História Prazeres em alto mar - Acreditar?

Britt POV.

Bingo!

Mais um para a lista. Agora só falta mais três.

Stiles me abandonou para se encontrar com Scott, me deixando dentro do quarto sozinha. Encontrei dentro da minha mala uma das minhas revistas favoritas, então refiz novamente meus testes. Estava legal até sons tocarem a porta.

Levantei da minha cama e caminhei até a porta, não me importava se eu estava de camisola de seda rosa clara. Abri a porta pensando que era o Stiles. Afinal ele vive esquecendo as coisas.

“Meu deus” Reviro os olhos quando o idiota fala sobre a minha vestimenta.

“O que você quer?” Perguntei tentando deixar a porta um pouco fechada. O impedindo de me ver por completa.

“Seu namorado foi visitar a Lydia” Ele mordeu o lábio inferior. Meu ventre começou a ficar em chamas, só apenas com aquele movimento.

“Ela é a irmã dele e ele estava preocupada com ela.” Digo irritada, minhas colunas de moda estavam esperando por mim, precisava acabar com aquela conversa rápido e voltar correndo, para aquilo que eu não gosto de admitir, mas gostava muito de fazer.

 “Como você é ingênua” Ele diz encostando o corpo na madeira da porta, estreito os olhos na direção dele. Eu ingênua? Não sou e ponto final, sem mais discussão.

“Vai inventar o que fazer e deixa o meu relacionamento em paz” Digo a ele que ri do meu comentário.

“Claro, se você chama isso de relacionamento. Não percebe não? Stiles está transando com Lydia a dias e você, uhm “ Ele colocou a mão sobre o queixo, fez uma ceninha de estar pensando “ Está transando comigo” Ele sibilou com um sorriso malicioso nos lábios.

Paralisei, sim eu estava me encontrando secretamente durante a noite com Isaac. Mas sempre nos encontrávamos quando eu tinha certeza absoluta que Stiles estava dormindo. O que achei mais integrante é que o meu namorado, aquele que eu divido a cama todas as noites, dormia feito pedra, sempre que fazia a sua caminhada da noite pelo navio. Parecia que as vezes tinha acabado de sair de uma rodada de sexo. Mas Stiles é uma banana. Ele nunca pensaria em me trair, e justo com a irmã de criação dele. As palavras de Issac eram para me fazer ficar com raiva, desolada por saber que estava sendo traída e convidar ele para entrar. Ele seria o meu ombro para chorar e uma coisa leva a outra, imaginei nós dois deitados naquela cama, gemendo e demonstrando nosso apetite sexual um pelo o outro.

“Bela tentativa, tende da próxima vez com um argumento melhor, para me levar novamente para cama junto com você” Nem deixei ele falar, fechei a porta com força e tranquei ela. Escutei o murro que ele deu com as mãos na porta e de ele ter gritado “ Você não acredita, mas é a pura verdade” E ouvir os passos dele indo embora foi uma benção. Agora eu poderia voltar para aquilo que estava fazendo.

Deitada sobre a cama com as revistas nas mãos as palavras dele não saiam de minha mente. E se for verdade? Estou sendo enganada a quanto tempo? Não. Stiles. Nunca faria uma barbaridade como essa. Ele tem lealdade ao nosso relacionamento. Desde que eu contei aquela mentira.

Ah! A mentira sobre estar gravida, para segurar o homem que eu amo. Não posso ser julgada por garantir o amor dele ainda por mim. Foi no primeiro ano do ensino médio, me lembro muito bem do dia que contei a ele, porque esse dia me assombra para sempre, foi uma mentira horrível e cruel, mas precisava ser contada. Eu sabia que ele estava cogitando na ideia de terminar comigo, eu não podia ficar sem namorado logo no ensino médio. O pior lugar para você ser uma solteira, de acordo com as revistas que eu lia, 95% apontava que se você tem um namorado bonito, você se torna bonita. E isso era verdade, Stiles sempre foi muito lindo, já eu era horrível. Cheio de espinhas na cara e um mega óculos na face. Depois que começamos a namorar eu fiquei mais bonita, espinhas sumiram, comecei a ter mais curvas e o óculos se transformou em um belo par de lentes. Então eu sabia que o teste não estaria errado, com a informação “Casal bonito tem grandes probabilidades de serem populares na escola” havia cansado de ser um zé ninguém. Era a minha hora de brilhar.

Foi então só um gatilho para a arma ser disparada, umas semanas antes de entrar no ensino médio. Tivemos nossa primeira vez, aquela que foi incrivelmente mágica. A melhor noite da minha vida. Não vou mentir, foi a noite que eu senti mais mulher, mais eu. Ele me completava, eram metades de uma laranja que se encontraram naquela noite. Foi um ato muito lindo de amor. Então pesquisei na internet, uma coisa que segurava homens por um tempo indeterminado, entre as opções tinha “Uma gravidez falsa”. Sim eu cometi esse erro. Eu o disse que estava gravida, ele teve duas fazes naquele dia. Afinal era o dia que ele iria dizer que não estava mais dando certo e que iriamos terminar.

Na primeira fase ele estava confuso e surpreso, não disse nada durante 10 minutos. Ele até se sentou e começou a pensar naquela noite. Usamos camisinha sim, mas no final do nosso ato de amor, ele descobriu que ela tinha estourado. Eu estava em dia com a minha menstruação e disse que iria tomar pílula no dia seguinte. Eu fiz isso, claro que fiz. Contei até isso a ele. Mas eu disse que deve ser a pílula que não fez efeito, li uma reportagem a ele que confirmava com a minha teoria. Sempre preparada para qualquer desafio, era assim que minha mãe falava sempre para mim.

Na segunda fase ele me abraçou, um abraço de urso para ser bem sincera. Nem consegui respirar direito. Depois ele segurou a minha face, estava chorando e beijou minha testa. Colocou a mão sobre a minha barriga e perguntou “Serei papai?” Nossa aquilo quebrou o meu coração, fiz que sim com a cabeça e surgiu um enorme sorriso dos lábios dele. Seus olhos brilharam, e ele tratou de grudar os lábios dele nos meus. Foi um beijo salgado devido as lagrimas dele.

Me arrependo até hoje, tive que por semanas usar uma cinta que fingia estar deixando a barriga crescer. Eu não gostava que tocassem. Nem ele tocava. Se tocasse iria perceber que era uma farsa. Esperei por um tempo, para fingir um desmaiado em casa, contratar um médico falso e fazer ele dizer que eu tinha perdido o bebê. Se quando eu contei a ele que estava gravida, tinha ficado preocupada com a reação dele. Quando eu contei que tinha perdido, o mundo dele sumiu, ele estava sem chão. Por uma semana inteira ele chorou. Ele tinha até comprado roupinhas para o “bebê”. Ele estava muito animado com essa ideia, ele tinha orgulho de si mesmo.

Eu me senti horrível. Até hoje me sinto. Ele não toca mais no assunto. E nem é bom mesmo tocar, porque da última vez que foi mencionado, ele veio me fazer milhões de perguntas. Provavelmente desconfiado.

Eu era uma pessoa horrível, mas eu faria tudo de novo para que ele não me trocasse por ninguém. Stiles é o meu primeiro namorado e será o meu último. Na saúde ou na doença até a morte os separem. Não éramos casados, mas isso servia para o nosso relacionamento.

-**-

Perdi a noção do tempo, havia dormido em cima das revistas. Acordei com muita fome. No quarto não tinha comida. Stiles parece que nem deu sinal de vida aqui no quarto. Troquei de roupa, colocando uma casual. Caminhei até a porta e tentei abrir. Estava trancada. Claro, eu tinha trancado para ficar longe do babaca do Isaac. Stiles não tinha a chave. Quando destranquei tinha um papel colado na porta. Caligrafia perfeita dele.

“Quando cheguei a porta estava trancada, te chamei várias vezes acho que estava dormindo. Não iria te acordar, sei que andas muito cansada e te deixei dormir. Qualquer coisa estou com os meninos na sala de jogos.

Com amor.

Stiles”

Sorri, ele era fofo demais. Ele não estava me traindo. Isaac inventou aquilo. Eu devo confiar no meu namorado. E mais ninguém.

Caminhei pelos corredores do navio. De acordo com o meu celular era 20:50 ainda. Estava com muita fome. Caminhei até o restaurante, enchi o meu prato de salada, frutas, legumes e uns pãezinhos. Eu estava com fome, mas nem por isso vou comer gordura e doçura. Preciso preparar o meu corpo, para o concurso que ia ter na viagem. “O corpo mais bonito” era o que todas ficavam falando o dia todo. E é claro, eu pretendo estar entre as finalistas. Quem sabe até ganhar.

Com um belo sorriso nos lábios caminhei até uma mesa, comi num intervalo de 30 minutos. A noite estava quente, então decidi ir até a parte aberta do navio. Me encostei na barra de ferro e olhei para baixo, o mar batendo no enorme navio. O pouco vento que batia em minha face era bom. Olhei ao redor, encontrei alguns rostos familiares. Mas meus olhos bateram numa perfeição só de bermuda. Os olhos de Isaac estavam em mim. Por um momento, apreciei o elogio óbvio quando ele desviou de alguns estudantes, chegando cada vez mais perto. Um copo cheio de liquido âmbar o acompanhava. Quando estava me alcançando, ele levou o copo aos lábios e bebeu todo o conteúdo. Seus olhos estavam vidrados e frios; todos os vestígios de homem sexy que conheci alguns anos haviam desaparecido. No lugar estava um garoto que eu transava as vezes e tinha uma sede insaciável por vingança. Por eu rejeitar ele sempre.

“Linda, linda Britt. Parece que o seu namorado escolheu te trocar pelos amigos e pela irmã vadiazinha dele” seus lábios franziram quando ele se aproximou e tocou meu quadril, apertando-o com os dedos.

Tentei empurra-lo, mas ele me prendeu com o braço ao redor da minha cintura. Fazer uma cena arrancando suas mãos de mim, não era uma opção. Éramos conhecidos de ser bem íntimos como “amigos”, e isso era normal para quem via nós naquele momento. Eu não posso manchar a minha imagem.

“Pode me soltar?” Pressionei seu peito nu, tentando me afastar. Sem chance. Ele me segurou mais firme.

“Pare, Britt. Acabei de levar mais um fora da garota que eu gostava. Não estou com humor para as suas brincadeiras”

“Deve ser porque você não encontrou a pessoa certa ainda”

Seus lábios se apertaram em numa linha branca. Ele estava caminhando comigo por uma multidão de jovens que tinha aparecido naquele momento, seu aperto machucando a pele macia do meu quadril. Olhei por cima do ombro e meus olhos se encontraram com um conhecido. Theo. Ele era amigo da minha cunhada, já havia conversado com ele algumas vezes, lancei a ele um olhar de assustada. Ele estreitou os olhos, mas logo perdemos contado visual quando umas garotas se juntaram a ele.

Antes que eu percebesse estávamos atravessando diversas salas. Ele me levou a uma sala fechada e escura. Meu cérebro meio lento após a cochilada que tinha tirado antes, despertou. Ele estava me levando a um lugar reservado e escuro, para pôr em pratica um de seus planos malignos. Virei e consegui me soltar de seu aperto.

“ O que é isso, Isaac?” Abri as mãos e lancei em volta. Não havia absolutamente ninguém à vista.

“Você acha que é especial, não é?” As palavras saíram com veneno mal contido.

Balancei a cabeça e tentei parecer calma.

“Nem um pouco” Menti. Eu me sinto especial, sim. Mas ele não precisava saber disso.

Ele fez uma careta e avançou até eu estender as mãos na frente do corpo. Ele continuou avançando e eu acabei pressionada na parede daquela sala. Mais alguns passos e seu peito estaria encostado no meu. Pensei na melhor maneira de lidar com aquilo. Mas a lentidão no sono, não estava me ajudando com nada.

“Isaac você não quer fazer isso”

Seu nariz deslizou pela a minha testa, provocando arrepios de medo em minha coluna e nos cabelos da nuca.

“Claro que quero” Empurrei seu peito, sem sucesso. Ele não era um cara pequeno, e aquilo impedia uma fuga. “Tentando escapar, putinha?” Ele disse, enrolando as palavras.

“Eu não sou uma puta, Isaac. E você sabe disso”

Ele mordeu o ponto em que o meu ombro e o pescoço se encontram.

“Sei que você trai o seu namorado com vários caras, e eu sou um deles”. O jeito que ele falou, parecendo um louco.

Quando comecei a lutar, mas não tive muito sucesso. Dei um soco em sua boca, cortando seu lábio, antes que ele segurasse meus braços com uma mão e apalpasse o meu corpo com a outra. Ele me esmagou contra a parede com tanta força que pude sentir a pele das costas arranhando e sendo machucada conforme ele esfregava em mim.

Comecei a gritar, mas ele colou a boca na minha. Tudo o que se podia ouvir era uma pessoa gritando como se estivesse embaixo d’agua. Então o som da bermuda sendo aberta e o barulho do zíper descendo, como minha sentença de morte. Gritei mais alto, mas ele mordeu meu lábio e bateu a minha cabeça na parede. As coisas ficaram confusas e eu senti o meu vestido deslizar para cima até a cintura. O ar frio que estava fazendo dentro daquela sala atingiu minha pele nua. Eu podia senti dedos descendo minha barriga, segurando o meu sexo com brutalidade. A bile subiu pela a minha garganta, e eu quase vomitei.

“Vou foder você com força, te comer como a puta que você é. Seu lixo de merda” Ele rugiu saliva voando em meu rosto. Isaac não era o homem que imaginei quando o conheci. Não era a mesma pessoa que eu gostava de flertar em segredo.

Senti seu membro contra minhas pernas, se esfregando ao longo da minha coxa.

“Não” sussurrei e balancei a cabeça, apenas para receber um sorriso nojento em resposta. Ele colocou a mão sobre a minha boca para abafar o som enquanto eu gritava. Eu mordi, e ele me xingou e bateu minha cabeça na parede novamente. Dessa vez contra a superfície, meu corpo quase um peso morto. Eu estava perdendo a consciência e ele iria me tomar. Talvez fosse melhor. Não saber o que estava acontecendo, seria melhor do que permanecer acordada, consciente das coisas repugnantes que ele faria comigo. Naquele momento, rezei para a escuridão me levar.