Audrey On~
Acordei com Travis inquieto ao meu lado, na cama. Uma pequena fresta da janela refletia um sol fraco na parede do quarto, e assim que retirei lentamente meus braços da coberta, senti um pouco de frio. Me virei para T., e comecei a mexer em seu cabelo, e observando como ele era uma fofura dormindo, lentamente me lembrei da noite passada e senti minhas bochechas queimarem.
- Lindo até dormindo, né? — ele murmurou ainda com os olhos fechados, e eu ri.
- Você tá acordado, seu idiota. — murmurei e me afastei um pouco.
- Tô não, continua fazendo cafuné ai. — ele colocou minha mão novamente em seu cabelo, ri, e continuei o quê estava fazendo.
Depois de alguns minutos de silêncio, Travis abriu os olhos e sorriu para mim.
- Bom dia, Aud.
- Bom dia, T. — depositei um beijo em sua testa e ele levantou um pouco o corpo, colocando sua cabeça em meu colo.
- Tô com fome, e ressaca. — murmurou, fazendo bico.
- Então levanta, pra gente tomar café, e lá embaixo te dou uma aspirina. — ele resmungou em resposta, e se sentou na cama.
Me levantei, e fui até o banheiro, fiz minhas higienes matinais e depois Travis fez o mesmo. Saí do banheiro e abri as cortinas do quarto, deixando uma luz nublada percorrê-lo. A rua estava quieta, parada, algo incomum, porém, nada fora do normal. E então fui surpreendida por um ser gigante me pegando no colo e correndo escada abaixo.
- Travis, eu juro que vou te matar! — gritei, me debatendo, e então, Travis continuou até a cozinha.
- Que mão pesada, garota. — ele murmurou, depois de eu ter dado um tapa nele, e papai estava rindo de nós enquanto tomava um café.
- Você nem pra me ajudar, pai. — murmurei, e ele riu fraco.
- As brincadeiras nunca mudam, né? — ele disse, bebendo um gole de seu café.
- Não. — eu e Travis dissemos em uníssono.
- Pai, o quê pretende fazer hoje? — perguntei enquanto pegava duas aspirinas no armário, dei uma para T e tomei a outra.
- Durante o dia, nada. Só o show dos garotos à noite, por quê filha?
- Depois que o T. for embora, nós podiamos passar o dia juntos, sei lá. — eu disse, comendo um pedaço da minha panqueca.
- Claro meu anjo. — respondeu, dando um beijo na minha testa.
- Cadê os outros moradores da casa?
- Saíram à um tempo, disseram que iriam tomar café fora. — papai respondeu com seu tom de voz calmo de sempre.
Terminamos de comer, e subi para o quarto e T. veio atrás.
- Tá afim de fazer uma tatto, T.? — perguntei, pulando na cama.
- Uhum. — ele disse, se deitando do meu lado e pedindo um abraço. — por quê assim do nada?
- Ah... — murmurei. — é que a Drop Dead tá com uma promoção de duas tattoos da amizade, eu ia com a Danny, mas... — falei, e ele riu pelo nariz.
- O quê estamos esperando então? — ele disse, animado.
- Vou tomar um banho, e nós vamos, ok? — ele disse, e concordou.
- Eu também. — ele me deu um beijo simples e molhado. — mas vou ligar pra alguém ir buscar meu carro. — sorriu, e saiu do quarto.
Entrei no banheiro e me despi, liguei o chuveiro e deixei a água percorrer meu corpo. Pensamentos idiotas sobre aquela certa pessoa me vieram à cabeça, será que ele sequer se arrependeu? Claro que não, nem ao menos tentou falar comigo, e está me evitando ao máximo. Mas, eu não ligo.
- Idiota. — murmurei, e desliguei o registro.
Saí enrolada na toalha até meu closet e me vesti (1), deixei meus cabelos — já meio desbotados — soltos em cascata sobre meus ombros, e passei rímel e um gloss sem cor, Travis entrou no quarto, sorriu pra mim, e foi direto pro banheiro.
Abri a porta da sacada e acendi um cigarro, desbloqueei meu celular e resolvi fuçar um pouco no meu instagram, nada me interessou o bastante, exceto algumas fotos de Kellin, que ele havia postado com eles na Starbucks. Suspirei e ignorei as publicações, e então guardei meu celular de novo e acendi um cigarro. Dei uma leve tragada e segurei a fumaça o máximo que eu conseguia, até que senti ele sendo tirado dos meus lábios.
- Vamos? — Travis disse com o cigarro entre os dentes.
Soltei a fumaça, sorri e peguei em sua mão, então, descemos as escadas e encontramos papai na sala assistindo tv.
- Pai, vou sair com Travis antes dele ir embora, não demoro.
- Tudo bem, juízo vocês dois. — e ele fitou o cigarro na boca de T., com olhar de reprovação, e Travis tirou da boca.
- Pode deixar Sr. Smith. — Travis disse sorrindo, e saímos.
Entramos no carro de T., que já estava na porta. Peguei o cigarro de volta e traguei fortemente, e liguei o som. Como não estava passando nada de interessante na rádio, conectei meu celular, e coloquei IDFC - Blackbear, era nossa música, desde sempre. Cantamos juntos, e rimos parte do caminho. Chegamos ao estúdio de tatuagem, respirei fundo ao lembrar quem estaria ali comigo se não fosse Travis, e respirei fundo. Saímos do carro e entramos no estúdio. Ficamos na sala de espera um tempo enquanto procurávamos idéias na internet.
- T, que tal uma tattoo da amizade? — perguntei, com certo medo da resposta.
- Acho uma boa, contanto que não seja muito gay.
- Claro que não, idiota. Tava pensando em... Âncoras.
- Gostei. — ele murmurou e riu pelo nariz.
- Okay, quero fazer mais alguma. — falei, e ele começou a procurar locais pelo seu corpo, para fazer a tattoo. — não vai ser nada enorme T., não precisa procurar tanto... Olha, que tal aqui... — falei, apontando para o canto da palma de sua mão.
- Legal... Pode ser.
Depois de resolvermos, apareceu uma mulher de cabelo verde florescente, e um piercing na medusa.
- Vocês estão juntos? — ela perguntou, com uma voz um tanto provocante.
- Sim. — respondemos juntos.
Nos levantamos e acompanhamos ela até uma sala branca, com várias fotos reveladas de tattoos, e piercings pela parede, e um cara com barba ruiva perguntou quem iria primeiro, e eu levantei a mão, e me sentei na cadeira. Mostrei o local da tattoo, e uma foto dela no celular. E então, ouvi o zunhido familiar do aparelho sendo ligado, e aquela dor perfeita se fazia nos nervos da minha mão, porém, me acostumei. Depois de trinta minutos em uma posição um tanto desconfortável, acabou. Ouvi as instruções do tatuador sobre a higiene da tatto, embora eu já soubesse de tudo, eu apenas prestei atenção. Então, agradeci, me levantei da cadeira e mostrei para T, que sorriu.
- Gostei. — murmurou, e me deu um beijo na testa. — minha vez.
- Acho que vou furar algum lugar. — murmurei, ele concordou, e se sentou na cadeira.
Saí da sala. Falei com a garota de cabelo verde, e ela me guiou até a outra sala, onde lá, Lola — a bodypiercing da Drop Dead — furou meu microdermal no dedo. Voltei até a sala de espera e já paguei tudo, então, voltei até a sala de Travis, e o mesmo me olhou com cara de tédio. Ri pelo nariz e me sentei na cadeira. Então, depois de cinco minutos, terminou. Pedi para que Lola tirasse uma foto delas e postei no Instagram " Motivo do meu sorriso. <3 @tmills ", ele me olhou e me abraçou tirando-me do chão, então, saímos da DD e íamos almoçar juntos, mas o pai de T. ligou e disse que ele tinha que ir, por causa da tal entrevista. E então, Travis me levou até em casa.
- Se precisar, me liga e eu venho te fazer sorrir de novo, ok? — ele disse, pegando no meu queixo, e me beijando.
Sorri pra ele, e o abracei forte, então, ele somente beijou minha testa, entrou no carro e saiu. Entrei em casa e rapidamente senti a falta da alegria contagiante de Travis sempre comigo, me fazendo esquecer de tudo que estava acontecendo, das melhores formas. Suspirei e encontrei o papai na cozinha falando no telefone, fui até lá e peguei uma lata de Coca-Cola na geladeira.
- Já voltou? — papai perguntou.
- Travis teve que ir, ele tem um compromisso pra agora.
- O quê vocês fizeram então, querida? — ele perguntou, colocando o celular na bancada.
- Tattoos. — respondi, e mostrei a minha. — Fizemos iguais.
- Gostei. — ele disse, sorriu fraco e beijou minha testa. — O quê planejou pra nós hoje?
- Almoço no Rota 72, como antigamente. E depois, o que quiser fazer.
- Boa idéia, vamos então? — perguntou me dando um abraço, concordei e o acompanhei até o carro.
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