Você é incrível, sabia? -ele estava tão sexy

-Sabia -falei convencida

-Você quer beber mais? -ele mostrou a garrafa

-Por favor -pedi

-Abre a boca -ele mandou, eu abri sugestiva, ele foi derramando o liquido na minha boca, mas escorreu um pouco pelo meu queixo e foi descendo pelo meu pescoço, mas ele fez o favor de lamber, e aquilo foi muito sensual. Eu ainda não tinha curado a excitação que o Leonardo me fez sentir naquele banheiro, eu ainda estava sensível, louca para ser tocada.

Eu estava encostada na beira da piscina, ele colocou a garrafa fora e mergulhou para beijar minha barriga e foi descendo para minha cintura. Assim que levantou, eu percebi o quando homens ficam sexy com o corpo molhado, e o Vinicius tinha um corpo de outro mundo, tudo bem definido e atraente. Ele chacoalhou a cabeça e sorriu para mim. Mordi o lábio tentada.

-É muito sexy quando você morde o lábio -ele comentou. Dei de ombros e sorri. Conversamos um pouco, mas era claro a tensão que rodeava a gente. Era como se nossos corpos quiseram se encontrar, mas nossas cabeças sabiam que tinha que ter um mínimo conhecimento antes disso acontecer.

-Ah foda-se -ele disse e me beijou. Puta merda, que beijo bom! Foi um beijo quente, com pegada, com movimento. Ele me pressionou ainda mais na parede. Meu deus como eu queria alguém desesperadamente. Acho que na verdade, eu queria mesmo era o Leonardo, mas eu podia fingir que o Vinicius era ele. Já que o Leonardo não me beija até que eu diga as “palavras certa”. Me obriguei a parar de pensar no delegado e focar naquele beijo maravilhoso que estava acontecendo ali.

Vinicius tinha a mão pesada e nervosa, ele passava a mão por todo o meu corpo. O beijo era tão gostoso, tão cheio de vontade. Ele desceu os beijos para o meu pescoço e deu uma mordida um pouco forte, mas eu gostei. Ele desceu ainda mais, afastou o tecido da parte de cima meu biquíni e agarrou meu seio com a boca. Joguei a cabeça para trás. Passei a mão no seu cabeço e segurei forte. Ele voltou a beijar minha boca.

Senti ele desatar o nó da parte de baixo do meu biquíni, dos dois lados. Eu nem hesitei, só deixei. Eu estava ansiosa para ser tocada por alguém. Ele pegou uma perna minha e levantou e colocou em volta de sua cintura. Logo deslizou um dedo pela minha intimidade e começou a massagear, sem tirar a boca da minha. Eu não estava esperando quando ele enfiou dois dedos dentro de mim. Gemi entre o beijo e ele sorriu. Tem homem que sabe usar a mão, mas Vinicius era de outro mundo. Ele se movia dentro de mim cada vez mais forte, ele voltou a beijar meu pescoço e agora meus gemidos saíam mais altos, apesar de eu tentar controlar.

-Amo como você desliza comigo dentro de você -ele falou baixinho no meu ouvido. Se eu achava que não era possível ficar mais excitada, eu estava enganada. Ele se mexia cada vez mais forte e cada vez mais fundo. -Agora você está pronta para mim -ele sussurrou e tirou os dedos de dentro de mim. Notei que ele abaixou a sunga vermelha que usava e não sei se a água que estava destorcendo, mas era enorme. Ele se posicionou mais perto de mim e levantou ainda mais minha perna que estava em volta dele.

Voltou a me beijar, senti seu membro roçar minha entrada, desejei ainda mais ter ele dentro de mim. Ele estava colocando na minha entrada quando:

-Vinicius! -ouvimos uma voz gritando -Você está aqui? -a mesma voz gritou novamente

-Puta que pariu -Vinixius xingou irritado e se afastou um pouco para levantar a sunga. Eu abaixei a perna e fiquei parada, mas ele não saiu da minha frente

-Ah te achei, eu estava te procurando... -André parou de falar quando viu nós dois

-Você não sabe mesmo a hora de chegar -Vinicius falou irritadíssimo

-Eu ia saber que você estava... -André não disse mais nada porque ele viu a parte de baixo do meu biquíni flutuando na agua

-Você é mesmo o pior irmão do mundo -Vinicius estava muito bravo

-Enfim, vamos que a mamãe mandou a gente ir para lá -André se recompôs e disse

-Agora? Ah não -Vinicius sacudiu a cabeça

-Agora! Vamos! -André falou autoritário

-Porra André, eu estou no meio de uma coisa aqui -Vinicius falou

-Não quero saber, vamos! -André disse -Desculpa, Flora, mas realmente temos que ir -André disse para mim

-Vai na frente, vou depois -Vinicius sugeriu

-É? E eu vou te dizer o que para mamãe? Que você estava com uma menina na piscina e não quis ir ver ela? -André rebateu

-Que merda, André! -Vinicius disse

-Vamos Vinicius! Caralho, anda logo -André estava irritado -Ou quer que eu mande a mamãe vir aqui e ver o porque você não quer ir?

-Acho que até a mamãe vai querer ficar -Vinicius me encarou sorrindo

-Bora logo, Vinicius -André estava impaciente

-Tá bom, inferno -Vinicius falou e voltou a atenção para mim -Desculpa, Flora! Eu tenho que ir, mas você pode ir comigo se quiser -ele sugeriu

-Acho que não estou em condições de conhecer sua mãe? Como eu vou me controlar perto de você? -disse

-Ah, sempre temos a opção de te comer em cima da mesa dela -ele sugeriu convidativo

-Eu gosto dessa opção -falei rindo -Mas melhor deixar para outra vez -completei

-Tudo bem, você que sabe -ele falou e me beijou de novo. Foi um beijo muito intenso e até demais porque tinha alguém olhando. Senti ele afastar minhas pernas e enfiar três dedos em mim. Eu gemi muito alto, mesmo com a boca dele na minha, deu para notar que foi bem alto. Ele se mexia com pressa e com força. Minhas pernas estavam bambas.

-Porra Vinicius, eu vim aqui te buscar, não assistir pornô -André falou com vontade de rir. Ele continuou me beijando por mais um tempo, mas se afastou.

-A gente termina isso depois -Vinicius disse, pegou a parte de baixo do meu biquíni me entregou e foi saindo. Ouvi ele cochichar algo com o irmão e foram em direção a porta, mas Vinicius não deixou de me dar uma olhada antes de sair completamente.

Fiquei parada um tempo sem saber o que aconteceu. Mais uma vez, me deixaram com vontade.  Vesti a parte de baixo, nadei um pouco, bebi mais espumante e saí da piscina. Estava vestindo meu roupão quando senti alguém puxar meu braço. Era o Leonardo.

-O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? -ele gritou nervoso

-Você está me machucando -disse e ele soltou meu braço

-Porque você estava aqui com o Vinicius? -ele perguntou mais manso

-Como você sabe? -rebati

-André me mandou mensagem falando que pegou vocês transando aqui -ele respondeu como se estivesse com nojo

-A gente não transou -tranquilizei ele -André chegou antes que a gente pudesse -completei

-Mas você ia? -ele perguntou como quem tivesse medo da resposta

-Sim -notei como a feição dele ficou triste -Mas eu estava fingindo que era você -falei baixinho, ele me encarou e sorriu. Ficamos trocando olhares por um tempo.

-Me encontre lá em baixo as nove -ele falou e saiu.

 



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