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História Pitangueiras - Leão de Neméia


Escrita por: Dyryet

Notas do Autor


(Ela terá de passar por 12 aprovações como os trabalhos de Hercules.
**E logo no primeiro deles seus 3 amigos de longa data resolvem ajudar dividindo o peso. Este primeiro desafio ela teria de passar um mês completo no corpo da pessoas que ela mais odeia, e caso alguém descobrisse a troca ela ficaria presa nesta forma para sempre.
Como o peso foi dividido cada um passaria apenas uma semana desta maneira, mas o perigo só aumentava.

Qual deles seria o primeiro?
Quais seriam as demais aprovações?
Tudo isso trará grandes revelações e muitas surpresas.)

Capítulo 13 - Leão de Neméia


Fanfic / Fanfiction Pitangueiras - Leão de Neméia

Não tinha como explicar aquele ato.

Ele tinha simplesmente voltado para aquele mar de explosões e de repente elas tinham parado.

---- D-do Contra... ---- Mônica chama sem saber como agir.

 

O anjinho mantem a barreira e retira o DC de lá, mas ele estava muito contaminado para chegar perto de qualquer um ali sem os transmitir o efeito.

E então a Mônica faz o acordo...
 

---- Muito bem... Vamos brincar crianças. ---- a voz dela soa em tom de riso. ---- O Leão de Nemeía sempre foi meu trabalho predileto. Ele era um ser orgulhoso e invencível, mas Hercules conseguiu mata-lo e para se vangloriar vestiu sua pele. ---- sua risada sai em tom de deboche. ---- Vocês irão vestir a pele de seus inimigos por uma semana. Isso sera alheatório quem sera o primeiro e a ordem, mas caso os outros três descubra qual trocou... Bem... eu ganho.
 

E assim ela desaparece deixando cair um fino pergaminho com as mesmas instruções escritas no topo e o resto em branco intitulado ACORDO.
 

---- Vocês não tinham que fazer isso. ---- ela afirma ao suspirar e enrolar o pergaminho vendo a ambulância chegar e levar o mestiço de uma figa embora.
Mas todas aquelas sensações estranhas não sumiam de modo algum, por um lado me senti aliviado pelo cretino estar bem; por outro eu queria que tivesse morrido.

Olhava para a fabrica que agora juntava muitos policiais e curiosos com o mesmo temor de antes misturado com um certo alivio e algo não me deixava parar de pensar no mestiço. “ E se ele foi contaminado? Ele se ele for tão contagioso quanto...? “                 Quanto o que? Os pensamentos não se completavam.

Faltava algo.
Eu precisava falar com o anjo novamente.
 

Todos ainda estavam assustados de mais para irem para casa então assim como fazíamos quando éramos crianças ficamos no parquinho conversando e tentando entender tudo o que tinha ocorrido ali e o por que.

Franjinha se responsabilizou por levar o pequeno anjo já que este também estava desacordado e infelizmente eu não podia o perguntar mais nada, e então fui para casa pensando no desafio e achando que seria muito fácil fingir seja que for por uma semana inteira, mas temia pelos demais.

Claro que a minha cabeça ainda estava uma zona mas eu com toda a certeza era de longe o mais capaz. Só tinha medo da pessoa cometer alguma gafe e ser descoberta mas... no pergaminho mostrava que as pessoas trocadas receberiam as mesmas instruções que nós. Mas ao contrario de nós se esqueceriam completamente da troca depois de voltarem a serem eles mesmos.


 

---- Passou o dia na rua! ---- minha irmazinha vem importunar assim que me vê entrar na casa. Só olho para a minha mãe que ri da preocupação da menina.

Mas o meu estomago ainda estava revirando e eu estava tendo aquelas sensações estranhas o tempo todo, sentia uma vontade louca de gritar, chorar e bater em alguém; tudo junto e ao mesmo tempo.
O fim de semana voou e eu não sai do laboratório do Fanjinha e do lado do anjinho a todo o momento.

Acabei apagando com o cansaço.




 


 [Tok tok]

Despertei, com as batidas suaves na porta do quarto não reconhecendo absolutamente nada a meu redor.

Um nó se fez no seu estomago. ---- Eu fui o primeiro? ---- murmurei baixinho para mim mesmo me sentindo muito desgostoso; não conseguia imaginar com quem poderia ter trocado.

[Tok tok ---- Você esta bem? ----- uma voz feminina chama do lado de fora da porta, parecia bastante preocupada.]

---- S-sim estou. Já vou sair. ---- respondi apressado sem saber o que fazer ou dizer, jogando os cobertores longe e analisando o quarto a minha volta.

Havia: um armário grande de mais para uma pessoa só, uma cômoda com um grande espelho e outra ao lado da cabeceira, uma estante de livros que parecia bem cheia e só para ajudar eu não consigo reconhecer um titulo sequer.                  Pelo lado bom as roupas estavam dobradas e separadas sobre uma cadeira coisa que ajuda muito já que eu não saberia o que vestir e nem onde encontrar nada ali.           As janelas tal como a porta estavam trancadas, e além da porta a onde a mulher batera, tinha uma segunda que me chama muito a atenção e quando entro posso ver que se tratava de um banheiro particular.

{---- Que chique. ---- penso ao olhar tudo naquele lugar que apesar de pequeno era bem organizado.

Tomo um banho rápido e bem apressado evitando me trocar.

Vou admitir.

Estava temeroso em olhar no espelho, mas uma hora teria de o fazer pois seja quem fosse estava no meu corpo naquele exato segundo.

---- Mas só pode ser brincadeira! ---- sem querer solto a voz em um grito entérico que ecoa pelo banheiro quente pelo vapor do chuveiro. ---- D-do do, do Do Contra? Eu virei o Do Contra? Só pode ser uma brincadeira de mal gosto! Podia ser qualquer um por que justo ele! ---- esbravejo mais de uma vez socando a pia irritado. ---- Espera... Eu posso tirar um proveito disso!
 

E assim saio do banheiro vasculhando o quarto do “inimigo” afim de descobrir algo que poderia usar, ou apenas por curiosidade mesmo afinal eu não sabia quase nada daquele maluco e passar uma semana sem ser notado ia ser muito mais que impossível.
 

[Tok tok ---- Você esta legal? Sua mãe ta preocupada. ---- distraído não reconheço de imediato a voz masculina que me chamava, ou melhor chamava o Do Contra indo apenas abrir a porta.]

{---- Mas pra que tanta encheção de saco!} ---- penso irritado olhando a hora e vendo que nem atrasado para a escola eu estava. ---- Oi?

Mas ao sair já não havia ninguém esperando. Um trote? Não...
 

A casa era sóbria, paredes pintadas de cores frias e serias, quadros feitos a pincel e algumas esculturas sobre moveis finos e com um toque de elegância de modo tradicional e fino. Aproveito para analisar o lugar sendo que não parecia ter ninguém no corredor, descendo as escadas e chegando ate a sala aonde pude ouvir que pessoas conversavam de modo calmo e sereno.

---- Acho que vou ate o centro hoje e já compro tudo. ---- uma voz feminina ecoa de outro cômodo chamando a minha atenção.

---- É uma ótima idéia. Eu vou com você. ---- e logo a mesma voz feminina que tinha “me” chamado corresponde. Mas antes que eu pudesse ir ate lá...


 

---- Como você esta? ---- a mão pesada do Nimbos me vira quase me pondo contra a parede. ---- Você quase me matou de susto ontem o que você tem na cabeça? ---- ele me segurava pela gola e eu não conseguia pensar uma única resposta. ---- Não importa que os médicos dissessem que foi só um desmaio aquilo foi... Unf... ---- e assim ele me solta. ---- Você não vai mudar né? Sempre me deixando preocupado, sempre fazendo estas coisas...
 

---- Meninos? ---- uma mulher mais velha e de clara descendência japonesa para no corredor olhando os dois e pegando uma bolça e apondo sobre o ombro. ---- Vamos sair vocês querem algo?

---- Não obrigado. ---- respondi rápido a vendo sair pela porta junto de outra mulher também de descendência japonesa. ---- Eu estou bem. Não se preocupe.

---- Caro... você sempre fica bem. Eu que morro do coração com suas estripulias aff! ---- tento não rir com a reclamação do coitado do Nimbos que segue pelo corredor sumindo em uma porta qualquer.

Sigo pela casa mais tranquilo olhando todo o lugar.

A sala era ampla, mas estranha... parecia que tinha sido empurrada para o canto e um corredor iniciava a casa dividindo a entrada em duas salas. Uma mais tradicional e a outra moderninha com moveis bem mais coloridos.

Atravessei para o outro lado vendo ser realmente outra casa com outra cozinha e tudo mais, idêntica à outra a não ser pelos moveis e a decoração. Creio que tinham comprado aquelas casas gêmeas que se replicam em forma de espelho e quebrado a entrada apenas para unir aquele espaço mantendo o restante separado, mas não entendi os motivos.
 

---- Vou sair depois da aula. ---- vejo um Nimbos deixar o quarto, o do mesmo ângulo e lugar que seria o de Dc que eu sai. ---- Você devia ir falar com a Monica, você deixou ela muito preocupada ontem.

---- Eu... eu vou fazer isso sim. ---- eu tinha que fazer de conta que era ele. Mas falar com a Monica sendo ele me doía.

Estava acostumado a ir sozinho para a escola ou encontrar com o Cascão no caminho isso se tivéssemos combinado algo e então logo Nimbos vem e me da um tapa na nuca por o deixar para traz e tomo isso como uma analise mental; tinha que tomar cuidado com a relação que o cara tinha com o irmão.
E eu não posso negar que começava a criar idéias de como destruir a vida do Dc e se aproveitar de tudo aquilo.
 

---- DC! ---- sem que pudesse impedir ou perceber, recebo um abraço caloroso da Mônica seguido de um leve beijo que me tira o foco. ---- Como você esta? Me deixou morrendo de preocupação! Sua peste! ---- ela sorri carinhosa já pegando na minha mão, e por um segundo me esqueço de que estava no corpo trocado.

---- Estou ótimo. Melhor agora! ---- sorri alegre por ter ela assim comigo, mas logo me dou conta do que estava acontecendo fechando a cara de imediato.

---- O que foi? ---- com isso da uma brusca parada me encarando nos olhos. ---- Olha eu... ---- e assim tão rápido quanto eu tinha fechado a cara ela também se entristece. O que eu tinha feito? ---- Eu sei que é chato eu ficar te protegendo mas... Pra mim vai ser facinho passar por estar aprovações você vai ver!

---- Não é nada disso... Eu confio em você Mônica. ---- era duro fingir ser o Do Contra e ainda pior fingir ser o Do contra e namorar a Mônica.

---- Eu também. E... err... bem. O primeiro desafio vai ser uma coisa muito confusa. Parece que foi ficar com a vida de outra pessoa ou coisa parecida. Não entendi muito bem. Do seu inimigo...

---- {Ela vai contar pra ele? Espera ela já contou pra ele! Quando? Aquela hora que ela foi ver ele no medico!} Bem eu... eu tenho que ir! ---- nem inventei uma desculpa. Só sai de lá tinha que respirar um ar puro.

Me encostei no armário do Dc sem saber sua senha mas também não estava preocupado com isso, de fato este era o menor dos meus problemas.

Que brincadeira sem graça da morte.

Mas quem disse que ela devia ter um bom humor...? Humor negro isso sim!

Nem queria saber como seriam as outras 11 aprovações credo!
 

Teria que passar uma semana fingindo ser o maluco do Do contra? E se descobrissem! Eu estava perdido... e se ele cometesse alguma gafe no meu corpo?    E também tinha o problema com o Ângelo e todas aquelas sensações que eu estava tendo e que ate agora não tinha conseguido compreender. Mas no corpo de Dc eu ainda continuava a sentir seja la o que fosse só que desta vez estavam diferentes. O anjo tinha me explicado que eu estava sentindo as anomalias dimensionais, isso quer dizer que eu estava quase que misturando a minha vida com as outras mas agora... sentia a mistura da outra vida do Dc? Isso é muito confuso.

---- E ai. Que cara de “me provoca que hoje eu quebro a sua cara” é esta em ô. ---- vejo o loiro bad boy parar na minha frente e falar comigo como se fosse o meu melhor amigo de toda uma vida. ---- Cara eu não posso dizer a ela que gosto dela. Como fica a minha moral? ---- ele para olhando em volta para ter certeza que ninguém nos ouvia. ---- Sim eu pensei no que você falou ok... Mas aqui esta. ---- ele abre a mochila me entregando um punhado de papeis. ---- Este é o projeto que meu grupo fez no ano passado, vê o que você consegue usar. Fui.

E assim ele sai pelo corredor vendo que o sinal tocava.

Quase que vou em direção da mesa errada, mas não comento este erro. Fico de longe “me” vendo conversar com o Cascão e um nó se faz no meu pescoço. O cara deve ser o Dc trocado comigo, o que ele estaria falando com o meu melhor amigo? O Cascão com toda certeza ia sacar que aquele não era eu e ai... eu perderia o desafio da morte!

Passei a aula em cólicas.

Só entreguei as folhas e fiquei remoendo como eu poderia resolver tudo isso que acontecia na minha cabeça. Lembrava do que o Ângelo havia me contado: eu de alguma forma era capais de sentir as mudanças assim como ele e outros poucos, mas ele não sabia como isso era possível só que... De algum jeito três versões alternativas de mundo ou mais estavam colidindo e eu estava no meio desta tormenta me dividindo entre eles e sentindo o que os outros Cebolinhas sentiam, lembrando seus passados tendo suas vontades e sensações.

---- Estão esta decidido. ---- um cara loiro que eu nunca vi nem conversei na vida bate na mesa me despertando de meus devaneios. ---- Vamos fazer deste jeito. Algo mais a comentar? ---- ele olha pra mim esperando por um daquelas viajadas que o Dc sempre da, mas minha mente fica vazia. ---- Nossa ate você ficou quieto em!

---- Claro. Foi ele quem trouxe a “cola”. ---- Luca me salva cochichando baixinho entre risos. ---- Se ele reclamar é muita sacanagem. É só vermos oque eles erraram e seguir as anotações dos professores e pronto, temos um dez! ---- comenta animado. Nunca imaginei o Luca fazendo algo assim, mas quem vê cara realmente não vê coração não é mesmo?                  Sempre o imaginei tão certinho...

---- Este projeto é ridículo... uma piada. Tenho que ser obrigado a concordar com o Dc. ---- o ultimo integrante do grupo comenta pegando um caderno meu com a maior folga possível. ---- Os caras não mudam nada. Todo ano é a mesma coisa chata, tanto que deu pra conseguir esta trapaça... Parece que eles estão é com preguiça de dar aula isso sim.

---- Não vou negar. Esta com toda a razão Wilson. ---- Luca guarda o material olhando o relógio. ---- Bem o Dc já fez a parte dele agora vamos fazer a nossa.

---- Beleza. ---- os dois guardam o material correndo, mas o loiro é quem dispara assim que o sinal toca. ---- Mando uma mensagem para vocês quando tiver enviado o e-mail com a pesquisa. Fui.

---- Este Zélio não muda né? ---- o outro desconhecido me olha e eu dou de ombros tentando me fazer de desinteressado já que eu não conhecia nenhum dos dois. ---- Bem... vamos?

Engulo seco quando o cara me chama dando uma ultima olhada no meu corpo que parecia tranquilo conversando com os meus amigos. Claro que sim... ele conhecia todos eles.
Sai andando junto deste cara desconhecido e logo Nimbos passa por mim apressado me dando um rápido cumprimento. ---- Cara. Vou chegar tarde hoje! Me encobre? Diz que fui fazer o trabalho e pode ser que eu durma fora. Valeu cara! ---- e assim some no corredor.

---- É muito legal a relação de vocês dois sabia. ---- o cara comenta andando ao meu lado. Parecia mesmo que ele não ia me deixar em paz e como não o conhecia fico me remoendo no que eu devia ou não devia fazer ali.

Seguimos assim ate o meu armário e nesta hora eu engulo ceco. Eu não sabia a senha...

---- Não vai pegar sua mala? ---- ele me encara olhando o armário fechado. ---- Vai matar aula jura?

---- N-não. ---- respondo muito nervoso vendo que todos já iam em bora para suas casas, sem entender o que eu devia fazer ali. Eu realmente não sabia nada deste cara. ---- Esta nervoso pela viagem? Já resolveu se vai chamar a Monica ou não?

Novamente o nome dela surge no assunto.

Isso só podia ser uma demonstração do inferno.

 

---- Posso falal com você um segundo? ---- gelo ao ouvir o L trocado e a minha própria voz soar atrás de mim me virando, o carinha sai correndo sem nem se despedir; como se quisesse ficar fora do assunto. ---- Fiz isso na aula. Já que vocês telminalam tudo tive muito tempo extla. ---- ele põe a mão no bolço da calça me entregando uma folha de caderno amassada. ---- São os meus holalios desta semana. Assim fica mais fácil pla você celto. Tem a minha senha também ai... ---- comenta virando o rosto como se tivesse vergonha de mim, ou do que gostaria de me dizer. ---- Bem... è isso. Algo que gostalia de falal?

Realmente me surpreendi. Abri, dei uma olhada e guardei.

---- Não nada.

---- Tudo bem... não esquece de laval o unifolme e mantel o qualto alumado. ---- ele se vira e sai andando com aquele ar de que ainda não tinha me dito tudo.

Abri o armário e pude ver uma mochila grande que parecia bem pesada e nada mais; nem fotos nem nada colado nas portas como todos, só a mochila. Pego no itinerário que ele havia escrito para mim olhando a data da segunda feira e vendo que possuía mais de uma folha e algumas instruções de como fingir ser ele, o que admito achei ser inteligente de mais para o cabeça oca.

“””””” Os meus colegas do trabalhos são o Luca que você já conhece, Zelio e Wilson. Wilson não tem muito o que você precise saber; ele é um esportista e faz todo tipo de coisa e vive em campeonatos, nos damos muito bem já que sou um dos poucos que sabe e principalmente não liga de ele ter Aides, então as vezes ele desabafa comigo, tente não “reagir” estranho por que se não ele vai estranhar muito. Zelio já é um pouco mais complicado... não gosto de contar isso, mas você tem que saber de qualquer jeito. Ele é ex viciado em drogas e a mãe dele me paga pra ficar de olho no cara pelo menos na escola; ele sabe disso então eu deixo ele em paz  por que sei que ele ta limpo, só contei caso ele comente algo. Se tiver algo que eu não sei de você e tenha que saber me manda por mensagem, você sabe o seu próprio telefone. ‘””””

Li aquilo um pouco impressionado.

Imaginei se a Monica saberia o tipo de pessoa que ele andava e logo um sorriso subiu aos meus lábios sem que eu me desse conta.

Segui em direção ao tal doujou de nijutsu que ele frequentava de segunda, quarta e sesta, vendo que a mochila possuía além do uniforme que ele usava nestas aulas; outras coisas que não evitei em xeretar. Um caderninho amassado cheio de rabiscos ilegíveis, literalmente rabiscos, e eu não to falando de uma letra feia, do dizendo que tinha mesmo um caderno de rabiscos ali! Depois disso resolvi deixar pra terminar de xeretar depois.

---- E ai campeão! ---- um tapa forte quase me quebra no meio me virando e encontrando um cara que também não conhecia. ---- Revanche hoje no tatame? ---- ele passa do meu lado já tirando as roupas e pondo o uniforme, e eu gelo de imaginar que teria que ir contra um cara tão enorme.

Só o braço dele dava o meu tamanho, e ele sorria falando com os demais no vestiário com os olhos azuis brilhantes afirmando que me levaria à lona rindo alto enquanto punha uma bandana ridícula nos cabelos loiros.

---- Bora japa! ---- ele instiga mais uma vez deixando o vestiário e eu travo no meu corpo mais uma vez sem saber o que fazer. Eu não lutava. Nunca pratiquei um esporte na vida imagina aquilo? ---- Sensei! ---- ele grita chamando a atenção de um homem que estava a arrumar umas coisas sobre um palco estranho forrado por um tecido grosso e fofo. ---- Temos alguns minutos posso me alongar e bater uma revanche com o japa?

Juro que senti que iria morrer quando o homem riu e acenou que sim.

O grandalhão parou sobre o tapetão e começou a se alongar conversando com os outros que brincavam de apostar.

Foi estranho.

Senti como se fosse instintivo subir ali e me alongar apesar de nunca ter feito isso na vida. Era um sedentário, um gênio mas sedentário.

Terminei tudo com um gesto estranho e engraçado unindo minhas mãos socando minha própria palma e me flexionando para frente em forma de reverencia e quando dei por mim um som estranho saiu dos meus lábios. ---- Hajime!

O loiro sorriu e parou de conversar vindo em minha direção.

---- Hoje seu recorde cai japa. ---- ele sorri como se aquilo fosse uma simples brincadeira se posicionando para me atacar.

---- Acaba com ele!

---- Mostra que tamanho não é documento!

---- De novo!

Os demais caras gritavam e riam e logo vejo que o homem me observava quieto de fundo apenas analisando cada movimento nosso.
Foi a coisa mais estranha.

Sei que dizem que artes marciais se enraízam na alma e no corpo e ele se acostuma com os movimentos agindo naturalmente e reagindo, mas não achei que fosse real.

Era tão fácil ver e prever os ataques do maior assim como me esquivar e acerta-lo, que notei; era uma luta desigual. Conseguia chutar sua nuca mesmo com outro pé ainda apoiado no chão, era capais de saltar sobre ele e minha velocidade não tinha patamar acho ate que ganhava do Cascão; ate mesmo ficar de ponta cabeça era uma tarefa fácil conseguindo fazer isso ate com uma única mão e acertando o cara mais uma vez.

---- Chega Takeda. ---- o homem segura minha perna antes que eu o acertasse outra vez me atirando no chão. ---- Foi um bom combate. ---- ele sorri chamando o outro a se aproximar e logo o maior faz o mesmo sinal que eu havia feito por instinto, e eu o imito. ---- Igor... já lhe disse antes e irei repetir. Takeda ganha justamente por ser menor e mais rápido que você. Sem falar que treina a bem mais tempo, seus movimentos são naturais enquanto você ainda tem que pensar.

---- Ele ganha por que ele é japa. ---- o maior ri e logo a tal aula começa.

O homem me manda fazer coisas que achava impossível e ate parecidas com as loucuras de pakour do Cascão, mas o corpo do Dc reagia bem mais rápido e conseguia fazer os exercícios.

---- Esta distraído hoje jovem Takeda. ---- o homem para atrás de mim me cobrando a atenção. ---- Foi violento no combate. Nunca vi ser tão agressivo e instintivo... não controlou seus golpes podia ter machucado o Igor.

---- Me desculpe sensei. Eu... não estou muito bem estes dias. Tudo bem se eu faltar o resto da semana? ---- vi ali uma chance de fugir de alguns dos compromissos do cara.

Ele se espanta com o meu pedido, olha em volta pensativo e logo sorri um pouco preocupado. ---- Claro meu jovem. Se achar que não esta bem podei ir para casa hoje mesmo e não ficar ate o final. Suas habilidades estão muito avançadas para a sua idade e tenho certeza que estará bem para o campeonato. O que mais importa é estar com a cabeça em dia.

Com isso ele se vira e sai e eu corro ate o vestiário afim de me livrar daquelas roupas pesadas e grossas de treino e correr ate minha própria casa para levar um papo com o “eu”.

Pego a folha vendo que não tinha mais nada marcado para aquele dia a não ser o treino e outros dizeres sobre estudar.

Peguei o telefone do lugar aproveitando que não tinha ninguém olhando e liguei para mim mesmo.

[---- Alo?]

---- Atendeu rápido. Nem tocou direito.

[---- Leconheci o numelo do meu doujou. Eu não tenho celulal lembla? Sei os telefones de col na cabeça como uma pessoa develia.]

---- Tah, tah sei. Olha quero falar com você, esta a onde? Esta com alguém?

[---- O que? Impossível. Você esta no tleino. ---- ele se exalta. ---- Selia muito estlanho o Cebolinha apalecel ai.]

---- Estou falando que eu vou ai! Idiota.

[---- E eu vou matal o tleio uma semana antes do campeonato? Fico maluco? Quel que alguém descubla?]

---- Falei que não estou bem e...

[---- Você é um tapado? Se fosse pala você il contla o meu etinelalio eu nem tinha te dado ele! Acha mesmo que o sensei não vai estlanhal? Eu tleino quando to de cabeça quente, pla lelachal. Todo mundo que faz altes malciais fazem isso!]

---- Chega de brigar comigo com a minha voz como se fosse o rei do mundo e da verdade. Isso é bizarro, e além do mais...

[---- Além do mais, digo eu. Volta plo ptleino, segue o que te dei e fica quieto. Se tivel algo impoltante passa aqui na sua casa depois ou fala agola diacho.]

Deliguei na cara dele.

Tinha me irritado. Não eu não tinha um itinerário nem nada a dizer a aquele cabeça oca idiota, mas o problema era que ainda me preocupava do que ele estaria fazendo no meu corpo. Eu não conseguia pensar em outra coisa.                                            Eu não conseguia falar com o Ângelo não conseguia resolver este problema e ainda tinha que passar por este desafio infeliz e irritante. As coisas não estavam nada bem mesmo...
 

Acabei voltando para o treino como ele havia pedido tão educadamente pensando um modo de acabar com sua vida e evidentemente seu namoro com a Monica. E foi no vestiário que pensei no obvio. Eu estava em seu corpo!

Só precisava deixar coisas preparadas e guardadas para destruir a vida dele depois que voltasse, e ele nunca saberia de onde vieram ou como foram feitas.
 

Sai do treino e voltei para a casa dele correndo, animado com meu plano!

Eu só precisava achar uma câmera ou coisa parecida e pronto!
 

Me tranquei no quarto pensando como começaria o plano. O sangue ate se agitava nas veias imaginando o resultado final e a cara do mestiço desgraçado quando uma Monica horrorizada terminasse com ele na frente de todos.

Sentei na cama e fiquei vendo como a câmera funcionava, o tempo do timer e tudo e assim logo retiro as minhas roupas tirando fotos bem obscenas e vulgares mesmo; umas ate meio gays para o caso de duvidas e não evito rir muito algumas vezes imaginando a cara de todos depois que vissem aquilo.

Eu podia ate mesmo nem mostrar e chantageá-lo e finalmente ter o desgraçado comendo na minha mão. O único dos garotos do bairro que nunca fez um plano infalível comigo ou participou das minhas ideias iria virar meu escravo ate que eu cansasse e duvido que eu fizesse tal coisa.
 

 

E pra variar acabo perdendo o dia com isso e nem me importando com mais nada.
 

 

Não havia despertador ou nada eletrônico naquele quarto, então mais uma vez eu acabo por passar da hora de acordar e as batidas preocupadas na porta “me” despertam. [Tok tok]

---- Já estou saindo!

[---- Esta doente? Pode ficar em casa se não estiver se sentindo bem. ---- a voz cálida da mãe soa longe como se já saísse de perto da porta]

As pessoas ali eram muito respeitadoras de limites e proximidades, pareciam nem possuir muita intimidade entre si e novamente me troquei apressado e sai de casa, desta vez me lembrando de esperar Nimbos e fomos juntos rua a baixo. O cara parecia um zumbie tentando fazer de conta que estava acordado e desperto mas era nítido que estava morto de sono.

---- Que horas chegou? --- questiono por curiosidade.

---- Há alguns minutos. ---- ele responde com um sorriso bobo nos lábios. ---- Valeu por me encobrir de novo! ---- ele comenta alegre e assim que ve o Cascao chegar se despede indo ate ele que estava a falar “comigo”.

Fico só vendo os três partirem imaginando oque ele poderia estar aprontando estando na minha pele. Eu sabia que ele não tinha como fazer o mesmo que eu já que não se dava com tecnologias, mas mesmo assim eu não abaixaria a guarda.
 

---- Olha esta tudo aqui. Só nos resta ensaiar e desta vez nada de gracinhas Do Contra. ---- Luca chega já me dando uma bronca e me olhando serio.

---- Estou quieto. ---- respondo me sentando, alegre ainda a me deliciar com o quanto iria judiar do mestiço em um futuro muito próximo.

As fotos tinham ficado mesmo muito boas.

Não que eu gostasse de ver o cara daquele jeito ou tirar fotos assim, mas eram horríveis. Pra acabar com qualquer moral! Nem mesmo o papa sobreviveria a elas.

---- Ta rindo feito besta em. ---- o tal de Zelio comenta logo cochichando só para o grupo ouvir. ---- Vai dizer que avanço alguma coisa com a bravinha ali. ---- ele questiona apontando para a Monica e eu não consigo evitar me enfurecer. ---- Opa! Calma calma! ---- posso ate ver o medo nos olhos dele. ---- Nossa. O que deu em você? Ate parece o Ceb... Esquece.

Ele se levanta e muda de lugar sentando perto do Wilson, e assim começamos a debater o trabalho; sabia que eu tinha que dar alguma ideia mirabolante maluca, mas pra quem não entende aquela mente; como imitar?
 

---- Dc... tem um tempinho? ---- a voz dela soa atrás de mim e eu me levanto assustado vendo o Luca fazer sinal para que eu fosse com ela. ---- Professora, terminamos. Podemos ver uns livros na biblioteca? ---- ela questiona vendo que a professora não dava a mínima ajudando o grupo da Denise, Carmem, Maria Melo e Dorinha ela simplesmente sai da sala esperando que eu a seguisse.

Seguiu andando pelo corredor como se fosse mesmo ate a biblioteca completamente em silencio durante todo o percurso, e ficou aquele clima estranho onde eu nunca sei o que fazer ou dizer. Querendo só acabar com este namoro de uma vez e inventar que a trai por ai.

---- Dc... Eu fiquei mesmo muito preocupada quando você caiu. Me desculpe fazer você achar que eu fico te protegendo, mas eu fiz este acordo pelo anjinho não por você. ---- ela se vira e para de andar assim que chegamos na porta dos vestiários que não era nem um pouco perto da biblioteca. ---- Eu... eu acho que é melhor não nos falarmos muito ate... ate este mês passar eu não sei quando vou trocar e tenho medo que você perceba. ---- ela diz isso abaixando a cabeça mas eu continuo em silencio. ---- Eu juro que não estou te evitando pelo que ouve é que... ---- ela ergue o rosto ficando toda vermelha. E do nada sai correndo.

E eu fico ali sem saber oque dizer.

O que aconteceu entre eles?


Notas Finais


Curiosidades! Amo curiosidades! Estava aqui pesquisando e... Voce não vai acreditar!!! Sabia que o Anjinho já foi um ser humano? Ele morreu a séculos e na edição “ACONTECEU NO NATAL” mostra a doma morte levando ele para o céu, lá ela fica muito sem graça de contar como ele morreu e mostra ele aprendendo oco ser um anjo e tudo mais *-* super recomendo!)


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