Preto.
— Por: Dodo_Hyuuga
Sentado em um banco de pedra numa praça com árvores muito bonitas, o pequeno Arthur esperava sua mãe retornar. Ela havia ido para não se sabe onde, alegando que iria atender uma ligação importante e o deixou ali.
O garotinho de olhos verdes como esmeraldas e cabelos loiros como o sol deu um suspiro desanimado. Ele se encontrava em um dilema que parecia não ter solução: O que escolheria como presente de aniversário? Afinal, hoje era seu aniversário de sete anos de idade; por mais que o pequeo não estivesse muito animado com aquilo.
Arthur tinha de tudo e se não tivesse, ele poderia comprar. Ele era rico, milionário, ainda que a pequena cacholinha dele não compreendesse isso. Nequela noite, uma festa seria dada em sua homenagem, repleta de pessoas que ele não gostava.
Nada daquilo era divertido.
— Ei, garotinho!
Os olhos verdes depararam-se com uma pessoa diferente e curiosa. Ela era marrom, um marrom escuro, quase preto. Tinha cabelos brancos assim como as sobrancelhas e a rala barba. Os olhos eram como duas jabuticabas e o seu sorriso era acolhedor.
Arthur sentiu suas bochechas esquentarem. Será que ele tinha caído num copo com café? Sua mãe sempre xingava as empregadas quando derramavam o líquido em suas vestes, alegando que aquilo iria manchar. Seria ele manchado?
— O-olá.
O velho senhor com cor de café sorriu, sentando-se ao lado do menino.
— Por que essa carinha desanimada, garotinho? Está um belo dia hoje!
O menino assentiu. A voz do senhor era reconfortante.
— Ho-hoje é meu aniversário. Mas eu não sei o que eu quero de presente.
O senhor gargalhou e o menino corou por constrangimento. O homem de café era estranho.
— Oras! Peça saúde, garotinho. Amor, amigos e felicidade. Não há presente melhor! E quando você estiver precisando, sempre ouça aqui — Ele colocou o dedo sobre o peito de Arthur. — Seu coração sempre tem razão!
Arthur sorriu para o homem. Sua mãe tinha razão: café deixava as pessoas mais atentas e espertas!
— Arthur, venha aqui imediatamente! Anda! — Sua mãe gritou-o não muito distante. Sua cara não era nada boa. O menino olhou novamente para o idoso. Ele ainda sorria.
— Obrigado, senhor!
O velho gargalhou mais uma vez. Que garotinho intrigante…
— Parabéns, garotinho.
Arthur sorriu e foi em direção à sua mãe. Ela o pegou pela mão, arrastando-o pelo parque.
— Posso saber o que estava fazendo falando com um preto? Não quero você tendo contato com esse tipo de gentalha!
O garoto franziu o cenho. Preto? Era isso que aquele senhor era? Um preto?
— Pelo menos decidiu o que quer de presente? Não tenho o dia todo.
Arthur pois a mão sobre o coração. O senhor disse que o coração sempre tinha razão; e incrivelmente, ele concordava.
O garoto sorriu. Sabia o que queria de presente agora.
— Mamãe… Eu quero ser preto também!
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