História Stuck In Your Soul - Decisão

Essas paredes marrons! Já fazia um tempo que não nos encarávamos de novo não é? Não posso dizer que esse é o lugar que me dá mais tenho repugnância, mais também não é o meu lugar favorito.

?? - Argh, o juiz, aquele velho gordo!  QUEM ELE PENSA QUE É PRA ME MANDAR PRA UMA SOLITARIA? Até um cachorro bateria aquele martelinho na porra daquela mesa e falaria -“Caso encerrado” – Falava uma morena com uma voz engraçada. E a propósito essa é a Pitty, acabamos de nos conhecer.

- Relaxa seu caso não é pior que o meu...

- NÃO É PIOR QUE O SEU MAIS EU... AARGH... SE ELE ME POR DENTRO DAQUELA SELA DE NOVO!! EU MAAATO ELE!!

Não consigo, acabo caindo na risada.

“Caso da réu nº 328, Jullya Smith Campbell. Acusada de homicídio doloso qualificado...”

Jullya Smith... Há quanto tempo não ouvia esse nome? O meu nome... Han... Sim eu fui muito burra de deixar pistas, podia ter feito um serviço bem feito, enfim... Fui parar na solitária por quatro anos por matar John Cook, agora, ex-prefeito de uma cidadezinha chamada Sweet Ville. Se eu sinto remorso? Essa palavra não existe no meu vocabulário. Os motivos por eu ter matado ele? Vários...

Fico olhando para cara de cada infeliz presente naquele lugar. Fixo meus olhos numa porta. Um ruivo estava cercado por dois militares com armas de choque, ao lado provavelmente seu advogado. Ele sorriu de lado para mim e passou sua língua por seus lábios, apenas pisquei e repeti seu ato em seguida mordendo meu lábio inferior.

“Caso encerrado!” – o soar do martelo me fez dar um leve pulo em minha cadeira. Me levanto com meu advogado e fomos rumo a um corredor. –  “Peço que compareça o júri agora... O réu n° 329, Sr. Collins”.

- Ué? Já acabou? – pergunto ao Riveira, meu advogado desde quando tinha por volta de 16 anos. Nós entramos em uma salinha pequena branca, havia apenas uma mesa no centro e um espelho quebrado em uma parede.

- Sim, senhorita Smith – olho para ele com uma cara frustrada, ele sabia que não gostava quando me chamavam pelo sobrenome. – Jully, olhe, seu caso é muito complicado! Eu dei o meu melhor, mas mesmo assim... – o moreno responde meio tenso.

- Tá, okay... Olha, eu não prestei atenção na audiência, qual será minha pena agora?

- Bem... Você foi direcionada a uma  prisão mista de alta segurança... Por q-quinze anos....

- Isso é o que você diz dar o seu melhor? EU TENHO CARA DE PUTA PRA FICAR EM UMA SELA MISTA? Deus! ... – berrei e logo passei as mãos pelo meu cabelo a fim de me acalmar. Eu já havia entrado em uma penitenciária mista. Era horrível dividir cela com um bando de machos nojentos e fedidos, tenho certeza que dessa vez não será diferente.

- Olha Jullya Smith Campbell, estou cansado dessas suas criancices desde seus 16 anos! Você já é uma mulher de 20! Pode achar um caminho melhor! Eu Me Demito! 

Ele diz e se retira arrancando sua gravata com brutalidade da sala onde estávamos. Abaixo minha cabeça tentando controlar minha respiração acelerada, assim que levanto me reparo com a minha imagem num espelho quebrado. Uma lagrima insistente escorria pela minha bochecha avermelhada, meu cabelo estava todo desalinhado. Logo a porta se abre com um baque na parede fazendo um estrondo. Recomponho minha postura e Pitty entra na sala com um enorme sorriso.

- E aí gatinha, pegou quantos anos? – perguntou com um sorriso debochado nos lábios. 

- Quinze, numa prisão de machos e fêmeas. – respondo dando língua e fazendo uma careta, logo escuto a morena dar uma longa gargalhada.

- Ah amiga, não fica assim não! AAAHHHH QUE DEMAIS! Vamos pro mesmo local! – rimos.

Talvez não seja tão mal assim....

CONTINUA?.....