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História Pressure - Escape From The Casino In Vegas


Escrita por: ig2000

Notas do Autor


Olá!
Comecei a passar esse capítulo do papel para o celular no começo da noite e só acabei agora, estou bem orgulhosa, jurei que ia dormir, mas tem um pingo de adrenalina nesse capítulo que me fez ficar acesa. E HOJE É O MEU ANIVERSÁRIO! Não acredito que finalmente fiz 16, parabéns pra mim.
Sem mais enrolações, vamos à leitura!
Espero que gostem!
xoxo

Capítulo 19 - Escape From The Casino In Vegas


Fanfic / Fanfiction Pressure - Escape From The Casino In Vegas


Sinto falta do sabor da vida 
Sinto falta das conversas 
Estou procurando uma canção esta noite 
Estou mudando todas as estações 
Gosto de pensar que tínhamos tudo 
Desenhamos um mapa de um lugar melhor 
Mas na estrada eu caí 
Oh querida, por que você fugiu? 


A estrada ficava mais curta a cada quilômetro percorrido. Mudando as estações do velho rádio da picape, pus para tocar a música 'mapas'. Passamos por cidades, bairros, ruas movimentadas, ruas pouco movimentadas. Ed contou-me histórias loucas, suas histórias de vida e de como escapava de emboscadas nas quais frequentemente estava metido.


Eu estava lá por você 
Nas suas horas mais difíceis 
Eu estava lá por você 
Nas suas noites mais obscuras 
Mas me pergunto onde você estava 
Quando eu estava no meu pior momento 


O ar carregava uma boa sintonia. Ali, tudo parecia estar bem. As peças pareciam finalmente ter se encaixado. 


Minha cabeça estava deitada sobre o colo da Ruby. Seus dedos estavam entrelaçados aos fios do meu cabelo, ela os movimentava carinhosamente sobre a pele delicada da minha nuca. Os arrepios eram intensos. Eu sentia todos os meus pelos eriçarem-se com seu toque. Meu corpo estava deitado sobre o banco, minhas pernas cruzadas para cima ocupavam o único espaço que havia.


–Então, estou seguindo o mapa que me guia até você. –Ed cantava juntamente à música a tocar no rádio. Seus dedos batiam de forma ritmada o volante. 


–Estaciona aqui. –Ruby apontou para um lugar na rua que não pude ver qual era, pois estava deitada.

–Precisa usar o banheiro? –Ed perguntou enquanto obedecia ao mandato da Ruby.


–Com urgência! –Afirmou. Levantei a cabeça do seu colo e vi que estávamos em um posto de gasolina.


–Eu estou faminta! –Pus a mão na barriga ao dizer. A fome fazia moradia em mim. 


–Vamos procurar algo para comer enquanto Ruby procura um banheiro, tem uma lanchonete bem ali. –Disse o Ed. Ele abriu a porta do carro e desceu do automóvel. 


O segui em direção à lanchonete. Fomos práticos em pegar biscoitos, salgadinhos e suco. Pagamos pela mercadoria e deixamos o estabelecimento já devorando um pacote de biscoitos. 


–Não sabia que estava com tanta fome até agora. –Ed revelou enquanto mastigava de uma vez só dois biscoitos.

Ed era um rapaz extremamente lindo. O ruivo dos seus cabelos me lembrava a luz do sol. Suas tatuagens exóticas lembravam-me a Ruby, e eu amava tudo o que dela me fazia lembrar. 


Nossa picape nos aguardava estacionada ao acostamento da rua. O posto de gasolina era velho e creio eu que raramente usado devido à sua localização em meio ao nada. 


Ruby ainda não estava dentro do carro quando chegamos, mas pude ouvir o som da sua voz em algum lugar por perto. Ed seguiu seu caminho em direção ao banco do motorista enquanto eu seguia meu caminho rumo ao som da sua voz. 


–Ela está comigo e isso não mudará a menos que eu queira, e sinto em te informar que não quero no momento. –Ela conversava com alguém no celular. Sua voz soava mais cínica que o normal. –Não fique chateado. Você pode tentar de novo mais tarde, mas se por acaso sua ligação cair na caixa de mensagens, saiba que estou me divertindo à beça, tenha um bom dia. 


E por fim, finalizou a ligação. Nervosa, andei em sua direção como se estivesse chegado ali naquele momento. Ao se virar para mim, tive a sensação de que ela se perguntava por quanto tempo eu estava ali e o quanto ouvi dela. 

–Estava te procurando. –Eu disse. Ela parecia analisar cada expressão facial que me entregasse ter ouvido sua conversa. Ela me conhecia bem mais do que eu conseguia fingir. –Encontrou o banheiro?


Tentei entrar em um assunto que me fizesse disfarçar melhor.


–Sim. –Ela semicerrou os olhos minimamente enquanto encarava os meus. 


–Não sei onde estamos, mas acredito que a viagem ainda seja longa, vamos? –Estendi minha mão para ela. 


Ruby apontou para algo ao nosso lado. Era uma placa. E dizia exatamente nossa localização. Estávamos em Barstow, Califórnia. 


–Agora sabe. –Ela segurou minha mão e guiou-me de volta ao carro.


Sei que preciso de respostas. Mas sei também que até aqui, me negaram todas elas. Então eu descobrirei sozinha. Não preciso da ajuda de ninguém para isso. Ruby só precisava dar um deslize longe do seu celular e eu descobriria facilmente com quem ela estava falando. 


E então voltamos a percorrer nosso percurso em direção a mais um capítulo do longo livro da história da minha vida. As horas ao lado deles dois soavam como rápidos minutos. Logo, estávamos entrando na cidade conhecida como a cidade do pecado.


"Bem vindo à fabulosa Las Vegas
Nevada."
–O famoso painel conhecido mundialmente como um dos ícones da cidade nos alertava. 


–O que me diz para nossa primeira noite nessa terra tão almejada? –Ed perguntou à Ruby.


–Cassino Lótus. –Ela respondeu.

Encarei-a com a mão na boca de surpresa. Ela sabia que eu sonhava em conhecer o hotel e cassino lótus.  


–Isso vai ser o máximo! –Expus meu contentamento. Eles riram. 


–Vegas... –Ed pensou alto. –Cidade da luz. 


–Do pecado... 


–Dos cassinos e sonhos inimagináveis. –Completei também. 


–Dos casamentos... –Ed disse num tom irônico.


–Seria coisa do destino? –Brinquei levantando um pouco a saia do meu vestido de noiva. –Se eu soubesse que o usaria por tanto tempo teria escolhido um que não pensasse tanto. –Reclamei.


–Aproveita o vestido e não desperdiça tempo. –Ed disse cutucando a cintura da Ruby e deixando escapar um tom irônico.


–O que quer dizer com isso? –Ela fez-se de desentendida ou realmente não entendeu.


–Aproveitar que já temos o vestido e casar. –Expliquei o que entendi. Ed assentiu concordando. 


–Sabe que não é necessário só o vestido. –Ela disse franzindo o cenho. –E sabe também que eu não sou sua garota para isso.
Suas palavras me machucaram.


–Uh! –Ed surpreendeu-se com a resposta.


Cruzei os braços e encostei as costas ao estofado do banco. Parte de mim irritou-se por ela levar tão a sério uma brincadeira e a outra parte irritou-se por saber que ela não mudara nada em relação à coisas sérias. 

Ficamos em silêncio por alguns minutos até chegarmos ao cassino. O famoso cassino lótus. 

–IT'S VEGAS, BABY! –Ed gritou empolgado ao descer do carro e nós o acompanhamos igualmente animadas, porém, eu ainda estava chateada. 


Ruby estendeu sua mão para mim, mas eu a recusei e segui em frente ao lado do Ed, assim que fiz isso, pude ouvir um riso cínico vindo dela atrás de mim.

O imenso cassino lótus encheu meus olhos de encanto. Nele, não haviam janelas, relógios, nem quaisquer outros meios que nos informasse relatos sobre o tempo, porque ali, ele era inexistente. O grande objetivo para o lugar não ter informação sobre o tempo era: as horas se passavam disfarçadas de minutos e sem perceber, todo o seu dinheiro fora gasto. Eles criaram um atrativo para pessoas que não somente sugava dinheiro como o tempo.


Restaurantes, piscinas, atrações temáticas e mais, muito mais. Era a diversão em forma concreta. 


Fomos recebidos da forma mais luxuosa possível. Ruby deu aos recepcionistas um cartão de identificação e bastou isso para que os fuxicos rolassem atrás do enorme balcão da recepção.


"É a traficante de quem tanto falam!" Ouvi esse comentário com nitidez.


Enquanto Ruby tratava dos assuntos sobre nossa estadia no fabuloso hotel e cassino, aceitei uma bebida grátis que uma mulher de minissaia servia a todos que por ali passavam. Ed juntou-se a mim e bebeu também. 


–Isso é bom! –Ele elogiou a bebida. Tascamos também do serve-serve um espetinho de frutas ácidas. 


–Senhorita Foster? –Alguém me chamou ao cutucar minhas costas. Virei-me e tive a visão de uma das recepcionistas do lugar. –Me chamo Luana e estou aqui para te servir, meu objetivo é tornar sua noite no hotel e cassino lótus a melhor noite e mais animada da sua vida. Acompanhe-me para a primeira etapa do nosso processo! –A moça tomou minha mão e levou-me para longe dali. 


–Vocês são bem calorosos! –Tentei ser simpática, porém, não fazia ideia de onde ela estava me levando.


Olhei para trás e, de relance, vi a Ruby encostada ao balcão da recepção. Ela me encarava. Seus lábios sibilaram um: Fica gostosa para mim. E eu sei que daria o máximo de mim para agradá-la.


Fui direcionada à  um elevador enorme e luxuoso. Ao entrarmos, a recepcionista digitou em um teclado instalado na parede de aço do elevador o nosso destino: nono andar. Senti um friozinho na barriga quando o elevador pôs-se a subir. Rapidamente, as grandes portas de aço se abriram e entramos em um corredor extenso. O lugar era revestido à madeira. O chão era coberto por um longo tapete vermelho que estendia-se por toda a extensão do corredor. Senti-me uma princesa. O único barulho a se ouvir vinha do salto da recepcionista, que ao chocar-se contra a madeira, exalava um ruído. Eu estava descalça desde que abri mão do salto por uma vida ao lado de quem amo. 


Luana interrompeu nossos passos e parou em frente a uma porta. Gravada sobre a madeira, o nome suíte presidencial estava marcado por letras douradas. Confesso, adorei o lugar. 


–A suíte presidencial oferece ao cliente a melhor vista através da sacada e os mais renomados privilégios. –Luana abriu a porta e abriu os braços, dando-me espaço para entrar naquela maravilha de lugar.


–Meu Deus! –Admirei boquiaberta a beleza da suíte.

Era lindo. As cores a fazer a decoração eram brancas e douradas, as mesmas cores que escolhi para o meu casamento. E pensando nisso, perguntei-me internamente como todos estavam. Como estava o meu noivo, se é que posso chamá-lo assim, ao saber que o tinha abandonado em um dia especialmente importante para nós? 


Pensar nisso soava como uma facada no coração. Não sou a favor do abandono sem explicações. Não sou a favor de sair de fininho sem avisar, pois sei os efeitos desse sumiço, passei por eles quando a Ruby se foi, e não desejo ao meu pior inimigo. 
E mesmo que eu tenha explicações plausíveis, o que não é exatamente o meu caso, isso não o ajudará nas noites em claro que passou durante todas as noites que eu não estive por perto. E isso me dói tanto.


Eu só quero dar um basta na minha confusão. Quando estive longe da Ruby, desejei-a desesperadamente a cada batida do meu coração. E eu a tenho agora, por que desperdiçar o tempo que posso ter ao lado dela pensando em outras coisas? A vida é imprevisível. Coisas surpreendentes acontecem. Coisas decepcionantes também, e eu não quero sofrer por não ter aproveitado. Eu quero viver o agora, intensamente, o máximo que puder. Deixemos o futuro para a Mackenzie do futuro. 


Emma diria isso. E ao lembrá-la, sorri feliz e sentindo sua falta.


–Senhorita? –A recepcionista, Luana, tirou-me dos meus devaneios.


–Ah, perdão. –Balancei rapidamente a cabeça para os lados e adentrei o cômodo. 


Ao entrar ali, minha visão sobre o lugar foi ampliada. Na entrada, havia uma espécie de criado-mudo branco exuberante, e sobre ele, um lindo jarro de flores. Minhas flores favoritas estavam dentro do vaso; as margaridas. 


–São minhas flores favoritas! –Disse num tom animado e corri até o vaso. Eram tantas flores dentro dele que fiquei encantada. 


–Ruby Rose ordenou que as puséssemos aqui. E há mais surpresas por vir, siga-me. –Ela convidou-me para conhecer mais o lugar. –Creio que está faminta, trouxemos lanches da Mc Donalds, sabemos que é o preferido da senhorita. 


Ordens. Característica em comum entre o Bieber e a Rose: ambos veneravam o poder. 


–Me deixa adivinhar, Ruby também os ordenou? –Perguntei e ela assentiu enquanto ria. –Ela me conhece bem... E eu estou faminta!

Fui em direção aos lanches sobre uma bandeja na cama e os devorei. 


–Irei preparar seu banho, senhorita Foster. –Ela caminhou até o banheiro, deixando a porta aberta pude vê-la adicionar sais à água na banheira de mármore branco. 


O lanche estava delicioso, o comi em questão de poucos minutos. Era evidente que os biscoitos da viagem não adiantaram tanto. Ao terminar de comer e beber o refrigerante segui o mesmo caminho trilhado pela recepcionista em direção ao banheiro. 


–Eu esperei tanto por esse momento! –Disse enquanto Luana abaixava o zíper nas costas do meu vestido, que por sinal, estava imundo.


–Acredito que sim. 


Ao despir-me, tomei uma ducha no chuveiro e removi toda a sujeira do de mim. Senti-me tão leve com o corpo limpo. Após o banho demorado, trilhei pegadas de água até a banheira preparada para mim. Pétalas de rosas vermelhas flutuavam sobre a água, adentrei em meio à elas e relaxei todo o meu corpo nas águas mornas. Mais duas mulheres adentraram o cômodo, o nome bordado em suas vestimentas ficava abaixo do trabalho que elas exerciam: cabelereiras. 


–Olá, senhorita Foster! –Elas cumprimentaram-me sorridente antes de começarem os seus serviços.

–Olá! –Sorri ao respondê-las. 


Os minutos se passaram lentamente. Os movimentos dos dedos da cabeleireira Ana faziam-me sentir sono, era tão bom. Meu corpo inteiro estava relaxado, senti-me renovada. Ao deixar o banho e enxugar-me, vesti um roupão dourado. Sentei defronte a uma penteadeira e tive meus cabelos escovados, unhas pintadas e maquiagem feita. 

–A senhorita prefere o vermelho ou o azul? –Luana mostrou-me dois belíssimos vestidos de cetim presos a um cabide. –Azul. 


Aquela cor sempre me traria boas sensações. Pelo azul dos olhos da Ruby, e pelo azul dos olhos e cabelos da Emma.

Quando tudo ficou pronto, restou apenas o vestido. As moças me deixaram sozinha no banheiro. Vesti as roupas íntimas e novas que deixaram ali e em seguida, o vestido. Seu cumprimento ia até a metade da minha coxa. Suas alças eram finas e ele pouco era detalhado, porém, caiu perfeitamente em mim. Calcei um par de saltos prateados que também foi escolha minha, e estava pronta. 
Luana finalizou meu visual com um lindo colar de jóias azuis e prateadas. Retirei do pescoço o colar que a Ruby me dera uns anos atrás e pus dentro da minha bolsa de mão. 


–A senhorita está linda, encantadora! –Luana elogiou-me. 


–Graças à você, obrigada! –Tomei suas mãos agradecendo. 


–Foi um prazer embelezar-te! –Ela sorriu. –Agora vá até lá e arrase!


–Deixa comigo. –Dei uma piscadela e deixei a suíte presidencial. 

O caminho eu já conhecia, restava-me apenas causar desejo incontrolável na Ruby.

Percorri todo o caminho de volta ao cassino. Ao sair do elevador que me trouxera ao primeiro andar, fui o centro das atenções. As pessoas ao redor encaravam-me dos pés à cabeça, desejando-me ou invejando-me, não soube decifrar os olhares dos desconhecidos. Mas soube claramente decifrar o olhar de uma pessoa. Luxúria


Ruby, sentada em uma cadeira em volta à uma enorme mesa, cravou seus olhos no meu corpo, creio que sentindo vontade de tê-lo, modéstia à parte. Após o transe de segundos, ela voltou sua atenção para as cartas em sua mão, em seguida, pôs uma delas sobre a mesa e aguardou a jogada da mulher ao seu lado. E por falar em mulher, duas estavam bem ao seu lado oferecendo-lhe frutas ácidas. Meu sangue ferveu de ódio, pois além da aproximação indevida, as mulheres trajavam roupas inapropriadas que deixavam seus corpo sarados e maravilhosos ainda mais convidativos. 


Cruzei os braços e aproximei-me das pessoas que observavam o jogo ao redor da mesa. Ed estava junto a elas.

–Que jogo é esse? –Perguntei ao Ed ao aproximar-me do mesmo.


–É uma parte do cassino que foi projetada para estimular apostas. Como um jogo de pôquer, e eles estão apostando aquele carro ali. –Ed apontou um carro prateado estacionado em uma peça de alto relevo para exposições. 


O carro girava devagar dentro de uma jaula de vidro que impedia qualquer pessoa de ter acesso a ele. Obviamente, Ruby o queria por ter perdido a sua Ferrari para uma lata velha. 


O jogo acirrou-se. As apostas em dinheiro ficavam maiores a cada carta posta em mesa. A cada fração de segundo que se passava, aumentava mais a tensão no olhar dos jogadores. Correção: jogadores exceto Ruby. Ela tinha todas as manhas precisas para um bom jogador, era confiante e calculista, suas jogadas eram sempre bem pensadas e perfeitas. Ela tinha mais chances que qualquer um de ganhar o jogo. Torcia por ela.


–Segura a onda para mim, vou rápido ao banheiro e volto. –Ed deu dois tapas fracos em meu ombro e se foi. 


Todos ao redor pareceriam estar seriamente ansiosos para o resultado final do jogo. Alguns nem piscavam os cílios para não perder os lances das jogadas. Era insano. 


Não se passaram muitos minutos de jogo até o Ed estar de volta ao meu lado. 


–Esse lugar é uma loucura. –Ed sussurrou ao pé do meu ouvido enquanto prestava atenção no jogo. –Os seguranças daqui têm uma tatuagem de identificação, algo como uma facção, sabe? 


–Sim, eu percebi. Até mesmo as mulheres que ajudaram em minha arrumação possuíam essas marcações no corpo. A letra T e um triângulo, conferem? –Descrevi a tatuagem que todas as recepcionistas e mulheres dali possuíam no corpo, assim como os seguranças. Ed balançou a cabeça positivamente concordando com minhas informações.

–O que deve significar? Trouxas? –Ed supôs rindo da sua própria piada. 


–Que tipo de cassino trabalha como uma facção? –Comentei e ri.


–Sem contar que os seguranças não tiram o olho de você, percebi isso desde que chegamos, eles estão a todo o tempo nos encarando. –Ed levantou sua observação. –Observe. 


Ed apontou um segurança do outro lado da mesa do jogo. Ele nos encarava profundamente e não desviou mesmo sabendo que o encarávamos de volta. Era loucura. Depois disso, Ed apontou-me mais três seguranças com os olhos cravados em nós.  

–Isso é...


–Insano! Tudo aqui no cassino é escroto. Acredita que eles quiseram me acompanhar até o banheiro? Parece uma prisão divertida! –Ed empolgava-se a cada palavra dita. 


E não, aquilo não me pareceu empolgante. Não depois de lembrar-me que sabia exatamente o que aquela tatuagem significava. Lembrei-me de ter visto em alguém. E esse alguém foi o Travis. Gravei-a na cabeça desde a briga entre ele e o Chris no racha.

Virei de costas para a mesa do jogo e dei de cara com mais seguranças encarando-me, dezena deles. 


–Ed! Precisamos dar o fora daqui. –Disse pasma. 


–Tá brincando? Agora que o jogo ficou bom? –Ed bufou. –E por quê? 


–Essa é a tatuagem referente ao Travis. –Disse num murmuro. Ed arregalou os olhos. –Não demonstre nenhum tipo de reação que dê a entender que sabe de alguma coisa, senão, eles virão atrás de nós.  


–Porra! Precisamos avisar a Ruby. –Ed encarou sua amiga sentada em volta da mesa de jogo.


–Olhe para mim, olhe para mim, olhe para mim. –Pedi num sussurro enquanto a encarava. Ela pareceu ouvir minhas preces e num piscar de cílios, olhou para mim. 


Tentei fazer um sinal, mas eu era péssima nisso. Ela encarou-me sem entender. Olhei para os lados e tentei indicar os seguranças com um olhar, ela olhou-os e voltou-se para mim ainda sem entender. 


Então passei a bola para o Ed, talvez ele fosse melhor em mímica que eu. 


Ele estava nervoso demais e por isso, gritou:


–OS CARAS DO TRAVIS ESTÃO AQUI, PORRA, CORRE!


–Não acredito nisso...

Olhei para os lados e notei a movimentação estranha rondando por ali. Os seguranças já não estavam postos nos mesmos lugares de antes, eles agora locomoviam-se em nossa direção. 


Ruby foi rápida, sacou duas armas que estavam  escondidas em sua cintura para qualquer ataque inesperado como aquele. Atrás dela, vários seguranças a cercaram,  ela não tinha saída. Então, a mesa de pôquer foi feita de passarela para ela. Ela rapidamente subiu na mesa do jogo e pisou em todas as cartas e dinheiros apostados. Correu por toda a extensão da mobília e todos os jogadores perguntavam entre si o que ela estava fazendo. Ao chegar ao fim da mesa, saltou. Ela estava de costas quando dois seguranças trajaram o mesmo caminho que ela.


–Que porra ela está fazendo parada? –Perguntou o Ed sem entender.


–RUBY! ATRÁS DE VOCÊ! –Tentei alertá-la. Meu coração batia a mil. 

Mas ela sempre tinha cartas por trás da manga. Sempre sabia como se sair de situações difíceis. Perguntei-me internamente se ela usou essas habilidades para me esquecer enquanto estive fora, e se as usou, funcionaram?


Ainda de costas para a mesa de pôquer, Ruby apontou as armas para trás e puxou o gatilho delas. Os tiros foram certeiros na cabeça dos seguranças. Encarei-a desacreditada e ao meu lado, Ed encarava-a da mesma forma.

Um caos formou-se ali. As pessoas começaram a correr para todos os lados possíveis. Os jogadores deixaram a mesa e todas as cartas em busca de um refúgio seguro para si. Máquinas de jogos foram arremessadas ao chão pelos próprios seguranças. Eles estavam transtornados.


–Por aqui! –Ed agarrou minha mão e puxou-me para longe da confusão. 


Mas o problema era: não havia saída


Cerquem-os, ouvi um segurança ordenar os outros. Graças ao caos que a Ruby formou, não fomos pegos. Os seguranças estavam tão perdidos quanto nós em meio àquela confusão. 


–Ed! –Gritei-o enquanto ele me guiava para longe dos seguranças. –Não há saída! Há seguranças por todo canto! 


De repente, um segurança se pôs em nossa frente, a arma apontada em nossa direção nos dizia que a nós havia apenas duas opções: se entregar ou morrer


Minha respiração ofegante e olhar assustado entregavam meu desespero. Ed e eu paramos de correr, ambos procurando uma saída senão a morte, pois escolhendo qualquer uma daquelas opções estaríamos mortos. 


Dentre elas, arriscar foi a melhor saída. 


Num rápido movimento, Ed retirou uma arma escondida em sua cintura, e se esse movimento já foi rápido, duas vezes mais rápido foram os três tiros no peito do segurança. 


Ruby apareceu logo atrás de mim. Suas mãos geladas tocaram minha cintura antes de se posicionar em minha frente. Seus olhos encontraram os meus em meio ao caos, e tudo pareceu melhorar. 

–Você está bem? –Ela perguntou preocupada. 


–Ela está. Eu estou. Você está. Tudo esclarecido? Agora precisamos dar o fora daqui! –Ed interrompeu-a. 


–Eu sei como faremos isso. –Ela disse. A encaramos com olhares questionadores, logo, ela levantou um chaveiro na altura do seu rosto e o balançou. Eram chaves de um carro. 

–É bom saber que temos um carro mais veloz que uma picape nos aguardando lá fora, mas como chegaremos até ele? –Ed perguntou.

 
Ela não precisou responder. Seu dedo acionou o botão da chave e o alarme de um carro sendo destravado soou ali. Olhei para os lados e procurei onde ele estava. Meus olhos se detiveram no carro em exposição. 


–Roubou as chaves do carro que estavam apostando? –Perguntei incrédula. 


–Eu basicamente adiei o jogo, porque eu o ganharia de qualquer forma. –Ela gabou-se.

–Se convença depois. –Ed mirou  em um segurança que se aproximava de nós silenciosamente e atirou no mesmo, o corpo caiu no chão na mesma hora. –Agora precisamos sair daqui.


Nós três corremos para longe, em direção ao carro em exposição. Ruby acertou dois tiros na enorme vidraça que protegia o carro e cacos de vidro caíram sobre o chão. Com a ajuda dela, subi no palanque onde o carro estava estacionado e atrás de mim, Ed subiu também. Éramos o centro das atenções. 


Dezenas de seguranças atiraram contra nós enquanto nos perseguiam. Entrei rapidamente no carro e sentei no banco do carona, ao lado da Ruby que ocupou o banco do motorista. Ed jogou-se de qualquer jeito no banco dos fundos. Ruby pôs a chave do carro na ignição e o ligou. Aquele logicamente não era o momento certo para fazer gracinhas, mas mesmo assim, Ruby o fez. 


Ela demorou longos minutos pressionando o acelerador enquanto o freio de mão impedia o carro de sair do lugar. Com tal ato, uma grande fumaça saída do fundo do carro tomou conta do lugar. Os que estavam ao redor tossiram. Sem conseguir enxergar nitidamente o que estava diante de seus olhos, os seguranças atrapalharam-se. 


–Isso é hilário! –Ela ria enquanto observava a confusão.


–Como consegue rir em situações como essa? –Perguntei incrédula. 


Ela ainda encarava os seguranças perdidos através do vidro da janela do carro. 


–Acho divertido. –Ela respondeu-me dando de ombros. 


–Nem tudo é uma diversão, Ruby! 


–O que você quer dizer com isso? –Ela questionou ao passo em que me encarou. 


–Você acha que tem o controle de tudo e espera as coisas ficarem quentes para agir. Você conduz pessoas a certo ponto onde elas acham que estão domando tudo e então você mostra que o jogo nunca será domado por outra pessoa senão você! Você não pode ser tão maligna. –A repreendi. 


–Ed, saia do carro, nós duas vamos ter uma DR. –Com tudo, ela ainda achou uma brecha para não levar as coisas a sério.  


–Conta outra piada, essa não tem graça. –Dos fundos do carro, Ed respondeu. 


–Está se referindo ao seu casamento? Acha que eu imterrompi aquela cerimônia patética? –Ela perguntou com desgosto. 


–Você sempre esteve por perto e só resolveu aparecer quando soube que eu estava prestes a me casar, você é egoísta! –Joguei as palavras na cara dela.

–E você é mal agradecida, eu larguei tudo para te salvar quando soube que você estava em perigo, Mackenzie. Você não sabe o quanto lutei por minha liberdade, não sabe o quanto lutei para fugir do Travis e quando consegui, quando estava prestes a deixar o país, soube que você estava em perigo. E porra, eu não pensei duas vezes antes de voltar. Eu fiz isso por você. –Ela fez uma pausa para recuperar o fôlego perdido. –E me xingue o quanto quiser, eu não me arrependo disso. 


O carro ficou em silêncio. Senão por nossas respirações ofegantes, tudo estava sob o mais profundo silêncio. 
Estávamos tão focadas uma na outra que não percebemos a hora exata em que um segurança conseguiu subir na bancada de exposição por trás. Mas graças aos céus, Ed o viu. E rapidamente, jogou seu corpo para a parte da frente do carro e abaixou o freio de mão. O carro saiu dali em disparada. Encolhi meu corpo sentindo o friozinho na barriga.


–PORRA. –Ed grunhiu com o impacto causado do carro contra o chão. 


–Filho da puta. –Ruby disse entre dentes encarando os seguranças que corriam atrás do carro pelo retrovisor. 


"FECHEM A ENTRADA", os seguranças passavam um para o outro.


–Estão se fechando! –Gritei apontando para os portões a alguns metros em nossa frente. 


Os grandes portões de ferro começaram a descer. Ruby rapidamente mudou a marcha e pisou fundo o acelerador.


–Vai porra! Vai porra! –Ed a incentivava enquanto encarava o portão se fechar cada vez mais.


Encarei a Ruby e ela me encarou, a troca de olhares durou cerca de milésimos de segundos, mas através do seu olhar soube que tudo ficaria bem. Ou pelo menos, eu achava que sim. Ela voltou sua atenção para o caminho e travou seu maxilar. 


Puta merda. É errado sentir-se excitada em momentos como esse? 


O portão estava a poucos metros de se fechar quando o carro atravessou-o numa velocidade máxima. Senti como se unhas estivessem raspando na louça quando o carro foi riscado pelo portão de ferro. Sabia que toda a parte de cima do veículo estava sem tintura. 
Estávamos livres, outra vez. Mas, até quando? Até quando encontraríamos saída?  O fim da linha será por termos encontrado a saída definitiva ou por termos sido pegos por um deslize em uma operação de fuga? 


Eram perguntas que me rodeavam. 


–Essa é a hora que me convenço? –Ruby perguntou num tom sarcástico ao Ed.
 



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