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História Palavras que guardei - Palavras que guardei


Escrita por: fuckflowr

Notas do Autor


Oi ♥
Ando cheia de escrever shortfics, mas logo farei uma long, juro. Espero que gostem ^,^

Capítulo 1 - Palavras que guardei


     “Harry Potter.

      Um nome. O garoto que sobreviveu. Aquele que todos querem conhecer, que todos admiram, o único que conseguiu derrotar Voldemort.

      Você.

      Eu nunca fui diferente. Sempre quis conhecer aquele menino que, com a minha idade, fizera um feito tão grande. Você, Harry Potter ficava em meus pensamentos todos os dias. Eu imaginava como você seria, se iria para Hogwarts, como eu, e se poderíamos nos tornar amigos.

      Esse sonho foi por água abaixo quando deixei a minha mania de falar sem pensar assumir o comando. No dia em que chegamos em Hogwarts, eu te vi. Os cabelos pretos rebeldes, os olhos verdes demais. Eu me aproximei você, em uma tentativa de me tornar o seu amigo. Mas, ao dizer o meu nome, Ronald Weasley riu, e eu retruquei a sua risada.

      Você ficou irritado, Harry. Não quis ser amigo do garoto que ofendeu o outro, mesmo que o ruivo tivesse, de certa forma, me ofendido primeiro, e eu apenas revidara.

      Um fato que nunca falei, é que eu sempre invejei a amizade de vocês com Hermione Granger. Vocês eram um trio tão unido, e sempre se aventuravam. Durante todos os anos, eu ficava, de alguma forma, sabendo das aventuras de vocês, e elas me pareciam tão legais. Eu queria tanto estar com vocês.

      Eu fiquei sempre por perto, Harry. Eu te observava, e sempre que você me via, parecia deixar claro o quanto me odiava. Eu ainda nem ao menos tinha dado motivos, mas você parecia me odiar.

      Lembra daquele dia, em que eu peguei vocês na casa de Hagrid? Você nunca sequer desconfiou, aposto, mas naquele dia eu estava sem sono, e andava pelo colégio, quando ouvi os passos e vozes de vocês. Passei a segui-los, querendo, de alguma forma, fazer parte de o que fosse que vocês fariam.

      Foi no momento em que você me viu, Harry, com aquela raiva que você sempre me olhava, que eu decidi que te daria motivos. Para me odiar, digo. Corri até Minerva, decidido a te entregar. Claro, não calculei que, com isso, eu também me daria mal.

     Na Floresta, aquele bicho apareceu e eu saí correndo. Isso é um fato sobre mim: sou bastante medroso.

      Sempre tive medo de quase tudo. Inclusive, de te dizer tudo o que ronda em minha mente. Coisas que você jamais iria imaginar. Então, aqui vai minha carta de confissão. Aqui estão todas as palavras que guardei.

      Fui eu quem mandei Dobby. Eu havia ouvido os planos por de trás da porta, e Harry, apesar de tudo, eu ainda sonhava em ser o seu amigo. Apesar de você me odiar, e eu ter passado a te dar motivos para isso, eu ainda sonhava com o dia em que você perceberia que eu não sou ruim.

     Ordenei ao Elfo que não falasse nada sobre mim, e muito menos sobre nossa família. Não queria que soubesse que era eu quem estava mandando-o, pois assim, você poderia achar que era apenas uma brincadeira.

      Quando você não apareceu em Hogwarts, eu me escondi em meu quarto, Harry, pensando que, pelo menos, você estaria bem. Mas o problema, era que eu jamais voltaria a te ver. Então você apareceu. Você e o ruivo idiota, que sempre estava ao seu lado.

      No nosso primeiro jogo um contra o outro, aquele balaço ficou te seguindo. Eu fiquei tão irritado com Dobby, Harry. Eu queria te ver longe do perigo, não morto. Afinal, se fosse para o final ser o mesmo, eu iria preferir que ficasse em Hogwarts, onde ao menos poderia te ver.

      E lembra de quando duelamos, na aula com o professor Gilderoy, e o professor Snape? Eu estava tentando te mostrar duas coisas: primeiro, o oponente jamais espera, e segundo, eu estava apto, Harry, a fazer parte do trio de vocês. A ser o seu amigo.

     Pensando bem, essa carta é totalmente ridícula. Principalmente, porque eu jamais vou entregar ela para você. Afinal, quem normal iria entregar uma carta de amor a alguém que simplesmente o odeia?

      Porque eu te amo, sabe. Desconfiei que meu desejo de ser seu amigo pudesse ser algo além no nosso terceiro ano, quando Sirius Black fugiu de Azkaban, e todos sabiam que ele queria te matar. Desconfiei porque, toda santa noite, ao ir dormir, eu pensava que, ao acordar, você poderia estar morto. Isso me desesperava, Harry. Eu ficava sem ar, nervoso, suando frio, e querendo correr para a Sala Comunal da Grifinória e foi Pansy quem me ajudou. Ela ficava comigo, e me acalmava.

      Mas foi no nosso quarto ano em que tive plena certeza disso. De que eu te amava. Quando o seu nome apareceu no Cálice, e você lutava em cada desafio. Eu sabia que havia perigos, Harry. Sabia que você poderia se machucar gravemente, ou até mesmo morrer. E de novo, foi Pansy quem me ajudou.

      Sabe, muitos acham que ela e eu namoramos. Mas, na verdade, somos apenas amigos. Ela sempre me apoia, e é a única pessoa que sabe sobre os meus sentimentos.

      E foi no quinto ano que jurei te odiar, Potter. Participei da Brigada Inquisitorial para saber sobre você. Apenas e unicamente por isso. E no natal, quando te vi saindo da Sala Precisa com a chinesa da Corvinal (Cho Chang. Pesquisei, para poder odiar ela com ainda mais afinco), eu sabia o que havia acontecido ali dentro. Sabia pelas bochechas levemente coradas de ambos, pelos lábios inchados, e os sorrisinhos bobos.

      Naquela noite, eu me sentei no chão, sem acreditar. Eu não sabia porque tinha ficado tão surpreso. Talvez, porque, bem lá no fundo, eu ainda acreditasse que pudéssemos ficar juntos. Que pudéssemos ser um casal.

      E no final do ano, você levou meu pai para Azkaban. Isso, Harry, foi a gota d'agua. Foi quando jurei que iria te odiar. Porque você tirara tudo de mim. O meu pai, todos e qualquer namoro que eu poderia ter tido nos anos em que tentei chamar a sua atenção. Até mesmo a minha dignidade, porque achei que tudo bem fazer qualquer coisa por você, já que te amo.

      Pois é, Potter. Amor. Surpreso? Imagina como eu fiquei ao descobrir que estava apaixonado por você, aquele que simplesmente me desprezou, antes mesmo de me conhecer. Aquele que arruinou a minha vida.

      Meus pais serviam a Voldemort, você sabe. Eu estava destinado a tal caminho... Mas, por um tempo, Harry...

      Eu pensei que você pudesse ser a minha salvação. Mas você foi a minha ruína.

      Anos te olhando, Harry. Anos te amando em silêncio, até mesmo quando você levou o meu pai para Azkaban.

      Você faz ideia do que me fez passar? Não apenas pelos anos de um amor não correspondido, não apenas pelo meu pai... Mas também pelo que Voldemort fez comigo. Antes, Harry, antes de te conhecer, eu ainda tinha uma esperança. Eu ainda poderia me tornar uma boa pessoa, ainda poderia seguir um caminho diferente.

      Mas agora, toda manhã, ao acordar, estou ciente do que há em meu braço direito. Essa marca que me incomoda. Essa missão, Harry, que serei obrigado a fazer.

     Por sua culpa, minha alma foi corrompida. Já não tenho mais esperança de ser algo além de um Comensal. Não posso mais escapar disso. Essa, Harry, será a noite. A noite em que matarei Dumbledore, como ordenou o Lorde das Trevas.

      Minha alma está rachada. Rachada e danificada, e hoje será a noite em que ela se quebrará por inteiro. Porque, depois dessa noite, não há chances de conserto. Não há maneiras dela ser salva.

      Eu sinto muito pelo o que farei. Estou dizendo isso com a última gota de bondade que há em mim, com minha última esperança. Eu sinto muito.

      Draco Malfoy”

     Draco Malfoy parou de escrever. Estava na Sala Precisa, após mais uma luta diária para consertar o Armário Semidouro, sentado no chão, com a costa encostada em um armário, com um pergaminho em cima das pernas.

      Nem sabia porque estava insistindo em escrever aquela carta. A deixou ali, jogada.

      Dane-se. 


Notas Finais


Por que eu sempre faço o Draco sofrer? Tô me sentindo um monstro...
Espero que tenham gostado, e irei postar o próximo assim que possível :3
Digam suas opiniões ^,^


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