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História Palavras que guardei - Palavras que guardamos


Escrita por: fuckflowr

Notas do Autor


Hey, gente *-----*
Chegamos ao último capítulo ^3^
Espero que gostem dele.

Capítulo 3 - Palavras que guardamos


 

Palavras que guardamos

     Havia toda uma história de vida por trás de cada sorriso cheio de zombaria que Draco Malfoy lhe lançava. Achou, sempre, que o garoto o odiava simplesmente porque recusara a sua amizade, no primeiro ano deles, ainda no trem de Hogwarts. Achou que, por todos aqueles anos, o garoto guardara um rancor de sí. Mas estava enganado.

      Por que Malfoy não era tão simples. Claro que não. De alguma forma, ele estava interligado a vida de Harry, não poderia ser algo comum. Tinha que ser algo que durara por anos.

      Pouco antes de Crabbe lançar o fogomaldito na Sala Precisa, Harry avistou um pedaço de pergaminho. De início, não deu muita bola para ele. Afinal, procurava pelo diadema. Fora simplesmente impulsivo ao pegar o papel, minutos depois. Claramente, se surpreendera ao notar o próprio nome escrito no topo. Não resistiu a dobrar o pergaminho, e colocar dentro do seu casaco. Queria saber o que estava escrito alí; afinal, estava envolvido.

      Quando a Batalha finalmente acabou, Harry olhou para o corpo de Voldemort, caído no chão. Lhe parecia improvável que conseguira derrotar ele. Aquele que matara os seus pais e tantas outras pessoas. Ao seu redor, todos suspiraram de alívio, e comemoraram. Harry, porém, estava cansado demais para tudo aquilo; sentia o corpo pesado, tombando. Mau sentia os toques de todos os presentes, que pareciam querer tirar um pouco do garoto que sobreviveu, e aquele, aquele que matara o Lorde das Trevas.

      Quando Luna se ofereceu para distrair a todos, enquanto ele usava a capa da invisibilidade para ir descansar um pouco, Harry ao menos chegou a hesitar, concordando de imediato. Assim que os olhos de todos se desviavam para encarar o que fosse que Luna havia dito, Harry escorregou para debaixo de sua capa.

      Andou a passos lentos até a sala comunal da Grifinória, que estava vazia. Se jogou em uma poltrona, suspirando, sentindo todos os ossos de seu corpo doerem. Por Merlin, ainda parecia improvável que havia conseguido derrotar Voldemort.

      Colocou as mãos no bolso, ficando surpreso ao sentir um pedaço de pergaminho lá ... Mas, então, se lembrou de que encontrara o mesmo na Sala Precisa. Sentiu seus olhos se fechando, mas a curiosidade para ler aquilo acabou vencendo. Abriu o mesmo, notando a letra bonita, espremida e meio caída de lado.

      “Harry Potter.

      Um nome. O garoto que sobreviveu...”

      Harry deixou o pergaminho cair em cima do seu colo, surpreso com as palavras que estavam alí. Merlin, ele se sentia um monstro. Claro, por um período de tempo, desconfiara que o garoto não fosse alguém feliz... Mas ter certeza disso, saber que fora ele o maior causador das dores de Draco Malfoy... Sentia como se estivesse quebrado. Quebrado em milhares de pedaços, pela culpa.

      Nunca pensara nos pequenos detalhes, embora devesse. Nunca pensara sobre como Draco parecia sempre estar por perto, como sempre conseguia chamar a sua atenção de alguma forma. Nunca se perguntou sobre como o garoto se sentiria após ter o pai preso. Sobre como se sentira após a noite em que deveria matar Dumbledore...

     Porque Harry estava. Ele vira cada momento de hesitação. Notara como chegara a abaixar sua varinha, pronto para de entregar, para lutar ao lado da Ordem da Fênix... Apesar de tudo, ele não era uma má pessoa, e o Harry nunca notara. Apenas pensava em como o garoto, por vezes, agia como um idiota.

     Sem muito pensar, Harry se levantou, ainda usando sua capa da invisibilidade.

      Draco Malfoy andou a passos lentos. Estava a alguns metros de distância dos pais, que sussurravam. Draco sabia que estavam preocupados por serem Comensais da Morte; agora que Voldemort caíra, eles cairiam também. Draco sabia que também deveria estar. Tinha uma marca em seu braço. Mas Draco não andava se preocupando muito com isso naquele momento.

      Na verdade, Draco se sentia como um eco. Apenas um reflexo de algo que a muito deixou de existir. Draco passara um ano em Hogwarts, e a cada dia que passava ele notava mais o quão vazia a escola parecia sem Harry. Não tinha mais graça alguma assistir aos jogos de Quadribol, afinal, ninguém fazia capturas de pomos de forma impressionante que nem Harry; ninguém se metia em várias encrencas, como Harry. Ninguém naquele lugar era ele, ou sequer parecido com ele. De repente, Draco percebia que a única coisa que realmente gostava alí, era ele. Apenas Harry (e, é claro, Rony e Hermione) conseguia fazer Hogwarts ser interessante.

      Sem Harry alí, Draco não tinha muito o que fazer. Servia ao Lorde, lutava ao seu lado, era quem os pais queriam que ele fosse. Porque, por Merlin, a sensação que tinha quando o pai lhe olhava com orgulho era gratificante. Mas, sempre que anoitecia, e Draco se encontrava sozinho no seu quarto na Sonserina, ele sentia lágrimas invadirem os seus olhos. Sentia sua essência escapando por entre seus dedos. Sua vida. Já não sabia quem era, no que acreditava. Se devia lutar pelos seus ideais, que, no fundo, eram tão diferentes do Lorde das Trevas, ou se seguia pelo caminho que o pai queria, se seguia ideais que não eram os seus, e lutava por algo que não acreditava.

     Decidiu pelo último. Assim, faria os pais sentirem orgulho. Mas, por Merlin, Draco achara que acabaria enlouquecendo.

     E um ano depois, ele entendeu que chegara a conclusão errada. Afinal, do que adiantara tudo pelo que lutava, se, no final, apenas não acabaria em Azkaban, como teria Harry o odiando ainda mais? Não teria chance de ter o garoto, nem mesmo como um amigo.

      Sonhara por noites seguidas o mesmo sonho. Onde ele salvava Harry, Rony, Hermione e todos os outros que estavam em seu porão, na mansão Malfoy, e passara a lutar ao lado deles. No final, quando a batalha terminava, Harry o beijava. Quando acordava, Draco se perguntava sobre como chegara alí... Mas, então, se lembrava de que era apenas um sonho.

      Quando sentiu algo tocar no seu pulso, simplesmente empurrou com a mão... Então percebeu que era algo, realmente. Parou de andar, indeciso entre continuar andando, ou chamar os pais.

      — Calma, sou eu.

      O som da voz o fez arregalar os olhos, enquanto um pequeno arrepio subiu pela sua espinha. Fechou os olhos. Estaria ficando louco? Afinal, Harry jamais iria atrás dele. Não depois de tudo. Não depois de Draco lutar por Voldemort. Mas o toque em sua pele era real demais, vívido demais.

      — Quê? – Murmurou, mal ouvindo a própria voz. Soltou um grunhido ao ver o rosto de Harry aparecer, seguido do corpo do moreno. – Har... Potter? O que... O que você está fazendo aqui? Não deveria estar comemorando com os seus amiguinhos?

      — Deveria... Mas tenho uma coisa importante para fazer nesse momento... E não poderia deixar para depois. – Disse ele. Draco observou o rosto do garoto, sentindo lágrimas se acomodarem em seus olhos. Queria ter se segurado no trem. Se tivesse sido educado, e ignorado o Weasley, aquele momento seria totalmente diferente. – Eu estava na Sala Precisa. Lembra quando ela pegou fogo? Eu encontrei isso, Draco.

      Draco. Harry o chamara de Draco. Estava tão surpreso, que mal notara a mão do menino. Apenas segundos depois notou o que estava na sua mão. Um pedaço de pergaminho. Imediatamente, Draco arregalou os olhos, notando sua letra. Levantou o olhar, mas não sabia o que falar.

      — O... Que? Que é isso?

      Por Merlin, Draco, o menino se repreendeu, não tinha nada melhor para dizer não?

      Harry sorriu divertido, quase como se pudesse ler a mente do menino.

      — Não se faça de desentendido. – Falou o moreno. Draco fechou os olhos, pronto para ouvir os gritos que, sem dúvidas, viriam. Harry teria nojo dele, sabia. Afinal, o Santo Potter jamais seria gay. Namorava Gina Weasley, não é?

      — Podemos simplesmente ignorar esse pergaminho? – Pediu, e até mesmo se surpreendeu ao notar que sua voz se tornara embargada. Harry negou com a cabeça. Merlin, Draco seria humilhado pelo resto de sua vida! – Por favor.

      — Eu não quero ignorar isso, Draco. Quer dizer, podemos ignorar o pergaminho, ele que se dane, mas não podemos ignorar o que está escrito. As suas palavras, os seus sentimentos. – Sussurrou Harry. – Eu jamais imaginei nada disso...

      — Eu sinto muito. – Draxo o interrompeu. – Sinto muito pelos anos que passei te perturbando, te irritando... Sendo um estorvo em sua vida. Eu só queria...

      — Eu sei. – Harry sorriu. E foi um sorriso tão lindo, tão brilhante, tão dele, que Draco sentiu seu coração acelerar em seu peito. Não notou como, exatamente, mas Harry estava próximo demais dele. Em pouco segundos, bocas se encontraram em um beijo ávido.

      Por quanto tempo Draco esperara por aquilo? Por sentir Harry tão próximo de si, sem ser por brigas. Naquele momento, Draco se sentia um furacão de emoções; tão diferente do Draco de minutos antes.

      — Eu quero te fazer feliz. Quero te recompensar por todos os anos de merda que te fiz passar. – Harry pediu, de olhos fechados, com o nariz escondido na curva do pescoço do Slytherin, que suspirou. – Draco... Eu amo você. E não vou dizer que isso foi apenas depois de ler essa carta, e descobrir um lado novo em você. Eu amo você, todo. Desde o sexto ano, quando você mudou e... Eu senti tanto a sua falta. Me deixa te fazer feliz.

      Draco sorriu. Aquilo estava mesmo acontecendo? Tocou os lábios do moreno, enquanto este passava a mão pela sua cintura. Sentia agora o olhar do pai queimando sua pele, de tanto ódio. Mas não ligava. A mãe o apoiava. E qual o sentido de fazer algo diferente do que fazia?

      Passara anos amando Harry, e fingindo não senti-lo. Ambos guardaram tantas palavras, que céus, como era bom finalmente falar tudo.

      Draco se afastou, sorrindo:

     — Me faça feliz.

     E Harry faria. 


Notas Finais


Me digam o que acharam *----*
Sei lá, eu gostei dessa shortfic. Deve ser por ter sido mais focada no drama e tals. E eu A-M-O drama. Enfim, espero que tenham gostado ^3^//


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