longe
setembro, um dia depois
Mesmo depois de tantos anos, Kora ainda não entedia Calum e... e tinha medo.
E se ela dissesse algo errado e perdesse seu filho como havia perdido Malia?
Ela queria se aproximar, dizer que tudo ficaria bem, que tudo estava bem, mas... Kora não sentia isso. Malia estava morta – sua filha estava morta. Sua filha sofreu tanto enquanto ela não pode fazer nada, apenas observar. Que tipo de mãe era ela?
E sua outra filha... não era um garota. E Kora ainda não entendia isso, mas ela queria o melhor para o seu filho mesmo que não entendesse como ele não era uma garota quando tinha o corpo de uma garota; Kora queria o melhor para o seu filho e apenas isso importava, embora não fosse fácil.
Às vezes ela queria dizer algo – algo que o ajudasse, que o guiasse, que o fizesse perceber que ela queria o melhor para ele, mas... não era fácil. Não era fácil para ela, não era fácil para Calum, e ao invés de dizer algo que pudesse se arrepender, que piorasse tudo, Kora preferia não dizer nada.
Saber que Calum estava bem e feliz, observá-lo de longe, já era o suficiente para Kora, já fazia com que ela ficasse um pouco melhor e um pouco menos infeliz, porque era isso que importava: seu filho bem e feliz.
Mesmo que fosse longe dela.
Dando um último olhar para seu filho e para as pessoas que o cercava, para os Hemmings que era como a família dele – que era a verdadeira família dele – e seus outros amigos, Kora deu um passo para trás e virou-se, caminhando para longe.
Seu filho bem e feliz.
Mesmo que fosse longe dela.
Era o que importava.
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