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História Pokémon Adventures 1: Unova - Interativa - Uma Noite com Siege


Escrita por: HarleenJax

Notas do Autor


Olá! Bom, eu posso ter demorado um pouco mais do que gostaria, mas aqui está o capítulo. SIM, eu irei brincar muito com seus corações neste capítulo e SIM, eu adoro plantar mistérios. Sem mais delongas, espero que gostem do capítulo!

Capítulo 13 - Uma Noite com Siege


A noite estrelada caía sobre aquela linda vista da enorme cidade que se erguia apenas há pouco tempo de viagem, a brisa bagunçava os cabelos dos treinadores, trazendo com sigo algumas gotículas geladas de água salgada, coisa que podia ser encontrada em grande abundância ao redor deles. Lili tinha Shellder e Seel em seu colo, os dois dormiam tranquilamente virados um para o outro, como se estivessem conversando. Após devolverem a peça do barco para o velho senhor de Virbank, como ele havia prometido, levaria eles para qualquer lugar que quisessem de graça, no caso de sua escolha, eles estavam indo em alta velocidade, cortando a resistência das fortes ondas e do ar com toda a força em direção à Castelia City, cidade do próximo ginásio ao qual deveriam lutar e ganhar sua insígnia. Foi aí que Lili percebeu que eles não tinham idéia alguma de o quê os esperava em seu próximo desafio, eles simplesmente estavam indo desafiar o ginásio sem plano algum. Aquilo daria extremamente errado se eles não obtivessem mais informações sobre o líder. Lili então resolveu ir até Siege, o treinador que tinha todas as oito insígnias, que se encontrava na parte da frente do barco, juntamente ao velho.

- Tsuna, poderia olhar Shellder e Seel para mim por um momento? - Lili perguntou para seu amigo, que estava sentado observando Dewott brincar com Magby.

- Ah, claro. - Ele respondeu, a observando vagamente. Todos naquele barco pareciam estar distraídos com algo.

Lili se levantou de sua cadeira, tomando extremo cuidado para não fazer seus Pokémon acordar, em seguida ela caminhou pelo piso de madeira do barco até a única passagem acessível até a parte da frente, uma estreita passagem que a espremia entre um caixote de madeira bastante alto e a a grade de metal que os separava do mar. Ela, de alguma forma, conseguiu se esgueirar entre as duas formas, passando pelo caixote e indo parar há poucos metros da parte frontal, onde ela podia ver o velho senhor dirigindo o barco com alavancas e botões, e Siege, que se posicionava apoiado na grade de metal, tendo seu olhar perdido nas ondas do mar. Ela se espremeu contra a pouca sombra que ainda restava no local por conta da vinda da noite para não ser vista e escutou calada quando Siege começou a conversar com o velho:

- Senhor, se importaria se eu fizesse uma pergunta? - Siege perguntou.

- Juntando esta com a próxima, já são duas. - Brincou o senhor, mexendo no painel de controle do barco.

- Se você tivesse de fazer uma escolha, entre sacrificar uma pessoa que você ama muito em prol do resto do mundo, ou manter esta pessoa viva e pôr em risco todo o resto, o que faria? - Siege perguntou.

- Bem, depende. Você não deveria estar me perguntando este tipo de coisa garoto, cada pessoa é única, e cada um tem os seus ideais, suas definições de o que é certo... Além do mais, eu posso ser velho, mas sei que você já passou por mais coisas do que eu, "Marshal". - O velho senhor respondeu, deixando Siege perplexo com a menção do nome - Escute, eu sei o quanto as pessoas já sofreram para você estar aqui, também sei o quanto elas ainda sofrerão se fizer a escolha errada, mas não importa o que seja, não importa o quanto machuque, sempre siga seus ideais, se não fizer isso, pode acabar assim como seu pai.

- O senhor... Sabe quem eu sou? - Siege o encarou profundamente.

- Sim, eu sei tudo sobre você. Sou amigo de um velho conhecido seu. - O velho retirou de dentro da camisa um objeto que Lili não conseguiu ver direito, mas ao observar aquilo, Siege pareceu começar a compreender as coisas - Então, seus amigos já sabem de tudo?

- Não. - Ele respondeu, se virando para o senhor - Mudando de assunto, como vai aquele velho? Faz tempo que eu não falo com ele.

- Você sabe, sempre a mesma baboseira de sempre, "Treinamento é a única coisa que mantém seus flácidos músculos fixados nas juntas!". - O senhor disse - E, se quiser que eles tenham alguma chance contra o Shad, terá de apresentá-los logo, logo.

- Verdade, eu farei isso com certeza. Ah, o senhor me lembrou de algo que eu devo fazer aqui, eu preciso pegar algumas.... - Siege se interrompeu ao finalmente perceber a presença de Lili, escondida entre as sombras.

Ao saber que seu esconderijo havia sido comprometido, Lili ficou sem jeito e tão vermelha quanto um Pokémon do tipo fogo, Siege apenas a encarou por alguns momentos para tentar adivinhar há quanto tempo ela já estava ouvindo a conversa ultra-secreta dos dois. Levou algum tempo até que alguém tivesse coragem de fazer algo, e quando Lili decidiu falar, saíram apenas alguns grunhidos de vergonha irreconhecíveis de sua boca. Ela se recompôs e conseguiu dizer algo que fazia sentindo:

- O-oi, Siege... - Ela disse, e foi tudo o que conseguiu fazer sair de sua boca.

- Olá, Lili. Algum problema? - Ele a confrontou, sério, ainda tentando decifrar o que se passava pela cabeça da garota. Quando se tratava do jogo de intimidação, Siege era o maior mestre.

- N-não, eu, eu s-só vim aqui para... - Sua voz falhou. O que será que os dois fariam com ela por ter ouvido tudo aquilo?

Quando Lili quase estava desabando no chão do barco de vergonha, um braço quente e acolhedor envolveu seu pescoço, a dando um pequeno susto. Ela se virou e viu que quem se apoiava nela era Tsuna, que exibia um sorriso inteligente de quem já estava a par de tudo. Ele deu uma piscadela para ela e então, com todo o seu talento de ator cinco estrelas, disse:

- Siege! Finalmente a gente te encontrou, cara, eu estava procurando você junto da Lili pelo barco inteiro para mostrar um Gorebyss de uma cor diferente que estava seguindo o barco, mas acho que ele já deve ter ido embora... - Tsuna era digno de um Oscar da Pokéstar Studios por atuar daquela forma. Ele virou a cabeça de um jeito fofo e perguntou - Você parece chateado com algo. Aconteceu alguma coisa?

Siege, caindo como um animal em uma armadilha na atuação perfeita de Tsuna, suspirou, tentando parecer o mais normal o possível e respondeu seu amigo:

- Não sei do que está falando, eu estou bem. Ah, e falando de um Gorebyss de cor diferente, eu acho que acabei de ver um passando aqui do lado do barco, acho que este tipo de Pokémon é bem raro, não?

- Sim, bastante. Pena que nenhum de nós conseguiu batalhar com ele, não é? - Tsuna respondeu.

- Crianças, estaremos chegando em Castelia City em apenas quinze minutos poderiam fazer o favor de se sentarem? - Disse o senhor, apontando para a titânica cidade à frente, com suas cegantes luzes acesas.

- Claro. - Lili respondeu ao senhor, se virando junto a Tsuna.

Eles se afastaram da parte da frente do barco e passaram pela passagem estreita que havia entre o caixote e a grade do barco, ao chegarem na parte traseira, onde Senshin tirava uma soneca com Zorua e Absol deitados em seu colo e Duke tentando acalmar Torchic, que se sentia em uma prisão estando tão rodeado de água, Lili agradeceu a Tsuna:

- Obrigada, Tsuna, você me salvou lá na frente.

- Sem problemas, agora eu gostaria que me deixasse a par de tudo o que ouviu. Eu só escutei algo sobre "como vai o velho" ou algo assim.

[Quinze minutos depois]

Enquanto o barco do senhor atracava nos espaçosos píeres de pedra e concreto da cidade movimentada, Lili terminava de contar a Tsuna o que havia acontecido. Ele não havia entendido muito bem o assunto de toda aquela conversa esquisita entre os dois, mas sabia que tinha alguma importância, e sugeriu que ficassem de olho em seu amigo. Todos os cinco treinadores e o velho senhor pularam do barco para as docas de pedra, entrando oficialmente na enorme cidade de Castelia, onde mais uma batalha de ginásio os esperava.

- Muito bem, agora que estamos aqui, vamos logo para o ginásio! - Duke gritou, animado.

- Uh, creio que isto não será possível. - O senhor disse - A líder de ginásio acidentalmente quebrou um cano de descarga durante uma batalha, inundando o prédio inteiro, por isso, ninguém pode entrar lá. Bem, talvez depois vocês consigam uma chance.

Os quatro ficaram decepcionados consigo mesmos. Eles sempre tiveram a sorte de estar no lugar certo e na hora certa em todas as ocasiões, e agora que não estavam, aquilo os fazia se sentirem mal. Siege levantou sua cabeça e olhou para alguns metros fora das docas, mantendo sua atenção na entrada de uma enorme rua principal, com vários prédios iluminando toda a sua extensão, aquele lugar em específico parecia atrair seu interesse, por algum motivo. E o fato de que ele se interessava em algo, atraiu o interesse de Tsuna e Lili.

- Então, acho que não há mais nada a fazer além de se estabelecer aqui na cidade até que o problema seja resolvido. - Siege deu de ombros, não parecendo tão decepcionado quanto seus amigos - Vamos, há um Centro Pokémon há poucos metros daqui.

Os cinco agradeceram o velho senhor que havia lhes dado carona até lá com seu barco e se viraram para ir embora, escutando o exageradamente alto barulho do motor do barco de seu novo amigo roncar, dando vida à todo o gigante de metal flutuante. Por algum motivo, eles sentiam que aquele não seria seu último encontro. Eles caminharam calmamente por alguns metros em direção oposta às docas, sentindo em seu rosto a última brisa fresca, o último gosto da água do mar, adentrando um ambiente totalmente diferente. A Cidade de Castelia era enorme, muito maior do que qualquer outro lugar ao qual já haviam ido, composta inteiramente por gigantes arranha-céus que quase tocavam as nuvens do céu, as luzes fortes que conseguiriam até mesmo tornar um Pokémon tipo Dark em um tipo Fairy, além das enormes multidões, que vagueavam pelas ruas, sem destino ou fim aparente. Os cinco pisaram em frente às portas automáticas e elas se abriram, revelando o agradável e familiar espaço do Centro Pokémon, todas as cores, os sons, até mesmo os cheiros eram exatamente iguais aos de todos os outros que haviam visitado, eram cópias perfeitas, exceto pelo fato de que as escadas para os quartos de acomodação de treinadores eram diferentes, desta vez eram escadas rolantes. Eles se sentaram em uma das mesas espalhadas e Siege disse:

- Muito bem, vocês podem descansar por esta noite aqui, não acho que deveriam me esperar acordados.

- Por que Siege, por acaso vai a algum lugar? - Perguntou Tsuna.

- Sim, eu irei... Visitar uma amiga. Não é ninguém importante, só achei que, como estou por perto, fazer uma visita não faria nenhum mal a ninguém. - Siege respondeu, aparentemente conseguindo enganar Duke e Senshin, mas não os dois detetives - Bem, a casa dela é um pouco longe, eu estarei indo. Deixarei Cinccino e Leavanny com a Enfermeira Joy, caso precisem deles para algo.

Siege se levantou da mesa e caminhou até o balcão, pegando suas duas pokébolas e as entregando cuidadosamente nas mãos da mulher, a pedindo para fazer um check-up nos Pokémon e cuidar deles até que ele estivesse de volta.

- Claro, senhor! - a Enfermeira Joy respondeu - se me permite perguntar, caso precisemos contatar você, onde irá?

Siege, com um discreto aceno de mão, pediu para a Enfermeira de aproximar e cochichou algo rente ao seu ouvido - coisa que não passou despercebida pelos quatro - ela então pegou as pokébolas e as levou para uma sala no interior do Centro Pokémon. Siege se virou e, com um último aceno de despedida para seus amigos, ele saiu do Centro. Tsuna e Lili se aproximaram mais de Senshin e Duke e começaram:

- Vocês perceberam, não perceberam? - Lili perguntou.

- Sobre o quê? - Senshin perguntou, curioso.

- Sobre o Siege - Tsuna detalhou - não têm percebido ele agindo um pouco estranho ultimamente? Sempre enrolando a gente, cochichando e escondendo segredos.

- Sério? Isso passou totalmente despercebido por nós. Se bem que... - Duke pensou.

- "Se bem que..."? - Lili pediu mais detalhes à Duke.

- Hoje mais cedo, quando vocês foram para o Complexo de Virbank, Siege se distanciou da gente e começou a falar com alguma pessoa usando o TN. - Duke disse.

- Ao julgar pela voz, uma garota. - Senshin acrescentou.

Aquela afirmação curiosa colocava uma questão nas cabeças dos quatro: Se ele estava falando com alguém mais cedo, então o que ele estava indo fazer agora? Bem, ficar sentados com certeza não iria os ajudar a descobrir. Eles se levantaram da mesa de onde estavam e caminharam até o balcão da Enfermeira Joy, para que Siege havia contado alguma coisa, coisa essa que eles pretendiam descobrir. A Enfermeira, ao vê-los se aproximando, deu um simpático aceno de cabeça e disse:

- Boa noite, treinadores! No que eu poderia ser útil para vocês?

- Bem... Sabe aquele garoto que acabou de sair pela porta? - Senshin perguntou - Ele é nosso amigo, e acabou esquecendo uma coisa importante com a gente, poderia nos dizer onde ele foi?

A Enfermeira Joy de repente acabou por adotar uma postura séria e desconfortável, como se não se sentisse bem por ser a portadora daquela informação. Ela então, após uma série de pigarreios e tentativas de escapar da pergunta, respondeu:

- Eu não recomendaria que fossem atrás de seu amigo.

- Por que? Há algo de errado? - Aquilo apenas havia atiçado ainda mais a curiosidade interna de Lili.

- Porque vocês podem, mesmo que sem querer, pôr seu amigo e a si mesmos em risco. - A Enfermeira disse, por fim - Eu não me importaria em contar, mas vocês têm certeza de que querem saber onde ele foi?

Aquilo deixou os quatro treinadores Pokémon um pouco pensativos. Eles não tinham idéia de o quê ela estava querendo dizer com aquilo, mas ela parecia ter bastante confiança no que estava dizendo, saindo totalmente do perfil de "pessoa gentil e simpática" ao qual eles haviam se acostumados. Nenhum deles soube o que responder por alguns momentos, e a Enfermeira Joy estava quase desistindo de permanecer ali, quando Tsuna finalmente disse:

- Por favor, nos diga onde nosso amigo Siege está.

- Se é assim que querem, então tudo bem. - Ela deu de ombros, mas mantendo uma expressão preocupada.

Ela então se debruçou sobre o balcão do Centro e, com um gesto de dedo, chamou seu Pokémon ajudante, Audino.

- Audino, posso estar sendo um pouco neurótica, mas poderia nos dar a certeza de que ninguém ouvirá o que irei dizer agora? - Ela perguntou.

Audino, não achando a pergunta nem um pouco estranha, ao contrário dos treinadores, confirmou com a cabeça. O Pokémon rosa então fechou os olhos, deu um longo suspiro e os abriu, liberando um círculo de energia verde por todo o estabelecimento, em poucos segundos o barulho que as pessoas faziam conversando e os Pokémon brincando cessou, sendo trocado por longos e relaxados roncos. Audino havia posto todos no Centro Pokémon para dormir.

- Muito bem, seu amigo está a caminho de um restaurante que serve comida oriental. Saiam do Centro Pokémon, andem três quadras para minha direita e entrem no beco mais escuro, úmido e amedrontador que puderem encontrar. - Ela disse, se virando.

Os treinadores, surpresos com a atitude da Enfermeira Joy e já em posse da informação que necessitavam, se viraram também, indo em direção à porta do local, com seu destino em mente. Antes que pudessem sair, a Enfermeira disse uma última coisa:

- Sabem, é meio que uma proibição moral falar disso hoje em dia, mas vocês já ouviram falar de como a Team Raven caiu, anos atrás, não é? - Ela questionou eles, sem esperar resposta - O que vocês não sabem, é que houve, ao mesmo tempo uma outra organização culpada por isso. Tomem cuidado andando por aí, a Cidade de Castelia não é conhecida como "Cidade dos Pecados" à toa. - Ela disse por fim.

Os quatro saíram de dentro do aconchegante e ao mesmo tempo perturbador Centro Pokémon de Castelia City e caminharam pela calçada para a direita, refletindo sobre o que a Enfermeira Joy havia lhes dito e observando as grandes multidões de adultos passando por eles, disputando espaço na estreita calçada de concreto. Poucos minutos de caminhada escura e cansativa depois, eles aparentavam já estar se aproximando do local indicado pela Enfermeira, considerando que o número de pessoas circulando por lá além deles era quase nulo e que haviam vários becos escuros em volta deles. Ao perceber algo, Duke parou de caminhar e fez sinal para que seus amigos fizessem o mesmo. Ao ser questionado, ele apontou para o interior do beco que ficava à frente, os quatro se puseram a observar o local. Era um beco estreito e amedrontador, mas o que mais chamava sua atenção era o fato de que, no meio do beco, havia a frente de um restaurante bem-decorado e pintado de vermelho, com lâmpadas chinesas penduradas perto da porta, e duas enormes janelas compondo a maior parte da parede. Havia também uma pessoa que caminhava calmamente em direção ao restaurante, se seus olhos não estivessem tão desacostumados com a escuridão, eles poderiam até mesmo dizer que aquele era... Siege?

- Quando ele entrar, vamos lá ver. - Tsuna sussurrou, alto o bastante para que todos ouvissem.

O suposto Siege se aproximou da porta do restaurante e a abriu, liberando a luz do interior do local em si, revelando que era realmente o seu amigo. Siege entrou no restaurante e fechou a porta discretamente. Os quatro se agaixaram e se arrastaram rentes à parede do restaurante, até que conseguissem se aproximar o bastante para olhar o interior através da janela. Lá eles conseguiram ver Siege, que se aproximava de uma mesa onde um indivíduo encapuzado estava sentado, com um pequeno Pokémon laranja sobre seu ombro. Eles não mantiveram nenhum contato visual, apenas olharam os arredores, até que iniciassem a conversa.

- Há algum tempo não nos vemos, não é, Siege? - O indivíduo disse, com uma voz estranhamente feminina.

- Heh, se eu ganhasse uma moeda cada vez que alguém me dissesse isso... - Ele respondeu simpaticamente, estendendo a mão para perto do ombro da pessoa.

Siege estendeu seu dedo indicador, colocando-o rente ao ombro da pessoa, o pequeno Pokémon pulou para o dedo dele e ele fez carinho no ratinho elétrico que se parecia com um pequeno bolinho.

- Então... Trouxe o que eu pedi? - Ele perguntou, devolvendo o ratinho para o ombro da pessoa.

- Ah, claro. - A pessoa então pôs uma pequena pilha de papéis sobre a mesa, os empurrando para ele - Eu e o Kanon passamos por bastante problemas para conseguir isso, então vê se não perde.

Antes de aceitar os papéis, Siege deu uma olhada discreta nos arredores, parecendo desconfiado de algo.

- Você tem certeza de que ninguém seguiu você até aqui, Lira? - Ele perguntou.

- Claro que tenho. Eu espalhei vários dos meus Rotom pelos postes de luz da cidade pelo caminho por onde vim, eles me avisariam se vissem alguma coisa suspeita. Agora, se alguém seguiu você, já é outra história. - "Lira" afirmou.

Os quatro então, se sentiram extremamente vulneráveis agaixados ali, no escuro. Alguém poderia os atacar facilmente se quisesse. Eles afastaram o pensamento e continuaram a ouvir a conversa:

- Então, qual é a destes novos treinadores que você me disse sobre? - Ela perguntou.

- Eles são gente boa. Mais fortes do que qualquer outros treinadores prodígios que eu já vi, além disso, o sobrenome de um deles atraiu minha atenção de alguma forma. Eu tenho quase certeza de que já ouvi o sobrenome "Shinka" em algum lugar... - Siege respondeu - Tem certeza de que ninguém te seguiu? Eu ainda me sinto observado.

Como se pensar sobre aquele tipo de coisa fosse uma maldição, os quatro de repente perceberam uma mudança estranha de espaço atrás deles. Foi aí que perceberam: alguém estava ali no beco junto a eles. Tsuna foi o único a ter coragem o bastante para se virar para trás, se deparando com uma misteriosa figura que vestia uma máscara preta e roupas coladas ao seu corpo da mesma cor, além de usar uma bandana cinza para conter seu cabelo loiro para trás, ele usava uma luva em uma de suas mãos que continha uma pedra estranha que nunca haviam visto. A figura o encarou fixamente por alguns segundos, gotas de suor frio escorriam pela testa de Tsuna, que estava paralisado de medo da figura estranha. A pessoa atrás dele então segurou Tsuna pelo pescoço com força, o erguendo, começando a sufocar ele. Lili, não aguentando ver aquilo, acertou um soco no abdômen da pessoa, que não pareceu sentir nada. Ele arremessou Tsuna em direção ao vidro do restaurante, o jogando dentro do local, no pé da mesa em que Siege e "Lira" conversavam. Ao ver seu amigo ali, Siege não soube como reagir. Lira se levantou da cadeira na qual estava sentada, neste momento, cinco pessoas apareceram ao redor deles, como se houvessem se teleportado. Lili, Senshin e Duke permaneciam do lado de fora, sendo encarados pela figura, que não parecia querer nada com eles.

- Então finalmente resolveram aparecer, não é?! - Lira perguntou.

- Você não é nosso alvo no momento, membra da Elite dos 4, Lira Satori. Nos dêem as p - Uma das figuras de dentro do restaurante se aproximou mais - E ninguém sairá ferido.

- É uma pena que tenha dito isso. - Siege se levantou, segurando Tsuna, que parecia desnorteado, mas ainda acordado - Porque alguém já se machucou. E eu não irei tolerar ver meus amigos se machucarem.

Siege ergueu seu olhar para as figuras, exibindo ódio dentro de si. Todo o seu corpo tomou um brilho verde e, estranhamente, todos os objetos de vidro no restaurante se quebraram instantaneamente. As cinco figuras, se sentindo ameaçadas, recuaram alguns passos, sem deixar sua postura de amedrontadores falha de lado. Lira pôs sua mão sobre o ombro de Siege e disse:

- Você não precisa se preocupar com eles, Siege. - Ela entregou os papéis nas mãos dele - Eu irei ganhar tempo o bastante para você fugir. Além do mais, há tempos ninguém tão interessante quanto eles passa pela Liga Pokémon, então nós iremos nos divertir. - Ela sorriu.

Lira ergueu seu braço e o pequeno ratinho elétrico, um Dedenne, andou até a ponta de seu dedo, emitindo barulhos fofos, que não pareciam nada amedrontadores do ponto de vista de alguém normal.

- Dedenne, use o seu melhor Thunderbolt! - Lira Satori gritou.

O fofo Pokémon de repente começou a emitir fortes centelhas e fagulhas de energia por suas bochechas, forçando os presentes a tampar seus rostos. As pequenas bochechas de Dedenne começaram a emitir um brilho ofuscante, quando o Pokémon pulou da mão de sua treinadora, liberando toda a energia acumulada dentro de si, causando um clarão enorme, deixando todos os que olharam para o Pokémon atordoados. Siege, pegou os papéis e Tsuna e pulou sobre o que deveria ser o vidro, em seguida começou a arrastar os quatro treinadores em direção à saída alternativa do beco. Eles continuaram a correr sem parar por alguns minutos, até que pararam em um canto vazio de uma das várias praças da cidade, ofegantes.

- Siege, seja honesto comigo, o que acabou de acontecer?! - Lili perguntou, ainda tentando assimilar os últimos momentos.

- Shhh! - Siege fez sinal para que ela ficasse quieta.

- Nada disso, você irá me explicar tudo isso aqui e agora! - Ela retrucou, estressada.

- Shhh! - Siege insistiu - Se você continuar gritando assim, eles irão sentir a sua presen... - Ele foi interrompido.

Assim como anteriormente, vindo de lugar nenhum, a mesma figura de antes apareceu na frente deles. Suas roupas estavam queimadas e sua mão tinha um tique-nervoso, indicando que ele havia levado um choque, mesmo assim, não parecia exibir nenhuma emoção além da seriedade. Siege foi até ele e o encarou.

- Fazendo seus joguinhos de teleporte outra vez? Vocês não se cansam disso? - Ele perguntou.

- Você não é nosso alvo, oSenho Marshal. Nos dê as pedras e as informações.

- Não me chame disso, eu não tenho nenhuma relação com aquele monstro. E não, eu não irei lhe dar os papéis. Se quiser eles, terá de me enfrentar em uma batalha Pokémon. - Siege respondeu.

- Muito bem, que assim seja. - A figura respondeu.

Tsuna, já recuperado do enorme impacto que havia sofrido, foi até Siege e lhe perguntou:

- Como você irá batalhar com ele, sem seus Pokémon?

- Concurso de Pescaria no Gelo, meu amigo. - Siege respondeu - Eu sempre preciso ter meus truques.

A figura sacou uma Luxury Ball e a ergueu para a frente, expelindo dela um brilho que se transformou em um Mienfoo, tão confiante e sério quanto seu treinador. Siege, por sua vez, enfiou a mão em sua bolsa e dela retirou uma pokébola comum, a lançando para cima. A pokébola se abriu, liberando um grande brilho para o alto, que não parou de crescer e crescer, tomando uma gigante forma pesada redonda. O brilho então, por fim, se transformou em um gigante Snorlax sobre o ar, que, por conta da força da gravidade, atingiu o chão, causando um belo estrago na praça. O Snorlax de Siege bocejou e olhou em volta, até fixar seu olhar em uma máquina de vendas ao lado. Ele se levantou rapidamente, abandonando a batalha e abraçando a máquina de vendas. Era óbvio que aquela era a primeira vez de Siege usando aquele Pokémon.

- Ei, volte aqui! - Siege foi atrás dele - Volte para a batalha!

O Snorlax negou. Após isso, ele apontou com vigor para um saco de batatas chips dentro da máquina de vendas, parecendo ansiar por aquilo.

- Se eu te der as batatas, você vai batalhar? - Siege perguntou a seu Pokémon rebelde.

O Snorlax confirmou. Siege, mesmo contra sua vontade, colocou uma nota na máquina e o saco de batatas caiu no vão de metal, Siege o pegou e Snorlax devorou tudo, até mesmo o pacote. Os dois então voltaram a encarar a figura, que esperava impaciente. Snorlax se pôs de pé ficando com o dobro da altura deles dois, tendo uma presença ameaçadora na batalha.

- Este será o primeiro passo em direção à nossa vitória. - A figura disse - Use Drain Punch.

O Mienfoo, mais rápido que qualquer coisa que já haviam visto, cortou a distância entre os dois e acertou a colossal barriga de Snorlax em cheio, emitindo uma aura alaranjada. Snorlax incrivelmente pareceu não sentir nada do impacto do poderoso ataque do Pokémon rival, o erguendo com suas grandes mãos e o lançando de volta ao local onde estava originalmente.

- Muito bem, Snorlax. Use Giga Impact! - Siege ordenou com confiança.

Seu Snorlax, com uma velocidade incrível para um da espécie, avançou contra Mienfoo, uma aura brilhante tomava mais conta de seu gigante corpo à medida que avançava. Snorlax terminou por acertar seu oponente em cheio, usando toda a força contida em seu corpo para causar danos. Mienfoo foi arremessado muitos metros para trás, sendo jogado com força contra a fonte de água da praça, a atravessando e acertando a parede de um prédio próximo. Mienfoo estava completamente sem energias para se levantar, sendo nocauteado. Após perceber a derrota do oponente, Snorlax se deitou no chão e pôs-se a roncar alto, Siege o retornou para dentro de sua respectiva bola. A figura, assim como Siege, retornou seu Pokémon.

- Este não é o fim. Quando os quatro Cavaleiros Dourados caírem, e seus oito servos não tiverem mais forças para se levantar, as trevas surgirão e irão recair sobre a Região de Unova. Junte-se a nós ou pereça perante nossa força, Lorde Marshal. - A figura disse, após isso desaparecendo sem deixar nenhuma pista novamente.

Siege suspirou aliviado, guardando Snorlax de volta em sua bolsa. Após isso ele se virou, apenas para ser encarado pelos quatro, que evidentemente não estavam muito satisfeitos. Ele teria centenas de explicações para dar.


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo! O próximo não irá demorar muito para sair, já que eu já o deixei parcialmente pronto antes de lançar este (além do mais, eu deixei vocês curiosos demais para demorar a lançar) No próximo capítulo, teremos algumas revelações sobre Siege (aleluia!) então, esperem ansiosos. Até a próxima!


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