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História Poker - Sorrisos Podem Ser de Plástico?


Escrita por: Laraa777

Notas do Autor


Annyeong!! ^-^
Cheguei atrasada, eu sei ;-; mas foi meio complicado saber como prosseguir com a história, mas dei um jeitinho e espero que gostem *-*
Este capítulo é uma continuação do outro, mas no capítulo anterior estava de manhã, agora está de noite.
Boa leitura! :3

Capítulo 7 - Sorrisos Podem Ser de Plástico?


Fanfic / Fanfiction Poker - Sorrisos Podem Ser de Plástico?

 

Taehyung olhou em volta. Suspirou, entediado. Mais um dia havia se passado e mais uma noite de jogos começava, assim como todas as noites após o pôr do sol cessar.

No entanto, desta vez, não estava animado como costumava ficar sempre que saía de casa com rumo traçado à casa de jogos.

Sua mãe havia voltado a beber, e, se ele perdesse o jogo, não estaria em casa para impedi-la de o fazer novamente. Por mais que confiasse o suficiente em si mesmo para iniciar uma nova partida, estava um tanto receoso. Havia perdido na noite passada, quem podia lhe garantir que o erro não fosse se repetir?

Taehyung vivia da sorte, mas nem sempre esta estava ao seu lado.

Mesmo que estivesse nervoso e com as palmas das mãos suando, respirou fundo e fechou os olhos. Ao abri-los novamente, exibiu um imenso sorriso, digno dos olhares de todos que o fitavam com volúpia.

Era estranho, mas Taehyung se sentia bem com aqueles olhares. Podiam simbolizar apenas desejo físico, mas não deixava de ser uma forma de desejo. 

Uma mulher de quadris largos e demarcados pelo vestido colado se aproximou. Taehyung a reconheceu como sendo a mesma mulher com quem disputara antes da chegada de Jungkook.

A garota de pouco mais de vinte anos sorriu cruzando os braços, dando destaque aos seios cobertos pelo decote.

Por mais que sentisse pena por uma mulher tão jovem, bonita e bem sucedida estar ali por vontade própria, ele apenas devolveu o cumprimento, fingindo interesse nos gestos e expondo um sorriso de canto a fazendo enrubescer.

Taehyung era como uma flor de plástico; falsa e sem imperfeições.

Mas, o próprio sabia que, debaixo da casca quase imperfurável, havia algo frágil, uma rosa crescendo no meio do deserto. Sem nuvens, céu ou estrelas, apenas areia seca e áspera.

Ninguém se importava, afinal.

Andou até uma das mesas, onde encontrou suas cartas esparramadas, como as deixara na noite anterior. Sentou-se e sorriu para os que estavam à sua volta, esperando a partida começar.

— Então, quem vai ser o primeiro? — Perguntou e um coro de sussurros foi ouvido, junto de sua risada.

Inclinou-se sobre a mesa para pegar uma carta que estava um pouco mais longe das demais. Para isso, apoiou-se sobre os cotovelos. Emitiu um soluçar surpreso ao sentir um aperto forte em uma de suas nádegas.

Sentou-se corretamente e olhou por cima do ombro, em busca da pessoa que havia se atrevido a tocar-lhe de forma vulgar.

Seus lábios ampliaram o sorriso travesso que exibia desde que decidira que iria jogar, ao ver um homem alto e de cabelos ruivos já desbotados sorrindo para si. Este, para sua — nem tão — surpresa, sentou-se do lado oposto da mesa. Taehyung sorriu e encarou-o por alguns instantes.

O homem à sua frente era sério, com os olhos esbanjando uma malícia incontestável que o fez engolir em seco. Normalmente, apenas profissionais no jogo possuíam aquele olhar.

O olhar que Taehyung aprendera a mostrar ao longo dos anos; o mesmo olhar instigante que trocava naquele instante com seu oponente.

— Então, vamos jogar? — Taehyung o desafiou enquanto organizava as cartas, distribuindo-as entre os dois.

— Está com pressa?

A voz grave chegou aos seus ouvidos com uma pitada de provocação.

— Talvez eu esteja — disse, mordendo o lábio inferior com o rosto ainda direcionado para as cartas que tinha em mãos, causando a impressão de que aquele era um ato involuntário.

O prendeu entre os dentes por alguns instantes, soltou-o e em seguida deslizou a língua pelos lábios lentamente, sabendo que o outro lhe observava com atenção.

Sentia o olhar dele pesando sobre si.

Ergueu o rosto, fazendo com que seus olhos assumissem o formato de uma meia-lua ao abrir um sorriso extenso.

Tão falso quanto uma foto; indiferente do cenário retratado, no final nada dali é real, apenas papel e tinta. Seu sorriso era tão fotográfico quanto o dos demais que estavam ali. O homem retribuiu o ato com um olhar firme, jogando o primeiro conjunto de cartas.

Uma Trinca excelente para uma primeira jogada.

Taehyung sentiu-se nervoso por alguns instantes. Sorriu minimamente, jogando um conjunto de cartas simples; queria guardar o melhor para o final. 

Após mais algumas jogadas — e de olhares esbanjando segundas intenções trocados entre os dois —, Taehyung fixou-se completamente nas cartas que tinha em mãos.

Aguardou a jogada do outro homem. Apoiou os cotovelos sobre a mesa, os atritando contra a madeira com força, tentando conter o tremular nervoso de suas mãos. As pontas de seus dedos estavam esbranquiçadas, tamanha era a força que aplicava na tarefa de segurar as cartas.

Seu coração estava acelerado, seu peito doía e, por alguns milésimos de segundo, sentiu uma pequena pontada em seu peito por ter se esquecido de respirar. Podia jurar que conseguia sentir as batidas do próprio coração, e torcia para que as pesoas em volta não pudessem ouvir sua respiração, ofegante e baixa.

Um bolo se formou em sua garganta e Taehyung conteve um suspiro ao ver a jogada final de seu oponente.

Um Flush.

Taehyung sentiu-se, de repente, aliviado. As cartas que tinha em mãos seriam o suficiente para que pudesse ganhar.

Taehyung sorriu e esqueceu-se até mesmo das típicas provocações que costumava fazer quando vencia uma partida. Jogou suas últimas cartas e observou uma carranca irritadiça se formar no rosto alheio, não podendo fazer nada além de observar e lançar-lhe um olhar atrevido, como se o desafiasse à voltar.

Esticou a mão para receber os trezentos reais apostados. Seus olhos se arregalaram quando teve o pulso segurado bruscamente — gesto que chamou a atenção dos que estavam em volta, cochichando sobre a nova vitória de Taehyung. 

— Isso ainda não terminou — o homem segredou próximo de sua orelha, antes de soltá-lo e atirar as notas sobre a mesa junto às cartas. 

Assim que o sujeito se retirou, Taehyung tratou de se levantar. Caminhou até o bar do estabelecimento.

Seu rosto não exibia frustração alguma; estava acostumado a guardar tudo para si mesmo.

Quem iria querer lhe ouvir? 

Após fazer o pedido ao barman, aguardou que o copo de vidro com o líquido transparente chegasse às suas mãos, o que não demorou a acontecer.

A rotina o desgastava. Queria poder desaparecer por  alguns dias, tirar férias. Mas, como sonhar estava longe de suas condições, contentar-se-ia em apenas beber algo e voltar para casa.

Estava cansado. Seu estômago se repuxava por ter se esquecido de comer antes de sair. Esperava que a bebida o saciasse ao menos um pouco, até que se sentisse disposto a deixa o cassino e comprar algo decente para comer.

No entanto, sua fome parecia desaparecer quando lembrava-se do ocorrido de minutos atrás. Suspirou.

Flores de plástico também se desgastam com o tempo.

Repetiu o pedido e, após erguer o olhar para apanhar o segundo copo, parou.

Só podia ser brincadeira.

 Seu corpo tencionou-se e a bebida pareceu travar em sua garganta, o obrigando a tossir baixo, acabando por chamar a atenção de quem ele menos queria que soubesse que estava ali.

Jungkook estava sentado ao seu lado e, agora, graças à sua falta de descrição, olhava fixamente para si, abrindo um sorriso em questão de segundos. 

 


Notas Finais


Obrigada por ler! ^-^


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