História Poison - - Bem vindo a Shoreline Bathory

POV Narrador

Numa estrada deserta e aparentemente sem fim, Alice Carolyn viajava com seus pais no banco de trás do carro encostada na porta observando as gotas de chuva escorrem pelo vidro com um olhar longe e triste.
Ela nunca foi é como as outras garotas que tinhas amigas inseparáveis e fazia de tudo para manter o status de princesa, na verdade ela sabia que era diferente, teve uma infância pouco perturbada, e foi piorando com o passar dos anos, seus pais viram isso como algo nada normal e até ameaçador.
Alice vestia um jeans desbotado e uma blusa de lã preta do seu pai que chegava até seus joelhos, seus cabelos eram castanho acobreado, os lábios naturalmente vermelhos, mas sempre evitava espelhos, não por apenas odiar seus traços, mas porque tinha a impressão que não era ela mesmo no reflexo.

A brisa lá fora parecia mais fria cada vez mais, as árvores que preenchiam a estrada parecia deixar o ar mais limpo e calmo.

POV Alice Carolyn

Meu primeiro dia na nova “escola”, um local que na verdade é um hospital psiquiátrico para pessoas que aparentemente ainda tinham chances de ser “normal” um dia, meus pais falam que vou me adaptar e que lá é melhor para pessoas "como eu". Acham que eu não sei que tipo de lugar eles estão me largando. 

Mas afinal por que tão longe de casa?

Meu pai dirigia e minha mãe contava nossas lembranças engraçadas ao seu lado, ela parecia esconder o medo que estava sentindo, talvez ela quisesse que eu me lembrasse dos tempos que éramos uma família aparentemente normal que se reúne aos domingos com os amigos para almoçar e falar da vida alheia, como se isso fosse me fazer sentir melhor.

...

*Está amanhecendo lá fora, acordei assustada com uns homens falando uma língua diferente que eu desconhecia, pareciam estar brigando, mas percebi que estavam trabalhando para fazer a balsa sobre o imenso lago que estávamos em cima, navegar.
Pouco depois eu vejo uma construção enorme ao longe conforme íamos nos aproximando, lá estava ela, árvores ao redor da estrada e um enorme castelo no pico, no fim da estrada. Os portões eram enormes, duas cobras negras entrelaçadas faziam o charme do enorme portão com lanças afiadas, em volta só podia se enxergar muros de pedras e árvores. 

O portão se abriu devagar e entramos , teria sido uma boa caminhada  até o castelo a pé.

 Desci do carro, encarei o castelo antigo, era preto com as janelas de madeira enormes num formato piramidal, algumas delas tinham grades e mal pude contar quantas torres tinham no castelo, pois ele se estendia para trás da grama fazendo eu me sentir pequena. Uma placa no meio do gramado me chamou atenção, "Bem vindos a Shoreline Bathory", e algumas palavras noutro idioma escrito logo abaixo que não pude entender.

Desviei o olhar quando ouvi minha mãe vindo me dar um abraço.

-Anw querida, aqui vai ser um lugar melhor para você eu prometo. Daqui algumas semanas voltaremos para te visitar.

Ela parecia cansada mas mesmo assim sorria, como sempre. Seus cabelos eram num corte Chanel, estavam um pouco bagunçado com a viagem, e sua pele parecia mais pálida que o normal com aquele cachecol de lã verde escuro que usava em volta do pescoço.

Um casal vinha em nossa direção

-Bom dia senhor e senhora Gierszal? Estávamos a sua espera- Uma senhorita bem apresentável disse ao estender a mão cumprimentando-os. 

Ela tinha o cabelo num corte Joãozinho ruivo, levemente ondulado que quase pareciam ter vida ao se moverem conforme o vento soprava, ela aparentava ser mais nova que o homem que estava ao se lado -Sou a vice diretora Srta Dê, e este é meu marido o diretor Sr. Connors.

O homem tinha cabelos grisalhos, mas aparentava ter apenas 45 anos, seu blazer azul escuro parecia ser caro demais para um simples diretor. Ele cumprimentou meus pais e quase não me olhou nos olhos 

-Essa deve ser Carolyn? Seja bem vinda – Ela continuou- O sr. Connors vai levá-los até a sala dele para conversarem e eu levo Carolyn até os dormitórios. 

Peguei minha mochila e dei um abraço nos meus pais que disseram "Eu te amo" juntos.

Respirei fundo e segui a senhorita ruiva pelos degraus de concreto do lado de fora 

-Por aqui querida.

Antes de entrar encarei a porta da frente, era enorme e de madeira, eu sabia que se eu entrasse ali não poderia sair por um bom tempo, e aquela seria minha nova casa, eu apenas tinha que aceitar.